As Fake News entraram definitivamente na agenda nacional. Em 2019, o Parlamento instalou uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar a disseminação de notícias falsas no País; e a Suprema Corte determinou a abertura de um controverso e, até certo ponto, famigerado inquérito para apurar a questão dos ataques contra os integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF), por intermédio do estímulo das Fake News, nas redes sociais.
Algumas denúncias foram levadas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a respeito da utilização de Fake News na eleição presidencial de 2018.
Por ultimo, um senador apresentou um projeto de lei para eliminar ou neutralizar as fontes de Fake News. Diante da reação popular, especialmente por causa do risco de impacto na liberdade de expressão, o parlamentar retirou o projeto da pauta.
Resta o andamento do famigerado inquérito em curso na Suprema Corte, com cogitações de descumprimento de normas constitucionais de toda ordem por quem deveria expressamente cuidar da manutenção dos preceitos da Carta Magna.
Talvez convenha lembrar que os analistas mais atentos tomaram conhecimento de um artigo publicado nos Estados Unidos por um especialista em campanha eleitoral por ocasião da eleição do presidente Clinton, em que é feita uma análise da campanha de Cícero para o cargo de Cônsul, na Roma antiga, em que o irmão do candidato escreve-lhe uma carta com aconselhamento, mostrando as várias abordagens para lograr êxito. De uma certa forma, aquilo que é praticado na atualidade foi parte do assessoramento a Cícero, inclusive a possibilidade da transmissão de informações sobre os adversários que não fossem necessariamente verdadeiras.
Enfim, é imperioso ressaltar que na atualidade, os boatos, as acusações contra os oponentes, sejam verdadeiras ou falsas, foram potencializadas pelos recursos providos pela Internet, pelas redes sociais e pela comunicação direta aos eleitores, em detrimento dos meios que a mídia tradicional possibilita.
Não é demais, indagar as origens das informações que chegam aos cidadãos, no período eleitoral em quaisquer outras circunstâncias.
Ou seja, qual é a maior fonte de Fake News:
(i) os políticos corruptos;
(ii) os juízes que descumprem a Carta Magna;
(iii) a imprensa que divulga inverdade;
(iv) os cidadãos que se valem das redes sociais para, no anonimato, transmitir falsidades; ou
(v) os cidadãos que elegem, leem, ouvem, creem e apoiam essas atividades contrárias à meta primacial de busca da paz e harmonia?
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[Divulgado na Folha de São Paulo online de 4/Jun/2020]
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[Divulgado no Globo online de 4/Jun/2020]
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