quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

O bom combate – OCCRP


A respeito do artigo “Bolsonaro sucede Muscat como 2020 a Pessoa Corrupta do Ano pelo OCCRP”, divulgado no maltês«newsbook.com.mt», portal de uma súcia de jornalistas estrangeiros — e repercutido em site brasileiro — postei os comentários apresentados a seguir.

 

De acordo com os integrantes do “Projeto de Reportagem de Crime Organizado e Corrupção (OCCRP)”, Rudolf Beria, Pol Pot, Goebels, Che Guevara, Lula, Dilma, José Dirceu, Fidel Castro e outros são ótimos caras. Segundo esses cavalheiros do OCCRP, liberdade, verdade, coragem e ética podem ser lançadas no lixo. Portanto, ser condenado por tal organização não é ruim. 

É desejável. É tudo o que um ser humano precisa e quer!

 

A verdade: não existe mais corrupção no governo brasileiro. Pessoas da política, mídia e negócios não recebem suborno, financiamento e assim por diante. Essa é a nova realidade brasileira. 

Os estúpidos, os mentirosos, os canalhas, os desonestos, os corruptos não suportam isso.

 

Todos devem ter calma, paciência e resiliência. O Nordeste está sendo transformado. A região brasileira com o mais baixo IDH está sendo transformada e atingirá brevemente o nível médio das demais regiões. A população brasileira é parte das transformações em curso. 

Então, tenham muita calma: 2022 está chegando; e depois virá 2026 e 2034. Aguardem!

 

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Regarding the article “Bolsonaro succeeds Muscat as 2020 the Corrupt Person of the Year by the OCCRP”, published in the Maltese «newsbook.com.mt», a website for foreign journalists — and echoed on a Brazilian website — I posted the comments below.

 

According to the Organized Crime and Corruption Reporting Project (OCCRP), Rudolf Beria, Pol Pot, Goebels, Che Guevara, Lula, Dilma, José Dirceu, Fidel Castro et al are great guys. According the OCCRP gentlemen, freedom, truth, courage and ethics can be launched in the trash. 

So, be condemned by such an organization is not bad. It is everything a human being needs and wants!

 

The truth: there is no more corruption in the Brazilian government. People in politics, media and business do not receive bribes, financing and so on. This is the new Brazilian reality. 

The stupid, the liars, the scoundrels, the dishonest, the corrupt do not support it.

 

Everyone should be calm, patient and resilient. The Northeast is being transformed. The Brazilian region with the lowest HDI is in process of changing and will soon reach the average level of the other regions. The Brazilian population is part of the ongoing transformations. 

So be very calm: 2022 is coming; and then there will be 2026 and 2034. Wait!

 

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Concernant l'article “Bolsonaro succède à Muscat en tant que personne corrompue de l'année 2020 par l'OCCRP”, publié dans le «newsbook.com.mt», un portail maltais pour les journalistes étrangers — et repris sur un website brésilien — j'ai posté les commentaires ci-dessous.

 

Selon le projet de signalement de la criminalité organisée et de la corruption, Rudolf Beria, Pol Pot, Goebels, Che Guevara, Lula, Dilma, José Dirceu, Fidel Castro et d'autres sont des gars formidables. Selon les messieurs du OCCRP, la liberté, la vérité, le courage et l'éthique peuvent être jetés à la poubelle. Par conséquent, être condamné par une telle organisation n'est pas mal. C'est souhaité. C'est tout ce dont un être humain a besoin et veut!

 

La vérité: il n'y a plus de corruption au sein du gouvernement brésilien. Les gens de la politique, des médias et des affaires ne reçoivent pas de pots-de-vin, de financement, etc. Telle est la nouvelle réalité brésilienne. 

Les stupides, les menteurs, les scélérats, les malhonnêtes, les corrompus ne le soutiennent pas.

 

Tout le monde doit être calme, patient et résilient. Le nord-est se transforme. La région brésilienne avec l'IDH le plus bas du pays est en cours de transformation et atteindra bientôt le niveau moyen des autres régions. La population brésilienne fait partie des transformations en cours. 

Soyez donc très calme: 2022 approche; et puis il y aura 2026 et 2034. Attendez!

 

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Con respecto al artículo “Bolsonaro sucede a Muscat como la Persona Corrupta del Año 2020 por la OCCRP”, publicado en el «newsbook.com.mt», un portal maltés para periodistas extranjeros — y que se hizo eco en un website brasileño — yo publiqué los comentarios a continuación.

 

Según el Proyecto de Denuncias de Crimen Organizado y Corrupción, Rudolf Beria, Pol Pot, Goebels, Che Guevara, Lula, Dilma, José Dirceu, Fidel Castro y otros son grandes tipos. Según el señores de OCCRP, la libertad, la verdad, el coraje y la ética se pueden tirar a la basura. Por tanto, ser condenado por una organización así no está mal. Es deseado. ¡Es todo lo que un ser humano necesita y quiere!

 

La verdad: no hay más corrupción en el gobierno brasileño. Las personas en la política, los medios de comunicación y los negocios no reciben sobornos, financiación, etc. Esta es la nueva realidad brasileña. Los estúpidos, los mentirosos, los sinvergüenzas, los deshonestos, los corruptos no lo apoyan.

 

Todos deben estar tranquilos, pacientes y resistentes. El noreste se está transformando. La región brasileña con el IDH más bajo de Brasil, se está transformando y pronto alcanzará el nivel promedio de las otras regiones. La población brasileña es parte de las transformaciones en curso. Así que tenga mucha calma: se acerca el 2022; y luego habrá 2026 y 2034. ¡Espera!

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[Divulgado no portal NewsBook de  30/Dez/2020]

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[Divulgado no Antagonista online de  3/Jan/2021]

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sábado, 26 de dezembro de 2020

Doria e a verdade mineira

Um articulista divulgou artigo contendo as maquinações do governador João Doria para oferecer seu nome como candidato presidencial em 2022. Esse analista conclui que o político paulista pode pavimentar os caminhos para viabilizar sua candidatura. Há controvérsia.

Revendo as conjunturas de eleições presidenciais anteriores, constata-se que, em mudanças de inflexão históricas, a dois anos da eleição presidencial:

     já tinha surgido um candidato promissor; basta lembrar dos então pretendentes Jânio, Collor, Bolsonaro; e

     esses três candidatos se alicerçaram no combate à corrupção, com imagens emblemáticas: a vassoura, a eliminação dos marajás e o combate à corrupção, respectivamente.

No atual governo, a corrupção é residual e irrelevante.

Há fatores condicionantes que dependem da atuação do governo federal em relação aos seguintes aspectos:

     Eleições da Câmara e do Senado;

     Desenlaces familiares;

     Atenção à baixa renda;

     Soluções para o Nordeste; e

     Atitude do STF.

Independentemente de quaisquer considerações, o articulista deixou de lado aspectos essenciais para que o governador paulista possa aspirar o mais alto posto da Nação.

A pavimentação começou quando [João Doria] fez parte da gestão federal no governo Sarney e precisou ser expurgado.

A última ação foi trafegar na Flórida, em busca de vigor [essa viagem se provou tão desastrosa que em menos de 12 horas Doria retornou para o Brasil]. 

Convenhamos, há a necessidade de atentar para as pregações de Benedito Valadares. Ele não mencionou mas pensou: "a mentira deslavada associada com a traição não é um binômio de Newton, é uma verdade vivenciada pelos mineiros; sem solução!".

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[Divulgado no Estadão online de 26/Dez/2020]

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Candidatos em 2022

Os políticos, os intelectuais e a mídia estão tentando a todo custo criar as condições para o fortalecimento de um candidato que possa fazer face ao presidente Bolsonaro na eleição presidencial de 2022. O governador de São Paulo João Doria é um dos possíveis aspirantes. 

O Doria é tão desqualificado que, na véspera da eleição municipal de 2020 — e diante do possível agravamento da crise da pandemia do coronavírus — prometeu que não decretaria o isolamento do estado, mas passadas 24 horas da eleição, uma das primeiras medidas estaduais foi a decretação do chamado “lockdown”. 

Em seguida, o governador embarcou para os Estados Unidos. Em menos de 24 horas, ele decidiu retornar para o Brasil sob o argumento de que o vice-governador teria sido infectado com o Covid-19. Foi divulgado um vídeo em que um cidadão brasileiro que mora nos Estados Unidos asseverou que Doria não pôde ser liberado no aeroporto da Flórida, pois para ingressar no país ianque, os brasileiros devem, primeiro, passar 15 dias em algum país amigo dos americanos, para ficar comprovado que ele não se constituiria em risco para os cidadãos locais. Nesse sentido, ele teria retornado por ter sido barrado na alfândega.

E sua possível candidatura em 2022?

Um País que já teve Rui Barbosa, Dom Pedro II, Caxias, Rio Branco, Castelo Branco e outros não pode se contentar com Ciro, Lula, Boulos, Sérgio Cabral, Eduardo Cunha e, especialmente, com João Doria, bem como com os respectivos admiradores. A questão essencial não é 2022 — esse pleito já está resolvido. Resta pensar em 2026 e 2030. As próximas gerações agradecem.

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[Divulgado no Estadão online em 26/Dez/2020]

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sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

Vacina obrigatória?

No artigo “Na querela da vacina, positivistas mentiram, conspiraram e fizeram gol”, de Vinicius Mota (Folha de São Paulo de 24 de dezembro), é apresentada uma análise da questão da vacinação, com foco nas lições de 1904, onde teria prevalecido a opinião de Rui Barbosa sobre essa questão delicada e complexa. 

O articulista sintetiza sua abordagem, asseverando “que as lições do episódio de 1904 foram emolduradas como paradigma e que a visão de Rui e de muitos positivistas neste aspecto prevaleceu: o corpo é inviolável; a dignidade humana, inexpugnável. O que o Estado pode fazer para estimular a vacinação é criar constrangimentos indiretos, aprovados em lei, contra quem decidir não se imunizar.”

Com preocupação e até constrangimento, opino. A perda recente de um amigo e de seu filho, bem como a contração da doença pela esposa desse amigo e de sua filha (ambas atualmente em estado de recuperação) traz a inevitável reflexão sobre o que somos, para onde vamos e o que fazer para prosseguir na caminhada sem as ameaças e riscos resultantes do pavoroso coronavírus.

Então, a vacina deve ser obrigatória. 

Para ser obrigatória, a vacina deve ser aprovada pelos principais órgãos com a devida responsabilidade no mundo e, especialmente, pela brasileira ANVISA. 

A vacina obrigatória não pode ser objeto da sanha hedionda de interesses econômico-financeiros e de países interessados em subordinar os demais. 

A vacina obrigatória não pode ser objeto da estupidez dos políticos desonestos. 

É tudo muito simples.

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[Comentário divulgado na Folha de São Paulo online de 25/Dez/2020]

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sábado, 19 de dezembro de 2020

Messi e Pelé

[Comentário postado nos seguintes jornais: 

Estadão, Mundo Deportivo, Soccer Times, The Guardian, Léquipe, FranceFootball e ZeitungBild]


Com os gols contra o Valencia, em 18 de dezembro, no Estádio Camp Nou, Messi completou 643 gols no Barcelona, isto é, ele alcançou Pelé, que marcara essa quantidade no Santos.

Messi é o melhor jogador de futebol dos últimos 20 anos. Seu futebol é maravilhoso. Pertence ao universo dos melhores de todos os tempos — Pelé, Maradona, Puskas, Beckenbauer, Ronaldo, Cruyf, Garrincha, Matthaus, Zidane, Platini, Bobby Charlton, George Best, Zico, Cristiano Ronaldo, ... 

Quem é o primeiro? Para quem gosta de futebol, não importa. Como uma pintura, uma escultura, um livro ou outra obra-prima do ser humano — sob a inspiração divina —, olhar, observar, admirar, respeitar, ... essa é a grande abordagem, a que se segue o sentir, sorrir e sonhar. 

O Messi fará muitos gols, todos tão bonitos quanto os do Pelé — e eu vou assistir e aplaudir. Mas marcar 1330 gols, como Pelé, com certeza, vai ser muito difícil; e ganhar 3 campeonatos do mundo com a seleção nacional será inequivocamente improvável.

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Messi y Pelé

Con los goles ante el Valencia, el 18 de diciembre, en el Camp Nou, Messi completó 643 goles en el Barcelona, ​​es decir, alcanzó a Pelé que había marcado esa cantidad en el Santos.

Messi es el mejor futbolista de los últimos 20 años. Tu fútbol es maravilloso. Pertenece al universo de los mejores de todos los tiempos: Pelé, Maradona, Puskas, Beckenbauer, Ronaldo, Cruyf, Garrincha, Matthaus, Zidane, Platini, Bobby Charlton, George Best, Zico, Cristiano Ronaldo, ...

¿Quien es primero? Para los amantes del fútbol, ​​no importa. Como una pintura, una escultura, un libro u otra obra maestra humana, bajo la inspiración divina, mirar, observar, admirar, respetar ... este es el gran enfoque, que es seguido por el sentimiento, la sonrisa y el sueño.

Messi marcará muchos goles, todos tan hermosos como los de Pelé, y lo miraré y aplaudiré. Pero marcar 1330 goles, como Pelé, seguro, sera muy difíciles; y ganar 3 campeonatos mundiales con la selección nacional será inequivocamente improbable.


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Messi and Pelé

With the goals against Valencia, on decembre 17th, at the Nou Camp Stadium, Messi did so many goals in Barcelona as Pelé in Santos.

Messi is the best soccer player (actually football player) of the last 20 years. His soccer is marvelous. He belongs to the universe of the best of all times — Pelé, Maradona, Puskas, Beckenbauer, Ronaldo, Cruyf, Garrincha, Matthaus, Zidane, Platinni, Bobby Charlton, George Best, Zico, Cristiano Ronaldo, ... 

Who is the first? For whom loves football, it doesn't matter. As a painting, a sculpture, a book or other masterpiece of the human being — inspired by God —, watching, seeing, observing, admiring, respecting, ... that's the big approach and feeling, smiling and dreaming. 

Messi will do a lot of goals, all of them as beautiful as those of Pelé — and I will watch and applaud. But score 1330 goals, as Pelé, for sure, it will be very difficult; and winning 3 World Championship with the national team will be hard and unmistakably unlikely as well.

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Messi et Pelé

Avec les buts contre Valence, le 18 décembre, au Camp Nou, Messi a complété 643 buts pour Barcelone, c'est-à-dire qu'il a atteint Pelé qui avait marqué ce montant à Santos.

Messi est le meilleur joueur de football des 20 dernières années. Son football est merveilleux. Il appartient à l'univers du meilleur de tous les temps — Pelé, Maradona, Puskas, Beckenbauer, Ronaldo, Cruyf, Garrincha, Matthaus, Zidane, Platini, Bobby Charlton, George Best, Zico et Cristiano Ronaldo, ... 

Qui est le premier? Pour ceux qui aiment le football, peu importe. Comme une peinture, une sculpture, un livre ou tout autre chef-d'œuvre humain - conçu sous l'inspiration divine - regarder, observer, admirer, respecter ... telle est la grande approche, suivie de sentir, de sourire et de rêver.

Messi marquera de nombreux buts, tous aussi beaux que celui de Pelé — et je regarderai et applaudirai. Mais marquer 1330 buts, comme Pelé, c'est sûr, sera très difficiles; et gagner 3 championnats du monde avec l'équipe nationale sera sans aucun doute improbable.

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[Comentário divulgado no Estadão online em 19/12/2020]

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[Comentário divulgado no jornal espanhol Mundo Deportivo online em 18/12/2020]

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[Comentário divulgado no portal britânico Sport Times em 18/12/2020]

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[Comentário divulgado no FB do jornal britânico The Guardian em 18/12/2020]

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[Comentário divulgado no FB do jornal francês Léquipe em 18/12/2020]

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[Comentário divulgado no portal francês Francefootball em 18/12/2020]

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[Twitters para o jornal alemão Bild em 19/12/2020]

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terça-feira, 15 de dezembro de 2020

Vacina e responsabilidade

O Estado de São Paulo

Prezado senhor,

Ao expor, no artigo “Podemos contar com a Coronavac” (Estadão de 15 de dezembro), as falhas de comunicação social e provavelmente de gestão do processo de produção dessa vacina pelo Instituto Butantã, bem como o uso político, por autoridades do governo paulista, da possibilidade de vacinação no estado de São Paulo, o Sr. Fernando Reinach presta um relevante serviço à sociedade e um oportuno alerta para os cidadãos brasileiros e notadamente para os eleitores locais. 

No terrível cenário da pandemia que já levou tantos seres humanos, é degradante constatar que gestores públicos do campo da ciência e do campo político se comportem de forma tão irresponsável. É imperioso que não percamos a esperança e estimulemos nossos representantes a agirem com perspicácia e comprometimento nessa guerra não declarada. 

Que “Ninguém durma! Venceremos! Venceremos!” [*].

Atenciosamente,

Aléssio Ribeiro Souto

Leitor do Estadão há mais de 40 anos


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[*] Adaptado da ária "Nessun Dorma", da ópera Turandot, de Puccini.

 

segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

Autoritarismo

Nacional-socialismo, socialismo real, socialismo-petismo! ... Eles têm a mesma origem: Thomas Hobbes e o autoritarismo preconizado em seu livro Leviatã (séc. XVII). Hobbes inicia o capítulo XXI dessa obra com a seguinte afirmação: 

"O significado da palavra liberdade, em seu sentido próprio, é a ausência de oposição [...] e esse termo se aplica tanto às criaturas racionais como às irracionais e inanimadas."

Nazismo, comunismo e petismo têm a mesma origem e também o mesmo destino: a lata de lixo da história.


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sábado, 12 de dezembro de 2020

Perspectiva política para 2022

Assisti ontem a uma palestra do cientista político Dr. Antônio Frederico Ferreira Pontes. O evento foi "on-line" e contou com a participação do Dr. Marcus Vinicius, Dr. Antonio Testa bem como quatro Oficiais Generais com reconhecimento nacional.

A palestra versou sobre os seguintes assuntos:

     O Brasil, as eleições e a crise;

     A conjuntura de 2020;

     A realidade sócio-econômica; e

     A realidade partidária.

Dentre os dados apresentados, alguns são pessimistas e assombrosos. 

A população desocupada em dezembro de 2020 reflete um quadro desolador. Senão vejamos:

     População desocupada: 13,76 milhões;

     População desocupada ou subutilizada: 33,2 milhões;

     População fora da força de trabalho: 80 milhões.

No que se refere ao desemprego, o Brasil chegou ao final do corrente ano com cerca de 14 milhões de desempregados, assim distribuídos pelas regiões:

     Sudeste: 6,3 milhões;

     Nordeste: 4 milhões;

     Sul: 1,5 milhões;

     Norte: 1,3 milhões;

     Centro-Oeste: 1 milhão.

No atinente ao tipo de ocupação, o cenário apresenta a seguinte caracterização:

     Empregados com carteira assinada: 38,6 milhões;

     Empregados sem carteira assinada: 41,54 milhões.

Aqui cabe uma primeira observação crítica. A soma de pessoas fora da força de trabalho com aqueles que detêm emprego chega a 160 milhões de pessoas. Então, a soma de crianças, idosos e pessoas que detêm emprego ultrapassa a população brasileira.

A queda de renda apresenta o seguinte perfil:

     Indígenas: (–) 28,6%;

     Analfabetos: (–) 27,4%;

     Jovens 20/24 anos: (–) 26%.

Após a apresentação desses dados — inegavelmente indicadores de uma conjuntura permeada de crise, que já existia no Brasil, antes da investidura do atual Governo Federal em janeiro de 2019, e que foi expressivamente agravada pela pandemia do coronavírus em 2020 — o palestrante passou para a avaliação da situação partidária, com foco nas eleições municipais de 2020. Foram apresentadas algumas inferências. Não as reproduzo com fidelidade, mas tento interpretá-las:

     A crise social e econômica é aterrorizante;

     O presidente Bolsonaro é o responsável pela crise e o grande perdedor das eleições municipais;

     O presidente tem poucas chances de reeleição em 2022;

     Há a possibilidade de impeachment do presidente; e

     O Sérgio Moro é um dos candidatos com chance de ganhar as eleições presidenciais de 2022.

Do meio para o final da palestra, houve várias perguntas e o debate foi até certo ponto acirrado. Um dos temas mais intensamente tratado no debate foi a configuração partidária, especialmente os partidos perdedores e ganhadores nas eleições municipais. Outro tema foi a eleição para presidente da Câmara dos Deputados no início de 2021.

Um aspecto que chamou a atenção foi o fato de que os principais partidos que tiveram redução expressiva de prefeitos no País são: PMDB, PSDB, PSD e PT. Nessa questão, o palestrante fez uma afirmação paradoxal: o presidente Bolsonaro é o grande perdedor nas eleições municipais. Porém, constata-se aí uma incoerência: os eleitores que votaram nele em 2018, votaram também contra o establishment e contra os partidos citados — esses que perderam as eleições municipais.

Muito poderia ser afirmado sobre os dados e inferências da palestra. Mas prefiro apresentar uma sequência de aspectos a ponderar, que constituem um bom ponto de partida para debates e avaliação da conjuntura política brasileira nos próximos dois anos com provável impacto e repercussão nos próximos 12 anos.

 

[1] Afastamento de presidentes (João Goulart, Collor e Dilma)

-      Ausência de governabilidade;

-      Crise econômica;

-      Presença de catalisador (uma ou mais personalidade ou instituição); e

-      Povo nas ruas.

à Esses aspectos não estão suficientemente presentes no caso do Bolsonaro.

 

[2] Candidato com grande probabilidade de oferecer um ponto de inflexão (exemplos: Jânio, Collor, Bolsonaro)

-      Entre dois e quatro anos, antes da eleição, deve haver a percepção pública de que é candidato;

-      Os três citados tinham um bordão chave para a campanha, centrado no combate à corrupção — a vassoura da limpeza, o caçador de marajás, o combate à corrupção. 

à Ao ser provocado a citar cinco possíveis candidatos, o palestrante só citou o Moro.

à Em realidade, a mídia e os políticos falam no Moro, Ciro, Hulk, Doria, ACM Neto, Mourão, ..., mas a menos de dois anos da eleição, nenhum se firmou na condição de candidato.

à O Moro ficou com a pecha de traidor (inaceitável para a população) e agora está advogando para a turma da corrupção.

à Não há corrupção no Governo Bolsonaro (ou se há, é irrelevante).

 

[3] Palestrante versus presidente

-      Na palestra, há evidências de que o palestrante colocou-se na oposição ao presidente.

à Passa a ideia de que os males dos últimos 30 anos são devidos aos 2 anos da atual presidência.

à Não compara os dados atuais com, por exemplo, os dados de 2000 e 2010.

à Ignorou o papel do Congresso e no STF e respectivos prejuízos para o atual Governo.

 

[4] Perfil do palestrante

-      Cientista político com enorme conhecimento.

-      Invejável experiência em política.

à Surpreendentemente, não ofereceu perspectivas para o desenlace de 2022.

à A grande curiosidade não foi cogitada nem proposta: uma possível aliança factível, viável e eficaz (ou o nome de um outsider, mesmo com a mencionada falta de tempo) que possa derrotar o atual presidente.

 

[5] Uma vitória de Bolsonaro em 2022 — o que acho provável (probabilidade: maior do que 55%).

-      Pode levar a uma candidatura do atual ministro da Infraestrutura em 2026 (para isso, ele deve continuar ministro a partir de 2022).

-      Aí serão mais 8 anos (até 2034), com a perspectiva de afastamento definitivo do socialismo-petismo (ou similar), parente do socialismo real ou do nacional-socialismo.

-      Efeito colateral: alteração dos costumes políticos e redução expressiva da corrupção.

 

[6] Conceito do mineiro Benedito Valadares

-      “Política é que nem nuvem: muda de cor, forma ou localização enquanto você toma um cafezinho!”

 

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