terça-feira, 30 de outubro de 2018

Interpretação errônea de entrevista


FOLHA DE SÃO PAULO — 30/Out/2018


Ainda sobre a polêmica da recorrente interpretação errônea de asserções constantes da entrevista que concedi à jornalista Renata Agostini, publicada no Estadão, insisto, por meu alter ego, em asseverar que defendo a liberdade do professor de ministrar qualquer tema previsto no plano de ensino ou na bibliografia adotada; o dever do professor de estimular o desenvolvimento da faculdade de pensar; e a liberdade de o aluno optar livremente pela tendência de pensamento que mais lhe convém.


RESPOSTA DESTE (E)LEITOR


O assessor chamado de reacionário é de origem pobre, filho de nordestino, neto de negra, bisneto de índia e só estudou em escola pública; fez graduação e mestrado na melhor escola de Engenharia do País; estagiou em uma das melhores universidades americanas; estagiou em escola de Telemedicina francesa; visitou a universidade de Moscou; visitou a universidade de Pequim; defendeu a substituição de livros cujo conteúdo reflete inverdade; jamais se declarou criacionista; e  advoga que todas as crianças pobres tenham a mesma oportunidade que ele teve. Por coerência, preconiza a meritocracia. Por razão e lógica, assevera que o objetivo primacial do ser humano é a paz e a harmonia; que o instrumento para essa meta é a democracia; e que esta é fundamentada na liberdade, na verdade, na coragem e na ética. Quem quiser, pode argumentar contrariamente. Quem não quiser, pode ofender e insultar; e, como corolário, estabelecer as diferenças entre ele e os responsáveis pelas ofensas e insultos. Cada um deve ter a liberdade de expressar suas virtudes e também os vícios.

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segunda-feira, 29 de outubro de 2018

What will a Bolsonaro government look like? – The Guardian



In this article, an excerpt from the article published in The Guardian is presented. In reality, my opinions were gathered by the correspondent of the British newspaper in Brazil, Dom Phillips, in a telephone interview.
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What will a Bolsonaro government look like?  
[Excerpts]

Bolsonaro has pledged policies to boost the economy but fears remain over the future of the Amazon and the nation’s LGBT community

Dom Phillipsin Rio de Janeiro
Mon 29 Oct 2018 05.30 GMT
Last modified on Mon 5 Nov 2018 21.03 GMT

Jair Bolsonaro– who won the presidency of Latin America’s biggest country on Sunday– has made broad promises for his government but offered little detail.
And in a country that emerged from military rule only 33 years ago Bolsonaro has prompted concerns with his pledge to include retired generals in his cabinet.
Among the former military officers who played a central role in drawing up his policy proposals are retired generals Aléssio Ribeiro Souto – who has focused on science, technology and education – and Oswaldo Ferreira, who has drawn up plans for infrastructure and the Amazon.
General Augusto Heleno, who ran Brazil’s United Nations mission in Haiti, will be his defence minister and is seen by some as a potential moderating force.
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The Amazon and the environment
Bolsonaro campaigned on a pledge to combine Brazil’s environment ministry with the agriculture ministry – under control of allies from the agribusiness lobby. He has attacked environmental agencies for running a “fines industry” and argued for simplifying environmental licences for development projects. His chief of staff, Onyx Lorenzoni, and other allies have challenged global warming science.
“He intends that Amazon stays Brazilian and the source of our progress and our riches,” said Ribeiro Souto in an interview. Ferreira has also said Bolsonaro wants to restart discussions over controversial hydroelectric dams in the Amazon, which were stalled over environmental concerns.
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Education
Ribeiro Souto said that under a Bolsonaro government, school curriculums would be revised to remove what he described as the “ideology” left by 12 years of rule by the leftist Workers’ party. Science and technology will be given priority and the “traditional family” will be the focus, he said.
“You have to value the traditional family without abandoning those citizens who do not fit within the aspect of the traditional family,” he said.
Souto said the history of Brazil’s military 1964-1985 dictatorship – during which 400 leftwing activists were killed or forcibly disappeared, and thousands were tortured – was a “complex process, traumatic to a certain point”.
But he argued that the history taught in schools should acknowledge what he called the economic successes and institutions created during the dictatorship and show both sides of the story, he said, including around 120 victims of armed leftist groups.
“There were Brazilians fighting for the implementation of the dictatorship of the proletariat. There were Brazilians who were fighting against its implementation,” he said.

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domingo, 28 de outubro de 2018

O medo acabou


FOLHA DE SÃO PAULO — 28/Out/2018


Conforme divulgado no artigo “Eleições 2018: Bolsonaro é eleito presidente”, em pronunciamento após a divulgação do resultado da eleição presidencial de 2014, o candidato derrotado Fernando Haddad, do PT afirmou “Não tenham medo. Nós estaremos aqui, estaremos juntos”.


RESPOSTA DESTE (E)LEITOR


Alguém precisa dizer para o candidato derrotado que, antes, tínhamos medo de que ele fosse eleito e nós continuássemos sendo assaltados e 'tungados'. Há a certeza de que derrotado e sem foro privilegiado, ele vai ser julgado em alguns dos mais de trinta processos que ele responde por corrupção, e terá o mesmo destino de seu chefe. Curitiba o espera. Talvez dessa maneira ele aprenda que derrotados não devem ficar falando e fazendo ameaças. Devem apenas admitir a incompetência e a derrota. O medo acabou!

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Um dia histórico

A cerca de três anos atrás, o deputado Jair Messias Bolsonaro se propôs a concorrer ao cargo de Presidente da República. Em 20 de fevereiro de 2017, tive a primeira participação em favor de sua candidatura, ao ter acolhida e publicada no Correio Braziliense uma mensagem em que rebatia asserções contra ele em artigo nesse jornal. A mensagem é reproduzida a seguir.
Coragem, honestidade e verdade
[Mensagem divulgada na coluna Sr Redator, do Correio Brasiliense de 22/2/2017]
O artigo “Precisamos falar sobre Bolsonaro”, do senhor Leonardo Cavalcanti (Correio Braziliense de 20 de fevereiro) analisa os possíveis candidatos da eleição presidencial de 2018. Nesse sentido, é oportuno asseverar que o texto contém uma virtude: a proposição de debate sobre o provável candidato Bolsonaro; e um vício: a assertiva de que os oponentes do Bolsonaro são sábios e os demais são idiotas. 
De um lado, o senhor Cavalcanti se despoja dos erros dos adversários do senhor Trump — a mídia, os intelectuais e os democratas americanos asseveravam que ele perderia inapelavelmente; de outro, ele abraça-os com inexplicável inconformismo — de forma similar ao que ocorreu no vizinho do norte, atribuindo a outros todos os defeitos possíveis. 
Por imperioso, é razoável asseverar que constitui engano fatal alguém pensar que está sempre certo e os oponentes inequivocamente errados. Ademais, repetir erro já cometido não é prova de lucidez. 
Por último e fundamentalmente importante, é fácil inferir que, no deserto de ética e honestidade da política brasileira, basta a um político ter coragem, não se deixar corromper e falar a verdade, para ganhar a eleição presidencial de 2018. Não é essa a práxis do Bolsonaro?
Em 27 de março — doravante, este relato se refere sempre ao corrente ano de 2018 —, encontrei-me casualmente com o General Oswaldo de Jesus Ferreira no hospital HMAB. Ferreira havia sido contatado por Bolsonaro, para ao lado do General Augusto Heleno Ribeiro Pereira, ajudá-lo na orientação da campanha política que se avizinhava. Então, fui convidado pelo amigo Ferreira para unir-me ao grupo que se dispôs a contribuir para alterar os rumos que o Brasil fora mergulhado por seguidas administrações do PSDB de Fernando Henrique Cardoso e do PT de Luís Lula da Silva. Comprometi-me comigo mesmo para, de março a outubro, por algum tempo diário, deixar minha região de conforto junto à família, para colocar uma gota d’água no oceano da gestão pública de nosso imenso País.
Em 6 de setembro, em Juiz de Fora, no auge da campanha política, um celerado, ativista do PSOL, cometeu um terrível atentado contra Bolsonaro, enfiando-lhe uma faca no abdômen — a tragédia foi produto de um lobo solitário, de um conluio de políticos ou do ajuste de políticos com o crime organizado e um desequilibrado? O candidato passou as primeiras horas entre a vida e a morte, mas a ação qualificada e eficaz dos médicos mineiros evitaram um desenlace fatal. Bolsonaro foi salvo e depois foi transferido para o Hospital Alberto Einstein, em São Paulo, onde foi submetido a nova cirurgia e entrou em processo de recuperação.
Em 7 de outubro, o povo brasileiro sufragou majoritariamente o nome de Bolsonaro em histórico primeiro turno eleitoral. O candidato do PSL passou para o turno subsequente, tendo Fernando Haddad do PT, em segundo lugar. Eles deixaram de fora do processo eleitoral, figuras de proa da política brasileira — como Geraldo Alkmin, do PSDB, Ciro Gomes, do PDT, Henrique Meireles, do PMDB, Marina Silva, da Rede, Álvaro Dias, do Podemos; bem como outros candidatos de pouca expressão política, como João Amoedo, do Novo, Cabo Daciolo, do Patriota, José Maria Eymael, da DC, João Goulart Filho, do PPL, Guilherme Boulos, do PSOL e Vera Lúcia, do PSTU. 
Hoje, 28 de outubro, depois de uma noite bem dormida, acordei às 6:15 horas. Não consegui mais retomar o sono. É um dia histórico. É um dia dramático. O País tem a possibilidade de fazer a opção por iniciar a saída de uma das maiores crises moral, ética, financeira, política de sua História. Levantei-me do leito, pensando qual seria minha reação contra os jornais Estadão, Globo e Folha de São Paulo, institutos de pesquisa IBOPE e Datafolha e organização criminosa PCC, diante de uma vitória acachapante de quem se propõe a liderar a Nação em direção a novos rumos. Enfatize-se que todos que foram citados uniram-se em vocação e intenção no combate à candidatura Bolsonaro. Pensei em atitude combativa e contundente. Pensei em atitude otimista e voltada para os aspectos positivos da vitória. Por isso decidi fazer os presentes registros. Bom, está em minha essência: ser combativo, tentar sempre, não desistir jamais, vencer quando possível; ser otimista, acreditar no melhor, visar à vitória com pertinácia. Serei minha ambivalência. É como sou.
Então, ficam planejadas duas mensagens para a imprensa. Ambas resultante de apenas um cenário: a vitória do povo brasileiro contra o atraso, contra a doença ideológica e contra o descompromisso com a verdade, isto é, a vitória do candidato Jair Bolsonaro.
A primeira: 
“Estadão, Globo, Folha de São Paulo, Ibope, Datafolha, PCC, ... Que vergonha!”.
A segunda: 
“Estadão, Globo, Folha de São Paulo, Ibope, Datafolha, PCC, ... Que vergonha! Vocês terão dificuldades de engolir o Bolsonaro. As facilidades históricas e destituídas de fundamentos lógicos deixarão de existir. Mas terão que processar a sujeira e as aberrações que produziram; sem a possibilidade de renunciar!”.
Subsequente e consentaneamente, celebrarei junto a minhas queridas moças — minha esposa e filhas —, tentarei transmitir-lhes o significado da mudança de rumos para suas próprias caminhadas; os impactos no sistema educacional brasileiro; a recuperação dos valores maiores da nacionalidade; a concretização da seriedade, austeridade de honestidade no trato dos bens e recursos públicos; o combate implacável à criminalidade; a gestão pelo exemplo dos detentores do poder, para todos os demais; e o resgate da esperança, da crença, da perspectiva de um futuro melhor para todas as crianças que estão se juntado involuntariamente a nós. Enfim — e tão repetitivo, recursivo e recorrente —, a busca inarredável da paz e da harmonia, por intermédio de seu instrumento basilar, a democracia; esta, por seu turno, fundada na liberdade, na verdade, na coragem e na ética. 
São 18:00 horas. A elaboração destes garranjos ajudou-me a passar a tarde em estado de tranquilidade, de expectativa otimista e sem ansiedade. Estou preparado para o resultado da eleição presidencial de 28 de outubro de 2018 e que será anunciada em menos de duas horas. Assevero mas não anuncio — assevero para mim mesmo que em 1º de janeiro de 2019, assumirá a presidência da República Federativa do Brasil o cidadão Jair Messias Bolsonaro. Publico sem chance de revisão.

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Jânio de Freitas, inverdade e abjeção


FOLHA DE SÃO PAULO — 28/Out/2018


Em artigo na Folha de São Paulo, relativo à eleição presidencial de outubro de 2018, o jornalista Jânio de Freitas afirma que “o caminho apresentado por Jair Bolsonaro é o do autoritarismo e que um [Haddad] representa a continuidade da democracia”. Acrescenta que “a campanha de Bolsonaro foi uma sucessão de desaforos e primarismo ameaçador. Negros, homossexuais, aposentados, atores e artistas, sem-terra e sem-teto, pequenos assalariados, indígenas, empresas de imprensa e jornalistas, favelados expostos a tiroteios, ambientalistas, enfim, são muitos milhões com motivo para se sentirem ameaçados por Bolsonaro.” 


RESPOSTA DESTE (E)LEITOR


[Divulgado no campo ‘Comentários’, contíguo ao artigo, no site da Folha, em 28/Out/2018]

A “continuidade da democracia” como ocorre na Coreia do Norte, em Cuba e na Venezuela está de acordo com o que preconizam os petistas; e como foi muito bem expresso no programa do PT, apresentado ao TSE . Antes de cancelar minha assinatura deste jornal, afirmo: a Folha merece o Sr. Jânio de Freitas; e este merece a Folha. Ambos desconhecem e ignoram a verdade e a ética. Desconhecem não; a questão é de boa ou má fé. Ambos se merecem. Ambos merecem engolir a abjeção e a ignomínia que produzem. Sem a possibilidade de vomitá-la.




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sábado, 27 de outubro de 2018

O próximo dia do resto de nossas vidas

No artigo “Os próximos dias do resto da nossa vida” (Estadão de 27/10/2018), um cidadão que se declara professor de universidade paulista assevera que “se Haddad vencer, será uma vitória da resiliência democrática e do poder das redes”. Não cito nome do autor da preciosidade porque ignorar sua identificação é preferível — evita o preconceito contra os que estão sob o impacto de doença.

É bem verdade que o articulista tenta mostrar uma dicotomia não desejável da disputa presidencial e apontar mazelas correlatas. Entretanto, não consegue camuflar sua opção preferencial por um dos lados — aquele que ocasionou a maior crise ética, moral, política, econômica e de outras vertentes em nosso maltratado país. 
Conquanto o candidato petista se fundamente em um programa de governo que preconiza a prevalência de conselhos populares na gestão pública, a intervenção no poder judiciário e o controle da imprensa — para citar apenas uma trindade muito cara à sua corrente político-ideológica —, desafortunadamente, o sábio autor do artigo associa essa pregação à resiliência democrática.
Mesmo sabendo-se que essa improvável governança levaria o país na direção do destino da Venezuela, ainda assim o tal professor ganha o direito de exercer a liberdade num órgão de comunicação social consagrado.
Tudo bem que ele usufrua a liberdade da forma como queira. Tudo bem que é preferível que ele tenha a liberdade de viver dissociado da verdade e da ética — é o preço a pagar pela opção democrática; é o preço a pagar pela imperiosa necessidade de não abandonar os doentes incuráveis. Mas convenhamos, é duro de aceitar e aguentar um professor desses.

Demétrio Magnoli, linguagem e imoralidade


FOLHA DE SÃO PAULO — 27/Out/2018


No artigo “Um crime chamado linguagem” (Folha de São Paulo de 27/10/2018), ao defender a jornalista Patrícia Campos Mello, que publicou, no mesmo jornal, acusações contra a campanha de Bolsonaro, o Sr. Demétrio Magnoli assevera que “Trump e Bolsonaro têm responsabilidade política pelas centelhas de violência”. Vai além e conclui que “o bolsonarismo habituou-se a responder à opinião crítica com uma barragem de ofensas. Não sabe, porém, como reagir à narrativa factual da reportagem, sumo do jornalismo. Bolsonaro mente: seu programa não é eliminar a Folha, mas exterminar os fatos.”


RESPOSTA DESTE (E)LEITOR


[Divulgado no campo ‘Comentários’, contíguo ao artigo, no site da Folha, em 27/Out/2018]
[Divulgado também no Facebook em 27/Out/2018]

Só faltou dizer que, a mando da própria Folha ou não, a jornalista publicou uma notícia sem provas, de que a campanha do candidato usava meios ilícitos, financeiros e eletrônicos, para sua campanha, o que não corresponde à verdade. Há confirmação, inclusive nas grades de Curitiba, de que a agremiação do candidato oponente, historicamente, pratica a corrupção, a mentira e os meios atribuídos erroneamente ao candidato do PSL. Que tal a liberdade, verdade, coragem e ética como suporte da democracia, que é o instrumento da paz e da harmonia? A rigor, nem precisa de coragem e ética — os cidadãos poupam os adeptos dessa ignomínia de confundir a omissão com covardia e imoralidade. Basta a verdade!

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sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Autonomia universitária


FOLHA DE SÃO PAULO — 26/Out/2018


A autonomia universitária significa liberdade para a prevalência de uma determinada corrente de pensamento? Não raro formadores de opinião respondem afirmativamente a essa indagação. 


RESPOSTA DESTE (E)LEITOR


[Divulgado no campo ‘Comentários’, contíguo ao artigo, no site da Folha, em 26/Out/2018]

 

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Percepção dissociada da realidade


ESTADÃO — 26/OUT/2018


De forma recorrente, a imprensa prossegue com a campanha contra o candidato favorito para as eleições de 28/10/2018.


RESPOSTA DESTE (E)LEITOR


[Divulgado no campo ‘Comentários’ do artigo no Estadão, em 26/10/2018]



terça-feira, 23 de outubro de 2018

Indicação de Moro para o STF


FOLHA DE SÃO PAULO — 23/Out/2018


Segundo a jornalista Mônica Bergamo, a sinalização de que Bolsonaro pode indicar Moro para o STF desagrada cortes superiores. Ela afirma também que segundo magistrado, a hipótese é como colocar um soldado para comandar os generais.


RESPOSTA DESTE (E)LEITOR


Reflexão do macaco Sócrates: quem coloca corrupto na cadeia não pode ir para o STF, mas quem não passa em concurso para juiz pode? De forma similar: se for do PT pode falar que vai fechar a Corte; se não for do PT não pode? Esses humanos são humanos mesmo. Querê-los símios é uma impossibilidade. Mas passar de símios a humanos é uma perspectiva prevalente. E trágica!

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Guga Chacra e a inverdade [2]


FACEBOOK — 24/Out/2018



Em relação ao artigo divulgado no jornal Folha de São Paulo, pelo escritor Reinaldo José Lopes — com asserção não verídica sobre minha entrevista ao Estadão —, o jornalista Guga Chacra postou no Facebook comentário cumprimentando o escritor por sua opinião a meu respeito. 


Ou o GC não leu a entrevista ou trata-se de um caso de má fé pura e simples.


Voltei ao assunto e postei uma segunda mensagem no Facebook do GC.



RESPOSTA DESTE (E)LEITOR



Lembro que tem ser humano com dificuldade para assumir sua própria identidade, seja política, ideológica ou sexual. Essas pessoas se tornam agressivas e insultam e ofendem os outros. Podem até se tornar criminosas; e podem até passar a situações limites, com o auto-flagelo fatal. São um perigo e devem procurar tratamento psiquiátrico. 

Parece esse ser o caso do autor do artigo, que interpreta erroneamente minha entrevista para a jornalista Renata Agostini, com insultos e ofensas a mim, baseadas em inverdades, em coisas que não declarei. O senhor leu o artigo e comentou neste espaço. 

Sr Guga Chacra, sugiro que leia o artigo completo. A seguir, posto apenas um extrato. Por favor, veja a interpretação correta do que declarei, publicada em jornal da empresa que lhe dá emprego. Seus leitores e ouvintes preferem que o senhor use exclusivamente a verdade.


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Cheque em branco na educação – POR ANTÔNIO GOIS

O Globo – 22/10/2018 04:30


(Extrato do artigo – apenas dois parágrafos)

“......................

Outra entrevista foi dada à repórter Renata Agostini, do “Estado de S. Paulo”, pelo general Aléssio Ribeiro Souto. Ele defendeu novos currículo e bibliografia para as escolas. Disse que a candidatura Bolsonaro já tem “14 ideias básicas para a educação”, mas apenas pincelou algumas delas de forma superficial. Falou da necessidade de ter uma escola sem “orientação de um determinado partido ou corrente ideológica”.


Questionado sobre o que a escola deve fazer caso um pai deseje que o professor ensine criacionismo em vez da teoria da evolução, o general colocou no mesmo patamar as duas teorias, uma baseada na fé, e a outra, na ciência. “Isso que eu saiba não está errado. Foram questões históricas que ocorreram. Se a pessoa acredita em Deus e tem o seu posicionamento, não cabe à escola querer alterar esse tipo de coisa, que é o que as escolas orientadas ideologicamente querem fazer, mudar a opinião que a criança traz de casa. Cabe citar o criacionismo, o darwinismo, mas não cabe querer tratar que criacionismo não existe. (...) Houve Darwin? Houve, temos de conhecê-lo. Não é para concordar, tem de saber que existiu."

……………”


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Guga Chacra e a inverdade [1]


FACEBOOK — 23/Out/2018


Em relação ao artigo divulgado no jornal Folha de São Paulo, pelo escritor Reinaldo José Lopes — com asserção não verídica sobre minha entrevista ao Estadão —, o jornalista Guga Chacra postou no Facebook comentário cumprimentando o escritor por sua opinião a meu respeito. 

Ou o Guga Chacra não leu a entrevista ou trata-se de um caso de má fé pura e simples.


RESPOSTA DESTE (E)LEITOR


Lamento que alguém com a responsabilidade do Guga Chacra faça uma afirmação tão distante da verdade. 
Defendo a liberdade de o professor transmitir qualquer "ismo", desde que constante do plano de ensino. Defendo a obrigatoriedade de que seja transmitida a faculdade de pensar e decidir ao invés de tentar convencer o aluno a professar a verdade do professor. 
Caro Guga, se você quer ter a coragem de agredir alguém, minha sugestão é que você não utilize a mentira a meu respeito. Mais de 500 leitores se manifestaram sobre a entrevista, no dia da publicação. Mais de 70% concordaram com minhas asserções. Mais de 1000 leitores clicaram no "Respeitar". Por parte dos que discordaram, houve muitas grosserias, mentiras, insultos e agressões. 
O Guga Chacra é o terceiro intelectual a juntar-se aos que praticaram a inverdade sobre essa questão. 
Sócrates está se retorcendo de vergonha em seu túmulo. Ele recusou-se a mentir, a negar sua verdade, a trapacear, a fugir. Preferiu a cicuta e inspirou uma civilização. Socorro-me dele para gritar pela paz e pela harmonia, objetivos primaciais do ser humano, que podem ser conquistados através da democracia — “o pior de todos os sistemas, exceto todos os outros”; e acrescento porque fundamentado na liberdade, na verdade, na coragem e na ética.
Por último e essencial: defendo a liberdade. Inclusive a liberdade dos canalhas.

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domingo, 21 de outubro de 2018

Transtorno obsessivo compulsivo


FOLHA DE SÃO PAULO — 21/Out/2018


O jornalista Antonio Prata faz ironia com os eleitores do Bolsonaro, com afirmações de que aspecto negativo da candidatura que apoiam “é melhor do que a roubalheira do PT”. Ele repete de forma recorrente cada aspecto negativo e a respectiva comparação, e caracteriza essa atitude como o resultado de transtorno obsessivo compulsivo. Transcrevo uma amostra ilustrativa do texto.

“— Ele disse numa entrevista que fechava o Congresso no dia em que tomasse posse.
 — Rapaz... Sou contra fechar o Congresso. Mas é melhor do que a roubalheira do PT.
 — Ele também disse que tinha que matar 30 mil pro Brasil dar certo.
 ..................”


RESPOSTA DESTE (E)LEITOR


Transtorno de 60 milhões de eleitores brasileiros, a ser imperiosamente demonstrado diante das urnas no dia 18 de outubro. A concordância está correta — não aquela referente à ironia obsessiva compulsiva de quem aceita a derrota, por doer menos; mas a gramatical.

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Um escritor mentiroso e desonesto


FOLHA DE SÃO PAULO — 21/Out/2018


Em artigo divulgado no jornal Folha de São Paulo, o escritor Reinaldo José Lopes comentou minha entrevista à jornalista Renata Agostini e publicada no jornal Estadão. O escritor afirmou que eu teria defendido “que o criacionismo seja ensinado nas escolas”. 

Em realidade, defendi que todos os “ismos” podem ser ensinados. Entretanto é obrigatório que o professor se abstenha de convencer o aluno de suas próprias convicções. Cabe ao professor estimular a faculdade de pensar do aluno. Cabe ao aluno fazer as opções que lhe convém, preferencialmente, com a orientação da família.

A opinião do escritor é mentirosa e desonesta.


RESPOSTA DESTE (E)LEITOR


Em janelas contíguas ao artigo do escritor RJL, na versão divulgada no “site” da Folha de São Paulo, postei dois comentários.


Objetivo primacial do ser humano: paz e harmonia. Instrumento para atingir o objetivo: democracia. Pilares fundamentais da democracia: liberdade, verdade, coragem e ética. Articulistas envolvidos na doença ideológica de qualquer vertente demoram a compreender. Alguns jamais compreenderão. A crença é irrelevante.





Qualquer "ismo" pode ser transmitido aos alunos, se previsto no plano de alguma disciplina. Porém, é inquestionável que o professor deva estimular a faculdade de pensar dos alunos em lugar de convencê-los a adotar seu "ismo" preferido. Simples: pensar com liberdade e verdade! Convencer que o articulista sofre de disfunção ideológica genética e foi contemplado por seus genitores com grosseria e estupidez é inaceitável, embora possa ser verdade.




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sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Canalhice de intelectuais estrangeiros



FOLHA DE SÃO PAULO — 19/Out/2018


Cerca de trinta intelectuais ex-chefes de estado e políticos estrangeiros, entre eles François Hollande, Bernie Sanders, Noam Chomski e Peres Esquivel, assinaram um manifesto contra Bolsonaro.


RESPOSTA DESTE (E)LEITOR


[O último parágrafo deste texto foi divulgado no campo ‘Comentários’, contíguo ao artigo que noticiou o malfadado manifesto, no site da Folha, em 19/Out/2018]

Uma vez mais a estupidez e a idiotice ideológica são usadas com ênfase para acusações ao candidato Jair Messias Bolsonaro. Asseveram sem qualquer constrangimento que “as posições do candidato ... nesta campanha eleitoral são calcadas em valores xenófobos, racistas, misóginos e homofóbicos.”

Falta a todos esses crápulas a coragem intelectual, moral e ética para esclarecer que, no primeiro turno das eleições brasileiras, em 7 de outubro, um dos grandes amigos do racista Bolsonaro, que é negro igual a carvão, foi eleito deputado federal pelo Rio de Janeiro com a maior votação da história daquele estado;  que o sogro do racista Bolsonaro é descendente de negro e tem o insofismável apelido de Paulo Negão; que uma mulher apoiada e apoiadora do misógino Bolsonaro foi eleita deputada estadual por São Paulo com a maior votação para esse cargo na história política brasileira; que outra mulher apoiada e apoiadora do misógino Bolsonaro foi eleita deputada federal por São Paulo com a maior votação para o Parlamento federal na história política brasileira; que o homofóbico Bolsonaro tem vários amigos gays, e que estes e muitos outros que sequer o conheciam antes, declararam de forma enfática os respectivos votos no candidato.

Como se isso não bastasse, segue uma sequência de indagações, cujas respostas sabidamente negativas são o maior indicador da canalhice dos políticos e intelectuais signatários do manifesto.

Eles divulgaram manifesto contra o assassinato do Celso Daniel, cuja tortura e morte em circunstâncias hediondas é atribuída ao PT ? Contra o responsável pelo maior escândalo de corrupção da História da Humanidade, que está mofando atrás das grades em Curitiba? Contra os responsáveis pela tragédia da Educação brasileira? Contra os mais de 30 milhões de brasileiros desempregados pela abjeção de seus aliados? Se não fizeram isso, a ética deles é constituída de substância mal cheirosa e estado de decomposição. Exclua-se!

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segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Entrevista – Estadão

‘É preciso nova bibliografia para escolas’, diz assessor de Bolsonaro para a Educação

General que ajuda a fazer plano de Educação quer retirada de livros com ‘ideologia’ e ensino da ‘verdade sobre 64’

Entrevista com
Aléssio Ribeiro Souto, general e integrante da equipe de campanha de Jair Bolsonaro (PSL)

Renata Agostini, O Estado de S.Paulo — 15 Outubro 2018 | 05h00

À frente do grupo que elabora propostas para o Ministério de Educação de um eventual governo de Jair Bolsonaro (PSL), o general Aléssio Ribeiro Souto diz que “é muito forte a ideia” de se fazer ampla revisão dos currículos e das bibliografias usadas nas escolas para evitar que crianças sejam expostas a ideologias e conteúdo impróprio. Ele defende que professores exponham a "verdade" sobre o “regime de 1964”, narrando, por exemplo, mortes “dos dois lados”. "Existe a verdade, quer se queira ou não. E ela nem sempre tem sido retratada", afirmou o general em entrevista ao Estado.
Ex-chefe do Centro Tecnológico do Exército, foi chamado a coordenar debates de ciência e tecnologia, mas acabou acumulando educação “por afinidade”. Contrário à política de cotas, defende a “prevalência do mérito” e diz que, se a ideia for aceita por Bolsonaro, serão estudadas medidas “não traumáticas” para substituir as regras. “Querem atribuir a Bolsonaro condição ditatorial. É chamado até de nazista. É mentira deslavada”, disse.

General Alessio Ribeiro Souto, assessor de Bolsonaro para a área da Educação Foto: Dida Sampaio/Estadão

Qual a proposta para o desenho do Ministério da Educação?
Há preferência do grupo por manter educação e ciência e tecnologia separados. Achamos que ambos cabem na nova quantidade de ministérios, que será reduzida, mas não entramos na questão. É preciso valorizar os professores e os cientistas, não importa em qual estrutura organizacional estejam. Preconizamos que esporte e cultura devam estar dentro do Ministério da Educação. Ah, o pessoal da cultura é contra. Mas isso é uma besteira tão grande. O Estado pode ser pequeno. O  importante é a funcionalidade e a gestão.
Quais as mudanças na área da educação o senhor vê como prioritárias?
Levantamos 14 “ideias básicas” para educação. Elas incluem valorização dos professores, motivação dos alunos, treinamento continuado dos 2,6 milhões professores que aí estão, alteração da formação das licenciaturas, revisão completa dos processos educacionais da base curricular, efetivo emprego dos recursos. Há muito dinheiro indo para o ralo da corrupção e há má gestão pura e simples. Você não pode dobrar o recurso para a educação, mas pode a cada ano aumentar 0,5% a mais do que a média do orçamento e, assim, em dado momento, terá aumento real.

Preveem reorganização na destinação dos recursos?
Em qualquer país razoável, 30% ou 40% dos recursos são destinados ao ensino superior. Este ano, aqui, a matriz deve ter chegado a 70% dos recursos para o ensino superior. Precisamos alterar, mas não se faz facilmente, porque teria de mandar metade das pessoas embora, professores e funcionários. Não é assim que as coisas acontecem, não queremos o regime ditatorial. Na democracia é diferente, tem de ser pactuado, aos poucos. Nossas “14 ideias básicas” darão resultado em médio e longo prazos. Para ter transformação efetiva da sociedade, como ocorreu no Japão e na Finlândia, precisamos de 60 anos. Estamos pensando em medidas para o curtíssimo prazo, como replicar a experiência de escolas públicas de bom desempenho para outras do mesmo Estado. Além disso, tudo que é de médio e longo prazo tem de ser desencadeado agora. Valorizar professor não dá resultado agora, mas tem de começar agora.
Inclui melhorar a remuneração?
A remuneração é quinto ou sexto tópico a se considerar. Pagar muito bem é uma absoluta impossibilidade agora. Antes disso, precisa do discurso de que magistério é importante. Os professores que estão aí precisam começar a acreditar que são importantes, porque hoje ninguém quer ser professor. Discurso, formação, aperfeiçoamento dos que já estão aí, resgate da autoridade do professor. Depois dos pais, tem de ter a ideia de que, em segundo lugar, reverenciamos professores. É absolutamente inaceitável a agressão ao professor. Isso tem de ser reprimido.
Como fazer isso nas escolas públicas?
Dentro dos meios democráticos e legais. Aquele que ameaçar agredir o professor, que dirigiu a palavra mal dita para o professor, tem de haver repressão. Democrática.
Como é repressão democrática?
Tem de ser retirado da sala. E, se agredir, polícia. Vai a polícia, leva as crianças e atua naquele que agrediu fisicamente através do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente)para os menores. E, para os adultos, polícia pura e simples. Delegacia. Não pode haver dúvida quanto a isso.
Mas há propostas de modificações?
O candidato Jair Bolsonaro é acusado de misógino porque queria a punição de alguém que estuprou a namorada e depois a matou. E a punição desse menor? Na minha visão, o menor bandido deve ser preso. Mas vai colocar na prisão junto dos maiores? Não. No pavilhão dos menores bandidos,  precisa ter tratamento do psicólogo, educador etc. Agora, nesse sentido, o ECA tem de ser mudado. Se ele permite que bandidos sejam protegidos, discordo. Assim que eu vejo.
Isso está na proposta?
Não entramos nesse tipo de detalhamento agora. Estamos levando as ideias básicas que passarão pela equipe de transição e para quem for o ministro.
Como ficará a política de cotas?
Uma das ideias básicas é a prevalência do mérito. O País deve chegar ao momento que não precisará de cotas. A cota é um remendo. Sou de família extremamente modesta, saí de casa aos sete anos de idade. Sou neto de negro e bisneto de índia. Nunca precisei disso, porque o Estado, a sociedade e a Nação me propiciaram educação pública de qualidade.
Cotas então não são necessárias?
Elas estão sendo necessárias para alguns e mal utilizada por outros para resolver um problema de má gestão governamental. Nossa proposta é a prevalência do mérito. Mas como fazer? Eliminar agora? É preciso equilíbrio. Que tal  ensino complementar aos desassistidos?
Quem são os desassistidos?
Pobre branco de olhos azuis não tem direito? Existem no Nordeste e no Rio Grande do Sul. No meu dicionário, não pode ter cor para o ser humano. Que tal se, em vez de cota, propiciarmos ensino adicional, correção dos erros existentes, complementariedade?
O senhor fala em reforço escolar, mas a cota garante o ingresso na universidade.
Quis mencionar minha posição pessoal. Nossa equipe não está tratando especificamente disso.  Se a ideia da prevalência do mérito for acolhida por Bolsonaro, estudaremos soluções não traumáticas (para mudar a política atual). Querem atribuir ao Bolsonaro a condição ditatorial. É chamado até de nazista. É mentira deslavada.
Como ficariam Prouni e Fies?
Achamos que é preciso continuar o financiamento do estudo. O País nunca vai transformar os pobres em ricos. Não é todo mundo que chegará lá. Mas os mais talentosos entre os pobres precisam ter acesso ao nível superior. O Prouni requer estudo, mas, pelo que li, não vejo razão para pensar em acabar.
Por que é necessário revisar o currículo escolar?
É muito forte a ideia básica de revisão dos processos curriculares, das bibliografias.  Isso precisa ser muito cuidado para não termos absurdos que vimos na TV como livros distribuídos para crianças de sete anos que deixa mães estupefatas. Determinadas coisas são responsabilidade dois pais. A escola tem de tratar do problema, mas não tem de influenciar para uma direção ideológica. E, nesse sentido, estamos colocando uma revisão completa dessas questões curriculares.
Com qual objetivo?
Impedir que tenhamos na escola a orientação de um determinado partido ou corrente ideológica em dado momento. Isso é inaceitável. Foi pregado pelo Bolsonaro que ele vai combater num eventual governo dele a ideologização das escolas, a transmissão das questões relacionadas à sexualidade, à ideologia de gênero, que é um direito inalienável dos pais. Ele transmitiu isso e por isso me convenceu de que eu poderia contribuir para a campanha dele.
E se um pai desejasse que o professor ensinasse criacionismo em vez de a teoria da evolução?
Isso que eu saiba não está errado. Foram questões históricas que ocorreram. Se a pessoa acredita em Deus e tem o seu posicionamento, não cabe à escola querer alterar esse tipo de coisa, que é o que as escolas orientadas ideologicamente querem fazer, mudar a opinião que a criança traz de casa. Cabe citar o criacionismo, o darwinismo, mas não cabe querer tratar que criacionismo não existe.
Mas no currículo escolar não consta o criacionismo. Fala-se da teoria da evolução.
A questão toda é que muito da escola na atualidade está voltada para a orientação ideológica, tenta convencer de aspectos políticos e até religiosos. Houve Darwin? Houve, temos de conhecê-lo. Não é para concordar, tem de saber que existiu.
O senhor já se manifestou a favor de retirar livros que não contassem “a verdade” sobre 1964.
A única coisa que vou falar sobre 64 é que eu só aceito ler e debater aspectos do regime de 64 à luz da liberdade e de praticar a verdade, a coragem e a ética. Fora disso, sequer aceito a ideia de debater.
O senhor entende que os livros de história não refletem a verdade ao tratar 1964 como golpe militar?
Não entro na questão de golpe, porque é algo menor. Há quem diga que o afastamento da Dilma, feito no âmbito do Congresso e do Poder Judiciário, foi golpe. Felizmente, o povo mineiro disse para ela: você não estava falando a verdade. Impediram que ela fosse eleita. A questão da palavra golpe me parece menor. Agora, sonegar para crianças de dez, 12, 16 anos o que ocorreu? Não concordo. Não gostaria de falar mais sobre o assunto.
Mas é preciso esclarecer sua posição.
Não tenho medo de debater com transparência. No período de 1945, cerca de 400 e poucos brasileiros morreram para derrotar o nazismo. Em 1964, houve 450 mortes dentre aqueles que queriam implantar a ditadura do proletariado. Mas houve 117 mortes daqueles que não queriam. Quando você trata dos problemas e das mortes  - e guerra traz mortes - tem de tratar dos dois lados. Existe a verdade, quer se queira ou não. E ela nem sempre tem sido retratada. Com frequência, minhas filhas chegam em casa falando coisas que não posso aceitar. Mas não está no livro de história, está na boca do professor.
Como pretende atacar isso?
Orientar toda a cadeia de gestão, até o professor na sala de aula, que nós buscamos a paz e a harmonia através da democracia e de praticar a verdade. E não usar a mentira e a canalhice. E aí é a mudança que Bolsonaro ofereceu ao povo brasileiro e foi acolhida majoritariamente.


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