quarta-feira, 27 de dezembro de 2023

O abismo alicerçado na criminalidade

Ao analisar a conjuntura política — caracterizada pela ocupação do cargo máximo do setor público brasileiro por um ex-presidiário — intelectuais de esquerda tentam comparar o conjunto dos integrantes do universo que faz oposição ao atual governo, com os integrantes favoráveis à quadrilha que se instalou no poder no Brasil. São universos incomparáveis.

 

Nesse sentido, na malfadada obra “Biografia do Abismo” — que em artigo “Coleira antilatido: as bolhas políticas permanecem soberanas”, publicado pelo Estadão, o Sr. William Waack tenta fazer a apologia — constata-se o abismo concebido pela indigência intelectual. 

Ora, o despenhadeiro se avizinhou pelas práxis da corrupção, da roubalheira, da estupidez e da opção e vocação pela distopia.

‘Primevamente’ (isso existe?), a turma que gosta do riscado maculou o objetivo primacial de paz e de harmonia, só atingíveis pela democracia, que por sua vez alicerça-se na liberdade, na verdade, na coragem e na ética. 

Por que essa suposta biografia não enfatizou a origem do abismo? E por que supostos intelectuais querem ignorar o princípio nas conjecturas sobre o meio e fim?

_____________________

#####################

[Divulgado no Estadão online de 27/12/2023]

_____________________

#####################

 

 

segunda-feira, 18 de dezembro de 2023

Dificuldade de pensar, sensibilidade e distopia

Os líderes de Israel falharam em prever o ataque terrorista de 7 de outubro de 2023, por intermédio do qual os terroristas do Hamas mataram mais de mil cidadãos israelenses, sacrificando idosos, mulheres e crianças. Passado o tormento, as forças armadas declaram a descoberta do maior túnel subterrâneo construído pelo Hamas em Gaza e que compunham um conjunto de vias utilizado na sanha para causar a maior derrota a Israel nos últimos 60 anos.

 

O ente humano pensa com o cérebro que tem, age com a força dos braços e, com a interação de ambos, assassina idosos, degola crianças e estupra mulheres, como ocorreu em 7 de outubro. 

Para a conclusão, basta usar o cérebro que tem. Para a irritação e ofensa, basta identificar-se com o conceito formulado e sentir-se atingido pela conclusão. 

A facilidade com o ato de pensar ajuda a compreensão e a dificuldade com o ato de pensar impede a sensibilidade, brutaliza quem não pensa e o imerge em distopia.

_________________

#################

[Divulgado no Estadão online de 17/12/2023]

_________________

#################

 

 

domingo, 17 de dezembro de 2023

Vitória das mulheres na FAB

No Brasil, a primeira mulher foi promovida a oficial-general de três estrelas. Trata-se da major-brigadeiro Carla Lyrio Martins, médica da Força Aérea Brasileira (FAB). Ela é especialista em diversas áreas médicas, como medicina aeroespacial, hematologia, hemoterapia, vigilância sanitária e epidemiológica, e gestão de serviços de saúde. Ademais, no campo da gestão de saúde, ela esteve à frente de cinco comandos de organização militar da FAB.

 

A major-brigadeiro Carla é um exemplo para todos nós. Não reclama e não critica; porém, pensa, esforça-se, age e constrói um mundo melhor, sobretudo para aqueles que precisam de apoio médico e também gerencial. 

Nas forças armadas, as portas estão abertas. 

Que as mulheres se preparem (não raro apresentam desempenho superior ao dos homens) e, carpe diem, inspirando-se em Santo Ignácio de Loyola, empurrem a conjuntura para a vanguarda, alicerçadas em crenças, valores e busca de paz e harmonia.

___________________

###################

___________________

###################

 

 

sexta-feira, 15 de dezembro de 2023

Um comunista no STF – Realidade ou transformação


No contexto da nefasta indicação do Sr. Flávio Dino para o Supremo Tribunal Federal, o Sr. Lula da Silva, que lamentavelmente ocupa a Presidência da República, declarou em tom dramático e de forma despudorada que fica feliz em nomear um comunista para aquele alto cargo do Poder Judiciário.

 

Quando o Sr. Lula se declara feliz com a ida de um comunista para o STF, cabem questionamentos. 

Será que o Sr. Lula mergulha em estado de felicidade com o assassinato de uma centena de milhões de cidadãos no mundo pelo socialismo (seja o nacional-socialismo e suas duas vertentes, o nazismo e o fascismo; ou o socialismo real, essa praga que os doentes admiradores chamam de comunismo)? 

Será que o Sr. Lula e o Sr. Fidel Castro, ao conceberem o socialista Foro de São Paulo, enchem-se de felicidade com o assassinato de centenas de milhares de cidadãos colombianos pela socialista FARC, que foi criada sob o patrocínio do Sr. Fidel Castro? 

Será que o Sr. Lula e o Sr. Flávio Dino, ao encontrarem, no morro, lideranças da criminalidade que apoiam o socialismo, sentem felicidade com o assassinato de milhares de cidadãos brasileiros pelo PCC e CV, parceiros das mencionadas lideranças? 

 

Quer dizer, a natureza encontrou meios de construir a interação virtuosa de bilhões de neurônios (o grande milagre da vida) para isso? 

É imperioso que aceitemos a realidade ou imaginemos a transformação? 

Se aceitarmos a realidade, é imperioso que os políticos revejam as condições para o exercício da liderança política; que os religiosos revisem as noções de procedimento e o consequente acesso ao paraíso; que os intelectuais reflitam sobre os paradigmas e atributos que permeiam a felicidade; e que finalmente os cidadãos redefinam as noções fundamentais de princípio, meio e fim que norteiam suas vidas.

Com os conceitos até agora vigentes, é dramática a convivência com a realidade em estado de distopia.

__________________

##################

[Divulgado no Estadão online e no Facebook do Estadão em 15/12/2023]

__________________

##################

[Divulgado no Facebook da Folha de São Paulo em 15/12/2023]

__________________

##################

[Divulgado no Facebook do Correio Braziliense em 15/12/2023]

__________________

##################

 

quinta-feira, 14 de dezembro de 2023

Supremas Cortes

Considerando-se os Poderes Judiciários dos países democráticos desenvolvidos, constata-se que as Supremas Cortes dos Estados Unidos e da Inglaterra e as Cortes Constitucionais da França e da Alemanha não têm nenhum integrante envolvido nas seguintes situações pessoais ou profissionais:

– reprovação em concurso para juiz;

– prestação de serviços advocatícios para organização criminosa;

– prestação de serviços advocatícios para condenado por assassinatos em país democrático;

– permissão para a esposa trabalhar em escritório que lida com causa que pode ser submetida a julgamento na Suprema Corte;

– atividades empresariais incompatíveis com o cargo;

– difamação de instituições e autoridades de seu país no exterior;

– tratamento de questões judiciais fora dos autos do processo;

– militância em campanha política de partido responsável pela maior corrupção da história;

– descumprimento e conspurcação da Carta Magna com decisões espúrias e inconstitucionais;

– investidura de advogado na egrégia Corte por mandatário amigo que, anteriormente, recebeu seus serviços advocatícios; e

 

– participação em agremiação socialista — nacional-socialismo (nazismo ou fascismo) e socialismo real (comunismo).

E a Suprema Corte de CorruPTozumba tem?

Para facilitar a compreensão, CorruPTozumba é um reino imaginário em que a elite dirigente se notabiliza pela conspurcação da liberdade e da verdade, pelo ‘toma-lá-da-cá’ nas interações políticas, pela corrupção generalizada nas ações de governo, pela gestão econômica catastrófica, pela atuação judicial à margem do estado de direito e pela defesa de socialização.

Em CorruPTozumba, todo cidadão que proclamar “eu não voto em ladrão” é condenado à prisão.

A identificação do local e dos personagens de CorruPTozumba causa o ingresso do cidadão na virtuosa eternidade da sabedoria.

 





 

sábado, 2 de dezembro de 2023

The departure of Mr. Henry Kissinger

After a long 100 years old, Mr. Henry Kissinger found eternity.

Even though he was not a native American, Kissinger became Secretary of State and was probably the most important and decisive protagonist of international relations practiced by the United States.

He was born in Fürth, Bavaria, Germany, in 1923, and when he was 15 years old, his Jewish family emigrated to the United States, fleeing Nazism.

Kissinger completed his undergraduate degree (most notably summa cum laude), master's degree and doctorate at Harvard; concluding them in 1950, 1951 and 1954, respectively — that is, he became a doctor at 31 years old.

He was United States Secretary of State and National Security Advisor from 1973 to 1977 under Presidents Richard Nixon and Gerald Ford.

He was awarded the Nobel Peace Prize in 1973 for his actions in the Paris Peace Agreement, concerned to the cease-fire and ending the Vietnam War.

He became a friend of China by negotiating the United States' detente with the Chinese, which enabled Chinese participation in interactions with developed countries.

His opponents (almost all supported by the Democratic Party) consider controversial his deliberations regarding the independence of Bangla Desh, due to the war between Pakistan and India; the replacement of Salvador Allende by General Pinochet, in Chile; the so-called Dirty War, led by the military government of Argentina; the Indonesian invasion and annexation of East Timor; and even the alleged support for the Brazilian military regime.

The New York Times has published several articles concerning Mr. Kissinger. I highlight two: the first, “Henry Kissinger was a hypocrite; and his legacy is the proof”, by Mr. Ben Rhodes; the second, “Lessons from Kissinger’s Triumphs and Catastrophes”, by Nicholas Kristof.

The title of Mr. Rhodes' article is an indication that he is a detractor devoid of any shame and who is not embarrassed to paint possible successes with muddy colors and possible failures with a sense of anger.

One can even agree with some of Mr. Rhodes's statements, however, waiting for the death of someone you disagree with to try to discredit him is typical of the most qualified scoundrels. In fact, in the art of the universe of scoundrel people Mr.

Rhodes is postdoctoral 'cum laude' — unsurpassable; He deserves warm congratulations.

 

On the other hand, Mr. Kristof tries to contrast Kissinger's greatness with his controversies, but tries to express a certain balance and moderation, which gives the text attributes that allow reliability and the possibility of impartiality in the analysis of the character who influenced, intensely and effectively, the dominant power in the world and its interactions with other powers.

 

At the end of the 1950s, Khrushchev went to Beijing and Mao Tse Tung demanded from him Stalin's promise that, within the scope of the nuclear cooperation project, he would provide an atomic device so that China could explode it and obtain data to accelerate the nuclear dominance project. The Russian leader denied the request, the Chinese laughed — given that they had a parallel secret nuclear project, which took advantage of and leveraged all the knowledge from the joint project — and proposed to work tirelessly to reach the top of the world powers within a century. By opening the world to China, Mr. Kissinger made the work easier for the Chinese, who anticipated their bold strategic objective by at least 30 years (possibly from 2060 to 2030). Now, the Americans have to do their best to face them as they can be surpassed, in a normal evolution of the course of history, from the Babylonians and Egyptians to current times. It seems to me that the great experts have neglected this controversial aspect of Mr. Henry Kissinger's work.

____________________

####################

____________________
####################


Comentário divulgado no New York Times online de 02/12/2023]
____________________
####################

 

 

A partida do Sr. Henry Kissinger

Depois de longos 100 anos de vida, o Sr. Henry Kissinger encontrou a eternidade.

Mesmo não sendo americano nato, Kissinger se tornou Secretário de Estado e, provavelmente, foi o mais importante e decisivo protagonista das relações internacionais praticadas pelos Estados Unidos. Ele nasceu em Fürth, Baviera, na Alemanha, em 1923, e com 15 anos de idade sua família judia emigrou para os Estados Unidos, fugindo do nazismo.

Kissinger realizou graduação (com destaque summa cum laude), mestrado e doutorado em Harvard; concluindo-os em 1950, 1951 e 1954, respectivamente — ou seja, tornou-se doutor com 31 anos.

Foi Secretário de Estado e Conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, de 1973 a 1977, nos governos dos presidentes Richard Nixon e Gerald Ford.

Foi agraciado com o Prêmio Nobel da Paz, em 1973, por suas ações no Acordo de Paz de Paris, relativa ao encerramento da guerra do Vietnã.

Tornou-se um amigo da China ao negociar a distensão dos Estados Unidos com os chineses, o que possibilitou a participação chinesa nas interações com os países desenvolvidos.

Seus adversários (quase todos amparados no Partido Democrata) consideram controversas suas deliberações no âmbito da independência de Bangla Desh, mercê da guerra entre Paquistão e Índia; na substituição de Salvador Allende pelo General Pinochet, no Chile; na chamada Guerra Suja, protagonizada pelo governo militar da Argentina; na invasão e anexação indonésia do Timor Leste; e até no suposto apoio ao regime militar brasileiro.

O New York Times publicou várias matérias relativas ao Sr. Kissinger. Destaco duas: a primeira, “Henry Kissinger era um hipócrita; e seu legado é a prova”, do Sr. Ben Rhodes; a segunda, “Lições dos Triunfos e Catátrofes de Kissinger”, de Nicholas Kristof.

O título da matéria do Sr. Rhodes é uma indicação de que se trata de um detrator despido de qualquer pudor e que não se constrange em tingir possíveis êxitos com cores barrentas e possíveis fracassos com o sentido da raiva.

 

Pode-se até concordar com algumas colocações do Sr. Ben Rhodes, contudo aguardar a morte de alguém de quem se discorda para tentar desacreditá-lo é típico dos mais qualificados canalhas. De fato, na arte dessa canalhice o Sr. Rhodes é pós-doutor 'cum laude' — inexcedível; merece efusivos cumprimentos.

 

Já o Sr. Kristof tenta opor à grandeza de Kissinger, suas controvérsias, contudo tenta expressar um certo equilíbrio e moderação, o que dá ao texto atributos que permite confiabilidade e possibilidade de isenção na análise do personagem que inegavelmente, influenciou de forma intensa e eficaz a potência dominante no mundo e as interações com as demais potências. 

 

No final da década de 1950, Khrushchev foi a Pequim e Mao Tse Tung cobrou-lhe a promessa de Stalin que, no âmbito do projeto de cooperação nuclear, forneceria uma bomba atômica para que a China pudesse explodi-la e obter dados para acelerar o domínio da tecnologia nuclear. O líder russo negou o pedido, os chineses riram — dado que tinham um projeto nuclear secreto paralelo, que aproveitava e alavancava todo o conhecimento do projeto conjunto — e se propuseram a trabalhar incansavelmente para chegar ao topo das potências mundiais dentro de um século. Ao abrir o mundo à China, o Sr. Kissinger facilitou o trabalho aos chineses, que anteciparam o seu ousado objetivo estratégico em pelo menos 30 anos (possivelmente de 2060 a 2030). Agora, os americanos têm que fazer o possível para enfrentá-los, pois poderão ser superados, numa evolução normal do curso da história, desde os babilônios e egípcios até os tempos atuais. Parece-me que os grandes especialistas negligenciaram este aspecto controverso do trabalho do Sr. Henry Kissinger.

 

[Comentário divulgado no Estadão online de 01/12/2023]

# # # # #