segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

Atuação do ministro da Saúde na pandemia do coronavírus

O ministro da Saúde do Brasil é o general Eduardo Pazuello. A pandemia do coronavírus que aflige a maioria dos países do mundo tem sido objeto de pertinaz trabalho no âmbito do ministério que Pazuello conduz. 

Por ser militar, os formadores de opinião contrários ao atual governo — secundados ou liderados pelos políticos oposicionistas — exercem contundente pressão sobre o ministro. 

A Suprema Corte se inclui no universo de pessoas ou instituições que aderiram a essa sanha oposicionista e tenta agora encontrar possíveis deslizes jurídicos do ministro. 

Em um longo artigo intitulado “Inquérito pode levar Pazuello a perder posto e patente”, o Estadão delineia os principais aspectos que podem afetar o ministro. Entretanto, os articulistas deixaram de considerar um aspecto essencial: a situação da pandemia em algumas potências mundiais e em países relevantes da América Latina é pior do que no Brasil. 

Então, como atribuir culpa ao ministro brasileiro? 

Em nome da verdade e da decência — e para o imprescindível exercício da faculdade de pensar —, analisemos alguns dados sobre população, mortes por Covid e vacinação, de 14 e 15/Fev/2021.

 (i) População:

     – Brasil – 211 milhões; 

     – Alemanha + França + Reino Unido – 213 milhões; 

     – Argentina + Colômbia + México – 223 milhões. 

 (ii) Mortes por Covid: 

     – Brasil – 239.245; 

     – Alemanha + França + Reino Unido – 264.546; 

     – Argentina + Colômbia + México – 282.048.

 (iii) Pessoas vacinadas: 

      – Brasil – 5.236.943; 

      – Argentina + Colômbia + México – 2.002.273. 

Vale dizer, nos 3 países mais desenvolvidos da Europa e em 3 dentre os países mais relevantes da América Latina, há mais morte por Covid do que no Brasil. 

Em aplicação da vacina, o Brasil está melhor do que três dentre esses países latino-americanos relevantes. 

O processo na Justiça e as agressões e ofensas dos leitores do jornal são aplicáveis aos ministros da Saúde de Alemanha, França, Reino Unido, Argentina, Colômbia e México? 

Convenhamos — mantendo um mínimo de coerência, sem resvalar para a grosseria —, é nonsense em estado puro.

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[Comentário divulgado no Estadão online de 15/Fev/2021]

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