![]() |
"O lavrador perspicaz conhece o caminho do arado." Homenagem a Oscar Barboza Souto, antigo lavrador, garimpeiro, tabelião, juiz de paz e comerciante. In Memoriam. |
Ao examinarmos eventos históricos, percebemos que a prevalência de povos e nações está associada com a exploração do gênio inventivo e com a qualificação em gerenciamento. Desde a invenção da roda, passando pelo arco e flecha, pólvora, fissão nuclear e compreensão do potencial das consequências do movimento dos elétrons, a genialidade e a gestão — esta, antes intuitiva e não ordenada; agora pormenorizada e estruturada — são duas dentre as condicionantes fundamentais da evolução humana.
Pela herança transmitida para a posteridade, os seguintes mestres podem ser considerados emblemas representativos da inventividade e da possibilidade gerencial: Aristóteles, John Locke, Adam Smith e Steve Jobs.
Na Grécia antiga, Aristóteles concebeu e divulgou, dentre outras obras emblemáticas, A Política, lançando — com a influência e inspiração dos antecessores Sócrates e Platão — as bases da civilização ocidental, cujas virtudes e eventuais vícios são o arcabouço das estruturas sociais e políticas da atualidade.
Em meados da Idade Moderna, John Locke, contrapondo-se a seu grande inspirador Hobbes, ofereceu seu Segundo Tratado sobre o Governo Civil e plantou a semente do liberalismo, ao elaborar a apologia da vida, da propriedade e da liberdade.
Na segunda metade do Século das Luzes, Adam Smith transmitiu enorme potencial à locomotiva a que Locke deu a partida, ao produzir a influente obra Uma investigação sobre a natureza e a causa da riqueza das nações, dando grande passo para o surgimento do capitalismo, apoiado na preponderância da satisfação dos interesses dos indivíduos e, por via de consequência, na supremacia da iniciativa privada.
Dentre os maiores empreendedores, a escolha de Steve Jobs é simbólica. Ele representa o universo daqueles que operaram grandes transformações, em acréscimo aos idealizadores teóricos. Assim, sua herança materializada no mecanismo de comunicação primacial da atualidade pode ser a mais extraordinária ilustração da importância do gênio inventivo e da qualificação em gestão. Não pode passar desapercebido que a explosão originada dos empreendimentos de Jobs ocorreu no mundo ocidental, sob o manto do liberalismo político e do capitalismo econômico.
Deixando a amplitude global e atendo-se ao Brasil, é razoável asseverar que, em dois séculos de trajetória independente, o País vem tentando ajustar-se na antessala do mundo ocidental, buscando inserir-se na eficácia das sendas do liberalismo e do capitalismo. As transformações políticas de 2018 acenam com perspectivas animadoras na medida em que os dirigentes que flertavam na direção política oposta àquela que é mais consentânea com a evolução e vocação históricas foram deixados de fora da direção dos destinos brasileiros.
A emblemática obra intitulada Ações para a Qualidade, do Dr. Marcus Vinicius Rodrigues, tem-se constituído em importante instrumento para que os processos estratégicos de gestão contribuam para a eficácia dos negócios na iniciativa privada — sem perder de vista que podem impactar também processos de gestão pública — e, dessa forma, pode ser considerada mecanismo eficaz para que o País se direcione para o caminho de prosperidade que a opção ocidental, liberal e capitalista possibilita.
Não é demais asseverar que obras desse quilate — portadoras de metodologias para a melhoria dos processos e busca da qualidade e competitividade — são oportunas e imprescindíveis pela possibilidade de confirmar e relembrar que as tragédias recorrentes dos sistemas políticos e ideológicos implementados pelos seguidores de Karl Marx são plena e obrigatoriamente evitáveis por atitude, propósito, eficiência e eficácia da ação gerencial fundamentada em qualidade.
Assim, o lançamento de mais uma edição revisada desta obra satisfaz à imperiosa demanda resultante de evolução histórica, vocação inalienável e oportunidade conjuntural em que o povo brasileiro está engajado. É certo que todos os envolvidos em gestão operacional e estratégica bem como aqueles que, na academia ou em suas adjacências, transmitem o saber abrigados em qualidade, recebem uma renovada herança, de inequívocas consequências positivas para suas ações.
Por extensão, podemos saudar a iniciativa do ilustre educador, gestor e escritor, Dr. Marcus Vinicius Rodrigues, porque a brilhante obra oriunda de seu gênio inventivo e direcionada para o gênio inventivo daqueles que labutam em gestão, lança luzes nas esferas da administração privada e pública, com o potencial de impactar a sociedade e de tornar cada cidadão mais apto a convergir para sua meta primordial: a busca da paz e harmonia, no âmbito da democracia, e amparado na verdade, liberdade, coragem e ética.
Brasília, 22 de agosto de 2019
General de Divisão R1 Aléssio Ribeiro Souto
Engenheiro Eletricista, Mestre em Ciências
Ex-Chefe do Centro Tecnológico do Exército
Nenhum comentário:
Postar um comentário