A radiografia elaborada por José Nêumanne no artigo STF, o poder das antessalas (Estadão de 27 de novembro), versando sobre a indicação dos atuais ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) é cirúrgica e emblemática. O articulista prestou um inestimável serviço à nacionalidade ao colocar as mazelas dos respectivos processos a limpo.
Porém, ele cometeu um pequeno deslize. O título mais consentâneo com a precisão e objetividade da magnífica análise seria: “STF, o poder em estado de anomia”. Ademais, uma inferência resultante da lógica e da razão é que a Suprema Corte brasileira atual está a altura daqueles que deixam seu habitat natural, a penitenciária, para pregar a convulsão social; e está a altura de parlamentares que propagam impunemente a violência contra oponentes.
A propósito, permito-me repetir a conclusão de outra mensagem. E agora José? Eu invejo o poeta por ter ido tarde, porém a tempo de não se envergonhar com a Suprema Corte brasileira. Eu o invejo, José, meu irmão, por ido tão cedo, tão precocemente e, de forma similar, a tempo de também não se envergonhar com a egrégia e colenda Corte, cuja retórica contribui para sua própria desmoralização. É preocupante!
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[Divulgado no Fórum de Leitores do Estadão de 27 /11/2019]
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