quinta-feira, 30 de abril de 2020

Dentro do alçapão


Normalmente, o jornalista William Waack adota uma posição de independência, o que lhe dá uma aura de confiabilidade não encontrada entre a maioria de seus pares. 

Por essa razão, em 2018, ele foi despedido da rede Globo, onde conduzia um jornal televisivo noturno. 

Depois que ele foi admitido na rede CNN, com alguma frequência, dúvidas surgem em relação ao que expressa em suas análises da complexa conjuntura política. 

É o que se constata na crônica “Dentro do alçapão”, em que o articulista trata da tripla crise que o presidente Bolsonaro enfrenta: a econômica, a política e a do coronavírus; e lhe atribui responsabilidade plena nos problemas do Brasil.

Há problemas? Sim. Mas a responsabilidade de um formador de opinião não pode igualá-lo a um torcedor de futebol. Equilíbrio e isenção é preciso. 

O articulista está se somando aos políticos, intelectuais, demais jornalistas e artistas que erraram nas últimas décadas. Efeito CNN? Acorde, prezado articulista. Pela primeira vez, um político oferece aos cidadãos o que eles aspiram. Tudo bem, com muitas imperfeições; mas o que quer que elas sejam, é melhor do que a safadeza, a canalhice e a corrupção que campearam no Brasil desde tanto tempo. As transformações em curso no mundo não foram percebidas. E no Brasil, continuam sendo ignoradas. O que é essencial: se não der certo dessa vez, podemos tentar outras. Não é assim na democracia?
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[Divulgado no Estadão online de 30/Abr/2020]
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terça-feira, 28 de abril de 2020

Campanha recorrente e insidiosa


O jornal Globo divulgou com ênfase o resultado de uma pesquisa do Datafolha, informando que a população brasileira se divide em relação a impeachment do presidente Jair Bolsonaro, bem como revelando que aumenta a quantidade de brasileiros que apoia pedido de renúncia do mandatário da República.
É imprescindível não esquecer que esse instituto não demonstra a lisura que se espera de uma instituição com sua responsabilidade. Afinal, houve erros grosseiros nas pesquisas de opinião relativas à eleição presidencial de 2018 — naquele pleito, Bolsonaro perderia para o candidato opositor, do corruPTo Partido dos Trabalhadores. 
Pela recorrente e insidiosa campanha que desenvolve contra o governo federal, essa organização de mídia tem perdido expressivas fatias de leitores, ouvintes e telespectadores.

Nenhuma preocupação. De acordo com os resultados antecedentes — que refletem inconfiabilidade e falta de seriedade — o Datafolha está certo. Estaria errado se divulgasse algum resultado favorável ao atual governo. Sim, porque pelo Datafolha, o presidente do Brasil seria o candidato do Foro de São Paulo.
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[Divulgado no Globo online de 27/Abr/2020]
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O juiz que fraquejou


O juiz Sérgio Moro se consagrou no combate à corrupção na Justiça Federal em Curitiba, ao atuar para julgar, condenar e prender políticos e empresários poderosos. Depois, foi alçado à condição de Ministro da Justiça do Governo Bolsonaro. À medida que o tempo foi passando, as interações com o Presidente da República sofreram desgaste. Por via de consequência, no mês de abril de 2020, em entrevista para a TV, o ministro informou que estava se demitindo e ao longo de uma hora fez uma série de acusações ao Presidente para justificar sua atitude. 
Foi um choque para todos os que apostaram numa mudança de paradigmas políticos no Brasil. Num primeiro momento, enviei-lhe uma mensagem twiiter expressando solidariedade. Num segundo momento, percebi que havia cometido um erro. 
Entre outros aspectos, o Sr. Sérgio Moro deixou de comunicar diretamente ao Presidente sua decisão de se demitir do cargo; informou à população razões que, anteriormente, tinha mencionado publicamente o contrário; e utilizou cópia de mensagem trocada em particular com sua afilhada de casamento para justificar fatos injustificáveis. 
Valendo-me dos valores que aprendi ao longo de minhaa trajetória pessoal e profissional, admiti o erro e corrigi a atitude tomada no calor da surpresa e da indignação. O Sr. Sérgio Moro cuidou de sua biografia e descurou da biografia de 209 milhões de brasileiros. O Sr. Sérgio Moro incorreu em duas das piores falhas que se pode atribuir a um ser humano: descumprimento de compromisso e traição. Ponto.

@SF_Moro – Na obscuridade, durante dois anos, trabalhei pelas ideias e valores do atual governo. Cumprimentos Dr. Sérgio Moro. Sua atitude de hoje comprovou que valeu a pena. A luta continua. Aléssio Ribeiro Souto


@SF_Moro – Errei. Descumprimento de compromisso e ausência de lealdade prevaleceram. Surpresa, indignação, realismo e reflexão impõem a reafirmação de crenças, valores, disciplina e honra; em oposição a desrespeito e traição. Às crianças que nos substituirão, faltou o exemplo. Aléssio Ribeiro Souto

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[Mensagens twitter para o Sr. Sérgio Moro]
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segunda-feira, 27 de abril de 2020

Pandemia e política — esperança e otimismo


Diante do trauma, do drama, do acidente, da tragédia, não raro, o ser humano pode se encontrar diante de um conjunto de reações que dão uma boa medida da associação (ou da oposição) entre a razão e a emoção.
Assim, pensando na atual conjuntura, permeada pela pandemia do coronavírus, no âmbito global e pelas contradições da política, no âmbito nacional (com as demissões sucessivas do Ministro da Saúde, médico Henrique Mandetta e do Ministro da Justiça, juiz Sérgio Moro) — adaptando-se antiga assertiva, cujo autor foge da lembrança — confirma-se que a crise grave e inesperada pode suscitar a seguinte sequência de reações:
     surpresa e choque;
     indignação e revolta;
     realismo e reflexão;
     bom senso e razão; e
     avaliação e solução. 
Quando chega o momento de encarar o realismo e se submeter à reflexão, surge o impacto das crenças, da fé e dos valores essenciais para que não haja pessimismo, desânimo e desistência da busca de uma trajetória construtiva, favorável e benéfica.
A prevalência do bom senso e da razão conduz necessariamente à análise serena e plena de apelos à faculdade de pensar. Daí resulta a avaliação com todos os dados objetivos e as respectivas influências do mundo subjetivo. Claro, o velho jargão de que crise é oportunidade torna-se estimulante imperioso.
Sem entrar no mérito e nas sendas da solução, é imperioso que se subordine inequivocamente à pertinácia na construção de um mundo melhor para as crianças que nos substituirão no futuro, em consonância com as noções primaciais de decência, liberdade e democracia, isto é, com submissão à meta de permanente busca da paz e da harmonia pessoal, familiar e da sociedade, em toda amplitude possível.
A ultrapassagem das limitações impostas pela pandemia do coronavírus e das decepções no âmbito da elevada política governamental ocorrerá de forma tão tranquila ou harmônica quanto sejam nossa intenção e ação para que assim aconteça. Isolemo-nos e afastemo-nos do vírus e apeguemo-nos à possibilidade de mudar a política quantas vezes forem necessárias para manter o curso em direção à vanguarda conveniente e requerida.
Que chegue a vacina e o medicamento eficaz contra o coronavírus; e eles chegarão. Que os ministros não comprometidos com a virtude, os integrantes do clã não alinhados com a decência e as ações gerenciais não satisfatórias sejam afastados, eliminados ou superados; e eles serão. Prevalece a esperança e o otimismo. As transformações são inevitáveis e o mundo é e será inequivocamente melhor.

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domingo, 26 de abril de 2020

O ur-fascismo e seus seguidores


A rede Globo têm mantido uma sequência de matérias e análises cuja meta inequívoca é inviabilização e neutralização do governo federal.
O artigo “O fascismo à espreita” é um exemplo ilustrativo dessa abordagem, ao tentar atribuir ao atual governo a condição de fascista.
Utilizo os argumentos do articulista para demonstrar a imparcialidade e a impropriedade de sua visão.

Brilhante crônica de ilustração do ur-fascismo, isto é, do comunismo, do nazismo e dos demais primos. Claro, inclui tudo o que o Foro de São Paulo pregava; abrange o que o então presidente e convicto presidiário e sua capacho queriam para o Brasil. Inclui também todos os admiradores, defensores, apoiadores da oposição à liberdade e à democracia, encastelados em todos os degraus da pirâmide social (na política, na mídia, na academia e demais instalações de deposição do que o ser humano precisa se livrar).

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[Mensagem divulgada no Globo online de 26/Abr/2020]
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quarta-feira, 22 de abril de 2020

Freud não explica


O conteúdo do artigo “Só Freud explica”, da jornalista Rosângela Bittar é uma indicação de que o sobrenome homônimo daqueles que se declaram proprietários do sítio que o ex-presidente presidiário Lula se preparou para morar se fosse convocado para morar um bom tempo na penitenciária não é mera coincidência. Há razoável indício de que ela faz parte da família cúmplice da organização criminosa ligada ao condenado de Caruaru.
Nesse contexto, a articulista declara que o atual Presidente da República tem “um comportamento psicossocial repetitivo, estimulado pelo prazer contínuo de transgredir” e aduz que se trata de “um irônico enquadramento da ação presidencial no ambiente psicanalítico, que ‘só Freud explica’ ”.
A oposição e não concordância é explicável, legítima e associado à condição humana. A ignorância do bom senso, da lógica e da razão tem o condão da submissão ao radicalismo e à estupidez.

Errou! Freud não explica que a pessoa se declare jornalista e pratique um jornalismo tão zurrapa. Freud não explica que a pessoa prefira aqueles que praticam a corrupção. Freud não explica que a pessoa prefira o cara que está na lista de corruptos da Odebrecht. Freud não explica que alguém tão artificial consiga derrotar a política que jogou o País na maior crise da história. Freud não explica que a esquerda precise de psicanalista para acostumar-se com a derrota. Claro, Freud não explica porque, enquanto leitor leigo e ignorante, escrevo no nível sanitário da articulista.

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[Mensagem divulgada no Estadão online de 22/Abr/2020]
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terça-feira, 21 de abril de 2020

Oposição não republicana


O ex-presidente e presidiário Lula e seus seguidores decidiram ingressar no universo daqueles que querem impedir o Presidente de República de continuar governando. Assim, aqueles que preferem a prática política associada com o nefasto “toma-lá-da-cá” e com a hedionda corrupção vivenciam o inconformismo de terem sido afastados da fonte de poder e de satisfação de interesses pessoais em detrimento dos interesses da coletividade. 
No artigo “Lula e o PT mudam posicionamento e decidem aderir ao Fora Bolsonaro”, constata-se que a oposição raivosa vale-se de erros de abordagem, atitude e comunicação social no âmbito da Presidência da República, para empreender o enfrentamento pela ideia não republicana de afastamento dos que lhes atrapalham de não lhes convêm.

O presidiário e sua cúmplice não precisam pedir isso. Os integrantes do atual governo já estão foram da corrupção, da bandidagem e da canalhice nas quais os solicitantes sempre estiveram dentro. Bem, a menos que, por dificuldade de compreensão de seus seguidores, eles precisem explicar isso de forma clara e detalhada.

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[Mensagem divulgada no Estadão online de 21/Abr/2020]
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domingo, 19 de abril de 2020

Só a mudança é permanente


O presidente da República tem ido a manifestações públicas em apoio a seu governo, inclusive na de ontem, em que os populares pleiteavam o afrouxamento de medidas contra a pandemia do coronavírus e expunham o inconformismo contra as ações do Congresso e da Suprema Corte. 
As críticas às atitudes do presidente têm sido frequentes. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso considerou lamentável que o mandatário da Nação participe desses eventos.

Está na hora de a população acordar, sair do isolamento e reagir contra o Deputado da lista da Odebrecht, contra os políticos que querem impedir as medidas emergenciais para combate à crise, contra os ministros da Corte cuja investidura não satisfez ao critério da ilibada conduta e contra a mídia que apoia tudo isso. Se querem a ditadura da falsidade, da tragédia e da corrupção, atuemos em sentido contrário para transformar a realidade em decência, verdade e ética. E que seja logo para não precisar ser tardia.
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[Divulgado no Globo online de 19/Abr/2020]
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Conjuntura assustadora


Em relação às demonstrações deste domingo, com a presença do Presidente da República em uma delas, gerou uma série de reações do meio político e judicial. Um ministro do STF chegou a declarar que é assustador o que os cidadãos estão presenciando. Ressalto que há uma série de razões para que a conjuntura seja plena de sustos.

Assustador é o País ficar na dependência de políticos que fazem parte da lista de propina da empresa Odebrecht. 
Assustador é o País ficar na dependência de quem ascendeu ao alto cargo da República sem satisfazer ao critério de ilibada conduta. 
Assustador é o Parlamento impedir as ações governamentais emergenciais. 
Assustador é o País colocar os recursos nas mãos de notórios malfeitores de recursos públicos.
Assustador é parcela expressiva da imprensa apoiar essa marcha inexorável para o caos e para o precipício. 
Está na hora do Brasil acordar. Depois, pode ser tarde.
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[Mensagem divulgada no Estadão e no Globo online de 19/Abr/2020]
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Sendas de uma trajetória

Não se pode ter Forças Armadas de primeiro mundo em País de Terceiro Mundo. 

Ressalto que uso essa gradação para ser cuidadoso e não colocar uma parcela de integrantes do Parlamento e do Poder Judiciário no local correto em que eles fazem questão de se situar. 

Em consequência, com as atitudes de enésimo mundo de anões da praia de Botafogo e daqueles que não foram escolhidos pela ilibada conduta, pode chegar o momento em que se torne necessário uma opção: 

(i)     deixar que o País siga em marcha acelerada em direção ao precipício, situado na fronteira do caos; 

(ii)  diligenciar para que o precipício não seja o fim último da trajetória de um dos maiores países do mundo.

Como atuar?

 

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Mensagens ‘tuitadas’ em site alemão


Em vídeo divulgado pelo site alemão dw.com, o governador João Dória — em propaganda contra o Brasil no exterior — tece severas e grosseiras críticas contra o governo federal brasileiro e faz a defesa de sua própria ação contra a pandemia do coronavírus. Eis meus comentários tuitados na versão espanhola do site germânico ....

O vídeo divulgado por dw.com sobre acusações do Governador João Dória, de São Paulo, contra o presidente Jair Bolsonaro é a evidência inquestionável de que Dória é portador de Narcisismo Patológico Maligno. Apresento-vos as razões.

Jair Bolsonaro foi eleito presidente do Brasil com uma severa plataforma de combate à corrupção. Em quase um ano e meio de governo, jamais se tomou conhecimento de qualquer ato relativo à corrupção.

Embora a imprensa não divulgue, as medidas do governo Bolsonaro contra o coronavírus no Brasil estão entre as mais eficazes no mundo.

O governador João Dória é mentiroso, canalha e corrupto. Na juventude, ele foi demitido de cargo público por desvio de dinheiro. 

O Covid-19 chegou ao Brasil antes do carnaval. João Dória estimulou a participação de brasileiros e estrangeiros no carnaval, o que significou reuniões de milhões de pessoas na cidade de São Paulo.

Em consequência, hoje, São Paulo tem a maior concentração de infectados e mortos por coronavírus no Brasil. Agora, João Dória mente descaradamente, posando-se de defensor do isolamento social para o combate ao coronavírus.
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[Mensagens tuitadas no site dw.com em 19/Abr/2020]
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sábado, 18 de abril de 2020

A consequência do que fizeram com o Brasil


A propósito das interações da Presidência da República com o Parlamento, convém lembrar que, no artigo “Isso é Bolsonaro”, o historiador e professor da UNESP, Alberto Aggio, fez uma tentativa de avaliar o significado do personagem que está no comando do Poder Executivo brasileiro.
Nesse contexto, o professor Aggio tratou das interações de Bolsonaro com o Exército, da forma como teve sucesso em suas primeiras eleições, da característica mais relevante que é a busca permanente do confronto. Porém, deixou de lado a turbulência que fez os cúmplices da maior crise político-institucional serem afastados do poder no Brasil; e acabou ficando nas margens do redemoinho, não conseguiu ir além da antiga visão de mundo e não teve sucesso em caracterizar as transformações em curso.
O articulista não logrou êxito em sair do universo de políticos, intelectuais, jornalistas e artistas que desde a campanha política pré-eleitoral de 2018 insistem em querer a permanência do Brasil no fingimento de que estamos vivenciando a liberdade, a verdade, a coragem e a ética requeridas e ansiadas por larga margem dos seres humanos. 
Ele asseverou que “Bolsonaro é efetivamente um personagem singular, minimamente letrado, um tanto tosco ...”, porém prefere não admitir que esse personagem enxerga a realidade anos antes dos outros e usa sua percepção e singularidade para transformar o que outros povos só conseguiram via revolução violenta. 
Ao invés de mencionar que “Isso é Bolsonaro”, melhor seria o professor afirmar “Bolsonaro é a consequência do que fizeram com o Brasil”. Vale dizer, não se pode analisar um personagem que aflorou na conjuntura; é preciso uma plena compreensão da própria conjuntura, bem como a decisão da maioria dos cidadãos de opor-se àqueles que protagonizando a trajetória, jogaram o País para a beira do precipício, conspurcando valores, noções de decência e tantas outros paradigmas caros aos cidadãos. Tivesse enveredado para essas sendas, aí ele poderia destrinchar o fundo, onde age imperceptivelmente o redemoinho.
A nave segue e vai ultrapassar 2022.
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[Extrato do texto divulgado no Estadão online de 18/Abr/2020]
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quinta-feira, 16 de abril de 2020

Ser jornalista, fazer juízo de valor e informar


Como tem ocorrido de forma recorrente, a colunista Vera Magalhães utiliza o espaço conquistado no Estadão para contrapor-se às mudanças em curso no País a partir da reviravolta política de outubro de 2018, quando as facções de esquerda foram varridas do governo federal. 

Desta feita, ao analisar o discurso do presidente da República por ocasião da cerimônia de posse do novo Ministro da Saúde, ela foi além da “linha de partida” e ultrapassou os limites razoáveis.

No título da matéria, “Atordoado, Bolsonaro cita até ‘estado de sítio’ ”, e na conclusão, ao utilizar, entre outras, a expressão “trair desejo incontido” de parte do presidente, ela evidenciou atitude de incontrolável inconformismo e até tendência para a ira gratuita, de parte de analista que deveria primar pelo equilíbrio entre a oposição e a concordância; e entre o subjetivismo e a lógica.
Enfrentar tais formadores de opinião sem cair na tentação de imitá-los, repeti-los e igualá-los não é tarefa exatamente fácil. Tentar é desafiante!

Trair desejo incontido? Essa senhora escreve as coisas com o inconsciente? Ou é especialista nisso também e aí se expressa de forma consciente? 
Até acredito em sua boa fé — uma vez ou outra, claro. Ela precisa ser jornalista e não uma subordinada do patrão: teria que ir a Campo Grande e pesquisar na Justiça e no MP as questões em curso. Estudar um pouquinho de estatística, observar os dados divulgados pelo Ministério da Saúde, verificar se estão completos, compará-los município a município bem com os de outros países. 
Aí, tentar ser jornalista, fazer juízo de valor e informar. Os cidadãos agradeceriam.
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[Divulgado no Estadão online de 16/Abr/2020]
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Agora é com os cidadãos


O Presidente da República demitiu o Ministro da Saúde Henrique Mandetta. 
Era imperioso que o fizesse. Sua gestão teve aspectos positivos no enfrentamento da pandemia do coronavírus, mas deixou a desejar em outros aspectos essenciais, tais como: o tratamento da moléstia com a hidroxiclocoquina, o isolamento social sem a flexibilidade requerida pela diversidade brasileira, a renúncia à comunicação social realista porém tranquilizadora e o egocentrismo e autossuficiência dissuasores da coesão requerida na mais grave crise do século atual. Isso sem falar nos antecedentes do ministro no exercício da gestão de hospital e da Secretaria Municipal de Saúde em Campo Grande.
Que problema resta para que o País possa emergir da crise em condições de prover ao povo brasileiro a perspectiva de um destino consoante com os valores maiores do ser humano?
Claro, o titular da Câmara dos Deputados é o alicerce das mazelas políticas que insistem em não aderir às transformações requeridas para a concretização das metas voltadas para a  prevalência da virtude.

A nave segue! O titular da Saúde, médico, que propalava que seu fundamento era a Ciência — mas na realidade precisa de tempo para cuidar de seus problemas em Campo Grande, no âmbito da Justiça — foi substituído por um médico PhD, cientista, e de quebra empresário bem sucedido. 
Agora é com os cidadãos: 
(i) o que fazer com um caboclo cujo único status superior é a participação na lista da Odebrecht, que o ajudou a ganhar 75.000 votos; e com isso ascender à elevada responsabilidade pública? 
(ii) O que fazer com alguém integrante de um universo em que, desde 1997, quase todos — cerca de 10 Presidentes da Câmara; apenas uma exceção — apresentam problemas com a justiça, seja processo, cassação de mandato ou prisão por corrupção ou outros malfeitos?
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[Mensagem divulgada no Estadão online de 16/Abr/2020]
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[Mensagem divulgada no Globo online de 16/Abr/2020]
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[Mensagem divulgada no Correio Braziliense online de 16/Abr/2020]
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quarta-feira, 15 de abril de 2020

Pensar, comunicar e agir sem mácula


A sequência de episódios envolvendo o Ministro da Saúde — que pode ser demitido a qualquer momento — é rica de ensinamentos para a escolha de profissionais para o exercício de funções públicas. 

Nota esclarecedora.
Cerca de 14 horas depois que escrevi estes rabiscos, o médico Mandetta, Ministro da Saúde, foi demitido pelo Presidente da República.
Houve um terrível engano em sua investidura para o cargo.
Sua demissão, ainda que tardia, foi um enorme acerto!

A lição mais robusta e contundente, com enorme impacto nos interesses da sociedade, é a imperiosa necessidade de reavaliar os conceitos de canalha, mau caráter, corrupto, enganador, covarde e traidor.
Os critérios para a reavaliação devem ser norteados por:
(i)   desastrosa gestão de Hospital ou de Santa Casa de Misericórdia; 
(ii)  acusação formal na justiça em face de corrupção no exercício da função de Secretário de Saúde;
(iii) argumento científico não unânime (dado que a Ciência não raro é a expressão de dúvida); 
(iv) assertiva de efeitos colaterais de remédios utilizados no País há mais de 50 anos; 
(v) covardia no uso de medicamento que salva mais do que quando não é usado;
(vi) malandragem na comunicação social para opor-se a autoridade constitucionalmente investida e convencer os cidadãos com argumentação falaciosa, não unânime e controversa;
(vii)  associação com notórios opositores para fomentar a cisão onde é essencial a tentativa do coesão; 
(viii) insuficiência de levantamento de dados essenciais, referentes a todos estados e municípios da Federação;
(ix) falha na transmissão de informações tranquilizadoras de interesse público; e
(x)  desconsideração aos demais titulares das Pastas da República, com responsabilidades também essenciais ao enfrentamento da crise.
O candidato a cargo público deve ter confirmada a ilibada conduta pessoal e profissional, à luz da avaliação com os critérios mencionados.
A meta primacial é — na eventualidade de uma crise com a gravidade da pandemia do coronavírus — não se ter autoridade que demonstre pensar, comunicar e sobretudo agir, com máculas gravíssimas, identificadas somente a posteriori.
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[Divulgado no Estadão online de 16/Abr/2020]
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[Divulgado no Globo online de 16/Abr/2020]
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[Divulgado no Correio Braziliense online de 16/Abr/2020]
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