O ensaísta e professor de literatura comparada da UERJ, João Cezar de Castro Rocha, lançará até o final de agosto o livro ‘Guerra Cultural e Retórica do Ódio (Crônicas de um Brasil Pós-político)’.
Um resumo da obra indica que “o bolsonarismo, ao contrário do que dizem seus críticos, é um poderoso sistemas de crenças resultante de três fatores: a Doutrina de Segurança Nacional (DSN), um livro secreto da ditadura, o ‘Orvil’, e a pregação de Olavo de Carvalho. A combinação, diz, articula uma visão de mundo bélica, expressa numa retórica de ódio alimentada por teorias conspiratórias, que precisa ser decifrada para ser superada.”
Antes mesmo do lançamento, os adeptos da corrente de pensamento a que pertence o “professor” estão se esfalfando de satisfação e potencializando as divisões sociais que lhes apetecem. Pelo menos uma asserção tem o condão de não resvalar tanto na estultice. O autor assevera: “a esfinge bolsonarista tem devorado boa parte da melhor intelectualidade brasileira, produzindo o curioso fenômeno do desentendimento inteligente”. A primeira ressalva é que, caso exista, a melhor intelectualidade brasileira, a que o caboclo se refere, foi capaz de contribuir para gerar um país com a maior crise da história, com a corrupção quase trilionária, sem precedentes na trajetória do bípede humano — fácil é inferir que se a referência aos melhores intelectos estiver correta, a sociedade brasileira está condenada prévia e precocemente, o que é inaceitável para mentes sãs e sensatas. Ademais, para produzir algo que se possa caracterizar como inteligente, mesmo o desentendimento, é imperativo haver qualquer coisa grandiosa que ampare, o que — considerando o mencionado resultado — é uma impossibilidade lógica.
O autor do livro publicou o artigo com o título “Bolsonarismo é a mais perversa máquina de destruição de nossa história republicana” (Folha de São Paulo, de 8/Ago/2020). De uma forma ou de outra — não importando se está acometido apenas de disfunção ideológica ou de caráter — ele pode ter produzido uma pérola magnífica. De fato, ele caracterizou como perversa a máquina que é capaz de destruir a corrupção, a mentira e a deturpação da história.
Atendo-se exclusivamente ao pleito presidencial de 2018, constata-se que o “professor” da UERJ alinhavou os aspectos que considera relevantes [a DSN, o livro Orvil e o filósofo OC] porém ignorou os três fatores primaciais da derrota socialista: a corrupção (a maior da história), a mentira (concessão de esmola como panaceia de mazelas sociais) e a deturpação da história (os opositores de quem assassinou em todos os lugares onde vicejou estão errados). Com “intelectuais” desses, é difícil criar oportunidade de vida digna para todos os cidadãos. O que conta é que os eleitores acordaram e decidiram votar pela transformação.
Adicionalmente, não é demais registrar que a sociedade brasileira deve um agradecimento ao “professor”. Atribuir a pecha de “perversa máquina de destruição” a quem combate os adeptos dos nefastos e hediondos autores de mais de 100 milhões de assassinatos na história [o grande feito do socialismo real] é a garantia de vitória certa nos próximos embates eleitorais brasileiros. Nem é preciso a “eterna vigilância”. Aguardem 2022, 2026 e 2030.
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