quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Mecanismos constitucionais [1]


No âmbito de uma entrevista para a jornalista Leda Nagle o Deputado Federal Eduardo Bolsonaro fez a seguinte declaração: 
“— Vai chegar um momento em que a situação vai ser igual a do final dos anos 60 no Brasil, quando sequestravam aeronaves, quando executavam-se e sequestravam-se grandes autoridades, cônsules, embaixadores, execução de policiais, de militares. Se a esquerda radicalizar a esse ponto, a gente vai precisar ter uma resposta. E a resposta, ela pode ser via um novo AI-5, via uma legislação aprovada através de um plebiscito, como aconteceu na Itália. Alguma resposta vai ter que ser dada — afirmou  Eduardo.”
Essa declaração ocasionou reações veementes do presidente do Congresso Nacional e do presidente da Câmara dos Deputados.
Tudo indica que há uma opinião divergente quando alguém se posiciona a favor do comunismo ou a favor dos oponentes desse sistema hediondo. A favor de um, tudo pode; a favor do outro lado é proibido.
Sem posicionar-me de forma favorável ou desfavorável a pessoas, mas posicionando-me sempre contra o comunismo e contra o nazismo, dado que considero ambos faces fascistas opostas de uma mesma moeda, questiono as notas das atuais autoridades do Parlamento.
Nesse sentido, indago.
Flertar com o comunismo (mais de 100 milhões de assassinatos no mundo) pode. 
Flertar com Cuba (onde não tem liberdade individual, de imprensa e de partidos políticos, entre outras) pode. 
Flertar com o Adélio "Facada" pode. 
Flertar com o assalto à Petrobras pode. 
Flertar com quem está preso em Curitiba por corrupção pode. 
Flertar com os bandidos que estão causando danos no Chile pode. Nenhuma nota das autoridades do Parlamento contra essas abjeções. 
Agora, ser contra o terrorismo, sequestros e outros radicalismos não pode?

O autoritarismo brasileiro por pior que tenha sido (ainda que seja considerado bom por largas parcelas da sociedade) garantiu a vitória contra o radicalismo de esquerda. 
Contrariamente ao que ocorreu na Colômbia (entre 60.000 a 200.000 mortos) e em outros lugares do mundo, no período de 1964 a 1985, o Brasil teve cerca de 450 mortos da esquerda e 120 mortos de quem combateu a esquerda. 
Um único morto é lamentável, mas dezenas ou centenas de milhares de mortos são dezenas ou centenas de milhares de vezes pior. 
Acorda Brasil!

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 [Divulgado no Estadão de 31/Out/2019]
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 [Divulgado no Globo de 31/Out/2019]

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