Sem querer, dei-me com o artigo “Intelectuais: ainda existem?”, de José Maria Carabante, publicado na Gazeta do Povo em 17/10/2024. Trata-se de uma instigante provocação, dado que os argumentos se baseiam em sólido alicerce bibliográfico e a indagação permite muitas interpretações.
Duas frases podem resumir o objetivo do autor. A primeira caracteriza as opções a serem seguidas por essas pessoas privilegiadas:
“O intelectual é forçado a escolher: ser leal ao seu conhecimento e às causas mais elevadas, ou seguir o canto da sereia do poder.”
Não raro, assistimos aqueles que se posicionam como intelectuais expressarem-se de acordo com a vontade da sereia.
A outra frase constitui-se em indicador da forma como os mortais com inexcedível talento devem contribuir para seus a condução de seus contemporâneos:
“O intelectual deve fazer o seu público pensar, não se submeter aos seus ditames ou enganá-lo para alcançar objetivos pessoais ou ideológicos.”
Aí estaria a essência do que deva ser um intelectual.
Então, com muito atraso, adicionei o que julgo ser uma questão crucial da atual conjuntura brasileira que, por coincidência, está associada com a questão da intelectualidade e, por malsinado destino, tem impactado de forma negativa nossa realidade.
Pode-se concordar ou discordar, contudo, o conhecimento e as ideias do artigo estimulam a faculdade de pensar, pequena ou grandiosa.
E, nesse sentido, pode-se asseverar que no Brasil faltam traumas, intelectuais e estadistas.
Os traumas eliminam muitos indivíduos, especialmente, os hediondos; e impõem demanda de solução. Os intelectuais apontam direções requeridas no pós-trauma. E os estadistas desencadeiam a busca das trajetórias propostas.
Como em nosso rico país falta essa tríade, em consequência, há indigência em educação e em infraestrutura sanitária; há desigualdade de renda, bem como ausência de igualdade de oportunidades; e, sintetizando, constata-se inequívoca pobreza em gestão pública.
Que venha 2026! Que prevaleça a esperança!
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