segunda-feira, 22 de maio de 2023

Racismo no futebol espanhol – II

O tão pranteado futebol da Espanha apresentou, em nível mundial, mais um show de desqualificação de seus dirigentes, analistas e demais integrantes do mundo desse exemplar país, ao reagirem em relação às consequências do nefasto episódio de racismo sofrido pelo brasileiro Vini Jr, no jogo do Valência contra o Real Madri, no estádio Mestalla, da cidade valenciana.

No artigo “Perguntas e respostas atinentes aos insultos racistas a Vinicius: pode o autor ser encarcerado?” (“Preguntas y respuestas tras los insultos racistas a Vinicius: ¿puede acabar el autor en la cárcel?”), de 22/05/2023, do jornal espanhol Marca, há uma incoerência inequívoca na indagação que motiva o autor do texto.

Antes de entrar no cerne da questão, convém cogitar sobre as causas motivadoras. 

Em primeiro lugar, na atualidade, o brasileiro Vini Jr. está entre os três melhores jogadores do mundo, o que é uma ameaça a todos os adversários que sua equipe, o Real Madri, enfrenta. 

O estilo futebolístico e a personalidade do Vini Jr. contribuem para agravar as consequências de sua atuação, isto é, ele supera seus marcadores pela qualificação futebolística e pela descomunal velocidade; e provoca-os, com dribles desmoralizantes e atitudes irônicas.

Tanto os adversários quanto os torcedores não têm capacidade, energia e argumento para enfrentar o Vini Jr. Resta apenas uma forma de lidar com ele: apelando para o hediondo e desprezível racismo.

 

No que concerne às consequências, é necessário identificar e prender algum racista? Ora, isso é estupidez em estado pleno! Todas as pessoas no estádio gritavam: “Mono! Mono! Mono!" 

Esses gritos foram ouvidos na Sibéria, no Polo Norte e no território da Antártida, porque foram transmitidos pela TV espanhola. Parece que há pessoas que não ouviram e não assistiram ao jogo. 

É uma piada, mas uma piada de mau gosto, uma piada estúpida.

Como admirador do futebol, da arte e da história espanholas, sinto muito. 

A solução: punir severamente a equipe dos torcedores racistas.

 

¿Es necesario identificar a los racistas? ¡Qué clase de estupidez! Toda la gente en el estadio gritaba “¡Mono! ¡Mono! ¡Mono!” 

Estos gritos se escucharon en Siberia, el Polo Norte y el territorio de la Antártida, porque fueron retransmitidos en Televisión Española. Parece que hay gente que no ha oído y no ha visto el partido. 

Es una broma, pero un chiste malo, chiste estúpido. Como admirador del fútbol, del arte y de la historia de España, lo siento. 

La solución: castigar severamente a la peña racista.

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[Conquanto o comentário em destaque tenha sido postado, 
em 22/05/2023, no jornal Marca, ele não foi divulgado, possivelmente, porque o jornal não acolhe comentários que contrariem seus interesses]

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