A cientista política Maria Tereza Sadek deu uma longa entrevista para o Estadão e afirmou que o STF ‘cumpriu seu papel’ ao ordenar abertura de CPI da Covid para investigar a atuação do governo federal na pandemia.
O compromisso com a verdade impõe que há a necessidade de avaliação do papel de todas as instituições com responsabilidade nessa questão. Nesse contexto, devem ser questionadas as ações do governo federal, do próprio STF, do Parlamento e, principalmente, dos governadores e prefeitos.
Tudo indica que a luminar deixou de levar em conta o perfil do magistrado que tomou essa decisão. Ademais, há indicações de que a venerável senhora não tem o hábito de avaliar instituições brasileiras à luz de suas congêneres nos países democráticos desenvolvidos. Se fizesse um singular questionamento dos dois aspectos mencionados, possivelmente, ela traria luz às sendas de nossa evolução ao invés de contribuir para a ameaça das trevas.
Em realidade, sua asserção pode ter o objetivo de provocação como forma de obter notoriedade que ela ainda não conseguiu alcançar por seus méritos intelectuais e profissionais.
Por fim, atenho-me apenas à figura do magistrado que tomou a decisão do agrado da senhora Sadek.
O ex-corrupto, ex-condenado e ex-presidiário Lula pediu desculpas ao povo italiano por ter impedido o retorno de Cesari Batisti para a Itália. O advogado brasileiro do criminoso italiano defendeu-o sob a alegação de que ele não tinha cometido crime pelo qual ele já tinha sido condenado em seu país, em plena vigência do Estado Democrático de Direito. Quer dizer que a cientista acha que o advogado praticante de inverdade cumpriu mesmo o seu papel ao determinar a abertura da CPI do Covid? Tá de brincadeira! Há juízes em Berlim. Aqui, não há juízes e cientistas são controversos.
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[Divulgado no Estadão online de 10/Abr/2021]
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