quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

Canto do Hino Nacional


Na matéria “Aluno é obrigado a participar da execução do Hino Nacional? Tire suas dúvidas” (Estadão de 27 de fevereiro), diante da indagação se “as escolas precisam cumprir o pedido do MEC de cantar o Hino Nacional”, o autor da matéria responde: “Não. Todas as escolas do País, públicas e privadas, têm autonomia e podem decidir, se vão ou não aceitar o pedido do MEC.” Há controvérsia nessa asserção. Opinei e postei.
Creio que há um engano na matéria. A autonomia das escolas públicas e privadas não lhes concede o direito de agir contra o que determina a lei. Nesse sentido, o Congresso Nacional votou e o presidente sancionou uma lei que determina o canto do Hino Nacional nas escolas. Ontem, o Estadão divulgou a lei que estatui a obrigatoriedade da execução do Hino Nacional (Lei 12.031/2009). Portanto, não se trata de “cumprir os pedidos do MEC”, mas de cumprir o que determina a lei.

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[Divulgado em 'Comentários' do Estadão online, em 27/Fev/2019]
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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

Bolsonaro e os militares


No artigo “A hora do Capitão” (Estadão, de 21/Fev/2019), o jornalista William Wack faz uma boa análise da dinâmica do governo federal, mas subestima as possibilidades do presidente Bolsonaro. Entendo que há controvérsia em pelo menos uma asserção contida no texto. Inseri minha opinião no campo ‘Comentários’, contíguo ao artigo do consagrado articulista.

Brilhante, porém desta feita, William Wack afirma que “sem os militares, Bolsonaro não tem condições de sobreviver no cargo”. Ato falho? A grande maioria dos políticos, intelectuais, jornalistas e artistas não acreditava em sua eleição e tudo fizeram para derrotá-lo. Mesmo ferido, foi eleito; escolheu um excelente ministério; livrou-se de um mau caráter; enfrenta a Globo, a Folha e outros; apresentou medidas de combate à criminalidade a ao desequilíbrio previdenciário. Está transformando o Brasil! Senhor W2, não deixe a virtude do brilhantismo ser mitigada por eventual esquecimento.

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[Divulgado em 'Comentários' do Estadão online, de 21/Fev/2019]
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Inexistência de projeto político


No artigo “Para Freixo, governo tem 3 grupos: do mercado, militar e ‘A Praça é nossa’ ” (Correio Braziliense de 21/Fev/2019), o deputado federal Marcelo Freixo, do PSOL-RJ, afirmou que “nem ele [presidente Bolsonaro] esperava ganhar [a eleição]. Falta projeto político”.

A esse respeito, postei o texto constante do próximo parágrafo no campo ‘Comentários’, contíguo ao mencionado artigo.

O Sr. Freixo afirma que “falta projeto político”. Realmente, ele está se referindo à oposição à qual pertence. De fato, eles não podem ter projeto político pois os líderes estão em algumas das seguintes situações: inserção do Brasil na maior crise da História; prisão por corrupção e outros crimes; viagem à Venezuela apoiar o responsável pela destruição do país; fuga para o exterior por razões não explicadas; apresentação no exterior de filme sobre bandido, terrorista e assassino brasileiro; estupefação porque o Bolsonaro está operando a maior transformação do Brasil de todos os tempos.

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terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Combate ao crime organizado

Um conjunto de juristas e ex-ministros reuniu-se no âmbito de uma comissão, em São Paulo, para avaliar e tecer críticas ao projeto de lei anticrime do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro. Essas personalidades integram as correntes de esquerda que, em desacordo com as novas tendências expressas pelo povo brasileiro nas eleições de outubro de 2018, insistem em manter o Brasil no ambiente que gerou a maior crise da história do País. Minha indignação contra essa estapafúrdia encenação foi divulgada no fórum de leitores do Estadão. O texto é apresentado a seguir.
O ideário da Comissão que está criticando o projeto do Ministro Sérgio Moro foi escorraçado por 60 milhões de brasileiros na eleição presidencial de outubro de 2018. Portanto, não há qualquer problema — que ladrem! O povo brasileiro não quer a herança recebida. Não quer um dos piores sistemas educacionais entre os 80 países mais relevantes. Não quer a práxis política do “toma lá dá cá”. Não quer a corrupção. Não quer 11 milhões de pessoas passando fome. Quer a transformação. Quer a democracia baseada na liberdade, na verdade, na coragem e na ética. Aceitem a mudança ou procurem um psicanalista!
Por óbvio, o povo brasileiro não quer a criminalidade organizada e sobretudo não quer a pior das criminalidades — a corrupção praticada pelos políticos, eleitos para deliberar em seu nome. Essa Comissão é integrada por quem já teve a oportunidade de alterar esse quadro e se omitiu. Essa Comissão é integrada por quem quer manter o status quo — constituído pelo Brasil que não queremos. Brasil Acima de Tudo! À porta! Transformação já!
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domingo, 17 de fevereiro de 2019

A atuação da USP

A USP cancelou a matrícula de estudantes de colégios militares aprovados no vestibular pelo Enem, sob a alegação de que as escolas mantidas pelo Exército não se enquadram no sistema de cotas, contrariando dessa forma até deliberação com interesse para o tema, do Supremo Tribunal Federal.
No ranking CWTS Leinden Ranking, pouco conhecido mas de insuspeita credibilidade — e que avalia a efetividade da produção científica — a USP se coloca na desconfortável posição 780º. É difícil de acreditar, porém quem duvida pode pesquisar no site http://www.leidenranking.com/ranking/2018/list. Por apego à verdade, convém destacar que os demais rankings confiáveis (que levam em conta outros aspectos além da produção científica), colocam a USP na faixa de classificação entre 150 a 300, o que não configura uma situação alentadora.
Em relação ao cancelamento das matrículas, não há problema, a justiça já foi acionada pelos estudantes e é uma questão de tempo, a correção da atabalhoada decisão dos gestores da principal universidade brasileira. O adjetivo utilizado é uma forma de suavizar o que na realidade é um desastre lógico, racional e acadêmico.
No atinente à efetividade da produção científica, aí entramos em outra esfera da arquitetura do pensar. Primeiramente, quais seriam as causas desse desempenho? Alinhavemos as possibilidades: atuação dos gestores decisores, qualificação dos professores, responsabilidade e comprometimento na condução da atividades acadêmicas, qualidade do universo fornecedor dos pós-graduandos, processo de admissão dos pós-graduandos, metodologia de produção dos trabalhos acadêmicos, insuficiência de recursos financeiros, deficiência no emprego dos recursos disponíveis, corrupção financeira e, sem querer esgotar as ideias, a prevalência de viés ideológico em detrimento do essencial viés científico. Não seria o caso de se pensar em todas essas causas como arcabouço do pífio desempenho da USP? Segundamente, dá o que pensar ..., afinal os grandes desastres jamais têm uma única causa; habitualmente, derivam de uma conjugação encadeada de vários fatores desencadeadores. Então, uma hipótese razoável é imaginar que a maioria dos fatores apontados contribui para que a USP decida, pesquise, publique mal e, em sentido geral, responda pior.
Imaginemos um diálogo fictício entre Armando Sales de Oliveira e Julio de Mesquita Filho, fundadores da USP. Apenas duas frases: 
 Naquela época, fizemos o que era necessário para que as gerações posteriores tivessem a oportunidade de viver à luz do ser, pensar e saber, de forma plena,  para buscar o objetivo primacial do ser humano — a paz e a harmonia. 
  É verdade! É desalentador constatar que agora eles preferem o lado sombrio da realidade.
Imaginemos também um diálogo real entre dois dos integrantes do universo de 11 milhões de brasileiros que passam fome:
 Quando, por não dispor de recursos, a gente deixa de comprar bens essenciais, estamos contribuindo para que os recursos que deveriam ser empregados em nosso favor sejam desviados para Educação na USP.
  É verdade! Mas quando falta “alimento” para os gestores acadêmicos, eles fazem o que estão fazendo!
Para sair do ambiente lamacento em que a mediocridade se assenta, é imperioso asseverar que estamos vivenciando um momento histórico de transformações em nosso País. Há a aspiração, a expectativa e a esperança de que as mudanças revolucionárias cheguem à Educação e, em particular, às 69 universidades públicas federais e às congêneres estaduais, e assim os fundadores da USP não precisem mais dar solavancos onde quer que estejam.


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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

Militarização de escolas no DF


O Correio Braziliense noticiou que a "maior novidade na área de ensino do Distrito Federal em 2019 e do início da gestão de Ibaneis Rocha (MDB), a militarização das escolas públicas da capital, que entrou em vigor ontem em quatro colégios, deve ser estendida a outros 36 estabelecimentos." 

A matéria acrescenta que o empreendimento "depende do sucesso do projeto-piloto e da aprovação do projeto de lei na Câmara Legislativa em dois turnos. O GDF promete ouvir alunos, pais, professores, diretores e dados científicos, antes de levar o modelo às demais unidades."

Essa iniciativa causou intenso debate, sendo que os parlamentares de oposição, conforme esperado, já se posicionaram contra.
Houve manifestação dos leitores do jornal. Dei a minha contribuição. O Ciro Gomes rebateu minha opinião com a habitual falta de lhaneza no trato e com ofensas. Reproduzo e comento o debate. Em itálico, estão minhas mensagens.

O atual presidente da República concluiu a campanha, ganhou a eleição presidencial e iniciou o governo do leito de um hospital. A implantação de escolas "militarizadas" em Brasíllia — em realidade, são escolas sob a gestão de militares que seguem com rigor a orientação do MEC e suas habitualmente descomprimas normas — comprova que é possível governar sem corrupção, sem embrenhar-se nas malhas da Lava Jato e morar em Curitiba; comprova que a transformação estimulada do leito hospitalar se alastra pelas demais administrações públicas.

Em réplica, o Ciro Gomes chamou-me de bobo e cara de pau e tachou a família de Bolsonaro de criminosa. É difícil saber se esse leitor é aquele político que envergonha a Nação, pelo comportamento abjeto habitual. Se for, essa falta de educação, grosseria e ofensa acabam se tornando um elogio. Evidentemente, ser elogiado por alguém desse jaez seria causa de enorme preocupação.
O leitor Moacir Luiz foi solidário comigo. 
Eu postei a tréplica. Claro, nem seria necessário. A doença de caráter que ocasiona a condição mórbida do agressor é incurável. A conveniência de responder resulta do respeito aos demais leitores.

O problema não está relacionado com aqueles que foram enjaulados pela Operação Lava Jato. Está nos adePTos de corruPTos 'favoriPTos', nos adePTos de frutos Maduros, nos adePTos de Cuba, com aPTidão para o retrocesso civilizacional. Quando à ofensa, agressão e falta de educação elementar, ela diz respeito ao agressor, à sua qualidade de cidadão. É pois irrelevante. Claro, dói muito [para os agressores] constatarem que no atual governo um economista consagrado está no Ministério da Economia; um jurista respeitado e laureado no mundo inteiro está na Justiça; um médico qualificado está na Saúde; militares com inexcedível talento e experiência em missões internacionais estão na Defesa e na Segurança Institucional; e agropecuarista [produtora de riquezas] está na Agricultura. Paro por aqui, não precisa mais. Dói, incomoda, desagrada, desespera. As transformações ocorrerão. Igualzinho ao que ocorreu nas eleições. 

Encerraria, afirmando que é difícil saber quem se consideraria mais ofendido: o Ciro ao ser considerado petista ou os petistas ao perceberem que o Ciro está agindo como correligionário. Os dois lados tem inexcedíveis razões para amargarem a ofensa — vale dizer, eles se merecem!

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[Divulgado no campo 'Comentários' relativo ao artigo "Projeto de militarização das escolas pode ser estendido para 36 escolas" — Correio Braziliense online de 14/Fev/2019]

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segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

Não podemos nos dividir

Em relação ao texto “Resposta ao General Paulo Chagas”, em que a cidadã Carla Pola faz a apologia do Sr. Olavo de Carvalho e tece comentários de desaprovação aos militares que estão participando do processo politico, correndo o risco da incompreensão, exponho ...
Em uma interpretação histórica simples — com algum risco de cair na vala simplória e simplista —, John Locke é o grande precursor do liberalismo. Seu ideário foi potencializado nos tempos modernos por Adam Smith e desaguou no sistema prevalente na atualidade.
Thomas Hobbes é o precursor do autoritarismo e por consequência do socialismo. Seus herdeiros são sucessivamente Marx, Hegel, Lenin e Gramsci. Marx, um cidadão afetiva e economicamente desajustado, identificou com acerto as mazelas do capitalismo nascente e inicialmente, selvagem; propôs a solução com desajustes consentâneos com seu perfil deplorável, porém com bases aparentemente adequadas, de tal sorte que foi adotado por uma parcela expressiva de países e determinou a trajetória de uma metade de mundo durante quase um século.
No final do século passado, o liberalismo derrotou o socialismo marxista de forma fragorosa, com uma equação simples: proporcionar oportunidades de educação, saúde, liberdade e existência digna para a maioria da população aderente ao sistema social, político e econômico que hoje predomina.
O Brasil ainda está tentando sair da infância de sua evolução e por isso padece de uma espécie de indecisão objetal. Em 2018, ocorreu um grande ponto de inflexão, quando a população decidiu mudar a deplorável trajetória dos últimos 20 anos. Para isso, houve a contribuição de muitos militares e civis. Para ilustração apenas com aqueles que estavam próximos, testemunhamos, em maior ou menor intensidade, as ações desenvolvidas direta ou indiretamente pela Ten Cel Márcia, Cel Félix, Cel Marrafão, Cel Gurgel, Cel Gonçalves, Cel Vieira, Cel Blumm, Cel Paulo Roberto, Gen Paulo Chagas, Gen Mosqueira, Brig Gonçalves, Gen Ferreira, Gen Heleno e Gen Mourão; e pelo Dr. Testa, Dr. Kramer, Emb. Manuel Innocencio, Dr. Marcus Cintra, Dr. Marcelo Hermes, Dr. Antonio, Dr. Marcus Vinicius e Dr. Di Bello — para citar apenas alguns, e sob o risco de cometer a injustiça da omissão em relação a tantos outros.
A vitória do candidato Jair Bolsonaro e de seus correligionários nas eleições de outubro de 2018 representou um gigantesco e revolucionário salto na evolução política brasileira. Há a perspectiva de o Brasil resgatar a possibilidade de vir a se tornar um ator global, com a relevância proporcional às suas grandezas territorial, populacional e de recursos naturais. Para tanto, há que se considerar o próximo objetivo estratégico: a manutenção do poder nas eleições dos próximos quatro anos. Nesse sentido, algumas divisões como aquela escancarada no primeiro parágrafo deste texto não tem sentido e não satisfaz a possibilidade de embicar o país em direção à vanguarda aspirada, desejada e possível.
Ademais, não precisamos ter, do nosso lado, José Dirceu, Jean Willys ou Dilma Roussef, com o sinal trocado. Historicamente, vencemos o nazismo e o comunismo, ambos inspirados por Hobbes. Presentemente, encontramos o Norte que nos direciona para a satisfação dos interesses maiores da sociedade brasileira — por intermédio de um regime e sistema que associem o que há de melhor no liberalismo e no capitalismo.
Enfim, não podemos nos dividir. É imperioso olhar o objetivo estratégico — o afastamento definitivo da ameaça do socialismo que Gramsci reavivou em mentes obnubiladas — e continuar a firme e inabalável caminhada, à luz da tendência primacial colimada pelos seres pensantes: a busca da paz e da harmonia, alicerçadas na democracia; fundada esta na liberdade, verdade, coragem e ética.

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