domingo, 20 de setembro de 2020

Metáfora dos Petrolões


Revendo laudos de exame médico, encontrei o rascunho de um texto no verso do pedido de exame laboratorial, de abril de 2015. Passados 5 anos reproduzo esses rabiscos. De um lado, relembro a percepção das coisas políticas naquela época. De outro, revejo os alicerces do resultado da eleição presidencial de outubro de 2018, com consequências transformadoras que prosseguem, e que impactarão a eleição de 2022 e, quem sabe, os 10 a 14 anos vindouros.

Essa expectativa está correlacionada com três aspectos essenciais:

(i)      a pandemia do coronavírus trouxe consequências terríveis para a população mundial e brasileira, porém permitiu ao governo federal reagir com oportunidade e eficácia — interpretação reconhecida por amplos contingentes da sociedade brasileira, mas negada pelos políticos de oposição, por uma parcela de intelectuais e por significativa amostra de formadores de opinião, encastelados na mídia internacional e nacional, com ênfase para a rede Globo, Estadão e Folha de São Paulo; 

(ii)    a efetividade das ações do governo federal no Nordeste está adicionando um ponto de inflexão na visão dos bravos nordestinos na compreensão da ação política — enfatize-se o aporte de água, infraestrutura, ferrovia, agricultura e apoio aos mais necessitados, com a ausência de corrupção;

(iii)  a união em um mesmo curral de opositores do atual governo federal potencializa os êxitos inequivocamente alcançados — encastelam-se à margem das transformações os políticos corruptos já condenados, os políticos corruptos ainda não alcançados pelos grilhões da justiça, os formadores de opinião Fake News, os juízes descompromissados com a ética e a decência e os demais opositores, ainda inconformados com o afastamento das correntes de esquerda do poder.

 

Enfim, recordemos 5 anos atrás e imaginemos o Brasil que aguarda os brasileiros na vanguarda e que está no cerne dos sonhos das próximas gerações.

 

14/Abr/2015
Paciência e resiliência

Hoje é terça-feira. Estou no Laboratório Biobrás para fazer uma cintilografia.

Há muitos pacientes fazendo esse exame. O meu evento foi agendado para 15:00h. Se houvesse controle de qualidade no processo, o tempo requerido para as cinco fases seria aproximadamente 2 horas e 40 minutos. Então, o procedimento terminaria por volta de 17:40h.

Pois bem, meu exame deverá terminar aí pelas 21:00h. Então, para passar o tempo com menos desconforto, rabisco estas garatujas.

Um dos pacientes declarou hoje, em uma fila de espera no HMAB (hospital militar), que esse tempo desperdiçado faz parte do “custo Brasil”. Ele tem razão! Mesmo atividades desenvolvidas em empresas, em nosso País, que poderiam ser consideradas de elevado padrão organizacional, são impregnadas de processos de baixo nível de desempenho. E o pior de tudo: as pessoas envolvidas não se dão conta ou não se importam com isso.

Então, no comércio de bens, na prestação de serviços de caráter privado ou no âmbito do setor público, as atividades são eivadas de defeitos e de procedimentos insatisfatórios. Se um cliente mostra indignação, ele se torna antipático e é criticado pela manifestação de insatisfação.

Esse estado de coisas é agravado no setor público, em que a precariedade do trabalho e do desempenho é agravada pela indigência da ética e a prevalência da corrupção desenfreada.

Na atual conjuntura, a cada dia que passa, estouram novos casos de escândalos. Assim, o País foi sacudido pelo trauma chamado Mensalão, com um elevado montante de recursos surrupiado da sociedade para satisfazer a sanha dos políticos, como forma de obtenção de apoio para ações que visam à manutenção do Poder pelos mandatários de plantão.

Seguiu-se-lhe o Petrolão, de maiores proporções, com o sangramento da maior empresa brasileira, a Petrobras. De uma hora para outra, como num passe de mágica, essa empresa perdeu mais da metade de seu patrimônio, em face das repercussões das falcatruas que a classe política dirigente impôs a essa magnífica empresa pública. 

Como que para reduzir o impacto da descoberta das quadrilhas operadoras dos desmandos do Petrolão, noticiou-se o escândalo no âmbito do financiamento público, com a malversação de somas maiores que as do Petrolão.

A riqueza de fatos escabrosos é caracterizada por um escândalo até o momento apenas cogitado, envolvendo o financiamento pelo BNDES de empresas brasileiras que atuam em ditaduras da América Latina e da África. A se acreditar nas notícias circulantes, a ordem de grandeza chega à casa de dezenas de bilhões de reais, podendo o montante total ultrapassar a casa de centenas de bilhões. A rigor, os recursos deslocados para a Bolívia, Venezuela, Cuba e para os países ditatoriais coirmãos africanos é uma cópia potencializada do que ocorreu na Petrobras.

Enfim, em um dia chuvoso, pode-se asseverar que a insatisfatoriedade do processo de exame laboratorial é uma boa metáfora do que vem ocorrendo nas plagas tupiniquins, na maioria das atividades em curso, notadamente aquelas do setor público.

 

 


 

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