quarta-feira, 11 de março de 2020

Humanos e macacos


A questão do voto impresso voltou à agenda da mídia, como resultado da menção feita ao problema pelo Presidente da República em sua viagem aos Estados Unidos.
A propósito, deve ser lembrado que, algum tempo atrás, uma emissora de TV americana divulgou uma possível intervenção de três países nas eleições brasileiras, por intermédio de ação nas urnas eletrônicas — fato que teria sido do conhecimento até mesmo do Departamento de Estado americano. Dentre os países, estaria a Venezuela que, por acaso, abriga ao menos parcialmente a empresa desenvolvedora das urnas eletrônicas brasileiras.
Por imperioso, acrescente-se o evento no Senado Federal, em que um advogado pronunciou um discurso arrasador em uma audiência pública, apontando as incoerências e até mesmo ilegalidades do processo de apuração das eleições com urnas eletrônicas — sendo inequivocamente relevante a menção de que a única coisa secreta na eleição é o voto; a apuração de cada voto é um ato administrativo público, transparente, não podendo, por essa razão, ser aceito sem a possibilidade de auditagem, a qualquer tempo, por intermédio do voto impresso.
É inegável que mais cedo ou mais tarde o poder público brasileiro deverá agir para equacionar os questionamentos correlatos. O processo de votação — desde o início até a apuração final — deve ser simples, rápido, eficaz, transparente, submetido aos ditames da lei e, portanto, acima de qualquer suspeita.

Indagações relevantes do macaco. 
Esses humanos sabem que pode não ter havido fraude nas eleições brasileiras com urnas eletrônicas, mas do ponto de vista intelectual e tecnológico, elas podem existir; então porque não adotar o voto impresso? 
Esses humanos sabem que pode não ter havido fraude, mas a única forma de provar essa hipótese é adotando o voto impresso; então porque não adotá-lo? 
Esses humanos precisam evoluir muito nos aspectos intencional, sensorial, intelectual e filosófico, para virarem macacos. 
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 [Divulgado no Estadão online de 10/Mar/2020]
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[Vídeo de audiência pública ocorrida no Senado Federal, possivelmente em 2018]
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