Israel (com 9,4 milhões de habitantes, sendo 6,7 milhões judeus e 1,9 milhões árabes muçulmanos) está localizado no Oriente Médio, na extremidade direita do Mar Mediterrâneo.
No atinente às fronteiras de Israel, convém ser ressaltado o seguinte:
– a Leste encontra-se a Cisjordânia (também referida como West Bank), com 3 milhões de habitantes palestinos, muçulmanos sunitas; região ocupada por Israel, com cerca de 400 mil israelenses, dispostos em 230 assentamentos; sendo os palestinos geridos pela Autoridade Palestina que, através do partido político Fatah, se opõe a Israel;
– ao Sul, destaca-se a faixa de Gaza, com 2 milhões de habitantes, muçulmanos sunitas, desde 2007, sob a gestão dos terroristas do Hamas, que pregam a destruição de Israel; e
– ao Norte, encravados na faixa Leste do território do Líbano, localizam-se cerca de 100 mil palestinos xiitas, sob a direção do partido político (e organização terrorista) denominado Hezbollah, cuja sobrevivência é financiada pelo Irã e pela Síria, sendo por óbvio, inimigo de Israel.
Em 7 de outubro, ocorreu em Israel a dramática e hedionda operação dos terroristas do Hamas. Os agressores atacaram 22 cidades de Israel por ar, por terra e por mar, causando, em um primeiro momento, mais de 700 mortes e mais de 1200 feridos. Houve assassinatos de crianças, adultos e idosos (em alguns casos, a família inteira), com destaque para o sacrifício de 40 bebês; e de mais de 100 militares, com destaque para um subcomandante e 2 comandantes de brigada.
Israel declarou guerra ao Hamas e está bombardeando continuamente os locais da faixa de Gaza que abrigam pessoal e equipamento desse grupo terrorista.
A propósito, dois artigos do jornal americano The New York Times e um do jornal israelense The Israel Times caracterizam a terrível falha do setor de inteligência e das Forças Armadas israelenses que propiciaram essa terrível tragédia:
– Ataque do Hamas Levanta Questões Sobre Falha da Inteligência Israelense(Hamas Attack Raises Questions Over na Israeli Intelligence Failure), do New York Times; e
– Como as temidas Forças Armadas de Israel Não Conseguiram Impedir o Ataque do Hamas (How Israel’s Feared Security Services Failed to Stop Hamas’s Attack), do The New York Times; e
– Chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa de Israel Admite Falhas e Promete Investigação; Jura ‘Desmantelar’ o Hamas (IDF Chief Admits Failures and Promises Investigation; Vows to ‘Dismantle’ Hamas), do The Israel Times.
Do conhecimento auferido no artigo sobre inteligência, infere-se que muito há a aprender sobre o que os especialistas israelenses sabiam e, especialmente, sobre o que foi ignorado, de sorte que as inaceitáveis falhas que permitiram o maior desastre militar da história militar de Israel dos últimos cinquenta anos jamais se repitam.
Uma questão primordial para os analistas é o envolvimento do Irã no fornecimento ao Hamas e no incentivo ou mesmo no planeamento do ataque. É plausível que o Irã possa ter desempenhado um papel relevante, mas esse papel exato ainda não está claro. Para o Irã, a sua aliança com o Hamas é um ponto chave para a compreensão de todo o processo. Teerã, de acordo com autoridades atuais e antigas, quer inviabilizar a paz emergente entre a Arábia Saudita e Israel. Qualquer conflito entre Israel e o Hamas que causasse baixas civis significativas em ambos os lados tornaria incrivelmente difícil qualquer paz pública.
No atinente às questões operacionais, a avaliação preliminar dá conta de que o sucesso do ataque dos terroristas do Hamas se deve a uma sequência de falhas do aparato de defesa israelense, cuja caracterização contém as seguintes premissas:
– falha por parte dos agentes de inteligência na monitoração dos principais canais de comunicação utilizados pelos atacantes palestinos;
– dependência excessiva de equipamentos de vigilância fronteiriça que foram facilmente desligados pelos atacantes, permitindo-lhes atacar bases militares e matar soldados nas suas camas;
– aglomeração de comandantes numa única base fronteiriça que foi invadida na fase inicial da incursão, impedindo a comunicação com o resto das forças armadas;
– aceitação, à primeira vista, das afirmações dos líderes militares de Gaza, feitas em canais privados, que os palestinos sabiam que estavam sendo monitorados por Israel, e que, por isso, não estavam se preparando para o combate
Por último e primacialmente relevante, há que considerar as declarações posteriores à tragédia, do chefe do Estado-Maior das Forças Armadas de Israel, tenente-general Herzi Halevi. Elas são transcritas parcialmente:
“As Forças de Defesa de Israel são responsáveis pela segurança do país e dos seus cidadãos e, na manhã de sábado, na área ao redor da Faixa de Gaza, não cuidamos disso. Vamos aprender, vamos investigar, mas agora é a hora da guerra.”
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“Os militares têm um contrato com os cidadãos de Israel, temos mantido isso durante muitos anos com altos e baixos. Estamos atualmente em um ponto baixo, dramático. Faremos tudo para restaurar este contrato, trazer de volta a segurança”.
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“O massacre de sábado dos nossos filhos, das nossas esposas e do nosso povo, por terroristas assassinos do Hamas é animalesco, é desumano. As Forças Armadas estão lutando contra terroristas impiedosos que cometeram atos inimagináveis. Yahya Sinwar, o governante terrorista da Faixa de Gaza, decidiu por este ataque horrível e, portanto, ele – e toda a hierarquia de assassinos sob seu comando – são homens mortos. Iremos atacá-los, iremos desmantelá-los, desmantelar o seu sistema.”
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Palestinos que se opõem a Israel: Hamas, na Faixa de Gaza; Hezbollah, no Líbano; e Fatah, na Cisjordânia. |
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