segunda-feira, 20 de outubro de 2025

Diálogo com o amigo Heitor

Tenho trocado mensagens com o amigo Heitor José de Souza, da prestigiosa turma Marechal Mascarenhas de Moraes (AMAN, 1972). O Heitor é um dos líderes da turma, mercê de sua estatura intelectual e  de sua condição de um dos maiores atletas da Academia — ele foi recordista das Forças Armadas em uma das modalidades incluídas no pentatlo militar, bem como excelente jogador de futebol. Ademais, em face de inquestionáveis méritos, ele foi segurança do então presidente José Sarney, com quem mantém sólida interação até hoje.

Inicialmente, ele me enviou um artigo “China quer controle sobre a produção global de minério usado em chips” que, como expresso no título, faz a apologia da prevalência chinesa em recursos naturais e produção mineral dos chamados terras-raras. 

Sobre esse artigo, respondi com a mensagem transcrita a seguir.

Amigo Heitor,

O artigo é curioso!

Porém, escrito por um oponente do Trump e, por isso, deixa de levar em conta muita informação e conhecimento.

Talvez, o aspecto mais interessante, na questão dos minerais terras-raras, é a oportunidade do Brasil, nas disputas EUA-China.

Claro, isso se não tivéssemos um Governo alicerçado na corrupção, na canalhice e na bandalheira.

 

Aproveitei o ensejo e enviei para o Heitor os seguintes artigos:

– “Obtenção de samário presente em uma mistura de elementos terras-raras pesados a partir da técnica de extração por solventes”; de Gabriel Santos;

– “Novas regras da China sobre terras-raras entram em vigor em 1º./12, entenda”; divulgado em economia.uol.com.br;

– “ ‘Ouro do século 21’: EUA querem terras-raras brasileiras, até hoje sem lei”; divulgado em economia.uol.com.br.

Ademais, acrescentei a coletânea transcrita a seguir — a rigor, alicerçada em algumas fontes da plataforma Wikipedia — apontando as possibilidades brasileiras, nessa questão crucial para artefatos militares e civis baseados em tecnologia avançada. 

Disprósio no Brasil

O refino de disprósio no Brasil está em desenvolvimento, com empresas e instituições de pesquisa trabalhando para criar uma cadeia produtiva local para terras-raras. 

Atualmente, o Brasil possui reservas significativas, com projetos em andamento para exploração e processamento em estados como Goiás e Minas Gerais, que buscam desafiar o monopólio chinês no mercado global através da produção de produtos de alto valor agregado, como os ímãs de terras-raras. 

Desenvolvimento e projetos

Goiás – A Aclara Resources está desenvolvendo o Módulo Carina, que possui potencial para disprósio, e planeja uma planta-piloto em 2025 para testar processos de refino. A Serra Verde também opera uma mina em Goiás com produção comercial de terras-raras. 

Minas Gerais – A FIEMG (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais) adquiriu o primeiro laboratório do hemisfério sul capaz de produzir ímãs de terras raras, como disprósio, neodímio e praseodímio, em Lagoa Santa. Este projeto visa impulsionar a produção de ímãs e outras tecnologias de alto valor agregado a partir de reservas locais. 

Outros estados – O Serviço Geológico do Brasil (SGB) identifica recursos de terras-raras em outros estados, incluindo Amazonas e Bahia. 

Desafios e objetivos

Monopólio chinês – O Brasil busca se consolidar como um player global no mercado de terras-raras, que é atualmente dominado pela China. A estratégia envolve a criação de uma cadeia produtiva completa, que vá da extração à fabricação de produtos como ímãs para carros elétricos e turbinas eólicas.

Desenvolvimento tecnológico – O principal gargalo tecnológico é o refino do minério até a conversão em óxidos, que é uma etapa crucial para a obtenção dos metais. O país também precisa provar a viabilidade econômica e competitividade dos processos de refino.

Investimento e regulamentação – O governo brasileiro, por meio de órgãos como BNDES e FINEP, está investindo em projetos de exploração mineral e desenvolvimento de tecnologias para terras-raras. É necessário um quadro regulatório adequado e atração de investimentos para o pleno desenvolvimento do setor.

 

 

O Heitor replicou, enviando-me fotos do livro “A Nova China”, de Keyu Jin. Para dar uma ideia do conteúdo dessa obra, destaco apenas uma frase iluminada pelo Heitor: 

“Depois da morte de Confúcio, em 479 a. C., a China, cerca de dezoito séculos antes da Europa, criou o primeiro Estado moderno. Quatro invenções chinesas — o papel, a imprensa, a pólvora e a bússola — mudaram o mundo para sempre.”

Minha tréplica consistiu da remessa de uma foto de 9 fontes bibliográficas que se relacionam com a conjuntura chinesa e mundial, na atualidade, acompanhada da mensagem transcrita a seguir.

Fontes bibliográficas relativas à China ou com impacto na conjuntura chinesa e mundial.

Amigo Heitor

Excelente sugestão! Vou acrescentar “A Nova China” à minha estante.

Interessei-me pelos ‘Chinotacas’, quando, no CTEx, li o livro “Nuclear Express” e tomei conhecimento de que quando eram fraquinhos, os chineses passaram a perna nos americanos e nos soviéticos.

Comprei a obra escrita pela 3ª. Autoridade da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF), em parceria com o ex-chefe da Inteligência do projeto nuclear americano. O livro apresenta a história do desenvolvimento nuclear de todos os países que detêm a bomba atômica. Incluíram Israel, Coreia do Norte e Irã, que estavam em vias de obtenção. Aliás, Israel já detinha a bomba, mas não anunciava.

Eu sabia que o livro era excelente. Meu objetivo era saber se dava para fazer alguma coisa com as 2 toneladas de urânio armazenadas no CTEx e com os 10 engenheiros PhDs na área nuclear, que estavam sem o que fazer. Isso como sabemos, graças ao iluminado Sr. Collor que, enquanto presidente da República, tomou a iniciativa de paralisar o projeto nuclear brasileiro — enfatize-se que ele poderia encerrar projeto de desenvolvimento de bomba atômica, porém jamais deveria encerrar a pesquisa no campo nuclear, como fazem, por exemplo, a Alemanha e o Japão.

Enfim, a partir dessa época, passei a olhar para os chineses com maior atenção.

Lamento que, agora, o Governo Federal, o Supremo Tribunal Federal e universidades (a UnB à frente) estejam fazendo parceria com os chineses.

Já publiquei em jornal, algumas vezes, que “eles riem muito, mas não brincam”; e, também, que as próximas gerações pagarão a conta do enorme prejuízo que eles nos imporão.

Estive na China fazendo turismo e, em outra ocasião, trabalhando pelo Ministério da Defesa. O Sr. Nelson Jobim, como ministro da Defesa do Brasil, prometeu coisas para eles com as quais o comandante da Marinha não concordava. No trato dessa questão, aprendi que eles não abrem mão, um milímetro ou uma gota, daquilo que consideram prioritário e de seu próprio interesse.

Enfim, o tema mereceria que nos sentássemos à mesa algumas vezes e degustássemos algumas dúzias de refrigerantes, conversando, para melhorar nossa compreensão.

Que venha 2026, para varrer a sujeira e lotar as ratoeiras de nosso malsinado País; bem como colocar o destino das próximas gerações sob a perspectiva do otimismo e da gestão virtuosa.

Ou não! Dado que o risco de permanência do ex-corrupto anda muito elevado!

A culpa não é dos líderes das facções criminosas. É de parcela do povo brasileiro que se refestela com o que há de pior na história humana, gosta e fica feliz.

Forte e fraterno abraço!

 

 

 

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