segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Resposta a Fernando Souto

Prezado FS,

Expressando minha satisfação em receber sua mensagem, faço considerações sobre suas demandas.

A despeito do sobrenome homônimo, creio que nossas famílias são distintas.
Meu pai é Oscar Barbosa Souto, cuja família é oriunda de Jequié-BA. Trata-se de família modesta, com irmãos (meus tios) que foram pequeno comerciante, tabelião de cidade pequena e produtor de cacau, respectivamente. Papai, os três irmãos e duas irmãs já são falecidos.
Papai saiu da Bahia com 20 anos. Perambulou, como lavrador, garimpeiro, peão da pecuária, pelo interior de São Paulo, norte de Mato Grosso, até casar e se fixar no município de Rochedo, a 80 Km de Campo Grande.
Meus dois irmãos e duas irmãs residem em Campo Grande: um como vendedor aposentado da concessionária Volkswagen; outro, advogado e delegado de polícia aposentado (foi oficial do Exército R2 durante 8 anos); uma irmã pedagoga, aposentada como orientadora educacional do município de Campo Grande; e outra, também aposentada, como dona de casa.

Em relação à eleição presidencial, fiz compromisso com a equipe de apoio ao então candidato Bolsonaro, em Brasília, para trabalhar de março a outubro de 2018, em Ciência & Tecnologia e, por empatia, em Educação. Participei de uma equipe valorosa. Vários integrantes foram aproveitados na equipe de transição e ocuparão cargos nos ministérios. 
Eu mantive minha posição e, mesmo sendo considerado para vários cargos no primeiro escalão, por coerência, entendi que não deveria aceitar as propostas.
Para mim, foi muito gratificante participar de uma virada histórica na evolução do País. E o mais importante: consolidei amizades antigas, do meio militar; e fiz novas amizades, entre aqueles do meio civil que compartilharam preocupações, experiências e aspirações comuns.

Sempre que recebo mensagem como a sua, tento repassar para alguns dentre os amigos que prosseguem nas novas sendas descortinadas. Devo mencionar que tudo indica que as equipes já foram montadas. Entretanto, é conveniente que haja nomes disponíveis para eventuais possibilidades.

É o que posso responder agora. Peço desculpas pelo atraso. Nesses dinâmicos tempos de WhatsApp, o e-mail fica meio esquecido.

Forte abraço,
ARS

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Fernando Souto <fssouto@gmail.com>
To:souto49@yahoo.com
Dec 22 at 8:52 AM

Prezado Gen. Souto
Peço desculpas  pela ousadia do e-mail que envio, mas ficaria muito feliz em receber sua resposta positiva a minha pergunta ou quem sabe ajudar na busca que faço.
Sou Fernando Simões Souto, filho de Israel Ramiro da Silva Souto e Eurydes Simões Souto, sobrinho do Gen. Alcio Souto e Virginia Souto que era irmã do meu Pai.  Pelo seu retrato no Google, espero que seja filho do Alvir Souto, pois seus traços me lembram de mais dele que do Paulo Emilio.
Caso a resposta seja positiva, tomo a liberdade de perguntar se poderei reatar laços familiares de mais de 60 anos e perdidos, uma vez que o Tio Alcio é considerado por mim o responsável pela minha formação total, quando me colocou no Colégio Militar do RJ como aluno interno, por ocasião do falecimento repentino do meu pai em 1948!!!, incluindo na obtenção de seu e-mail por meio dos colegas da minha turma Marechal Rondon do CM 1954!
Aguardo sua resposta, pois apreciaria poder a  continuar a ajudar nosso Pais, sem nenhuma outra pretensão que não a de somente ajudar, pois meu CV de serviços como Engenheiro Eletrônico, Ph.D, etc garante uma experiência que acredito possa ser utilizada.
Abraços e muito obrigado
FS

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Evidências ignoradas

No artigo “Baseado em evidências” (Estadão, A12, 30/12/2018), o professor doutor Daniel Martins de Barros cita meu nome e me atribui a defesa do ensino do criacionismo nas escolas públicas. É oportuno recomendar-lhe duas coisas: consultar um psiquiatra e pedir apoio de um professor de português.

Ao psiquiatra ele deve solicitar ajuda para recuperar a ética e deixar de mencionar o nome de terceiro com base em asserção destituída da verdade — e não me venha dizer que ao psiquiatra não interessa a ética. Ao professor de português ele deve pleitear conhecimento para a interpretação de texto. Vejamos as razões.
Tento traduzir para o ilustre professor doutor as evidências ignoradas. Defendo que os professores de quaisquer escolas transmitam todos os “ismos”, correlacionados com os temas constantes do programa de ensino ou da bibliografia adotada; que os professores jamais tentem impor aos alunos os “ismos” de suas preferências; que o papel do professor é estimular, fomentar a faculdade de pensar dos alunos; e que, como corolário, cada aluno faça as opções atinentes aos “ismos” transmitidos pelo professor, de acordo com aquilo que mais lhe convier, por convicções de qualquer ordem, orientação familiar ou outra razão que seja.
No atinente à questão criacionismo versus evolucionismo, bem como de outras questões, constantes da entrevista que concedi para a jornalista Renata Agostini e publicada pelo Estadão, devo asseverar que houve mais de 400 mensagens de leitores divulgadas pelo jornal, no dia da publicação da entrevista, sendo a maioria favorável a meus posicionamentos relativos a Educação, em geral, e ao tema, em particular. Houve uma minoria que se posicionou de forma contrária, sendo que uma meia dúzia de leitores dirigiu-me insultos, por ter interpretado minha resposta de forma errônea, isto é, da mesma maneira que o sábio articulista professor doutor Daniel.
Além das mensagens de leitores, os seguintes jornalistas publicaram artigos relativos a minha entrevista: Reinaldo de Azevedo, em a Folha de São Paulo e no Correio Braziliense; Reinaldo José Lopes, em a Folha de São Paulo; e Antonio Gois, em O Globo. É certo que dentre os citados, alguns me atribuíram afirmações que não declarei nem foram publicadas. Não é trivial inferir se queriam me atingir ou me usar para atingir outrem. 
Para professor de português, eu sugiro o jornalista Antonio Gois que, de forma precisa e objetiva — da mesma forma que quatro centenas de leitores — interpretou de forma correta minhas afirmações.
Enfim, criacionismo e evolucionismo, educação sexual e armamento — temas tratados no artigo em  epígrafe — são coisas muito sérias para serem tratadas sem levar em conta o objetivo essencial do ser humano: a busca da paz e da harmonia, que por sua vez, são atingíveis por intermédio da democracia, o instrumento, a senda primacial. E por último e de fundamental importância, a democracia se alicerça inquestionavelmente na liberdade, na verdade, na coragem e na ética.

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sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Boicote do PT e PSOL à posse de Bolsonaro


ESTADÃO — 28/DEZ/2018


O Estadão divulga que o PT e o PSOL boicotarão a posse do presidente Bolsonaro.


RESPOSTA DESTE (E)LEITOR


 [Divulgado no campo ‘Comentários’, junto ao artigo, no site do Estadão, em 28/12/2018]

Seria altamente benéfico se esse pessoal do PT, do PSOL et caterva boicotasse a posse do novo presidente e todas as demais atividades públicas. Eles ficariam em casa descansando e dormindo para sempre. Assim, eles não correriam o risco de ir para Curitiba. Não seria necessária uma montanha de gente da PF, do MPF e da Justiça Federal para investigar, processar, prender e manter na prisão os meliantes. E mais, os recursos não afanados poderiam ser empregados em Educação e Saúde. Eles e nós ganharíamos. Enfim, seria uma solução mágica.

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domingo, 16 de dezembro de 2018

Mais militares do que em 1964

No artigo “Ministério terá mais militares do que em 1964”, as jornalistas Ana Beatriz Assam, Marianna Holanda e Marcelo Godoy (O Estado de S. Paulo, de 16 Dezembro 2018) tecem uma mixórdia de considerações baseadas em dados históricos parciais e em citações de intelectuais tupiniquins e até de um americano, provavelmente, desqualificado para ter sucesso em sua própria realidade.
Do americano, as sábias jornalistas citam a seguinte asserção: “... Ele [Bolsonaro] quer que o prestígio dos generais reflita numa melhora de sua imagem. Em outras palavras, o papel deles [dos militares] no governo é prover uma estatura que o próprio presidente não tem."
As sábias jornalistas poderiam informar que os governos de 1964 a 1985, com expressiva quantidade de ministros militares, elevaram o Brasil de 42ª para 8ª economia do mundo; elevaram a produção de petróleo de 75.000 para 750.000 barris diários; criaram o Banco Central, o BNDES, a EMBRAPA, a FINEP, o FGTS, ... e dezenas de outros órgãos essenciais; e construíram as maiores hidrelétricas do Brasil (e que estão entre as maiores do mundo). Há outras realizações, mas pode-se parar por aí.
Elas poderiam informar também que os militares brasileiros ajudaram os Aliados a varrer o nazismo da face da terra; e impediram que o cumunismo triunfasse no Brasil.
Adicionalmente, cabe uma sequência de perguntas às jornalistas. Bem que elas poderiam responder. Há algum problema em ter militares no governo? Há algum problema em alavancar o Brasil? Há algum problema em derrotar o nazismo e o cumunismo, os sistemas que mais assassinatos e torturas cometeram no mundo? 
Essas sábias estão repetindo o que um sábio alicerçado na estupidez e no histórico desprezo nutrido por alguns estrangeiros contra o estado de coisas que permeia uma parcela de circunstâncias de nosso maltratado País. Estão repetindo o que intelectuais, jornalistas, políticos e artistas fizeram — especialmente de janeiro a outubro de 2018 —, que foi diminuir, ofender e insultar a figura do Bolsonaro. Essas sábias andam, pensam e escrevem com a face traseira voltada para a frente e se esquecem que há a impossibilidade de enxergar com as extremidades e cavidades glúteas. 
Ora, o caboclo venceu a eleição a despeito dos mencionados intelectuais, políticos, jornalistas e artistas. Venceu combatendo a criminalidade, a corrupção; posicionou-se contra o maior escândalo político da história da humanidade; virou o cenário e o contexto político brasileiro de pernas pro ar e as sábias decidem caracterizar com estranheza a presença de militares no governo. Por que não usar a excelsa sabedoria para analisar a qualificação de cada militar que foi indicado para o governo e, por exemplo, compará-los com os ex-terroristas, com aqueles que estão no xadrez, com aqueles que estão sendo processados por corrupção; e que fizeram parte dos governos dos últimos 20 anos?
Repito o que já mencionei em outra amostra de “garranchos” — o que um lavrador semianalfabeto, que me semialfabetizou na infância chamava de “mal traçadas linhas” — isto é, faltam no Brasil, traumas, intelectuais e estadistas. Traumas como gênese de processos depuradores; intelectuais para apontar as sendas e os caminhos para a superação dos traumas; e estadistas para seguir os ensinamentos dos intelectuais, e desencadear e empreender o processo transformador. As notórias sábias poderiam preencher uma parcela do vazio e contribuir para quem está tentando preencher outra parcela e assim ajustar as contas com a grandeza tão mal aproveitada por milhões de desassistidos — mais de 50 milhões, para, utilizando um dado recente, ser preciso com a estratosférica dimensão das demandas.


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sábado, 15 de dezembro de 2018

O AI-5 e a democracia


O GLOBO — 14/Dez/2018


Em seu blog e anunciado pelo jornal O Globo, Merval Pereira, relembra no artigo “50 anos depois” dois fatos históricos deste último meio século. 

Deplorando, o jornalista cita a instituição do AI-5, em dezembro de 1968; bem como sua revogação por intermédio da emenda constitucional Nº 11, em janeiro de 1979. 

Celebrando, ele relata a promulgação da lei da Anistia, de agosto de 1979. 

Merval recorda que o texto original da Lei da Anistia estava sobre a mesa do ministro da Justiça, Petrônio Portela, e num descuido deste, um jornalista de O Globo passou a mão no documento, e o jornal deu a notícia em primeira mão no dia seguinte.


RESPOSTAS DESTE (E)LEITOR


[Divulgadas no campo ‘Comentários’, contíguo ao artigo, no blog do Merval Pereira, em 14 e 15/Dez/2018, respectivamente]

Resposta 1
Por que não mencionar os antecedentes geradores do AI-5, de 1964 a 1968? Exemplos: guerrilha de Xambioá; surgimento do MR-8; formação da VPR, para guerrilha; atentado em Guararapes (morte de jornalista e Almirante); texto “Algumas Questões sobre as Guerrilhas no Brasil”, de Marighella; surgimento da ALN, para guerrilha; ataque terrorista contra o QG do II Exército e a morte de Kozel. Historiador e jornalista não podem estar no universo do analfabetismo funcional, da doença ideológica ou da má fé.


Resposta 2
Se jornalista pode roubar documento oficial do governo para cumprir o seu papel — aí incluída a (nem sempre pouco ética) passagem de perna nos concorrentes —, então o governo pode instituir instrumento como o AI-5 para combater a guerrilha, as mortes dela resultantes e todas as demais consequências terríveis. 
Com o AI-5, evitou-se uma situação como a da Colômbia, cuja guerrilha — não combatida nem precocemente eliminada — das Forças Armadas Revolucionárias Colombianas (FARC) causou mais de 100.000 mortes de cidadãos do país vizinho. 
Lógica cristalina, inequívoca e irretorquível. 
É o que os adolescentes afirmam: aceita que dói menos.

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Presidentes no período militar (1964 a 1985)

  • Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco    — de 15/04/1964 a 15/03/1967.
  • General Artur da Costa e Silva                               — de 15/03/1967 a 31/08/1969.
  • Junta Governativa Provisória de 1969                    — de 31/08/1969 a 30/10/1969.
  • General Emílio Garrastazu Médici                         — de 30/10/1969 a 15/03/1974
  • General Ernesto Geisel                                            — de 15/03/1974 a 15/03/1979.
  • General João Batista de Oliveira Figueiredo          — de 15/03/1979 a 15/03/1985.


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quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

O Contragolpe de 1964 e o AI-5


É papel inalienável do historiador relatar os fatos históricos e interpretá-los na forma devida para que na posteridade todos — e em especial os jovens — recebam herança adequada. Muito se tem escrito sobre a adoção do Ato Institucional nº 5 (AI-5), de 13 de dezembro de 1968. É oportuno pois rever causas determinantes, remotas ou próximas, sobretudo com foco naquelas patrocinadas pelos comunistas brasileiros, objetivando a implantação do País da ditadura do proletariado; e, frequentemente, justificadas com a alegação de combate à ditadura militar. Ei-las: 
üa preparação para a guerrilha de Xambioá, entre 1964 e 1968, quando vários dentre os dezoito militantes comunistas que haviam passado por treinamento militar na China, se estabeleceram no Araguaia, para iniciar um movimento guerrilheiro; 
üo surgimento em 1964, no meio universitário da cidade de Niterói, do “Movimento Revolucionário Oito de Outubro” (MR-8), em memória da captura e assassinato na Bolívia, em 8 de outubro de 1967, de Che Guevara;
üa formação em 1966, da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), a partir da união de dissidentes da “Política Operária” (POLOP) com remanescentes do “Movimento Nacionalista Revolucionário”(MNR), com a finalidade de empreender ações de guerrilha; 
üo atentado de 25 de julho de 1966, no aeroporto de Guararapes em Recife, perpetrado pelos comunistas, com o objetivo de assassinar o General Costa e Silva, que se encontrava em campanha pela eleição à Presidência da República, e que ceifou a vida do jornalista Edson Registou de Carvalho e do Vice Almirante Nelson Gomes Fernandes; 
üa divulgação do texto “Algumas Questões Sobre as Guerrilhas no Brasil”, elaborado em outubro de 1967, em Havana, Cuba, por Carlos Marighella, no qual afirma que “Esta contribuição teórica e prática da revolução cubana ao marxismo-leninismo elevou a um plano inteiramente novo a guerrilha, colocando-a na ordem-do-dia por toda a parte, em especial na América Latina”;
üo surgimento, em 1967, da Ação Libertadora Nacional (ALN), organização estruturada para a prática da guerrilha urbana; e
üo ataque terrorista desencadeado em 26 de junho de 1968, contra o Quartel General do IIº Exército, no Ibirapuera, em São Paulo, e que matou o soldado Mário Kozel Filho.
Por evidente, os fatos históricos ora citados são ignorados, omitidos e apagados da memória por aqueles que tratam do dramático período de 1968. Os livros adotados nas escolas — para mais de 6 milhões de alunos no ensino médio, dentre as 46 milhões de matrículas no ensino básico — deixam de transmitir aspectos essenciais, como as causas que geraram o AI-5, mencionadas neste texto. Por que?
Para desempenhar seu papel, os historiadores devem estar fora do universo dos analfabetos funcionais, dos doentes ideológicos ou dos que prezam a má fé como paradigma existencial. Do contrário, jamais transmitirão a ideia ontológica de que o “objetivo fundamental do ser humano é a paz e a harmonia, tendo como instrumento a democracia, que por seu turno é alicerçada na liberdade, na verdade, na coragem e na ética”.
E por último e fundamental: a sociedade brasileira clama por mudança. A fraude, a falsidade e a corrupção receberam um duro golpe em 2018. A esperança, a fé e o otimismo entraram na agenda social e política. Todos precisam se conscientizar desses novos tempos em que cidadãos, contribuintes e eleitores estão imergindo.

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