terça-feira, 12 de junho de 2018

Bolsonaro e o Parlamento


ISTO É — 08/Jun/18 – 12h41


Uma boa e uma má notícia para Bolsonaro [extrato]
Sérgio Pardellas

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Ou seja, apesar dos números expressivos de indecisos registrados nas recentes pesquisas, parcela da população já definiu o seu voto. Ou está à beira de. É a boa notícia para o atual líder nas intenções de voto, Jair Bolsonaro (PSL). 
A má notícia é que as alianças, para as quais ele não deu muita bola na hora de negociar um tempo de TV nem tão fundamental assim, serão indispensáveis para ele governar, caso vença o pleito. ……… se eleito, Bolsonaro governa?
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Por essa regra silenciosa, mas respeitada, as oposições acostumaram-se a abrir mão de expedientes institucionais em nome da estabilidade democrática e da manutenção da engrenagem do jogo político. A carta explosiva do impeachment, por exemplo, embora constitucional, para eles é preferível manter no bolso. Aqui, se vacilar, o Bolsonaro não escapa.


RESPOSTA DESTE (E)LEITOR


       Constata-se que o Sr. Sérgio Pardelas é um daqueles que já admite a vitória do Bolsonaro, mas teme pelo insucesso de um eventual governo por ele liderado. Permita-me discordar de sua avaliação. 
       É preciso levar em conta que para a corrupção e outras indignidades, os presidentes brasileiros sempre contaram com o Parlamento. Então, para agir correta e honestamente, é razoável supor que o presidente conseguirá o apoio requerido, desde que negocie com qualificação, com a adesão da sociedade civil, com a fiscalização da imprensa.
       É difícil aceitar que somos um povo tão medíocre e desqualificado. O que tem faltado é liderança, é atitude de estadista, é ação baseada em valores fundamentais do cidadão, individualmente, e da coletividade, como um todo. Partir do princípio da derrota antes do evento começar, é tudo que os que defendem a apologia da continuidade da crise moral, política, social e econômica aspiram e desejam. 
      Portanto, mudança & transformação já! Fim da crise moral e combate pertinaz à corrupção, agora! Prevalência da verdade, liberdade, coragem e ética, imediatamente! Ausência incondicional do "toma lá-dá-cá" e do apadrinhamento político! Retórica e prática dos valores fundamentais sem mentiras e hesitações! Prioridade máxima inadiável para educação e ciência & tecnologia! 
      Então, para negociar com o Parlamento, com os deputados e senadores, basta escolher os melhores dentre o baixo e alto clero e colocar uma plataforma simples, compreensível e administrável, bem como produto da vontade da maioria dos cidadãos, contribuinte e eleitores.

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domingo, 3 de junho de 2018

Resposta ao Sr. Sergio Fausto


ESTADÃO — 03/Jun/18


Contra a aventura autoritária

Em artigo publicado no jornal Estadão com esse título, o Sr. Sergio Fausto afirma que “o espectro da desordem deixou-se entrever nas últimas semanas. Com a greve dos caminhoneiros cresceu o medo de eventual colapso da ordem pública, sentimento instrumentalizado pelos que clamam por ‘intervenção militar já’ ”.
Esmerando-se em criticar o período em que, a partir de 1964 e até 1985, militares da reserva foram chefes de governo e camuflando-se em elogios ao Presidente Castelo Branco, o Sr. Fausto tece infundadas críticas ao candidato deputado Jair Bolsonaro e conclui, aventando que “chegou o momento de construir um pacto pela ordem democrática para contar o risco da aventura autoritária”. Isso vale dizer que na visão deturpada do Sr. Fausto, um candidato que tem mais de 20 anos de parlamentar eleito pelo Rio de Janeiro, constitui-se em risco de autoritarismo. 



RESPOSTA DESTE (E)LEITOR


No magnífico artigo “Contra a aventura autoritária” (Estadão, A2, de 3 de junho), o intelectual doutor Sérgio Fausto apresenta uma série de ideias brilhantes. Esse brilhantismo decorre da afiliação do articulista ao PSDB e à condução da Fundação FHC, que como é de conhecimento público, foi reproduzida por outro ex-presidente, com a denominação Instituto Lula — coincidência curiosa mas não despropositada, pelas semelhanças que sugerem.
A primeira ideia concebida pelo doutor Fausto pode ser sintetizada na asserção de que “o movimento [de 1964] que pôs fim ao período democrático iniciado em 1945 não foi uma revolução, como querem seus adeptos.” Contradito o doutor, asseverando que o movimento de 1964 não se destinou a por fim à democracia. A rigor, pôs fim à revolução que estava em vias de se concretizar, pela vontade de personagens como Marighela, Lamarca, Roussef, Genoíno, Dirceu e Jango Goulart. Nesse sentido, a melhor denominação é Contrarrevolução de 1964. Imagino que o doutor Fausto não deva ser um dos defensores do Foro de São Paulo — uma teimosa e fanática tentativa de reproduzir esse passado que não deu certo. Um intelectual com sua estirpe não vai se propor a isso. Ou vai?
Segue o sábio com as ideias peessedebistas. O PSDB é constituído de magos que produzem ideias em profusão. Ele diz que “hoje parte da direita aposta na candidatura de Jair Bolsonaro. Corre o risco, se vitoriosa, de perder a liberdade sem obter a ordem.” O Bolsonaro pode não ter sucesso na correção da anomia que o PSDB e o PT causaram ao Brasil. Isso é empreendimento para décadas. Mas perder a liberdade? Ora, ora, doutor Fausto, não se espera de um sábio de seu quilate a profecia da inverdade.
Depois de algumas diatribes, com ataques a Bolsonaro no nível de briga de rua, o doutor Fausto compara o pré-candidato com Castelo Branco. A comparação é destituída de senso lógico, de amparo na razão. Senão vejamos. Castelo Branco que porfiou, na Itália, nos combates e nas vitórias contra o nazismo, o primo siamês do comunismo, deve ser comparado a heróis de guerra; e deve ser comparado também a gente da estirpe de Caxias, Rio Branco e  Rui Barbosa. O doutor Fausto deveria comparar Bolsonaro com Lula, José Dirceu, Vacari, Eduardo Cunha, Gedel, Henrique Alves, Azevedo, Aécio. Ah é! Não pode porque estão todos presos ou em vias de? Sim, com eles mesmos, os que o PSDB e suas ideias empurraram goela abaixo dos brasileiros. Sim é a herança construída pelo político que dá nome para sua Fundação, senhor professor doutor Fausto. É a herança construída por suas ideias.
O doutor Fausto assevera ainda que “o restabelecimento da autoridade política no Brasil é fundamental”. Sim, consigo encontrar uma ideia com que concordo. Aí ele tem razão. Afinal os desmandos provocados pelo PSDB e PT, são muito bem conhecidos do doutor Fausto, até porque em termos de concepção, é provável que ele tenha alguma parcela de responsabilidade.
O doutor Fausto apenas começou a aprumar, mas logo, logo derrapou. Vejam que pérola:  “A Lava Jato vem corrigindo esse desequilíbrio, mas com um efeito colateral negativo: a disseminação de visões radicalmente depreciativas sobre o Brasil e sobre a política.” A culpa é da Operação Lava Jato doutor? O tratamento de câncer é doloroso e tem efeitos colaterais; mas a culpa destes é do sistema de saúde, do médico? Confirma a tese subliminar: o povo do PSDB tem muitas ideias, mas a maioria é de um primarismo elementar; vulgar, eu diria. Não há nenhuma visão depreciativa do Brasil nem da política. A visão depreciativa é sobre o seu time, sua equipe, seus falsos sábios, seus políticos do local onde se armazenam os seres esvoaçantes.
Mas ‘la nave va’, e eu navego, diria o doutor Fausto. Pois ele aduz que “mexer nos termos da equação de que depende a legitimidade da autoridade pública democrática exigirá muito engenho e arte, pois as condições não são favoráveis”. Não foi necessário muito engenho e arte por ocasião da aprovação da emenda da reeleição, pois àquela época as condições eram favoráveis? Foi possível prescindir de engenho e arte para semear o embrião do Mensalão e do Petrolão, não é doutor Fausto?
Eu acho que já dá para ir para o final do texto emblemático do doutor Fausto. E no parágrafo conclusivo, ele preconiza que “Não temos outro país para chamar de nosso. Chegou o momento de construir um pacto pela ordem democrática para conter o risco da aventura autoritária”. Com a sapiência da roça de onde venho, eu assevero: não temos outro Brasil; mas temos outros políticos, além daqueles do PSDB, PMDB e PT que nos jogaram no colo o maior escândalo de corrupção da humanidade e que, graças à Operação Lava Jato — e cito isso apenas para mostrar o pau que matou a cobra —, a maior densidade de políticos com altas responsabilidades já foi colocada na cadeia. E com prosseguimento do apoio ao combate à corrupção colocará na mesma situação os demais amigos e correligionários do doutor Fausto que ainda estão a ameaçar e representar horrendo risco para a sociedade brasileira que aspira decência, justiça e prevalência da Verdade e da Liberdade. 
Por último e sublimemente veraz, o doutor Fausto bem conhece as concepções de Goethe e não tem dúvidas de que o Fausto por ele concebido refletiu sobre as limitações do conhecimento científico, humanista e religioso; e sabe que, não foi por magia, que sua criação chegou ao conhecimento ilimitado, derrotou Mefistófeles e chegou ao céu.

Para voltar ao artigo 
"Viagem a Londres – 24 a 30/Jun/2018"
clique sobre este título.
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sábado, 2 de junho de 2018

Economia no regime de 1964


FOLHA DE SÃO PAULO — 2/Jun/2018


Ditadura abafou apuração de corrupção dos anos 70, revelam documentos britânicos.

No âmbito da campanha orquestrada contra os militares, objetivando atingir a candidatura do ex-capitão Jair Bolsonaro — que para a descrença de parcela de intelectuais, artistas e políticos, ascendeu ao primeiro lugar na maioria das pesquisas de opinião —, o jornal A Folha de São Paulo divulgou o artigo “Ditadura abafou apuração de corrupção dos anos 70, revelam documentos britânicos.” Em consequência, postei na coluna “Comentários”, no rodapé do citado artigo, duas mensagens, tentando mostrar a forma despudoradamente distante da verdade com que o jornal tratou do problema.


RESPOSTA DESTE (E)LEITOR


Mensagem 1
A verdade é que o regime militar (foi militar mesmo ou foi civil?) retirou o Brasil da condição de 42o. economia do mundo e o colocou na 8a. colocação. É imperdoável. 
É inequívoco que o regime liderado pelos presidentes militares criou o BC, BNDES, FUNRURAL, EMBRAPA, CNPQ, FINEP, EMBRATEL, TELEBRAS, INSS, PIS, PASEP; construiu as maiores hidrelétricas brasileiras; elevou a produção de petróleo de 75.000 para 750.000 barris diários de petróleo; criou a EMBAER, uma das maiores produtoras de aviões do mundo; asfaltou 43.000 quilômetros de estrada; criou 15 universidades; passou de 200 mil universitários para quase 2 milhões. 
É doloroso ter que admitir — nenhum cidadão ouve, fala, lê, dorme, acorda, come, desloca-se, vive ou sonha sem uma contribuição fundamental desse regime que alguns teimam em vilipendiar. A despeito das conquistas, todos os ex-presidentes militares morreram pobres. Os êxitos, os benefícios e as virtudes do regime chamado militar são imperdoáveis. A verdade dói, incomoda, machuca. Ainda bem que apenas os mentirosos sentem essa dor.

[Divulgada no site da Folha de São Paulo de 2/Jun/2018]

Mensagem 1  (600 caracteres — máximo admitido)
O regime militar mudou o Brasil da condição de 42a. para 8a. economia do mundo; criou o BC, BNDES, EMBRAER, FUNRURAL, EMBRAPA, CNPQ, FINEP, EMBRATEL, TELEBRAS, INSS, PIS; construiu as maiores hidrelétricas brasileiras; elevou a produção de petróleo de 75.000 para 750.000 barris; e criou 15 universidades. Nenhum brasileiro ouve, fala, lê, dorme, acorda, come, desloca-se, pensa, vive, sem alguma contribuição do regime militar. E todos os ex-presidentes militares morreram pobres. É imperdoável!


Mensagem 2
Se não fosse o regime militar, vocês estariam na ditadura do proletariado, algo assim bem próximo do nazismo hitlerista ou comunismo de Stalin — simplifiquemos: nazi-comunismo. 
Não seria demais lembrar que antes de 1968, antes dos militares endurecerem, um garoto de 16 anos foi esquartejado no Araguaia, na frente dos irmãos e dos pais; no atentado em Recife, por incompetência, não assassinaram o presidente, mas assassinaram e feriram inocentes; no vale do Ribeira, em São Paulo, mataram a coronhadas o tenente da Polícia, pelo crime de ter se oferecido para ficar com os terroristas, em troca de dois soldados feridos; em Presidente Prudente, mataram covardemente o rapaz Toledo, porque cometeu o crime de não querer continuar no grupamento dos terroristas. 
Diante dessas barbáries, o que os militares fizeram é muito pouco. Se tivessem agido pra valer, não teríamos essa quantidade toda de “lularápios”, assaltando os cofres públicos. Enfim, é isso aí.

[Divulgada no site da Folha de São Paulo de 2/Jun/2018]

Mensagem 2  (600 caracteres — máximo admitido)
É bom lembrar que antes de 1968, antes dos militares endurecerem, um garoto de 16 anos foi esquartejado no Araguaia, na frente dos irmãos e dos pais; num atentado em Recife, por incompetência, não assassinaram o presidente, mas assassinaram inocentes; no vale do Ribeira, mataram a coronhadas o tenente da Polícia, pelo crime de ter se oferecido para ficar com os terroristas, em troca de dois soldados feridos. O placar final foi 450 x 117 mortos. Na guerra, é assim. Alguém vence. Outros choram.



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Mortes de Kozel, Herzog e outros


ISTO É — 2/JUN/2018


Esqueceram os anos de chumbo do regime de exceção
Mario Simas Filho

O Sr. MSF aborda a trágica morte, por suicídio ou assassinato, do jornalista Herzog com informações incompletas e parcialidade política e ideológica. Examinemos as razões.


RESPOSTA DESTE (E)LEITOR


Isto é
Senhor Redator
Repetindo à exaustão a abordagem da incompletude e da conclusão fundada na metade das premissas — que uma boa parcela de políticos, historiadores, jornalistas e outros formadores de opinião, intelectuais ou não, canalhas ou não, utilizam quando tratam do período de 1964 a 1985, — no artigo "Esqueceram os anos de chumbo do regime de exceção", (revista Isto É, de 2 de junho) o senhor Mário Simas Filho expõe a trágica foto da morte do Wladimir Herzog, originária (a morte) de narrativa com dúvida eternamente prevalente, para ilustrar texto com informações incompletas, com meias verdades — isto é, com meias mentiras e, portanto, com falsidade plena. 
Para ser honesto e íntegro, o senhor MSF deveria:
- colocar a foto — ou caso não exista a foto, relatar o fato — do garoto de 16 anos que foi esquartejado pelos guerrilheiros comunistas na frente dos pais e irmãos no sul do Pará (se ele tiver dúvida, é só consultar o senhor José Genoíno); 
- acrescentar a foto do tenente Mendes que foi morto, no vale do Ribeira, com coronhadas na cabeça quando estava ajoelhado de costas, por ter cometido o crime de se oferecer para ficar no lugar de dois policiais militares que estavam feridos e presos pelos guerrilheiros comunistas; 
- agregar a foto do soldado Mario Kozel Filho (ter o mesmo nome do jornalista é apenas uma coincidência trágica) que foi explodido quando os guerrilheiros comunistas tentaram explodir o quartel do IIo. Exército em São Paulo.
- incluir a informação de que no período de 1964 a 1985, houve disputa, com mortes terríveis de um lado e de outro — sendo imprescindível que todos se lembrem ou saibam que aqueles que defendiam a implantação da ditadura do proletariado perderam cerca de 450 seres humanos; e os que combateram e impediram vitória dos defensores da citada ditadura perderam cerca de 120 seres humanos. Quer dizer, foi um placar horrendo de 450 x 120 mortos — e aqui é essencial recordar o poeta humanista britânico John Donne: "quando alguém perde a vida, os sinos dobram por cada um de nós!".
Como curiosidade em relação à explosão em pedaços minúsculos do soldado Kozel: fazia parte do grupo assassino uma senhora que, àquela época, não tinha coragem de usar seu próprio nome, mas a história é inquestionável e ensina que se tratava da senhora Dilma Vana Roussef. Para efeito de questões judiciais assevero: não quero ser irresponsável e não escrevi e nem afirmo que ela estava presente no evento. Disse apenas que ela fazia parte da organização criminosa autora do atentado.
Dito o que foi dito, escrito o que foi escrito, apresento minha inferência. Só admito coragem moral, ética e intelectual ao senhor MSF se ele desse o mesmo tratamento para os dois lados que estavam em disputa: aqueles que queriam implantar o nazi-comunismo no Brasil — isto é, a ditadura do proletariado, conforme testemunhou Gorender, Gabeira e outros comunistas ou ex-comunistas íntegros — e aqueles que impediram a vitória dos adeptos da ditadura do proletariado que assassinou e torturou milhões para se implantar em alguns países e depois naufragou em todos eles.
Lembro ao senhor MSF que a guerra não é brincadeirinha de crianças; não é para ingênuos, frouxos e covardes. A guerra é para bravos; é para ser vencida pelos meios possíveis. A guerra é para quem chora, mas não reclama. A guerra é para quem se dispõe a oferecer a própria vida em defesa da Verdade, da Liberdade, da Coragem e da Ética, fundamentos essenciais da Democracia, que por seu turno é o meio para a conquista da paz e da harmonia entre seres humanos.
Atenciosamente,
ARS

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