No atinente ao ataque desfechado pelo Irã nos dias 13 e 14 de abril de 2024, com o lançamento de cerca de 300 drones, mísseis balísticos e mísseis de cruzeiro contra Israel, convém rever eventos históricos de ambos os lados para avaliar a possível retaliação com que Israel poderá responder à agressão iraniana.
Os iranianos acham que deram início à civilização há cerca de 4000 anos a. C. Eles acham que a Pérsia (atual Irã) era a maior potência do Oriente Médio e uma das maiores do mundo há cerca de 450 a. C., quando os persas rivalizavam com os macedônios e com os gregos. Eles acham que o Irã foi a maior potência do Oriente Médio em alguns períodos subsequentes, com ênfase para 1953 a 1979, com a ditadura do Xá Reza Pahlevi, devidamente fomentada pelos Estados Unidos.
Em 1979, com a Revolução do aiatolá Khomeini, os islâmicos xiitas ascenderam ao poder e até hoje o País está submetido a uma ditadura religiosa, agora liderada pelo aiatolá Ali Kamenei, que substituiu Khomeini.
O Irã tem o objetivo nacional permanente de ser a maior potência do Oriente Médio e, como consequência, tem o objetivo nacional permanente adicional de obter a bomba atômica.
Cidadãos iranianos, aí incluída uma parcela de aiatolás, pregam a destruição de Israel. Nos últimos anos, houve apoio iraniano para seus “proxies” para que estes atacassem Israel — o Irã tem fomentado o Hezbolah, na Síria e no Líbano; o Hamas em Gaza e os Houtis no Iêmen.
Israel, que já possui bomba atômica, tem o objetivo nacional permanente de impedir que o Irã obtenha artefato atômico.
Nesse contexto, na última década, Israel empreendeu pertinaz esforço para impedir as atividades de pesquisa & desenvolvimento nuclear iraniano, por intermédio do assassinato de cientistas nucleares, de interferência nos sistemas computacionais das centrais nucleares e de outras atividades militares.
Pela primeira vez, em 13 e 14 de abril deste ano, valendo-se do fato de que Israel está envolvido em operações militares, em grande escala, contra o Hamas e, em menor escala, contra o Hezbolah, o Irã tentou um ataque direto contra Israel, com o lançamento de cerca de 300 foguetes, mísseis balísticos e mísseis de cruzeiro. Da ordem de 99% desses artefatos foram destruídos antes de chegar a Israel, pelas forças de defesa de Israel, com expressivo apoio dos Estados Unidos, do Reino Unido, da Jordânia e da Arábia Saudita — ressalte-se com o dispêndio de elevado montante de recursos militares e econômicos.
A indagação que hesita em calar: Israel vai fazer retaliação contra o citado ataque iraniano?
A análise de eventos históricos passados indica que há grande probabilidade de Israel contra-atacar, com o objetivo de atingir as instalações nucleares, o setor mais nevrálgico e ameaçador, que pode catapultar o poder militar iraniano.
A questão primordial não é se Israel vai dar responder à terrível agressão, mas diante da grande probabilidade de reagir, quando procederá ao contra-ataque.
A considerar:
– os países árabes do Oriente Médio temem o risco que o Irã representa (é o caso de Jordânia, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito, Barain, Marrocos e Qatar) e, nesse sentido, dão apoio explícito ou velado a Israel; ou se mantêm neutros;
– Israel dispõe de caças F-35 que podem penetrar em território iraniano e atingir as instalações nucleares — sendo fundamental o disponível apoio dos Estados Unidos para apoio militar e financeiro;
– o risco da escalada do conflito é real e de custo elevado, pois a luta simultânea contra o Hamas, Hezbolah e Houtis demanda esforço redobrado; e até porque o Irã dispõe de defesa antiaérea sofisticada;
– o custo da inação é enorme, pois o Irã fica estimulado a desencadear novos ataques e o que é mais relevante do ponto de vista estratégico: os iranianos podem concluir o desenvolvimento de seu artefato atômico;
– a mídia tem divulgado que autoridades israelenses estão empreendendo esforço diplomático para assegurar aos parceiros árabes que um possível contra-ataque não trará prejuízos para eles; e
– a mídia divulgou que o Primeiro-Ministro Netanyahu solicitou às Forças de Defesa as “opções potenciais de alvos, sejam instalações militares em Teerã ou centrais destinatárias de cyber-ataque” — as interações entre Netanyahu, o ministro da Defesa e o comandante das Forças de Defesa objetivaram determinar a estratégia ótima para conter os iranianos.
Enfim, as lutas no Oriente Médio têm origens milenares. O recente ataque do Irã a Israel é apenas um capítulo dessa história rica, complexa e, sobretudo, com poucos períodos de paz na região. Deve ser atribuída ênfase às tentativas de prevalência de Israel, do Irã e da Arábia Saudita.
Com um pequeno território e com a menor população, Israel mostra precedentes históricos — desde os tempos babilônicos e do Egito antigo — que atestam sua incomparável evolução psicossocial, política e militar, agora potencializada pelo inexcedível campo tecnológico, que resultou na avassaladora vitória contra a agressão iraniana.
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País População Área
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Irã 87 milhões 1,65 milhões Km2
Arábia 33 milhões 2,15 milhões Km2
Israel 9,8 milhões 0,021 milhões Km2
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Da análise de aspectos históricos, bem como de aspectos da atual conjuntura (políticos, estratégicos, militares e diplomáticos), há grande probabilidade de Israel lançar o contra-ataque. O tempo, a oportunidade e o potencial de eficácia são condicionantes que determinarão a decisão israelense.
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