Conquanto apontando aspectos corretos da atual conjuntura, com ênfase para mazelas na comunicação social, de parte do governo Federal, com repercussões no cenário internacional, em seu artigo “De quem é a culpa?”, o articulista William Waack dirige-se para a vala comum — que caracteriza o viés opositor da mídia ao governo — e ignora o óbvio ululante que tão bem ofereceu para sociedade o saudoso Nelson Rodrigues.
Não raro, outros intelectuais, e nesse caso, também o Sr. Waack, se valem do gosto para chafurdar no pântano e atribuir aos militares responsabilidades por pensar o mundo sob a ótica da década de setenta do século passado. Ora quem extrapolou os tempos sombrios da guerra fria, mergulhou na senda líquida e dividiu os universos sociais tupiniquins — ricos contra pobres, nordestinos contra centro-sulinos, homem contra mulher, gays contra heterossexuais, preto contra branco etc? Por certo, não foram os fardados.
Sr. W2, a questão essencial não foi abordada — e para tanto apego-me às suas hipóteses: falta talento, falta estadista, falta visionários, falta sei lá o que mais. Por que? Com todas as deficiências que o senhor apontou, o caboclo ganhou todas as eleições de que participou e está garantindo a vitória em 2022. Que tal usar sua experiência para apontar a indigência dos oponentes como a causa primordial do estado de coisas apontado. Convenhamos, a união de corruptos com juízes, formadores de FN e outros integrantes da súcia está facilitando tudo. Não se bandeie para o lado deles!
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[Divulgado no Estadão online de 24/Set/2020]
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