No artigo “Militares na política produzem anarquia” (Globo de 16/Set/2018), o Sr. Elio Gaspari usa sua conhecida verve para demonstrar conhecimento de interação entre militares de alta patente na história do Brasil.
Nesse sentido, ele cita eventos da passagem do Império para a República, bem como do período em que o Brasil passou da posição 42ª para a 8ª economia do mundo, vale dizer, a décadas de 1960 e 1970 — cujo progresso e benefício para a Nação ele omite.
A seguir, ele envereda para a presente conjuntura e, naturalmente, para o governo atual. Citando os generais Villas Bôas, Mourão e Heleno, assevera que “quando não se sabe o nome do ministro da Educação, mas conhece-se o de generais, coisa ruim pode acontecer”.
Em realidade, o tom depreciativo e irônico do Sr. Gaspari mascara aspectos essenciais que — por doença ideológica, ausência de boa fé ou ambas — o colunista ignorou. Lamentavelmente, falta-lhe condições intelectuais ou estas sobram-lhe mas falta-lhe disposição para apontar as razões primaciais por que os militares se metem em política. Senão vejamos!
O articulista, menos artilista do que o desejado e mais o resto, tenta demonstrar que entende muito de militares.
Claro, falta-lhe dimensão ética para asseverar que os militares só se metem em política nos países onde faltam intelectuais e estadistas no meio daqueles que deveriam tomar conta dos problemas da sociedade.
Falta-lhe coragem intelectual para afirmar que os países se tornam democráticos à custa de graves traumas que eliminam os canalhas e daí decorre a evolução imprescindível.
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[Mensagem postada no Globo online de 16/Set/2018. Registre-se que a mensagem foi censurada e excluída minutos depois da postagem]
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