domingo, 2 de março de 2025

Para integrante do STF: Brasil, colônia até quando?

Ao responder às iniciativas do governo de Donald Trump contra as ações da Justiça brasileira contra os mandamentos constitucionais dos dois países, o ministro Alexandre de Moraes declarou que “deixamos de ser colônia em 7 de setembro de 1822”.

Ora, o Brasil deixou de ser colônia, para alguns, em 1808, quando a família real aqui chegou e o Brasil se tornou a sede do trono português; e para outros, em 1815, quando quando “o Brasil ganhou o status de reino unido a Portugal e Algarve” — isso se o termo colônia se aplica a nosso período anterior à independência, dado que há historiadores que preconizam a inexistência de período colonial na evolução brasileira.

 

Cometer erro em apreciação de fato histórico que ocorreu há quase 200 anos não é nada perto da catástrofe associada com eventos ocorridos na atualidade, a menos de mil metros da egrégia sede de trabalho. 

Ora, admitir que cidadãos doentes, velhinhas, crianças, pessoas com a Bíblia na mão e similares estão participando de tentativa de golpe de Estado é demonstração de mente detentora de notável saber e ilibada conduta ou mente doentia, nefasta, sórdida e hedionda?

Indago por que só sei que não sei? Até porque Sócrates também indagaria antes de se envergonhar, de ficar constrangido e de renunciar à tentativa inútil de transmitir conhecimento e, sobretudo, comportamento ético para a posteridade.

 

À guisa de pós-conclusão, é inegável que há uma amostra do universo de cidadãos que, intelectualmente, precisa chegar à condição de “colônia”, para começar um processo de evolução com o objetivo de atingir o patamar de rigorosa intransigência com tudo o que esteja além das fronteiras da liberdade, da verdade e da ética.

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[Divulgado no jornal Gazeta do Povo em 2/Mar/2025]

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