quarta-feira, 3 de julho de 2019

Bonitinha mas ordinária


Na crise de invasão dos celulares do então juiz Sérgio Moro (e agora ministro da Justiça) e do procurador Sérgio Dallagnol — numa reação ao exemplar trabalho que essa dupla prestou à Justiça e à sociedade brasileira, ao identificar e condenar alguns dentre os principais figurões da República pelos crimes de corrupção — surgiram indícios de que a candidata a vice-presidente da República Manuela d’Ávila está envolvida com os hackers criminosos que perpetraram o feito.
A Folha de São Paulo tem divulgado a evolução do trabalho dos hackers, mas até agora não ficou comprovado qualquer irregularidade cometida pelo então juiz e pelo procurador. A tentativa de enodoar as duas notáveis figuras da Justiça e do Ministério Público continua sem sucesso. O essencial, que é o crime dos hackers e de seus mandantes ou estimuladores, tem sido deixado ao largo. Claro, a bela e jovem senhora do PC do B e candidata a vice-presidente na derrotada chapa do PT tem sido poupada.
Nesse sentido, “Bonitinha mas ordinária” é um filme brasileiro lançado em 1981, inspirado na obra de mesmo nome de Nelson Rodrigues. 
Olga Benário era funcionária do serviço secreto soviético e co-assassinou a esposa do presidente do partido comunista do Brasil. Era ordinária, bonitinha não. 
Não há semelhanças com fatos da atual conjuntura [Que fique esclarecida a ironia: não há para quem não quer].
Entretanto, é ordinária a abordagem de prevalência da impunidade na maior crise de corrupção da história da humanidade.
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[Mensagem divulgada na Folha de São Paulo online de 3/Jul/2019]
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