quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

Mensagem para o amigo Marcelo Hermes

Caro amigo, boa noite,

Acompanhei com interesse as opiniões sobre o livro do Dr. Hugo Studart.

Como estou concluindo a leitura da obra, uma demanda imperiosa é a análise crítica correlata. Por conseguinte, sobre o conteúdo, sobre as formulações que constituem a estrutura de informações, argumentos e juízos de valor, formulo as seguintes indagações: 

(i) O livro é baseado em uma tese de doutorado aprovada por quase meia dúzia de professores doutores. A tese foi convenientemente orientada e adequadamente avaliada?

(ii) A atribuição de responsabilidade de cidadão ou de autoridade do Estado sem fonte documental ou testemunhal — não raro, com a alegação de que alguém, não devidamente identificado, falou — é correta e comprovadora da verdade?

(iii) Apontar acertos e erros de decisões e ações de um lado de um dado conflito, ressaltando o viés negativo; e apontar erros e acertos do outro lado, enfatizando o viés positivo, respectivamente, é uma abordagem aceitável?

(iv) Asserções condicionais recorrentes devem ser consideradas argumentos de proposição que se quer sinalizadora de evolução histórica?

(v) As menções, comparações e juízos de valor historiográficos utilizadas são razoáveis (como ilustração: pode-se comparar alguém que partiu para a luta no Araguaia com Sócrates, citando o “suicídio” deste)?

(vi) Um ser humano pode sonhar e tentar realizar seus sonhos, inspirando-se em Mao Tse Tung (mais de 60 milhões de assassinatos), Hitler (mais de 6 milhões de assassinatos), Che Guevara (milhares de assassinatos com assinatura hedionda)?

(vii) Jovens estudantes de universidade — que já se acham donos do mundo, mas que precisam aprender a ser donos do próprio nariz — podem ser levados a realizar seus sonhos, por meia dúzia de “sonhadores” com suas fontes de inspiração condenáveis (inicialmente, Stalin, depois Mao, depois Che Guevara, depois não se sabe quem ...), com base em omissão de objetivo e circunstância, portanto com informação falsa?

(viii) Por último, ... teria dezenas de indagações adicionais. Encerro com esta: qual o efeito das supostas verdades expostas no livro sobre um jovem brasileiro ou estrangeiro não comprometido, quer dizer, isento e neutro, em relação a quaisquer vertentes políticas ou ideológicas? 

Abraço

RS

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário