De forma cautelosa, tento caracterizar as atitudes e procedimentos de quatro presidentes do grande país a que pertencemos, nas últimas três décadas. Essa avaliação permite uma melhor percepção das mazelas encontradas na atual conjuntura brasileira.
Um utilizava bons modos para convencer os canalhas a aprovarem a reeleição, para não aprovarem o impedimento do sucessor e para exercer a empatia pelo Foro de São Paulo.
O outro se valia de bons modos para praticar a corrupção em favor dos amigos e dos familiares e para criar o Foro de São Paulo — vale dizer, para fazer a apologia do que afronta os valores civilizacionais.
A outra utilizava os bons modos contra servidores e ministros para aprovar a corrupção desbragada, anterior e contemporânea.
O seguinte praticava maus modos em favor de seu próprio clã e contra a canalhice dos oponentes na mídia, na intelectualidade e na política. Por isso, está usando tornozeleira eletrônica.
Em síntese, testemunhamos os bons modos em favor da canalhice; os bons modos em favor da canalhice e da própria indigência; os bons modos e a canalhice em favor da coerência da biografia; e os maus modos em favor de si próprio e da família e contra a canalhice e a corrupção, desafortunadamente, com o consequente custo jurídico de uma tornozeleira eletrônica.
As simpatias e preferências pelos personagens caracterizados são livres de acordo com a opção e vocação de cada um. Vale o preço a ser pago pela prática do ideário da liberdade. Contudo, é terrível constatar que as mazelas de nosso país — que impactam a totalidade dos cidadãos — são consentâneas com a apreciação cabível de seus mandatários.
E daí? Que as perspectivas futuras se submetam ao aprendizado das lições desse nefasto passado e que as próximas gerações sejam impactadas pelas correções a serem desencadeadas na difícil arte da gestão pública que pode se iniciar em 2026.
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