A sequência de episódios envolvendo o Ministro da Saúde — que pode ser demitido a qualquer momento — é rica de ensinamentos para a escolha de profissionais para o exercício de funções públicas.
A lição mais robusta e contundente, com enorme impacto nos interesses da sociedade, é a imperiosa necessidade de reavaliar os conceitos de canalha, mau caráter, corrupto, enganador, covarde e traidor.
Nota esclarecedora.
Cerca de 14 horas depois que escrevi estes rabiscos, o médico Mandetta, Ministro da Saúde, foi demitido pelo Presidente da República.
Houve um terrível engano em sua investidura para o cargo.
Sua demissão, ainda que tardia, foi um enorme acerto!
A lição mais robusta e contundente, com enorme impacto nos interesses da sociedade, é a imperiosa necessidade de reavaliar os conceitos de canalha, mau caráter, corrupto, enganador, covarde e traidor.
Os critérios para a reavaliação devem ser norteados por:
(i) desastrosa gestão de Hospital ou de Santa Casa de Misericórdia;
(ii) acusação formal na justiça em face de corrupção no exercício da função de Secretário de Saúde;
(iii) argumento científico não unânime (dado que a Ciência não raro é a expressão de dúvida);
(iv) assertiva de efeitos colaterais de remédios utilizados no País há mais de 50 anos;
(v) covardia no uso de medicamento que salva mais do que quando não é usado;
(vi) malandragem na comunicação social para opor-se a autoridade constitucionalmente investida e convencer os cidadãos com argumentação falaciosa, não unânime e controversa;
(vii) associação com notórios opositores para fomentar a cisão onde é essencial a tentativa do coesão;
(viii) insuficiência de levantamento de dados essenciais, referentes a todos estados e municípios da Federação;
(ix) falha na transmissão de informações tranquilizadoras de interesse público; e
(x) desconsideração aos demais titulares das Pastas da República, com responsabilidades também essenciais ao enfrentamento da crise.
O candidato a cargo público deve ter confirmada a ilibada conduta pessoal e profissional, à luz da avaliação com os critérios mencionados.
A meta primacial é — na eventualidade de uma crise com a gravidade da pandemia do coronavírus — não se ter autoridade que demonstre pensar, comunicar e sobretudo agir, com máculas gravíssimas, identificadas somente a posteriori.
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[Divulgado no Estadão online de 16/Abr/2020]
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[Divulgado no Correio Braziliense online de 16/Abr/2020]
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