quinta-feira, 8 de julho de 2021

Meta-análise dos bons modos

Em face da conturbada conjuntura — em que ofensas, agressões e demonstrações de ódio permeiam os vários níveis sócio-culturais, da mais alta intelectualidade até os integrantes da base da pirâmide (em realidade, poucos dentre esses, dado que têm pouco acesso à produção dos formadores de opinião) —, é conveniente dar uma olhada em atitudes e procedimentos dos presidentes brasileiros no último quarto de século.

 

Um mandatário utilizava bons modos para convencer canalhas a aprovarem a reeleição, para não aprovarem o impedimento do sucessor e para exercer a empatia pelo Foro de São Paulo. 

O outro fazia os maus modos escorrerem pela urina e os usava para praticar a corrupção em favor dos amigos e familiares, para formular aleivosias contra negros, mulheres e homossexuais, e para criar o Foro de São Paulo — a apologia do que afronta os valores civilizacionais. 

A outra utilizava os maus modos contra servidores e ministros e para aprovar a corrupção desbragada. 

O atual pratica maus modos contra oponentes canalhas, da mídia, da intelectualidade e da política.

  

Em síntese, testemunhamos os bons modos em favor da canalhice, os maus modos e a canalhice em favor da própria indigência, os maus modos e a canalhice em favor da coerência da biografia e os maus modos contra a canalhice.

A escolha e as ofensas são livres de acordo com a opção e vocação de cada um. 

Ganha um prêmio quem acertar os quatro personagens. Ganha uma surra quem errar pelo menos um. Nem precisaria, dói de qualquer maneira; e o que é terrível, independentemente da circunstância, a dor se propaga e impacta todos os cidadãos.

_____________

#############


[Divulgado no Estadão online de 8/Jun/2021]

_____________

#############


[Divulgado na Folha de São Paulo online de 8/Jun/2021]

_____________

#############


[Divulgado no Correio Braziliense online de 8/Jun/2021]

_____________

############# 

Nenhum comentário:

Postar um comentário