quarta-feira, 6 de novembro de 2019

Militares de Primeiro Mundo


A sociedade quer militares de Primeiro Mundo, o que é razoável e desejável. Dos militares da reserva que têm participado do governo — em atribuições tipicamente da esfera civil — não se espera influência sobre o presidente da República em questões pontuais. De líderes carismáticos, profissionais exemplares e mestres em política e estratégia, espera-se influência sobre o governo — pouco perceptível, quase invisível — em assuntos nacionais relevantes e em questões de Estado. Há indícios e até evidências de que está ocorrendo. 
E os demais segmentos do poder público? 
No poder legislativo, constata-se mais de uma centena de parlamentares acusados de corrupção, na mídia e (ou) na justiça. Destarte, o Parlamento é motivo de indignação e vergonha para os cidadãos que, malgradas as imperfeições humanas, prezam a decência e a boa fé.
No poder judiciário, o trabalho imprescindível para a democracia tem sido maculado por desprezo à Constituição (por exemplo, no episódio do impeachment e na recusa da cassação de seu mandato político, em processo sob a direção do presidente do STF; ou em mudanças frequentes de interpretação de um mesmo mecanismo jurídico; ou em debates públicos que beiram a insanidade). Adicionalmente, procedimentos prevalentes em mais de 150 países — inclusive em todos os desenvolvidos —  são ignorados (como por exemplo, em votos dos ministros da Suprema Corte nas ações relativas ao cumprimento da pena após a condenação em segunda instância). 
Na questão do desemprego, cerca de doze milhões de cidadãos estão procurando emprego. E há a suspeita de que a quantia de desempregados seja o dobro desse valor, se considerados aqueles que não procuram emprego.
As mortes em acidentes de trânsito chegam a 50.000 pessoas por ano, sendo um dos maiores índices do mundo. No que concerne às mortes no âmbito da criminalidade, mais de 60.000 são assassinadas por ano, o que coloca o País na dianteira mundial nesse indicador, ultrapassando até mesmo países em guerra civil.
Esse estado de coisas lamentável resulta de condicionantes históricas mas sobretudo de cerca de 30 anos de administrações federais mal conduzidas, precárias e destituídas do comprometimento com a função primordial da gestão pública.
Por via de consequência, é razoável imaginar e prever que serão necessários outros 30 anos para a correção de rumos e colocação do País no patamar condizente com sua grandeza territorial e humana, e seu potencial de riquezas naturais. Vale dizer, provavelmente 8 administrações sucessivas, atuando com comprometimento, qualificação e eficácia, serão requeridas para a transformação necessária para que as futuras gerações possam aspirar aos bens e às condições imprescindíveis para uma vida digna, atingível pela totalidade da população.
Os primeiros 10 meses da atual administração apresentam indicadores promissores para o objetivo primacial delineado. Senão vejamos: mais de meio milhão de empregos foram gerados; a corrupção está em processo de rigorosa contenção; a criminalidade apresenta inequívocos índices decrescentes; a gestão da infraestrutura e do campo agropecuário se destaca pela correção, agilidade e eficácia; na arena internacional, o País aboliu o apoio a ditaduras hediondas e passou a atuar de forma intensa na inserção entre os países desenvolvidos de todas as latitudes; o Parlamento tem sido estimulado a agir fora dos padrões históricos do famigerado “toma-lá-dá-cá” (curiosamente, com o fortalecimento da função legislativa); e de resto a retórica e a práxis política em geral foi submetida a um processo de mudança aplaudido pelos cidadãos de boa fé e otimistas com relação à caminhada humana.
Curiosamente, o governo atual conseguiu inserir-se em um processo que abriga em seu seio a situação e a oposição a um só tempo. Esta perdeu o espaço, o rumo e razoabilidade. Constata-se líderes oposicionistas vagando pelo mundo pregando o prejuízo do País, pregando a violência internacional contra o Brasil. Constata-se líderes pregando o fracasso da atual administração, cogitando procedimentos que podem inequivocamente prejudicar o conjuntos dos cidadãos. Seria uma falha do governo, o estímulo à pequenez e ao nanismo de seus opositores?
Assim, esta primeira administração pode ser o ponto de partida para uma sequência de outras que ao longo de três décadas podem concretizar a transformação do País, possibilitando aos cidadãos o atingimento da meta fundamental do ser humano: a busca da paz e da harmonia, amparada na democracia; e esta por seu turno, alicerçada na liberdade, na verdade, na coragem e na ética.
Enfim, se queremos militares de Primeiro Mundo, é imperioso que haja a crença, a disposição, o comprometimento e a luta permanente e pertinaz para que os demais segmentos da nacionalidade estejam igualmente nesse patamar. 

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