A Operação Lava-Jato inspirou e fomentou um pertinaz combate à corrupção no Brasil. A Operação Faroeste que mirou o Tribunal de Justiça da Bahia, nesse 19 de novembro, é um exemplo emblemático, dado que quatro desembargadores e dois juízes investigados foram afastados por determinação judicial. Essa Operação cumpre 40 mandados de busca e apreensão em gabinetes, fóruns, escritórios de advocacia, empresas e nas moradias dos acusados, bem como quatro mandados de prisão temporária. O trabalho da PF se desenvolve em Salvador, Barreiras, Formosa do Rio Preto e Santa Rita de Cássia, na Bahia, e em Brasília.
Voltemos à origem da Lava-Jato. O artigo “Fatos incompletos” do Dr. Cristovam Buarque (Correio Braziliense de 19 de novembro) estimula a faculdade de pensar, ao tratar de questões históricas imprevistas como, por exemplo, a queda do Muro de Berlim. Entre vários outros eventos, ele mencionou a eleição de um operário para a presidência do Brasil.
Pecou o articulista ao omitir o fato de que, ao assumir o cargo maior da República, o operário meteu os pés pelas mãos, causou a maior crise moral, econômica e política da História, foi apanhado pela Lava Jato, condenado por corrupção em dois processos; e está respondendo a outros cinco ou seis perante a Justiça.
Ao concluir, referindo-se à evolução dos eventos reportados e às demandas da sociedade não solucionadas, o Dr. Buarque cometeu mais um ato falho, ao afirmar que “tivemos comemorações de fatos incompletos. Comemoramos incompletudes”. Ora, tem razão, mas omitiu que o sentenciado síntese da corrupção foi liberado da prisão de Curitiba precocemente, sem cumprir a pena em sua integralidade, levando seus correligionários a celebrarem uma agressão ao império da lei e por conseguinte à democracia.
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