sábado, 10 de outubro de 2020

Eleição de 2018 — Uma vitória impressionante

O cientista político Jairo Nicolau está publicando o livro com o título “O Brasil Dobrou à Direita”

Nicolau enfatiza que “a vitória de Bolsonaro é o feito mais impressionante das eleições no Brasil” e a par de uma radiografia da disputa de 2018, ele acrescenta que “Bolsonaro quebrou uma série de regras antes tidas como essenciais para ser eleito, como força partidária, grandes somas de dinheiro na campanha, tempo razoável de propaganda no horário eleitoral e apoios expressivos nos estados”

Numa primeira avaliação, o livro apresenta análise adequada e equilibrada do maior fenômeno da política brasileira no regime republicano. Porém, em entrevista concedida para o jornalista Marco Antonio Almeida — publicada na Folha de São Paulo —  Nicolau afirma que é preciso derrotar Bolsonaro em 2022 — lamentável e infeliz inferência.

O articulista Marco Rodrigo Almeida afirma que “em seu livro Jairo Nicolau tenta entender esse furacão que varreu o país e busca identificar quem votou em Bolsonaro. Para isso analisa dados de escolaridade, idade, gênero e religião dos eleitores”

Um leitor comentou que “foi uma vitória fácil e lógica”. Postei minha visão sobre essa eleição que talvez seja uma das mais emblemáticas na história mundial dos países democráticos, uma vez que afastou as esquerdas do poder, sem os meios tradicionais e contrariando formadores de opinião da mídia, intelectuais, políticos em geral e os cidadãos considerados bem informados.


De fato, concordando com o leitor, a vitória foi fácil. Lula, Dilma e o PT submeteram o País à maior crise social, política e econômica da História. E o pior, a sociedade brasileira foi submetida à maior crise moral da Humanidade. 

A crise foi tão séria que até hoje tem gente apegada à ideia de que criminosos devam ficar soltos e concorrer a eleições. Então, a crise não é só moral; é uma crise de saúde, quer dizer, é uma doença. E é uma crise sanitária, isto é, a mente dos adePTos foi preenchida com sujeira. Em 2022, a higiene continuará.

 

No livro "O Brasil Dobrou à Direita", o autor declara que o resultado surpreendeu a imensa maioria dos analistas políticos e rompeu padrões. Tudo bem. Mas na alvorada de 2021, os analistas continuam incorrendo no mesmo erro. 

É surpreendente que a Folha publique um artigo reconhecendo o que ocorreu em 2018 e, implicitamente, profetizando o que vai ocorrer em 2022. Queiram notar que agora, continuam unidos analistas, velhos partidos, juízes que liberam corruptos, utilizando a faculdade de pensar da mesma forma que no passado.


Queiram notar que na entrevista concedida para o jornalista da Folha de São Paulo, o cientista político Nicolau afirmou que é preciso entender o fenômeno Bolsonaro para derrotá-lo. E disse mais; disse que é preciso derrotá-lo. O caboclo faz um trabalho muito bom, publica um livro e depois escorrega na casca de banana.


Não é preciso entender o fenômeno Bolsonaro; é preciso entender os distópicos fenômenos das elites políticas e intelectuais brasileiras e, por via de consequência, inferir que os cidadãos não são enganados eternamente.

____________________

####################


[Comentários publicados na Folha de São Paulo online de 10/Out/2020]

____________________

####################

 

Honra e Comissão da Inverdade

Em declaração à imprensa, o vice-presidente Hamilton Mourão afirmou que o coronel Brilhante Ustra era “um homem de honra”. Os formadores de opinião militantes de esquerda imediatamente reagiram. A articulista Mônica Bérgamo publicou artigo com o título “Elogio de Mourão a Ustra desonra as Forças Armadas diz Comissão Arns” (Folha de São Paulo de 9 de outubro). 

Postei um primeiro comentário junto ao citado artigo e quase uma dezena de leitores replicaram com viés grosseiro e ofensivo. Entendo que no jornal que é o ninho daqueles que se apegam a ideários que contrariam as noções básicas de convivência entre contrários, é imperioso que alguém faça o contraponto e exerça a liberdade de oferecer o contraditório. 

É o que não hesitei em diligenciar, com um segundo comentário.


A afirmação dos integrantes da Comissão da Inverdade desonra os seres humanos que têm apreço pela verdade. Aqueles que defendem o socialismo (socialismo real, nacional socialismo e demais sistemas hediondos) se sentem incomodados, é claro. Sentem-se mais incomodados ainda pelo fato de os brasileiros estarem livres deles. Dói muito. A dor vai ficar mais dolorida porque jamais triunfarão por aqui.

 

A identificação do perfil dos que replicaram meu comentário é facílima. Basta ver as agressões, ofensas e mentiras. São defensores dos gêmeos (nacional socialismo, na Alemanha; e socialismo real na União Soviética). Ambos herdeiros do Leviatã absolutista de Thomas Hobbes. A escolha pelo socialismo adequado é feita pela quantidade de vítimas (100 milhões/socialismo real e 10 milhões/nacional socialismo) ou pela efetividade do processo (através da fome ou de fornos de gás). Apenas uma lembrança: o Brasil venceu ambos.


Adicionalmente, de forma educada, um leitor mencionou o fim da ditadura e a consequente democracia, como condicionantes para a possibilidade do voto. Agreguei um terceiro comentário para caracterizar de forma mais ampla o significado da democracia.


Precisamos aprender e evoluir muito. Nos países onde a democracia prevalece, há igualdade de oportunidades, não há desequilíbrios sociais e econômicos absurdos, a justiça funciona com eficácia, a corrupção e demais crimes identificados são punidos severamente, nos debates prevalecem as ideias, crenças e princípios em contraposição às ofensas, o nacional socialismo e o socialismo real jamais triunfam e há direito ao voto secreto e universal. E condenados vão para a penitenciária.

_________________

#################



[Comentários divulgados na Folha de São Paulo online de 9 e 10/Out/2020]

_________________

#################

 

sexta-feira, 9 de outubro de 2020

Msg para o DPL

 

Prezado Professor Doutor Marcelo Hermes, 

Com grande satisfação, recebi o honroso convite para os eventos dos Docentes Pela Liberdade, que terão efeito nesta sexta-feira e amanhã, sábado.

É de conhecimento público meu apreço, respeito e admiração por aqueles que fazem da luta para o benefício das próximas gerações o apanágio de suas ações pessoais e profissionais no âmbito do prioritário e imprescindível campo da Educação.

O sentimento que expresso, com entusiasmo e incontida esperança, teve seu fortalecimento nas atividades que desencadeamos em conjunto, ao longo do ano de 2018, quando a par da identificação de princípios, valores e crenças comuns, pelejamos modestamente para contribuir para o início das transformações que o País e a sociedade merecem, sonham e aspiram.

Assim, permita-me enfatizar o conteúdo do logotipo que acompanha os singelos garranchos de minha lavra, qual seja, um quadrado com três faixas horizontais sendo a primeira a caracterização da meta primacial do ser humano, a busca de paz e de harmonia; a outra, no meio da figura geométrica, identificando o instrumento único a possibilitar a concretização da meta colimada, a democracia; e a inferior, a expressar os fundamentos em que se baseia “o pior de todos os sistemas, exceto todos os demais”, isto é: a prevalência da liberdade, da verdade, da coragem e da ética.

Com a descrição desse emblema, creio estar cogitando da essência do ideário dos Docentes Pela Liberdade. A docência permite a compreensão do que seja liberdade, e possibilita sobretudo entender que só um ser humano em liberdade pode abraçar a verdade e ignorar tudo que não lhe corresponder; atuar com coragem, renegando sempre a covardia; e só admitir a trajetória da ética em contraposição à indignidade.

Pelas razões expostas, estou consciente e seguro de que o papel dos Docentes pela Liberdade é primacial para o futuro, mormente na atual conjuntura, na qual as forças contrárias às transformações requeridas unem-se, movimentam-se e buscam de todas as maneiras obstaculizar a marcha para a vanguarda — não apenas para a meta primacial do ser humano, mas especificamente para que o País, com imenso território, expressivo contingente populacional e valoroso potencial de recursos naturais possa possibilitar igualdade de oportunidades para cada cidadão, independentemente de origem étnica, gênero, cor da pele, credo religioso ou pensamento político.

Prezado Professor Doutor Marcelo Hermes, 

Tendo manifestado o pensamento que me motiva agora, devo ressaltar que é de seu conhecimento que me submeti a procedimento médico invasivo e, conquanto não represente gravidade para meu quadro clínico e tenha mesmo se constituído em alívio para o prosseguimento do tratamento requerido, algumas medidas preventivas de repouso são requeridas.

Nesse contexto, venho manifestar a impossibilidade de atender ao honroso convite para participar das meritórias atividades dos Docentes Pela Liberdade. Expresso meu efusivo agradecimento, formulando  votos de pleno sucesso nos eventos planejados. E também, que nas ações futuras do DPL, haja a prevalência do papel da Educação em nosso País; a potencialização das crenças, valores e princípios que motivaram sua institucionalização; e a inexcedível resiliência para que os sonhos venham a se tornar realidade, no arcabouço da família, das crenças religiosas e da fé democrática. 


Brasília, 9 de outubro de 2020

Aléssio Ribeiro Souto

Uma mulher extraordinária e o prêmio Nobel

A cientista Marie Curie, polonesa, naturalizada francesa, pode ser considerada a Einstein feminina. Sua extraordinária trajetória científica estendeu-se de forma direta e eficaz para a arte da guerra. Ela morreu por causa dessa contribuição. A família de Marie Curie é detentora de 5 prêmios Nobel, assim especificados:

– Marie Curie ganhou o Nobel de Física, em 1902;

– Marie Curie foi lareada com o Nobel de Química, em 1911, tornando-se o único cientista da História a ganhar dois prêmios Nobel, em duas áreas distintas da Ciência;

– Pierre Curie, ganhou o Nobel de Física, em 1902, em parceria com a esposa, Marie Curie, e com o cientista Henri Becquerel;

– Irène Joliot-Curie ganhou o Nobel de Química em 1935; e

– Frédéric Joliot-Curie foi laureado com o Nobel de Química, em 1935, em parceria com a esposa Irène Joliot-Curie.

Os outros ganhadores de duas láureas foram: 

– Linus Pauling — de Química, em 1954, e da Paz, em 1962 (o segundo, fora portanto do campo da Ciência); 

– John Bardeen, em 1956 e em 1972 — ambos em Física; e 

– Frederic Sanger, em 1958 e em 1980 — ambos em Química.

Marie Curie cunhou o termo radioatividade, descobriu técnicas para isolar isótopos radioativos e descobriu dois elementos, o polônio e o rádio. 

Durante a Primeira Guerra Mundial, ela fundou os primeiros centros militares no campo da radioatividade. 

Marie Curie “morreu em 1934, aos 66 anos, em um sanatório na França, por causa de leucemia contraída pela exposição a radiação ao carregar testes de rádio em seus bolsos durante a pesquisa e ao longo de seu serviço na Primeira Guerra, quando montou unidades móveis de raio-X”

Marie Sklodowska Curie
Nascimento (Polônia): 7/9/1867 – Falecimento (França): 4/7/1934.
Prêmio Nobel de Física (em parceria com Pierre Curie e Henri Beckerel) e de Química.
Conquistas: teoria da radioatividade, técnicas para isolar isótopos radioativos e
descoberta do polônio e do rádio.

 

_______________

Detalhes sobre a cientista podem ser encontrados em:

(i)    Naomi Pasachoff, “Marie Curie and the Science of Radioactivity”, Oxford University Press, 1996; e

(ii)   Robert Reid, “Marie Curie”, New American Library, 1974.

 

quinta-feira, 8 de outubro de 2020

Saber ou não saber, ser ou não ser

No artigo “Erro no currículo: falta de notável saber jurídica ou de reputação ilibada” (Estadão de 8/Out/2020), que trata da indicação de jurista para preencher vaga da Suprema Corte brasileira, fica evidenciado que os dois atributos constitucionais caracterizados de forma implícita no título da matéria não são exatamente relevantes uma vez que há uma “subjetividade de quem interpreta esses termos”

Segundo o articulista — Thiago Bottino, professor de Direito da FGV — o que mais importa “é a avaliar a vida profissional e saber se [o indicado] recebeu alguma punição disciplinar em sua carreira como advogado ou, se dentre as reclamações dirigidas ao CNJ [Conselho Nacional de Justiça], em alguma delas se constatou conduta contrária ao interesse público ou desídia do julgador”

Ora como tornou-se de conhecimento público, houve a prática de inverdade no preenchimento do currículo, por parte do cidadão que está sendo submetido à apreciação do Senado Federal para preenchimento de claro do STF.

 

Se quem mente tem ilibada conduta, o articulista está correto. Os que não passam em concurso para juiz, os que são contrários à punição em segunda instância (como na maioria dos países evoluídos), os que libertam corruptos, os que comparam cidadãos brasileiros com nazistas e os políticos acusados de corrupção também estão corretos. E nesse caso, temos as melhores condições de vida do planeta. Seria cômico se não fosse trágico, nefasto e hediondo.

_________________

#################


[Divulgado no Estadão online de 8/Out/2020]

_________________

#################

 

sábado, 3 de outubro de 2020

Iniquidade [des]informativa

Em 21 de agosto, a Folha de São Paulo publicou um editorial com o título “Jair Roussef”, embasado no fato de que o atual governo estaria cometendo, na economia, o mesmo erro da ex-presidente, que saiu da presidência da República escorraçada pelo processo de impeachment. 

Subsequentemente, em face de várias reclamações, o diretor de Redação do jornal publicou um mea culpa com o título “Uma escolha infeliz” (Folha de São Paulo de 30 de agosto), no qual assevera que 

“uma escolha infeliz que tentava resumir a pertinente comparação econômica sem levar em conta que colocava na mesma expressão o sobrenome de uma democrata que foi torturada pela ditadura militar e o prenome de um político apologista da tortura, que defende não só aquele regime como suas práticas vis e sanguinolentas.”

Evidentemente, a doença infecciosa e contagiosa que impacta a práxis de articulistas do jornal levou seus próceres a acertar uma vez e a errar duas outras. 

O acerto se refere à infelicidade do título do editorial, o que foi bem caracterizado com o título do mea culpa: “Uma escolha infeliz” — dúvida não há, a escolha foi mais do que infeliz, foi nefasta. 

Os erros resultam, primeiramente, da comparação absolutamente equivocada do governo desastroso e corruPTo da Sra. Roussef com um governo cuja marca primacial é o combate à corrupção. E, segundamente, resultam da comparação inverídica de alguém que fez parte de equipes, cujos integrantes participaram da luta armada e se orgulham das ações subversivas cometidas, com alguém cuja militância política — faça-se-lhe a crítica que se queira — foi dentro da legalidade no interior do Parlamento brasileiro.

 

Uma mulher que defende a ideologia de dois dos três maiores assassinos da história da Humanidade (Joseph e Tung, cuja "troica" de horror é completada por um sujeito chamado Adolf) é chamada de democrata. Uma mulher que se ajoelha diante do maior ditador das Américas, em todos os tempos (Fidel, cuja fidelidade coincidia com a de sua admiradora subserviente) é chamada de democrata. Uma mulher que fez parte de equipes, cujos integrantes têm as mãos sujas de sangue de inocentes é chamada de democrata. O articulista é uma escolha feliz da Folha, porque ele pensa e escreve de forma consentânea com a iniquidade reinante nesse diário [des]informativo.

_________________

#################


[Comentário postado na Folha de São Paulo online de 3/Out/2020 (ajustado para o limite imposto de 500 caracteres). Claro, com atraso, porém ainda oportuno]

_________________

#################

 

sexta-feira, 2 de outubro de 2020

A eleição presidencial americana

O New York Times e a maioria dos órgãos da mídia mundial divulgaram que o presidente Donald Trump e sua esposa Melanie Trump contraíram o vírus Sars Cov2. 

O que ocorrerá na eleição presidencial americana no dia 3 de novembro?

 

É uma facada! Em quem? Em que parte do corpo?

Possíveis consequências.

Cenário 1. Trump se recupera em 15 dias. Qual é a previsão resultante? 

Cenário 2. Trump tem dificuldades na recuperação. Quem arrisca formular uma narrativa!? 

Cenário 3. Não deve ser mencionado em público. 

Algumas apostas. 

A primeira: Trump se recupera fácil e ganha. 

Outra: Trump se recupera, perde e um despreparado (que fala mentiras sobre a Amazônia) assume a direção da maior potência. 

E uma outra: tudo vira de perna pro ar, ninguém consegue profetizar o que vai acontecer e muda tudo. 

Resta-nos um mês de expectativa. Paciência com resiliência é preciso. Bobagens! Bobagens !...


Um leitor da Folha de São Paulo postou comentário questionando a questão das mentiras sobre a Amazônia, que eu atribui ao candidato Joe Biden. A alegação do leitor é que o presidente brasileiro é o autor de mentiras sobre a região norte brasileira. Aproveitei a chance para reafirmar o que já declarara anteriormente sobre esse assunto.

 

No debate, o Sr. Joe Büden (sic) declarou que “a floresta tropical do Brasil está sendo derrubada. [...] Se não fizerem nada, haverá consequências significativas”. Então, se eleito, o Sr. Büden deve abandonar a estultice, deve agir adequadamente nas relações internacionais; e sobretudo, deve impedir que americanos brancos matem negros e negros matem brancos. E deixe a Amazônia em paz! A Amazônia é do Brasil, é brasileira (e dos demais países sul-americanos, naturalmente). Dela, cuidamos nós!

 

E não esqueça! Conforme declarou o ex-diretor da CIA, Richard Helms: “Truman perdeu a China; Kennedy perdeu Cuba [...]”. E acrescento: Obama deixou a Ucrânia perder a Crimeia para a Rússia, e deixou a Síria à própria sorte. O Sr. Büden deveria saber que atualmente há mais incêndios na África e na Sibéria do que na Amazônia; há incêndios em vários outros países do mundo; e há incêndios em vários estados americanos. A dúvida: o Sr. Büden é um desastrado enorme ou simplesmente um canalha menor?

_______________

###############



[Postado no New York Times online de 2/Out/2020]

_______________

###############

[Divulgado no Estadão online de 2/Out/2020]

_______________

###############


[Divulgado na Folha de São Paulo online de 2/Out/2020]

_______________

###############

[Divulgado no Globo online de 2/Out/2020]

_______________

###############