As mortes da menina Ágatha, no Rio de Janeiro (em tiroteio envolvendo a criminalidade e a polícia), e do menino Rhuan, em Brasília (pela ação hedionda da própria mãe em conluio com sua companheira), são produto da sanha assassina que não poupa inocentes, caracterizando a hora mais escura do ser humano.
Um efeito colateral é evidenciado neste texto: o inequívoco tratamento diferenciado atribuído pelos formadores de opinião aos dois eventos, chamando a atenção de forma ampla e contundente para a responsabilidade, ainda não comprovada, da polícia carioca; e ignorando incompreensivelmente as criminosas da capital federal.
Por quem os sinos dobram? Quando alguém se vai, um pouco de todos nós vai junto, respondeu o poeta britânico John Donne, no século XVII. Um pouco de nós está com Ágatha. Nenhuma dúvida.
Por que os analistas não têm a mesma atitude com o menino Rhuan, de Brasília, que foi morto pelo casal de lésbicas (uma delas a própria mãe), depois de castrado, torturado e a crueldade completada com muitas facadas?
Creio que pessoas com juízo não podem se desmoralizar — inclusive integrantes da mídia.
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[Divulgado pelo Estadão online de 24/09/2019]
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