Cumprindo determinação do Supremo Tribunal Federal, a Polícia Federal prendeu o General de Exército Veterano Braga Neto, que fora ministro chefe do Gabinete Civil da Presidência da República e candidato a vice-presidente na chapa encabeçada pelo Sr. Jair Bolsonaro, presidente em exercício, e que foi derrotada na eleição presidencial de outubro de 2022.
A prisão ocorreu pela acusação de tentativa de golpe após a vitória e assunção do poder pelo Sr. Luiz Lula da Silva, que, em 2016, fora acusado de corrupção, julgado e condenado em três instâncias da Justiça Federal e preso durante 580 dias nas dependências policiais de Curitiba.
A esse respeito, enviei para amigos militares a mensagem transcrita a seguir.
Caro amigo ...
Estou em dificuldades para entender a atual conjuntura.
Inicialmente, cogito sobre a questão da competência e da qualificação de autoridade. Nesse sentido, convém estruturar o pensamento.
Premissa 1. Se o caboclo é de alto nível, extremamente qualificado e tenta dar um golpe, então, ele atinge o sucesso.
Premissa 2. Se o caboclo tenta dar um golpe e não atinge o sucesso, então, ele não é de alto nível nem extremamente qualificado — ao contrário, ele é muito incompetente.
Conclusão. Minha tendência é acreditar que o caboclo não tentou dar um golpe.
Agora, convém tratar das consequências do que foi inferido.
Premissa 1. Se o caboclo não tentou dar um golpe e um integrante da suprema corja age contra ele, então as altas autoridades — que dispõem de coragem, são eficazes e confiáveis — têm que agir contra a suprema corja.
Premissa 2. Se o caboclo não tentou dar um golpe, um integrante da suprema corja o acusa dessa tentativa, age contra ele e as altas autoridades não agem contra a suprema corja, então constata-se ineficácia e inconfiabilidade — deixo de referir-me a covardia, para não ultrapassar a linha de partida.
Conclusão. Não resta senão surpresa, incompreensão, dúvida, incerteza e questionamento dos valores institucionais.
Apresentei esse raciocínio aristotélico da roça para um professor doutor, do mundo civil, e ele me declarou o seguinte:
“Você não dispõe de todos os dados do problema! Portanto, seja cauteloso em seus juízos de valor”.
Eu repliquei:
“Fui formado para decidir sem todos os dados que permitam a certeza da decisão.”
Refleti um pouco e emendei com algo que publicara em meu blog alguns meses antes:
“Os Subordinados e a Missão
Sua decisão para estar ‘no local da operação’, à frente de um posto de comando, era tudo, menos rotineiro, e representava uma enorme dor de cabeça logística para seus subordinados.
Mas seu comprometimento com seus guerreiros, sua audácia e sua determinação para assumir riscos, onde outros poderiam ter se recusado, eram parte do que o diferenciava de um chefe medíocre, que age apenas para satisfazer seus chefes, em segurança plena e com transmissão de ordens no papel.
Ele não estava preocupado com culpa ou responsabilidade pessoal, se algum risco se materializasse; seu olho estava no jogo maior, sob a égide da prevalência de seus subordinados e do cumprimento da missão!”
Enfim, está tudo complicado, difícil, complexo, ...
Forte abraço, caro amigo.
ARS
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