sábado, 14 de junho de 2025

Vivência no Irã — lamento e felicidade

"O lavrador perspicaz conhece o caminho do arado."
Homenagem a Oscar Barboza Souto, antigo lavrador, garimpeiro, comerciante, tabelião e juiz de paz.
In Memoriam.

Na véspera do novo milênio, fui para o Irã e lá permaneci durante 1990 e 2000, na condição de Adido de Defesa, Naval, do Exército e da Aeronáutica, junto à Embaixada do Brasil em Teerã. Foi um período extraordinário de minha vida pessoal e profissional. Afinal, viver no Oriente Médio — no local que sediou a antiga Pérsia, onde o dinamismo histórico se faz presente e impacta enormemente o ser humano — deixa lembranças que não se apagam com a evolução do tempo.

No lado profissional, a aventura iraniana foi uma experiência magnífica. A embaixada é um ambiente completamente diferente da caserna. Felizmente, desde os primeiros dias, fui muito bem acolhido pelo embaixador Cláudio Luiz dos Santos Rocha e sua exemplar esposa Maria Helena. Embora, não houvesse uma relação de subordinação, entre o adido e o embaixador, eu lhe conferia o tratamento de comandante, até porque no contexto de elegância e gentileza com que ele sempre me tratou, após chegar ao escritório (denominado Aditância), diariamente, eu me dirigia para seu gabinete para cumprimentá-lo. Essa atitude gerou uma espécie de reunião matinal, em que dialogávamos sobre assuntos amenos do cotidiano e assuntos institucionais de interesse mútuo. Nesse contexto, o Cláudio Luiz demonstrava interesse pelas questões militares, resultantes de meus contatos, reuniões e jantares, muito frequentes, no âmbito da comunidade de Adidos militares. Esses eventos substituíam a falta de dados e as dificuldades de diálogo com o setor militar iraniano — algo típico de um regime ditatorial religioso — que impedia as visitas habituais (como ocorre no Brasil e na maioria dos países democráticos) às organizações militares iranianas; nesse sentido, o contato com a instituição militar se restringia às reuniões pouco frequentes com um militar do ministério da Defesa, em um escritório chamado “protocolo”. De outro turno, agindo com consideração profissional rigorosa, o Cláudio Luiz transmitia sua rica vivência e incomum capacidade de observação e interpretação das realidades locais, regionais e até mesmo mundiais. Ele se valia desses contatos para, com sabedoria, transmitir aconselhamento e orientação. Tratar da figura do embaixador Cláudio Luiz e do ser humano calmo, modesto, culto — enfatizo: de uma vasta cultura geral e específica — é algo motivador e que me causa grande senso de justiça. Ele nos deixou recentemente, mas sua imagem fica preservada para referência virtuosa de comportamento humano.

Ademais, aproveitei ao máximo as possibilidades de estar presente nos locais que, habitualmente, só existem nos livros. 

Assim, na companhia de adidos militares de vários países, estive em Susa, cidade histórica, hoje situada na região sudoeste do Irã, a leste do atual Iraque; e que fez parte dos impérios babilônio, persa e parsa. A cidade foi fundada por volta de 4000 a. C. Susa abrigou, sucessivamente, os sumérios, acádios, elamitas, babilônicos, persas, entre outros povos antigos. Fazem parte de sua evolução personagens como Nabucodonosor, Xerxes, Ciro II e Alexandre — sendo que os dois últimos a invadiram e conquistaram no devido tempo.

De Susa, a comitiva foi levada para as margens do rio Tigre, próximo de seu encontro com o rio Eufrates, ao norte do Golfo Pérsico. Então, olhei com os olhos a Mesopotâmia, tão cara aos apreciadores da história antiga.

Em outra oportunidade, segui para a região norte do país, passando por Tabriz, talvez a mais importante cidade do noroeste do país e cheguei até as proximidades da fronteira com o Iraque. Fui até a fronteira com o Azerbaijão e com a Armênia. Enfim, dessa forma, estive no sudoeste, oeste e noroeste do Irã. Deixei de comparecer a localidades da região leste, na fronteira com o Turcomenistão, Afeganistão e Paquistão, por ser esta a região mais conflagrada do país e com riscos enormes — foram divulgadas notícias de sequestro de visitantes para serem usados pelos opositores ao regime, em interação com o governo do país, como meio de troca para a libertação de prisioneiros.

Merecem ser citadas também as visitas, em ocasiões distintas, às cidades de Qom, principal centro religioso islâmico xiita; Isfahan e Xiraz, ambas com relevância militar e, especialmente, centros de pesquisa & desenvolvimento nuclear; Bushehr; aquartelamento no litoral do Golfo Pérsico; Kermansharh, sede de quartel-general militar; Persépolis, ruínas de fantástica capital, alicerçada em notável arquitetura (que fora destruída por Alexandre) e a planície de Pasárgada, com o túmulo do Ciro (ele pleiteara que ninguém o destruísse, com a frase: “Oh homem! Seja você quem for, venha de onde vier! Pois sei que virá. Eu sou Ciro, que fundou o império dos persas. Não tenha rancor de mim por causa deste pequeno abrigo que protege meu corpo.” (Ciro, 520 a. C.)

Convém ainda mencionar as idas frequentes a Dubai (a cada mês ou dois meses), para receber os recursos financeiros destinados à Aditância, bem como meu próprio vencimento. Como alguns anos antes, o governo iraniano congelou os ativos bancários de todos os clientes em Teerã, os diplomatas e adidos militares ficaram mais de seis meses sem poder movimentar a conta corrente. Então, eles passaram a receber os recursos financeiros através de banco em cidade europeia ou nos Emirados Árabes Unidos. Dessa forma, todos os recursos a mim destinados eram depositados pelo Exército na conta do Banco do Brasil de Nova Iorque e depois transferidos para a conta de um banco árabe em Dubai, a mais importante dentre as 7 capitais dos Emirados que compõem o país.

 

 

Risco e surpresa

De resto, é oportuno mencionar a estadia de quase uma semana no Círculo Militar do Exército Iraniano, na praia Challoos, no Golfo Pérsico. Ressalto que esse evento foi oferta do “protocolo” militar iraniano aos adidos militares estrangeiros. Estes deveriam permanecer no interior da ampla dependência social-esportiva do Círculo Militar. 

No terceiro dia, contrariando as recomendações, resolvi fazer uma corrida externa; o auxiliar do adido chinês (um tenente de 26 anos) resolveu me acompanhar. Então, fizemos um percurso de cerca de 28 km, ida e volta. Meu objetivo era conhecer uma dependência prisional que ficava nas imediações — algo proibitivo naquela circunstância. Por óbvio, corri risco de até mesmo ser expulso do país; felizmente, nada foi observado pelos anfitriões. 

O oficial chinês ficou surpreso e alquebrado. Ele não imaginava que o percurso era longo e que eu vinha de três maratonas realizadas no Brasil. Em consequência, antes da metade do percurso, ele não suportou a batida e passou a intercalar corrida e caminhada. Passados dois dias, o adido chinês me interpelou para saber o que havia ocorrido, dado que seu auxiliar estava de cama. 

 

 

No atinente ao lado pessoal, inicialmente, morar no Irã solteiro — e viver sob uma ditadura islâmica, onde as mulheres só podem mostrar a face em público, afora outras restrições — era um grande problema. Curiosamente, no primeiro semestre de 1999, conheci a brasileira Isabel, filha do embaixador Cláudio Luiz e de Maria Helena. Nossa presença em eventos frequentes nas embaixadas do Brasil e de países amigos, ocasionou nossa aproximação. Então, passamos a namorar; viajamos para Dubai e para cidades europeias (passamos o réveillon de 2000 em Paris); e retornamos juntos para o Brasil. Nós nos casamos e, em 2003, tivemos as queridas filhas Alessandra, Laura e Cecília. Hoje, passados mais de 20 anos, nossas herdeiras chegaram ao final da adolescência e ingressaram na Universidade — Alessandra e Cecília, na UnB; e Laura, no CEUB.

Essa ambientação com o tempo enriquecedor passado no Irã resulta do fato de que, a despeito de ser uma ditadura islâmica repressora em todos os sentidos, o país tem história e cultura memoráveis e, portanto, deixou marcas inesquecíveis nas lembranças, no conhecimento e na experiência. Então, o gostar do país, do povo e da cultura ainda hoje estão presentes em meu pensamento. 

Ora, assistir agora aos ataques militares entre Israel e o Irã é muito impactante — eu enfatizaria: chega a ser arrasador. Muito poderia ser dito a respeito das causas distantes e próximas, porém vale mencionar algumas questões essenciais: após a vitória da Revolução Islâmica, em 1979, com a ascensão do aiatolá Ruhollah Khomeini à condição de Supremo Líder e depois de sua morte, a substituição pelo aiatolá Ali Khamenei, que até hoje exerce a condição de ditador supremo, há alguns objetivos fundamentais do Irã: a permanência da ditadura religiosa, a tentativa de prevalência do Irã como potência regional, disposição manifesta de destruir Israel e a aceleração das medidas para concretizar a produção de bombas atômicas, um objetivo nacional permanente do Irã.

Pois bem, o Irã fomentou os chamados proxies, minorias terroristas que se posicionavam a favor do objetivo do Irã de destruir Israel. São elas: os palestinos radicais, na Cisjordânia; o Hezbollah, no Líbano; os fundamentalistas, na Síria; o Hamas, na faixa de Gaza; e os Houthis, no Iêmen. Com o ataque em 7 de outubro de 2023, do Hamas ao território de Israel, causando a morte de mais de 1000 jovens israelenses e a prisão de cerca de 200 reféns, Israel desencadeou um processo de tentativa de destruição do Hamas, que causou a morte de mais de 40.000 dentre seus integrantes. Em seguida, Israel atacou os terroristas do Hezbolah. Depois, contribuiu para a mudança do regime na Síria (que era bancado pelo Irã). Até agora, está exercendo um duro combate contra os Houthis. Por conta desse processo, em 2024, o Irã atacou Israel com mísseis e foguetes; Israel respondeu de forma parcial, bombardeando as defesas aéreas e as bases de lançamento de mísseis do Irã. Essas ações podem ser consideradas escaramuças de pequena monta.

Na passagem para essa nova conjuntura, além de perder bilhões de recursos empregados no financiamento de seus proxies, o Irã se tornou muito enfraquecido; daí, resultando a provável necessidade de acelerar a produção de um artefato atômico. Ao ser eleito, o presidente Donald Trump tentou um acordo no sentido de impedir o progresso iraniano na obtenção da bomba atômica. As reuniões programadas não chegaram a bom termo. Por essa razão, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu — que é mandatário que mais tempo ficou na condição de primeiro-ministro de Israel; e tem o objetivo inarredável de permanecer ainda mais tempo no poder, bem como de inscrever seu nome na história — tomou a decisão de atacar o Irã. O resultado do primeiro dia do conflito: dezenas de organizações militares e de pesquisa & desenvolvimento nuclear foram bombardeadas pela aviação israelense. Foram atacadas as seguintes cidades iranianas: Teerã, Tabriz, Isfahan, Hamedan, Ahvaz, Khorramabad, Kermanshah e Qasr-e Shirin. Foram mortos uns 6 cientistas nucleares: Abdolhamid Minouchehr, Ahmadreza Zolfaghari, Seyed Amirhossein Feqhi, Motlabizadeh, Mohammad Mehdi Tehranchi e Fereydoun Abbasi. Entre outros, foram mortos também 4 comandantes militares de alto escalão: Major General Mohammad Bagheri (Chefe do Estao-Maior das Forças Armadas do Irã), Major General Hossein Salami (Comandante do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica), Major General Gholamali Rashid (Comandante do Quartel-General Khatam al-Anbiya) e o Almirante Ali Shamkhani, principal assessor do Supremo Líder, Ali Khamenei.

Enfim, o conflito tende a se agravar nos dias subsequentes. Quaisquer que sejam os resultados, a crise é mundial, afetando, por exemplo, a economia do petróleo, que no primeiro dia subiu cerca de 10% no mercado internacional.

O que importa nesses despretensiosos garranchos? Eu os escrevo para deixá-los como testemunho para familiares e amigos. Mais do que tudo, quero asseverar meu inexcedível lamento, minha grande tristeza, pelo terrível conflito enfrentado pela região que está inserta em minha modesta evolução pessoal e profissional ou — quem sabe, com um certo atrevimento e (ou) egoísmo — em minha incomum história de vida, que, a despeito das falhas e vícios resultantes da condição humana, engloba o nascimento na roça; a saída da casa dos pais aos sete anos de idade; o estudo apenas em escolas públicas; a graduação e mestrado na melhor escola de Engenharia do País; e a oportunidade de ter vivido, durante dois anos esplendorosos, no país resultante da antiga Pérsia, que acolheu, como conquistador, Alexandre, o Grande, o mais ousado comandante e líder humano.

Importa sobretudo, o privilégio de ter, com Isabel, que conheci quando tive a ventura de morar no Irã, conquistado a felicidade de conceber três criaturas adoráveis — Alessandra, Cecília e Laura.

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[Localização do Irã no Oriente Médio e respectivas fronteiras com os países vizinhos]

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[Viagens realizadas no Irã, por Aléssio Ribeiro Souto, no período de 1999 a 2000, na condição de Adido Militar de Defesa, Naval, do Exército e da Aeronáutica, junto à Embaixada do Brasil em Teerã]

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quarta-feira, 11 de junho de 2025

Interações com a China - 2

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[Clique sobre a expressão acima]
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Em 9/Jun/2025, o jornal New York Times publicou o artigo “China’s Chokehold on This Obscure Mineral Threatens the West’s Militaries”, do jornalista Keith Bradsher, no qual é mostrado que os chineses têm recursos naturais e poder para ameaçar o poder militar dos Estados Unidos, potência dominante nos tempos atuais. O artigo foi traduzido e reproduzido no Estadão, com o título “Como o domínio da China sobre um mineral obscuro ameaça os Exércitos mais mortíferos do planeta”.


Um leitor do Estadão postou um comentário lúcido em que chama a atenção para a dependência dos EUA em relação à China em recurso essencial para a defesa; e enfatiza a vulnerabilidade que resulta dessa dependência.

Posicionei-me sobre o tema, para evidenciar a inconveniência de interações entre o Brasil e a China em questões de elevado interesse estratégico dos brasileiros. Afora postar um comentário no Estadão, aproveitei o ensejo para complementar uma mensagem que tinha postado no Instagram da UnB, contígua à matéria "Fortalecendo laços Brasil-China – Visita oficial da delegação chinesa à UnB", sobre a interação dessa universidade com autoridades educacionais chinesas.

Nesse contexto, é imperioso que as autoridades brasileiras ajam com aguçada antevisão política e estratégica, e rigorosa cautela e astúcia em todas as interações com autoridades chinesas.

 

A China está aprontando mais uma. Os Estados Unidos precisam de um metal estratégico, oriundo de terras raras, chamado samário, que é utilizado na fabricação de materiais militares de última geração, como mísseis, aviões caça a jato, bombas inteligentes et al. 

Somente a China possui minas de terras raras com samário e a respectiva produção desse metal. Agora, os chineses estão se negando a exportar samário para os EUA. 

Os americanos estão indignados, os chineses estão rindo, mas não estão brincando.

 

 

[Divulgado no Estadão online em 11/Jun/2025]

  

A Book By Dom Phillips – [New York Times]

New York Times

Dear Sir or Madam,

Regarding the article “The Book Nearly Died With Him in the Amazon. But the Story Endured”, published on June 11, 2025, in the New York Times, covering the trajectory of journalist Dom Phillips, I present the testimony described below.

In the early 1980s, I worked on the Amazon frontier, doing construction work in locations on the borders of Venezuela, Colombia and Peru. Then, I worked in Estirao do Equador and Palmeira, on the banks of the Javari River, on the Brazil-Peru border. 

More than 30 years later, already inactive professionally and living in Brasília, I gave a telephone interview to the British Dom Phillips, who was in Rio de Janeiro. I was mentioned in articles he wrote for the British newspaper The Guardian

When I learned of the tragedy that took him, in a region where I had shed my sweat, I was overcome with sadness and indignation — my intuitive perception was that he had been murdered by criminals linked to drug trafficking or illegal fishing and hunting.

Regardless of the political-ideological position or philosophical thought of any human being, the assertion of the also British John Donne holds true when he asked for whom the bell tolls (I interpret the poet's answer): “They toll for us, because when someone goes a little of each one of us goes with them.”

Finally, we must continue the unsurpassed struggle for the ideals of freedom, truth, courage and ethics. 

May the life and the book that is now being published about Dom Phillips not serve to tarnish the inalienable right of the Brazilian people over the Brazilian Amazon. 

May scoundrels, corrupt and criminal citizens — with emphasis on politicians with these nefarious attributes — be definitively removed from the path of decent people, all over the world. And may a newspaper of the stature of the New York Times not support these criminals. [Note for clarification: this paragraph is due to the citation in the article of the American newspaper of the name of the ex-convict who, in a malicious manner, currently runs Brazil].

May Dom Phillips have found the path to peace and harmony!

 

Best regards

Alessio Ribeiro Souto

NYTimes subscriber

Brasilia - Brazil

 

 

New York Times

Prezado Sr. / Sra.,

A propósito da matéria “O livro quase morreu com ele na Amazônia. Mas a história perdurou” — publicada em 11/Jun/2025, no New York Times, versando sobre a trajetória do jornalista Dom Phillips — apresento o testemunho descrito a seguir.

No início da década de 1980, eu trabalhei na fronteira amazônica, fazendo obras em localidades situadas nas fronteiras da Venezuela, da Colômbia e do Peru. Então, trabalhei em Estirão do Equador e Palmeira, às margens do rio Javari, na fronteira brasileiro-peruana. 

Passados mais de 30 anos, já na inatividade profissional, e morando em Brasília, concedi uma entrevista telefônica para o britânico Dom Phillips, que se encontrava no Rio de Janeiro; e fui citado em artigos dele para o jornal britânico The Guardian

Quando tomei conhecimento da tragédia que o levou, em região na qual derramei meu suor, fui tomado de tristeza e indignação — minha percepção intuitiva é que ele fora assassinado por criminosos ligados ao tráfico de drogas. 

É imperioso ressaltar que, independentemente, da posição político-ideológica ou do pensamento filosófico de qualquer ente humano, vale a asserção do também britânico John Donne, ao indagar, no século XVII, por quem os sinos dobram (interpreto a resposta do poeta): “Eles dobram por nós, até porque quando alguém se vai um pouco de cada um de nós segue junto.”

Enfim, devemos prosseguir na inexcedível luta pelos ideais de liberdade, verdade coragem e ética. 

Que a vida e o livro que ora está sendo publicado sobre Dom Phillips não sirvam para macular o inalienável direito do povo brasileiro sobre a Amazônia do Brasil. 

Que os cidadãos canalhas, corruptos e criminosos — com ênfase para os políticos com esses atributos nefastos — sejam afastados definitivamente da trajetória das pessoas decentes, em todo mundo. E que um jornal da estirpe do New York Times não dê apoio a esses criminosos. [Nota de esclarecimento: este parágrafo se deve à citação no artigo do jornal americano do nome do ex-presidiário que, de forma malsinada, dirige o Brasil na atualidade].

Que Dom Phillips tenha encontrado o caminho da paz e da harmonia!

 

Atenciosamente,

Aléssio Ribeiro Souto

Assinante do NYTimes

Brasília – Brazil

 

 

 

sexta-feira, 6 de junho de 2025

Interações com a China - 1

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VER TAMBÉM

Interações com a China - 2

[Clique sobre a expressão acima]

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No atinente à matéria “Fortalecendo laços Brasil-China — Visita oficial da delegação chinesa à UnB”, postada na plataforma Instagram, da UnB, há a considerar eventos históricos ignorados por tanta gente de boa fé, mas de indigente faculdade de pensar.

Quando os chineses eram fracos, eles passaram para trás os americanos e os soviéticos. 

Aí pelo final da década de 1930, um cientista chinês fez mestrado e doutorado nos Estados Unidos, trabalhou em organizações de pesquisa e desenvolvimento americanas, contribuiu para a concepção no “Propulsion Lab Jet” e foi comissionado coronel do U. S. Army para interrogar cientistas nazistas no fim da Segunda Guerra Mundial. Foi descoberto passando os segredos para a China, perdeu o posto e foi preso. No final da Guerra da Coreia, foi incluído pelos chineses na relação de prisioneiros a serem trocados pelos dois contendores, os americanos não perceberam, o cabra foi libertado, tornou-se chefe do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de mísseis e do programa espacial da China e, assim, tornou-se pai do desenvolvimento e produção dos 200 mísseis intercontinentais apontados para o território ianque.

Em 1949, por ocasião da vitória na Revolução Chinesa, Mao Tse Tung foi a Moscou pleitear a Joseph Stalin as promessas de apoio; e formalizou acordos de cooperação nas áreas científico-tecnológica (inclusive nuclear), militar e econômica. Mao Tse Tung pleiteou um artefato atômico para explodir e obter dados que, em P&D, os cientistas levariam cerca de uma década para conseguir. Stalin morreu, Kruschev assumiu o poder e, no final da década de 1950, visitou Pequim. Ao ser questionado sobre a promessa do artefato atômico, negou a promessa. Os chineses riram; eles tinham feito um projeto nuclear paralelo secreto e, com os dados obtidos no acordo de cooperação sino-soviético, chegaram às bombas atômicas de urânio e de hidrogênio, à revelia do governo soviético.

Os chineses riem muito, tratam os incompetentes com elegância, mas não brincam. Pobres próximas gerações de brasileiros!

 


Restrição à exportação do samário


Em 9/Jun/2025, o jornal New York Times publicou o artigo “China’s Chokehold on This Obscure Mineral Threatens the West’s Militaries”, do jornalista Keith Bradsher, no qual é mostrado que os chineses têm recursos naturais e poder para ameaçar o poder militar dos Estados Unidos, potência dominante nos tempos atuais. O artigo foi traduzido e reproduzido no Estadão, com o título “Como o domínio da China sobre um mineral obscuro ameaça os Exércitos mais mortíferos do planeta”.

Aproveitei o ensejo para complementar a mensagem que tinha postado no Instagram da UnB, sobre a interação dessa universidade com autoridades educacionais chinesas.

 

A China está aprontando mais uma. Os Estados Unidos precisam de um metal estratégico, oriundo de terras raras, chamado samário, que é utilizado na fabricação de materiais militares de última geração, como mísseis, aviões caça a jato, bombas inteligentes et al. 

Somente a China possui minas de terras raras com samário e a respectiva produção desse metal. Agora, os chineses estão se negando a exportar samário para os EUA. 

Os americanos estão indignados, os chineses estão rindo, mas não estão brincando.

 



[Foi impedida a postagem adicional de comentários,  junto à matéria "Fortalecendo laços Brasil-China — Visita oficial da delegação chinesa à UnB", no Instagram da UnB

Então, em face da relevância do tema, o presente comentário foi postado, contíguo à matéria "Criação do Instituto Nacional do Cerrado", no citado Instagram.]


 



 

quinta-feira, 5 de junho de 2025

A UnB no Brasil e no mundo

"O lavrador perspicaz conhece o caminho do arado."
Homenagem a Oscar Barboza Souto, antigo lavrador, garimpeiro, comerciante, tabelião e juiz de paz.
In Memoriam.

Com 53 universidades brasileiras incluídas, em 2025, no ranking de universidades denominado Global 2000 --- originário do Center for World University Rankings (CWUR), que analisou um total de 21.462 universidades no mundo --- o Brasil ocupa a 10ª. posição dentre os países que abrigam essas instituições. 

A avaliação do CWUR leva em conta quatro fatores: qualidade da educação (25%), empregabilidade (25%), qualidade do corpo docente (10%) e pesquisa (40%, englobando produção científica, publicações de alta qualidade, influência e citações).

Em ordem de mérito, no Global 2000, as 11 melhores universidades brasileiras são: USP, UFRJ, UNICAMP, UNESP, UFRG, UFMG, UFSP, FOC, UFSC, UFP e UnB.

A Universidade de Brasília (UnB) ocupa o 833º. lugar dentre as universidades do mundo; e o 11º. lugar dentre as universidades brasileiras.

Um aspecto positivo:

Com a posição 833, a UnB está incluída na amostra das 4% melhores universidades do mundo. Já a posição 11, em nosso País, assegura-lhe a inclusão entre as 10% melhores do Brasil.

Uma oportunidade de melhoria:

Adoção de medidas para a UnB se transformar e incluir-se entre as 500 melhores universidades do mundo e entre as 5 melhores do Brasil.

Claro, é preciso que os gestores da UnB, de todos os níveis, tenham os seguintes atributos e (ou) requisitos:

Consciência, Coragem, Conhecimento, Experiência, inexcedível Vontade e excelência em Gestão (C3EVG).


Essa opinião é de quem nasceu na roça, saiu de casa com 7 anos, só estudou em escola pública, cursou graduação e mestrado na melhor faculdade de Engenharia do Brasil e tem duas pessoas queridas na UnB!

  


 

 

 


 



 


 

 


 



 

 

quarta-feira, 4 de junho de 2025

Similaridade de tratamento de corruptos

No que diz respeito à gestão de recursos públicos, qualquer deslize, não importando a magnitude — sejam 10 reais, 10 milhões de reais ou 10 bilhões de reais —, deve ter o mesmo tratamento e o mesmo rigor por parte dos gestores, dos órgãos de fiscalização e das instâncias jurídicas.

Todavia, os cidadãos devem ter equilíbrio e bom senso na avaliação e no julgamento de todos os envolvidos nessa questão. É imperioso evitar a acusação contra oponentes e a omissão quando se trata de correligionários.

 

Vejam o que os australoPTecus corruPTus gostam, defendem e apoiam. Tem também a turma dos australoPTecus estrumerius! Tudo gente das mesmas espécies e subespécies! As próximas gerações pagarão a conta.

O político que eventualmente empregou indevidamente R$ 4.300,00 só pode ser condenado por quem acusa, similarmente, aqueles que mergulharam nos catastróficos escândalos do Mensalão, Petrolão, Correios, Lava Jato, INSS e outros.

 

 

[Divulgado na plataforma X em 4/Jun/2025]

 

 

sexta-feira, 23 de maio de 2025

LuPTecus estrumerius e JanPTecus estrumerius

A primeira-dama brasileira Rosângela Lula da Silva, a Janja, tem sido criticada de forma acerba pela indigência de visão e comportamento em questões privadas e, especialmente, pela falação em questões públicas, de tal sorte a deixar seu marido — não raro denominado ex-presidiário — que lidera o governo brasileiro, em maus lençóis.

A mais recente desfaçatez aponta que, no protocolar jantar oferecido pelo presidente da China, Xi Ping, e sua esposa, ao casal brasileiro e sua comitiva, a senhora Janja — por alguns referida como ex-banja — teria interpelado o senhor Xi Jiping para tratar de censura, no Brasil, ao aplicativo chinês TikTok.

 

A propósito de falação, na hora do descanso, trabalhadores dialogam e apresentam uma magnífica metáfora da atual conjuntura brasileira.

— Compadre, existe uma espécie ancestral que a maior parte da literatura ignora. Trata-se da espécie dos corruPTus, cuja subespécie destaque é a australoPTecus corruPTus.

— Ah Compadre, isso não é tudo! Nenhum intelectual se apercebeu da existência de uma espécie ancestral anterior aos australoPTecus. A rigor, ainda hoje existe a espécie dos estrumerius, integrada por 4 subespécies: a naziPTecus estrumerius, a komunoPTecus estrumerius, a luPTecus estrumerius e a janPTecus estrumerius.

— Eh Compadre! Nós ganhamos eleição com a urna elePTrônica corruPTa. Ainda bem né!

 

 



[Concebido para ser divulgado na mídia, como comentário de leitor, porém, por questões de prevenção, só está sendo postado neste blog]