terça-feira, 28 de janeiro de 2025

Meus 76 anos de vida

"O lavrado perspicaz conhece o caminho do arado."
Homenagem a Oscar Barboza Souto, antigo lavrador, garimpeiro, tabelião, juiz de paz e comerciante.
In Memoriam.

A celebração de meu aniversário no corrente ano foi complexa.

Como o dia 27 de janeiro — em que nasci lá pelas bandas de Rochedo, às margens do Rio Aquidauana, em Mato Grosso do Sul — caiu em uma segunda-feira, um dia antes, isto é, no domingo, Isabel e as queridas filhas me ofereceram um almoço diferenciado. Fizeram um bacalhau similar ao que mamãe fazia há mais de 50 anos, o chamado “bacalhau de panela”, que Isabel aperfeiçoou e até mesmo superou o que mãezinha fazia em casa, ou o que eventualmente consumimos em restaurantes portugueses. Ademais, serviram uma torta de chocolate especialíssima, daquelas que desafia a imposição de reduzir o consumo de doces e similares. Logo depois do almoço — que contou com a presença da Ilza, a prima da Isabel, e do Tomaz, namorado da Alessandra — cantamos o tradicional “parabéns” e soprei as velas. Ganhei uma belíssima camisa de linho azul de Isabel e das meninas. Ilza trouxe-me um vinho italiano. Eu próprio me presenteei com objetos que estava necessitando: um tênis para caminhada, uma armação de óculos, um relógio digital de mesa e um relógio SmartWatch — tudo fabricado na China e com preços bem menores do que se fossem adquiridos em Shopping Center. Em uma situação de economia favorável, jamais perderia tempo, indo à Feira de Importados, para adquiri-los.

Recebemos a notícia de que Cláudio Luiz, pai de Isabel, fora internado — ele que atingira 90 anos, sob o impacto de duas doenças degenerativas e chegara ao ponto de não reconhecer os próprios filhos. Eu e Isabel tomamos a decisão de que ela iria para o Rio de Janeiro em 28 de janeiro. Como eu tinha que ir ao Hospital Militar de Brasília (HMab), na segunda-feira, 27 de janeiro, com a finalidade de receber o processo de cirurgia de desvio nasal, na Comissão de Ética, e levá-lo para o escritório do Fusex para obtenção da guia para essa cirurgia, aproveitei para levar Isabel, marcar endocrinologista para ela e solucionar a realização de seu exame de densimetria óssea que fora agendado previamente para a terça-feira.

Passamos a manhã percorrendo corredores, consultórios e escritórios. Graças ao cabo Lucas, da recepção da Direção do hospital, a consulta de Isabel com a endocrinologista, que normalmente seria agendada para o mês de fevereiro, foi feita imediatamente, às 9:30 horas; e graças ao capitão Hely chefe do Laboratório de Radiografia, o exame de densimetria óssea foi antecipado para 10:00 horas, logo após a consulta. Eu recebi o processo da cirurgia na Comissão de Ética e o entreguei no escritório do Fusex. 

Enfim, chegamos ao HMab às 8:00 horas e saímos por volta de meio-dia. A despeito de ter solucionado todas as pendências, foi uma manhã de aniversário de 76 anos para ser esquecida. Após a saída do HMab, fomos à CVC e compramos passagem para Isabel viajar para o Rio de Janeiro.

 

A posteriori, registro que Isabel, decolou de Brasília na terça-feira, 28 de janeiro e chegou no Rio de Janeiro às 17:50 horas. Na manhã de quarta-feira, quando estava saindo de Ipanema para visitar Cláudio Luiz no hospital, ela recebeu a notícia de que ele acabara de falecer. 

Quando eu estava em Teerã, em 1999 e 2000, como Adido da Marinha, do Exército e da Aeronáutica junto à embaixada do Brasil no Irã, antes mesmo de conhecer Isabel, eu tinha uma reunião matinal diária, com ele — embaixador Cláudio Luiz — de 10 minutos a uma hora, nos dias de expediente.

Embora não houvesse uma relação de subordinação, eu agia como se fosse seu comandado. E, nesse contexto, ele era calmo, educado, prestativo e orientador.

Por mais que fosse esperado, o choque foi inevitável.

 

 

Ao longo do dia, recebi telefonemas de cumprimentos de aniversário do Chibinski, Figueiredo, Wankes, Nei e Ferrarezi; e algumas dezenas de mensagens por intermédio da rede WhatsApp, de companheiros da turma Marechal Mascarenhas de Moraes, da AMAN. As mensagens são apresentadas a seguir. Quero recordá-las sempre que possível.


Mensagens dos amigos — irmãos de armas — da Turma Marechal Mascarenhas de Moraes/1972, da AMAN












 

 








 

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