sábado, 9 de setembro de 2023

Internet, redes sociais e polarização política


Um consagrado cientista social postou artigo em que pesquisador americano mostra algo ‘contraintuitivo’: a polarização política entre idosos não é impactada pela Internet e pelas redes sociais. Na condição de leigo, manifestei minha opinião. Ela é sintetizada a seguir.

O artigo é denso, apoiado em extensa biografia que já tratou do assunto, em dados de fontes institucionais confiáveis, em sólido processamento de dados (mercê de complexos fundamentos matemáticos) e com abordagem acadêmica exemplar.

Convém considerar que há aspectos subjetivos que poderiam impactar a atitude das pessoas idosas e que estão fora do escopo do artigo. Eles são alinhavados a seguir.

As consequências da Internet e das redes sociais sobre as abordagens das mídias convencionais, que são a fonte de conhecimento das pessoas mais idosas, podem ter impacto no pensamento dessa amostra do universo.

A observação, pelos idosos, de pessoas mais jovens, submetidas a transformações aceleradas dos tempos atuais deve ser devidamente avaliada.

O temor natural — ou simplesmente medo — de pessoas mais velhas, em relação aos riscos enfrentados ao longo da vida, podem ser agravados na atual conjuntura, por conta da aceleração das transformações.

É inequivocamente relevante a relação entre o posicionamento da população em geral (e, em particular, dos grupos analisados) e as improváveis vitórias de Trump e de Biden (e as respectivas razões) — o que evidencia contribuição eleitoral de parcela de idosos, em uma e outra direção, sob o impacto da complexidade conjuntural, que inclui as novidades tecnológicas no acesso direto ou indireto à informação. Para contextualização, deve ser mencionado que os citados líderes estão fora do universo de cidadãos altamente qualificados para a gestão da potência mais relevante da História; isto é, não há expectativa de que eles passem a integrar a amostra, por exemplo, de Lincoln, Roosevelt, Eisenhower e Reagan.

Podemos, pois, inferir o seguinte:

– de acordo com estudo acadêmico, dados objetivos evidenciam que a Internet e as redes sociais não influem na polarização política entre pessoas idosas;

– quando se consideram aspectos cuja mensuração é difícil pela subjetividade envolvida, constata-se que há possibilidade de impacto indireto da Internet e das redes sociais na aludida polarização política entre pessoas idosas.

 

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