Com surpresa, li o artigo “Por um consenso na Educação”, do Dr. Simon Schwartzman, com uma análise isenta e lúcida da situação educacional brasileira. É sempre auspicioso notar que há quem advogue a simplicidade para o enfrentamento das crônicas e duradouras mazelas de nosso processo educacional.
A insistente asserção de que não precisamos importar modelos estrangeiros e que basta a cada região ou realidade importar seus próprios processos bem sucedidos foi validada pelos argumentos constantes do artigo, que nega a possibilidade de sucesso com modelagem sofisticada e homogênea para a diversidade brasileira.
Uma sugestão é apresentada para que o governo federal atue junto à menor unidade de gestão educacional dos estados e municípios brasileiros.
O Estado de São Paulo
Prezado Senhor,
O artigo “Por um novo consenso na Educação”, do Sr. Simon Schwartzman, (A2, Estadão de 14 de julho) é uma pérola a que pode ser aduzida a palavra magnífica. Objetividade e precisão são atributos com que se pode resumir as assertivas do qualificado articulista, especialmente porque qualifica dois pilares das últimas administrações, o PNE e a BNCC, como “zumbi que se recusa a morrer” e “um texto recheado de linguagem empolada, incompreensível ou meramente retórica”, respectivamente.
Eu acrescentaria uma medida para ser pensada. O setor público brasileiro tem cerca de 19.000 escolas de ensino médio, estaduais e municipais (umas poucas centenas são federais). Cerca de 800 dentre elas funcionam minimamente bem. A menor unidade de gestão é a direção dessas escolas; e os diretores agem preferencialmente segundo sua tendência, trajetória e desígnio. É possível ampliar potencialmente a cifra de sucesso!
Uma ação efetiva de estímulo para os diretores (de ordem pedagógica, financeira e sobretudo de gestão) — sem ignorar várias outras medidas — tem enorme potencial de transformação. A profusão de siglas, ideias luminosas e programas ótimos, mas inaplicáveis, são desnecessários. Simplicidade é imperioso. Há a conveniência dessa questão entrar na agenda nacional de Educação imediatamente.
Atenciosamente,
ARS
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[Publicado no Fórum de Leitores do Estadão (versão impressa) de 18/Jun/2019]
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