Em 24/Abr/2020, o ministro da Justiça Sérgio Moro anunciou sua saída do governo em uma entrevista coletiva, na qual acusou o presidente Jair Bolsonaro, entre outras coisas, de tentar interferir na Polícia Federal.
Em face da gravidade dos fatos citados pelo agora ex-ministro da Justiça, o Procurador-Geral da República Augusto Aras encaminhou ao STF a solicitação para que seja desencadeada uma investigação.
O ministro Celso de Mello, do STF, determinou a abertura de inquérito e em consequência o Sr. Moro foi ouvido na Polícia Federal e afirmou que o Presidente Bolsonaro não cometera crime, mas citou fatos ocorridos na reunião presidencial do dia 22 de abril, que possivelmente poderiam caracterizar a existência de ilegalidade.
O ministro Mello determinou que o vídeo contendo a gravação da reunião fosse enviado à Suprema Corte. A possível divulgação parcial ou total do vídeo criou uma expectativa em nível nacional sobre a possível “bala de prata” — que seria prova de crime de responsabilidade do Presidente da República. Nesse contexto, o Sr. Mello determinou a divulgação do vídeo, com exclusão de trechos contendo menção a outros países.
O vídeo teve um efeito devastador: contribuiu para a reeleição do presidente. A razão é simples. O ministro “boa sorte” (acepção teatral da fala do Saulo Ramos) comprovou o que os defensores da corrupção, do assalto aos recursos públicos mais temiam: o presidente falou palavrões, defendeu os mais pobres e adotou a postura necessária contra o ministro das hostes opositoras. Ou seja, saiu fortalecido e aprovado pelos que combatem as práticas hediondas da política.
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