sábado, 12 de outubro de 2024

Projeto Ceres – Estágio de Vivências na Atenção Primária

"O lavrador perspicaz conhece o caminho do arado."
Homenagem a Oscar Barboza Souto,
antigo lavrador, comerciante, Tabelião e Juiz de Paz.
In Memoriam.
————————————————————
VER TAMBÉM
[Clicar sobre o título]
————————————————————

No período de 7 a 11 de outubro de 2024, um grupo de acadêmicos de Medicina da UnB foi para a cidade de Ceres, no estado de Goiás, para participar de um tradicional evento denominado “Projeto Ceres – Estágio de Vivências na Atenção Primária”. O grupo foi integrado pela maioria dos jovens que lograram êxito no ingresso no curso de Medicina naquela Universidade, no corrente ano, bem como por alguns alunos que ingressaram em anos anteriores, aí incluídos a querida filha Alessandra e outros acadêmicos veteranos (estes não foram na véspera da primeira aula de Medicina do curso, porque ingressaram na UnB durante a pandemia do coronavírus e, por essa razão, nequele ano, o Projeto Ceres foi cancelado).

O citado evento tem o patrocínio da UnB e tem se repetido nos últimos 20 anos. Uma das razões é o fato de que, no âmbito de cerca de 4.000 municípios brasileiros, Ceres tem o melhor apoio público de saúde para a população. Então, durante 4 dias, é desencadeada uma enriquecedora sequência de observação, contato e avaliação de atividades de Medicina nessa pequena cidade (cerca de 30.000 habitantes), com ênfase para vivências em organizações públicas de saúde da cidade — um hospital e 4 unidades básicas de saúde (UBS).

Intermediando a programação, ocorrem reuniões distintas e surpreendentes. Uma delas é a entrega de cartas, presentes e pequenas lembranças preparadas pela família, para cada acadêmico.

Por intermédio de um dos coordenadores, nós enviamos para a Alessandra, sem que ela soubesse, uma sacola contendo:

– cartas dos pais e das duas irmãs;

– um pequeno pinguim que este pai trouxera para ela da Antártica;

– um ursinho que ela ganhou quando pequena; e

– os dois livrinhos que ela escreveu (e nós publicamos) quando ela tinha 7 e 8 anos, respectivamente.

A seguir, são apresentadas as cartas que lhe enviamos.

 

 

Brasília, 2 de outubro de 2024

Querida filha Alessandra,

 

Nossa família continua vivenciando um período magnífico e singular: a conquista do acesso à Universidade pelas três queridas filhas, ocorrido em 2022; e o encaminhamento para a segunda metade de cada um dos cursos escolhidos. Então, dirijo-me especialmente a você, em face do evento organizado por integrantes da Universidade Brasília, na cidade de Ceres, em Goiás, que você está participando. 

É imperioso inserir um parêntese, nesta cartinha, para destacar que essa cidade goiana teve origem graças à iniciativa do engenheiro Bernardo Sayão, o visionário construtor da rodovia Belém-Brasília. Então, em face de ter um dos melhores desempenhos do Brasil, na gestão de saúde e no apoio de Medicina à população — conforme foi informado pelos organizadores do evento — Ceres faz parte da excelência histórica e gerencial de nosso País e, por essa razão, sua passagem por aí se constitui num período virtuoso de sua senda acadêmica. Fecho o parêntese e volto ao tema desta missiva.

Permita-me, querida filha, mencionar alguns aspectos de sua trajetória de vida, que tanto honra e orgulha seus pais e irmãs.

Inicialmente, menciono o momento de sua chegada ao mundo! Relembro as alegrias e emoções que experimentei quando o médico obstetra colocou-a sobre o seio de sua mãe e, depois de alguns minutos, passou-me aquele corpinho inexcedível (maravilhoso, fantástico, inigualável, ...; a rigor, faltam adjetivos) para que eu melhor sentisse o desencadeamento do grande milagre da vida — a concepção, a evolução intrauterina e o nascimento! Recordo essas alegrias e emoções e revivo-as de forma tão especial, agora que estou me dirigindo a você, um tanto distante, porém tão perto da alma e do coração. 

A partir daí, cada período de sua existência apresentava novidades e surpresas. 

O aprendizado da leitura e da escrita por você foi inesquecível. Tenho até receio de transmitir o que farei agora, até pela possibilidade de descrença em meu testemunho. O que é certo é que a partir do manuseio e da observação dos livrinhos infantis que passamos a presentear as filhas, a partir do primeiro aninho de vida, você conseguiu, aí pelos três ou quatro anos, começar a ler, ... sozinha, num processo de ‘autoaprendizado’. Foi assim que aconteceu seu processo de assimilação da capacidade de leitura. 

Destaco agora algo que me parece pleno de ineditismo e de impensável criatividade. Foi talvez na busca de algum elogio — aí pelos cinco aninhos de idade — você voltou-se para mim e formulou o seguinte questionamento:

“— Pai, na escola, na igreja e em todos os lugares, as pessoas dizem que foi Deus quem fez todas as coisas! Então, quem é que fez Deus?”

Um tanto desconcertado, e pensando com rapidez para não demonstrar fraqueza, tentei dar uma resposta que, a rigor, não esclarecia a indagação. Ei-la:

“— Filha, você acabou de fazer a pergunta essencial que os seres humanos estão elaborando desde os primórdios da civilização; e até hoje não conseguiram equacionar plenamente. E aí pode estar a origem das religiões em todos os agrupamentos humanos do mundo. E todas as religiões se apoiam no conceito da divindade, na ideia da existência de Deus. E para isso, surgiu a noção de fé. É preciso ter fé em Deus. Não é a razão ou a lógica nem mesmo o bom senso que subsistem para alicerçar a existência de Deus. É a fé! É preciso ter fé e nada mais; nenhum questionamento!”

Há outras coisas para serem reveladas ou relembradas. Permito-me tratar um pouquinho do período em que você começou a identificação do seu eu, o encontro consigo mesma,a descoberta de que é gente — estou me referindo ao início da adolescência. Bem, o pai é complicado, exigente, inconveniente e sábio (será que é mesmo?), mas é sobretudo um observador privilegiado, pois pode assistir ao prosseguimento do milagre da vida, refletido na face, no sorriso, nas ações e reações da querida filha. Então, eu me lembro que na passagem dos treze para os quatorze anos, você disse:

“— Pai, estou namorando!”

O que fazer? O que responder nessa hora? Se não me engano, disse algo parecido com:

“— Sim. Alegro-me pela confiança que você demonstra em compartilhar essa notícia. Jamais esqueça que o namoro é entre duas pessoas e tudo o que ocorrer ao longo do tempo deve ser a vontade das duas pessoas. Jamais permita que ocorra algo que não seja resultante de sua vontade. Só permita aquilo que você acredita que é certo, que está de acordo com os valores que você preza e pratica, e que você, definitivamente, quer.”

Assim, o tempo foi passando. Ao longo do ensino fundamental e médio seu sucesso foi a marca registrada, mercê de resultados educacionais que a colocavam sempre no topo de cada turma de sua evolução escolar. Neste momento de confidências por intermédio desta mensagem, revelo a satisfação que sentia quando constatava que seu desempenho na escola era complementado por atitudes e ações de liderança que você demonstrava nas interações com seus colegas de turma. O apreço e a confiança que a maioria depositava em você deixava este pai muito lisonjeado e orgulhoso.

O tempo implacável, porém, generoso; impessoal, contudo, pleno de expectativa e esperança, trouxe-nos a mais um momento crucial da filha querida, em seu percurso de vida — a tentativa de ingresso na universidade e a escolha de uma profissão que vai amparar todo o percurso que tiver sido sonhado. E esse momento chegou na maior crise enfrentada pela humanidade no século atual: a crise da pandemia do coronavírus. Então, houve a decisão, oriunda do governo, de cancelar aula presencial durante vários meses do segundo ano e no início do terceiro ano do ensino médio. As aulas passaram a ser online. 

Você tomou uma decisão corajosa; a escolha foi muito corajosa: filha querida, você decidiu que faria Medicina. Seu objetivo de vida seria cuidar do bem-estar e da saúde de seres humanos. Definitivamente, você viveria para tornar o mundo melhor para aqueles que cruzassem seu caminho. Mas como isso poderia ocorrer com o término do ensino médio de forma inesperada e, aparentemente, insatisfatória? Não houve a iniciativa de fazer curso preparatório (supostamente, o imprescindível “cursinho”), como a maioria dos estudantes que aspiram a especialidades de alto nível.

Aí prevaleceu seu talento, sua vontade inabalável, alicerçados em sua evolução escolar. Seus resultados nos vários mecanismos de acesso ao nível superior lhe possibilitariam ingressar em várias universidades públicas federais brasileiras. Este pai coruja (e até meio bobo, ... não me importo que assim considerem!), ora preocupado e ansioso, ora esperançoso, otimista e confiante, sua mãe, suas irmãs, seus avós e amigos próximos receberam a notícia maravilhosa, extraordinária: você decidira ingressar no curso de Medicina da ESCS! E assim foi durante dois meses, até que surgiu o resultado da Universidade de Brasília; você estava sendo convocada. Você não hesitou e fez a opção pela UnB! E é por isso que você está nesse evento na pequena, mas notável cidade de Ceres. Que você aproveite ao máximo os conhecimentos, ensinamentos e vivências que os notáveis organizadores do encontro aspiram.

E não se esqueça por um átimo de segundo, da alegria, satisfação e incomensurável orgulho de todos os integrantes da família, por suas vitórias, conquistas e evolução na construção de um mundo melhor. Que nesse mundo que você sonha prevaleçam as noções de solidariedade, generosidade, liberdade, verdade, coragem e ética, fundamentos da democracia — único sistema que permite ao ser humano se direcionar para seu objetivo fundamental: a busca da paz e da harmonia.

Um saudoso beijo de seus admiradores incondicionais,


Seus pais, Aléssio e Isabel

Suas irmãs, Laura e Cecília

 

 

Brasília, 2 de outubro de 2024

 

Querida irmã Alessandra,

Eu sei que eu não falo muito isso, mas eu tenho muito orgulho de você, das coisas que você está conquistando.

Ser uma médica exige muita responsabilidade e você tem todos os requisitos para ser uma ótima profissional. 

Acredito muito em você. 

No meio artístico, nós temos uma espécie de oração para nos dar boa sorte, antes da nossa apresentação. Nela, nós dizemos que ninguém solta a mão de ninguém; juntos nós fazemos o que ninguém consegue fazer sozinho. 

E eu digo isso pra você: você nunca estará sozinha! Confie no seu potencial e nas pessoas que te amam; elas sempre estarão ao seu lado. 

Espero que a sua caminhada pela universidade seja de muito sucesso e muitos aprendizados.

Será uma honra para mim chamá-la daqui a alguns anos de Dra. Alessandra Souto. 

 

Com amor, Cecília

 

 

 

Brasília, 6 de outubro de 2024

 

Menina Ale, você é braba demais!

Pra cima deles!

Aproveite muito essa jornada!

 

Laura



 

 

Brasília, 7 de outubro de 2024

 

Querida Alessandra,

 

Que você possa aproveitar a sua viagem, ao máximo, para conhecer melhor o interior do nosso país, conhecer mais os desafios da sua profissão!

Muito sucesso!

 

Um grande abraço e beijos,

Da mamãe Isabel

 

 


F1. Partida para Ceres – UnB – Brasília – 7/Out/2024.

F2. Partida para Ceres – UnB – Brasília – 7/Out/2024.

F3. Alessandra almoçando com Thomás et al – Ceres – 9/Out/204.

F4. Atividade na UBS Vila Nova – Ceres – 9/Out/2024.

F5. Atividade no Hospital São Pio X – Ceres – 10/Out/2024.

F6. Banho de mangueira após evento recreativo – Ceres – 11/Out/2024.

F7. Alessandra e a alegria das vivências no Projeto Ceres – 11/Out/2024.

 



Queda da escada – 9 —— [1º./Mar a 12/Out/2024]

"O lavrador perspicaz conhece o caminho do arado."
Homenagem a Oscar Barboza Souto, antigo lavrador, comerciante, tabelião e juiz de paz.
In Memoriam.

—————————

VER TAMBÉM

Queda da escada – 1

Queda da escada – 2

Queda da escada – 3

Queda da escada – 4

Queda da escada – 5

Queda da escada – 6

Queda da escada – 7

Queda da escada – 8

———————————

01/Mar/2024 (6ª. F)

Compareci ao HMAB para a fisioterapia, que está ocorrendo três vezes por semana, ou seja, na segunda, na quarta e na sexta-feira. Graças a esse trabalho que requer vontade e resiliência, estou vencendo as adversidades resultantes da queda da escada, da fratura múltipla do calcâneo e das duas cirurgias realizadas no HFA em 31/Jul e 9/Ago/2023, respectivamente. Esse osso localizado no calcanhar, provavelmente, é aquele que o corpo humano mais usa no cotidiano.

Aproveitei para fazer o agendamento da consulta de retorno da Alessandra à ginecologista Dra. Mariana.

 

04/Mar/2024 (2ª. F)

Depois da fisioterapia no HMAB, apanhei a guia para a fisioterapia da Cecília na clínica Recuperação Total. Tentei apanhar o processo de cirurgia da Isabel, mas só ficará pronto na próxima semana.

À tarde, voltei ao HMAB para a consulta com o cirurgião de catarata, oftalmologista Dr. Rafael Nery. A consulta foi rápida e eficaz. Ele fez o exame com o instrumento requerido, constatou a catarata e a necessidade premente de cirurgia; solicitou consulta ao anestesista bem como 8 exames pré-operatórios. Ele sugeriu o adiamento da consulta ao especialista em glaucoma e respectivos exames, prescritos pelo oftalmologista homônimo que me atendeu no dia 5 de fevereiro.

 

06/Mar/2024 (4ª. F)

Fui ao HMAB para a sessão de fisioterapia planejada, e apanhei o laudo do exame de mapeamento de retina e a guia do Fusex para os exames oftalmológicos pré-operatórios referentes às cirurgias de catarata de meus olhos. 

Subsequentemente, fiz uma sequência de visitas a lojas comerciais. Comprei parafusos e brocas de aço para corrigir a válvula de descarga do banheiro do casal — só consegui na terceira loja de ferragem visitada. Comprei duas pastas para árvore genealógica que darei às meninas — para isso, tive que passar em duas papelarias.

Por último, imprimi fotos na loja Brito’s. Como habitual, fui bem atendido pelo Wellington. Conversamos bastante. Ele relatou que recentemente caiu da moto, quebrou uma vértebra da coluna e teve um ferimento de uns 15 centímetros no braço. Fiz questão de declarar-lhe que quando estava na Brigada Paraquedista, tive moto durante dois anos. Após a terceira vez em que quase fui atropelado por caminhão ou ônibus, vendi a moto; três avisos foram suficientes. Ele disse que venderá a dele. O aviso recebido foi suficiente, especialmente, porque é casado e tem uma filha pequena.

As caminhadas não fizeram bem para meu calcanhar. Agravou o travamento, a dor e o desconforto para andar. Desistir jamais! Preciso planejar melhor a sequência e a intensidade da fisioterapia e das caminhadas. Evolução gradual e equilíbrio são fundamentais.

 

08/Mar/2024 (6ª. F)

Ontem, o motor Rossi que, mediante acionamento por controle remoto, abre e fecha o portão de veículo da garagem da casa, parou de funcionar. Na volta da fisioterapia no HMAB, telefonei para a empresa do Menezes (que em outubro de 2023 substituiu o capacitor do sistema eletrônico de comando do motor Rossi) e ele enviou o técnico Fernando para fazer o conserto. Ele constatou falha na placa eletrônica denominada Central de Comando; substitui-a e fez a fixação e solda do tubo metálico onde rolam as carretilhas situadas na parte inferior do portão. Valor do serviço: R$ 390,00, com garantia de um ano.

 

09/Mar/2024 (Sáb.)

Fui ao HMAB para consulta com o anestesista Cap Dr. França. Não é o que se pode chamar de um médico gentil. Ele expediu o laudo de risco para a cirurgia de catarata.

Depois, fui à papelaria Artshop, no SIG (Setor de Indústrias Gráficas) para comprar pasta com 20 envelopes transparentes, cartolinas e folhas A4 transparentes.

 

03/Abr/2024 (4ª. F)

As cirurgias de catarata foram agendadas para o dia 6/Mai (2ª. F) e 13/Mai (2ª. F), respectivamente, no HMAB, com o cirurgião oftalmologista Dr. Rafael Nery.

A 3ª. cirurgia do calcanhar para a retirada de um parafuso do calcâneo foi agendada para o dia 22/Mai (4a. F), no HFA, com o cirurgião ortopedista Dr. Alessandro Crapis.

Estou fazendo caminhadas de curta duração. Comecei com 5 minutos, durante 4 dias; passei para 8, depois para 10, até chegar aos 15 minutos, sempre durante 3 a 5 dias por semana, em cada tempo citado. Obviamente, vou interromper na véspera da 1ª. cirurgia de catarata; e só retomarei após a 3ª. cirurgia do calcanhar.

 

06/Mai/2024 (2ª. F)

Conforme o agendamento, foi realizada a cirurgia de catarata no olho direito. O procedimento é simples e durou cerca de 20 minutos. Retornei para casa em menos de uma hora após o procedimento cirúrgico. Começou o processo de aplicação de 3 colírios, diariamente, em horários distintos, o que se prolongará por 30 dias.

Os colírios são: Maxiflox, Facoba, Prednisolona e Cetrolac MD.

 

13/Mai/2024 (2ª. F)

Hoje, foi realizada a cirurgia de catarata do olho esquerdo. Repetiu-se a simplicidade da cirurgia anterior. Entretanto, a aplicação de colírios tornou-se mais complexa, pois as intervenções separadas por uma semana tem procedimentos distintos para a aplicação de colírio em cada um dos dois olhos. 

Minha sogra Maria Helena e meu irmão Agton fizeram essas cirurgias recentemente e declararam que “A aplicação de colírios é muito chata!”. Declarei que, a rigor, eles estavam elogiando o procedimento. Eu fiz uma tabela muito adequada, porém, mesmo com essa medida supostamente eficaz, errei várias vezes o horário ou o tipo de colírio a ser aplicado.

Fiz a opção pela Lentre IntraOcular (LIO) fornecida pelo Fusex, que é importada dos Estados Unidos e de boa qualidade; porém, sendo uma LIO standard, essa opção impõe que continuarei utilizando óculos — o que será prescrito 30 dias após a segunda cirurgia.

Poderia ter optado por uma LIO que corrige todos os meus problemas oculares (miopia, vista cansada e astigmatismo). Contudo, optei pela LIO fornecida pelo Fusex pelos seguintes argumentos: (i) razão vital — dado que já tenho 75 anos de vida, uso óculos desde 17 anos e o óculos está incorporado à minha imagem; (ii) razão fisiológica — haja vista que o processo de decadência continuará, com agravamento, à medida que o tempo se esvai, e existe a possibilidade de voltar a usar óculos, em um processo natural; (iii) razão financeira, uma vez que convênios não cobrem o valor da LIO de alto padrão, que varia entre R$ 20.000,00 e R$ 30.000,00.

 

22/Mai/2024 (4ª. F)

Fui para o HFA para realizar a 3ª. cirurgia do calcanhar para retirada de um parafuso — o maior dos quatro que estava com a cabeça fora do calcâneo (entre este e o tecido do calcanhar) e passou a incomodar. 

A cirurgia foi rápida e simples, porém deu para perceber que os cuidados pós-operatórios demorariam uns 20 a 30 dias, ou seja, mais tempo do que o esperado.

Cirurgia para retirada de um dos 4 parafusos que foram implantados no calcâneo.
Clínica Ortopédica do HFA – 22/Mai/2024.

23/Mai/2024 (5ª. F)

Em face dos problemas resultantes da cirurgia de catarata, enviei a seguinte mensagem, via WhatsApp, transcrita a seguir para o Dr. Rafael Nery. 

Permita-me as seguintes informações: 

1) Em 6/Mai, fiz a cirurgia de catarata do OD;

2) Em 13/Mai, fiz a cirurgia do OE;

3) Na consulta de avaliação de 13/Mai, afirmei que não estava enxergando bem com nenhum dos dois olhos — eu estava usando meus óculos MULTIFOCAIS especiais, com tela de cobertura escura;

4) Quando cheguei em casa, por sugestão de pessoa da família, passei a usar os óculos de segurança escuro antigo, SEM GRAU;

5) À noite, ao assistir a TV, percebi que estava enxergando bem, ou seja, a miopia se reduziu, chegando a quase zero — retirei os óculos escuro SEM GRAU e enxerguei melhor as imagens de TV;

6) Perto, não enxergava bem com os citados óculos MULTIFOCAIS, nem com os óculos SEM GRAU;

7) Testei os óculos da esposa, para perto, com grau ≈ 3 vezes maior do que o grau do MULTIFOCAL e passei a enxergar com clareza as informações de celular e de livro;

8) Inferência de 13/Mai: as LIOs reduziram a miopia a quase zero e ampliaram o grau para perto em cerca de 3 vezes;

9) Em 20/Mai, a percepção se manteve: miopia talvez um pouquinho maior, mas ainda próxima de zero; a visão para perto apesar de uma pequena melhorada, continuou com grau elevado;

10) Hoje, 23/Mai, mantenho essa percepção do dia 20.

Ontem, 22/Mai, fiz a 3ª. cirurgia do pé direito e, ao chegar em casa, precisei voltar a usar muletas — o impacto da retirada de parafuso foi maior do que o esperado.

Em face do que foi exposto, gostaria de cancelar a consulta prescrita pelo senhor e agendada para amanhã, 24/Mai.

Entendo que, SALVO EXPRESSA DETERMINAÇÃO SUA, CONTRÁRIA, devo continuar seguindo todas as orientações já recebidas e só voltar à consulta prevista para o dia 13/Jun (guias do Fusex, já recebidas).

 

13/Jun/2024 (5ª. F)

Na consulta agendada com o Dr. Rafael Nery, relembrei os fatos narrados na mensagem de 23/Mai.

Evitei fazer as reclamações que pretendia, relativas à falta de informação antes da realização das cirurgias e que ficou caracterizada na citada mensagem. Apenas mencionei que não conseguia ler nem utilizar computador e celular.

O médico declarou que a evolução estava satisfatória, transmitiu orientação relativa aos cuidados com os olhos, prescreveu o novo óculos e mencionou que eu deveria retornar no prazo de um ano. 

 

23/Jun/2024 (Dom.)

Aguardei 40 dias para receber os novos óculos (30 dias obrigatórios de recuperação e 10 dias para a prescrição, encomenda e recebimento dos óculos). Durante esse período, enfrentei dificuldades para ler, utilizar o computador e utilizar o celular. Para as questões imperiosas, usei uma lente de 10 cm de diâmetro que possuía há muito tempo. Enfim, afora a complexidade de aplicação de colírios, passei momentos extremamente desconfortáveis pela ausência dos óculos.

O que aconteceu? A LIO utilizada corrigiu a minha miopia. Anteriomente, esta compensava cerca da metade do grau da vista cansada. A ausência da miopia fez com que a compensação da vista cansada deixasse de existir; e como a LIO não corrige vista cansada, o grau correlato dobrou, impedindo as atividades já citadas, ou seja, leitura e utilização de computador e celular.

A decisão de economizar e não adquirir lentes de alto padrão — encomendei dois novos óculos com lentes marca Haytek (em lugar das recomendadas Hoya, Varilux ou Zeiss) — causou um problema imprevisto. Passei a ter dificuldade de trabalhar no computador: tinha que elevar a cabeça, como se estivesse olhando para o alto (em um ângulo de cerca de 20 graus acima da horizontal). 

Enfrentei um intensa e, inicialmente, ineficaz luta com a empresa American Optica, na 316 Norte, onde adquiri os óculos. Então, tive sorte, identifiquei o representante comercial da empresa fabricante das lentes Haytek — Sr. Richardson Barbosa. E dessa forma, o conluio do comerciante vendedor com o fabricante resultou na substituição das lentes dos dois óculos que tinha adquirido. Fui informado de que os novos óculos vieram com lentes de melhor padrão; e devido à garantia, sem custo adicional.

A decisão de fazer a cirurgia do calcanhar na mesma época das cirurgias nos olhos foi acertada. O desconforto foi enfrentado no mesmo período. E que desconforto!

Retomei as caminhadas. Recomeço do processo, ou seja, menos de 10 minutos por dia, durante quatro dias por semana.


05/Jul/2024 (6a. F)

A evolução do pós-operatório relativo à 3ª cirurgia do calcanhar prossegue de forma satisfatória. A fisioterapia doméstica e as caminhadas têm contribuído para essa evolução. A tríade Vontade, Energia e Fé são fundamentais para o processo.

Evolução satisfatória da 3ª. cirurgia do calcâneo.
Uma vitória se consolida – 5/Jul/2024.

31/Jul/2024 (4a. F)

A partir do final de junho e durante o mês de julho, planejei e realizei as seguintes atividades físicas, voltadas para a recuperação do calcanhar:

Caminhada — inicialmente 10 minutos no início da manhã; e a cada semana subsequente, ampliava 5 ou 10 minutos, de tal sorte que no final de julho, cheguei a 50 minutos

               segunda, quarta e sexta-feira.

Fisioterapia doméstica — com a repetição de cerca de 75% dos exercícios aprendidos na fisioterapia do HMab, com alguns equipamentos que improvisei em casa + + musculação dos braços e tronco (com halteres e outros meios)

               terça, quinta-feira e sábado.

Hoje, completei um ano da queda da escada. Fiz caminhada e gravei um vídeo que enviei para o Dr. Crapis. Reproduzo o texto da gravação.

“31 de julho de 2024 — precisamente um ano depois que caí da escada, em nossa casa, e fraturei o calcanhar! 

Em realidade,  fraturei o calcâneo em quatro pedaços. 

Fui levado para o Hospital das Forças Armadas, o HFA. Fiquei 9 ou 10 dias internado; fiz duas cirurgias [a rigor, o médico cirurgião ortopedista as realizou], incluída a colocação de 4 parafusos no calcâneo. 

O médico é o Dr. Alessandro Crapis, cirurgião ortopédico qualificadíssimo e que, naturalmente, é o responsável pela minha volta a essa possibilidade de caminhar — ressaltando o fato de que não recuperarei todas as faculdades do pé direito, porém, chegarei onde é possível nessa circunstância. Seguramente, voltar a caminhar 50, 60 minutos por dia é uma grande vitória e uma excelente perspectiva para o meu futuro. 

Então, que fique aqui gravada neste vídeo essa perspectiva animadora, otimista e que me faz continuar a luta por um mundo melhor para todos os seres humanos!”

A resposta do Dr. Crapis foi elegante. Reproduzo-a.

“Bom dia, general!

Recebo esse vídeo com muita alegria. Fico feliz em ter colaborado com a sua recuperação.

Não posso deixar de agradecer a menção honrosa ao meu nome. Muito obrigado!

Continuo desejando ainda mais melhoras ao senhor e muitas caminhadas como essa.

Deus abençoe!"

 

12/Out/2024 (Sáb.)

A partir do dia 9/Set (2a. F) e até hoje, alterei o planejamento das atividades físicas. O novo planejamento é apresentado a seguir.

Caminhada — 50 minutos (às vezes, intermeada com 3 minutos de trote, repetido de 2 a 4 vezes.

               segunda, terça, quinta e sexta-feira.

Fisioterapia doméstica + musculação dos braços e tronco (com halteres e outros meios) 

               quarta-feira e sábado.

Hoje, nesse Dia das Crianças, encerro este relato, que foi iniciado para registrar a evolução de minha recuperação da fratura do calcâneo e das três cirurgias consequentes. Espero ainda viver muito para poder recordar as peripécias, a vontade, a energia e a fé empregadas na recuperação. Que algum leitor ou leitora tenha a oportunidade de testemunhar esses momentos complexos, advindos de um acidente inimaginável e, quem sabe, até mesmo evitável.

Situação do local da fratura exposta do calcâneo e 1ª. cirurgia no HFA (em 31/Jul/2023),
passados um ano, dois meses e doze dias – 12/Out/2024.

Situação do local da 2ª. cirurgia no HFA (em 9/Ago/2023), passados 
um ano dois meses e três dias – 12/Out/2024.

Situação do local da 3ª. cirurgia no HFA (em 22/Mai/2024), passados
quatro meses e vinte e um dias – 12/Out/2024.

v  

 

terça-feira, 1 de outubro de 2024

Conflito israelense-palestino

Na atual conjuntura, o Oriente Médio tem sido sacudido por ações entre Israel e o Irã, dois históricos contendores; bem como entre Israel e os proxies terroristas iranianos que agem sob influência, motivação e tutela do regime islâmico do Irã.


Em 7 de outubro de 2023, o Hamas — proxy iraniano prevalente na faixa de Gaza — lançou um surpreendente ataque a Israel, causando o assassinato covarde de cerca de 1200 israelenses, incluindo crianças, mulheres e idosos e capturando mais de 200 reféns israelenses. A resposta de Israel tem sido aterrorizante nos meses subsequentes e, afora a destruição de cidades inteiras e, eventualmente, de escolas, hospitais e outras edificações — constituintes da base dos terroristas do Hamas — já causou a morte de mais de 40.000 palestinos.

Em 1º. de abril de 2024, Israel desfechou um ataque aéreo contra edificações em Damasco, capital da Síria, atingindo o consulado do Irã naquela capital, e matando o general de brigada Mohammad Reza Zahedi, um dos principais comandantes da Força Qods, do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica, e também sete assessores dessa autoridade.

Em 13 de abril de 2024, o Irã revidou e lançou da ordem de 300 drones, mísseis e foguetes contra Israel. As Forças de Defesa de Israel divulgaram que conseguiram interceptar e derrubar cerca de 99% dos artefatos invasores; mercê da contribuição de forças militares dos Estados Unidos, Reino Unido e Jordânia. Ademais, fontes americanas noticiaram que, em 19 de abril, Israel revidou o ataque iraniano, disparando um míssil que atingiu o sistema de radar de defesa antiaérea que protege a instalação nuclear de Natanz, no subúrbio de cidade homônima, perto de Isfahan, no centro do País.

Em 31 de julho de 2024, o chefe do grupo terrorista Hamas, Ismail Haniyeh — que estava em Teerã, para a posse do novo presidente iraniano, Masoud Pezeshkian — foi assassinado nas dependências do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica, onde estava hospedado, supostamente, em ação desencadeada por integrantes da inteligência israelense. Um dos guarda-costas de Haniyeh também foi morto. Convém acrescentar que, conforme divulgado pelo Hamas, três dos filhos de Haniyeh — Hazem, Amir e Mohammad — já tinham sido mortos em 10 de abril, quando um ataque aéreo israelense atingiu o carro em que estavam; e, além disso, Haniyeh também perdeu quatro de seus netos, três meninas e um menino, no referido ataque.

Nesses últimos meses, os terroristas do Hezbollaz, na Síria e dos Houthis, no Iêmen, têm lançado ataques contra o território israelense, sendo que em alguns casos esporádicos, engenhos militares chegaram às proximidades de Telaviv.

Ainda em 31 de julho de 2024 — afora Ismail Haniyeh, do Hamas — Fouad Shukur, comandante do Hezbollah, envolvido na coordenação dos ataques de seu grupo terrorista contra Israel, foi assassinado pelos israelenses, em Beirute.

Em 17 e 18 de setembro de 2024, Israel assassinou cerca de 37 integrantes do Hezbollah, em Beirute, no Líbano, e em Damasco, na Síria; e feriu mais de 3.400 militantes desse grupo islâmico xiita, por intermédio da explosão de milhares de pagers e centenas de walkie-takies, que, por razões de segurança, foram adotados para comunicação, em substituição aos celulares. Embora sem confirmação oficial, os serviços de inteligência israelenses, supostamente, interceptaram as entregas dos citados aparatos e os equiparam com material explosivo.

Em 27 de setembro de 2024, a Força Aérea Israelense lançou um ataque devastador contra instalações do Hezbollah, em Beirute, capital do Líbano, matando o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, assessor militar do Irã no Líbano, general de brigada Abbas Nilforoushan, bem como mais de uma dúzia de comandantes do alto escalão do Hezbollah e cerca de 2000 militantes correlatos. Ademais, nesse ataque foram destruídas milhares de armas desse grupo terrorista.

Hoje, 1º. de outubro de 2024, no momento em que alinhavo esta síntese, acabo de tomar conhecimento que, com início nesta madrugada, o Irã está lançando um portentoso ataque contra Israel, mediante o lançamento de centenas de mísseis e foguetes que visavam atingir as cidades de Tel Aviv, Tel Sheva, Dimona, Nabatim, Hora, Hod Hasharon, Beer Sheva and Rishon Lezion. Ainda não há detalhes sobre as consequências desse ataque nos principais jornais israelenses e americanos.

Em face do sumário ora apresentado sobre o conflito israelense-palestino em 2023 e 2024, é imperioso e oportuno reproduzir o discurso na Assembleia Geral da ONU, em 25 de setembro de 2024, da representante de Israel, Miriam Novak, naquele evento. 

Trata-se de uma espécie de resposta da diplomacia israelense às constantes manifestações de integrantes do alto escalão de governos de países europeus, de governos de países árabes, e mesmo de alguns personagens dos Estados Unidos, opondo-se às decisões e ações de Israel, em resposta aos ataques da Autoridade Palestina, do Irã e dos proxies iranianos na presente conjuntura.

 

 

"Senhoras e senhores,

Como vocês sabem, vivemos entre vocês há dois mil anos, oferecendo-lhes nossos conhecimentos, descobertas e invenções.

Há oitenta anos, a Europa, liderada pela Alemanha, realizou uma limpeza étnica: quase exterminou todos os judeus que ali viviam. Franceses, belgas, holandeses, noruegueses, húngaros, eslovacos, polacos, lituanos, ucranianos — todos ajudaram os fascistas.

A Europa matou pelo menos 6 milhões de judeus, incluindo bebês. Cada um deles poderia ter dado ao mundo filhos, netos e bisnetos, de modo que o número de mortes pode ser multiplicado por quatro ou cinco.

E agora, quando os judeus são mais uma vez saqueados, espancados e mortos em todos os seus países, e os seus tribunais libertam os assassinos, vocês nos dizem que não temos o direito de nos defender? Não temos o direito de alertar os nossos inimigos de que responderemos a uma nova limpeza étnica com um golpe ainda mais forte?

Talvez vocês possam citar outra nação cuja destruição é tão desejada pela sua nova comunidade internacional liderada pelo Irã...! E por quê?

Há dois mil anos vivemos entre vocês, oferecendo-lhes nossos conhecimentos, descobertas e invenções. Demos-lhe o alfabeto, a Bíblia, Maria, a Virgem, Jesus, os doze apóstolos, Spinoza, Disraeli, Colombo, Newton, Nostradamus, Heine, Mendelssohn, Einstein, Zimer, Eisenstein, Freud, Landau, Gershwin, Offenbach, Rubinstein, Saint-Saëns, Kafka, Lombroso, Montaigne, Mahler, Marcel Marceau, Svyatoslav, Richter, Yehudi Menuhin, Stefan Zweig, Arthur Miller, Maya Plisetskaya, Stanley Kubrick, Irving Berlin, Edward Teller, Aryeh Poykhtvangar, Paul Newman, Robert Oppenheimer, Benny Goodman, Eugène Ionesco, Imre Kálmán, Marcel Proust, Marc Chagall, Barbra Streisand, Claude Lelouch, Steven Spielberg, Enoch Aime, Leonard Bernstein, Norbert Wiener, Larry Page, Mark Zuckerberg, Sergey Brin, Andrew Lloyd Webber e milhares de outros cientistas e educadores.

Imagine quantos gênios semelhantes poderiam ter nascido dos milhões de judeus assassinados na Europa, e depois de seus filhos, netos e bisnetos. Mas os gênios que ainda não nasceram, desapareceram para sempre nas câmaras de gás, nas sinagogas incendiadas e nas valas comuns.

Então vocês realmente acreditam que suas decisões, boicotes e sanções podem nos mandar de volta às câmaras de gás?

Não, senhoras e senhores!

Tendo vivido entre vocês por dois mil anos, tivemos que nos adaptar a vocês e aprender não apenas suas línguas, mas também alguns aspectos de sua psicologia. 

Caso contrário, como teríamos sobrevivido na Pérsia sem a traição persa?

Na Espanha sem a crueldade espanhola?

Na Alemanha sem a submissão alemã à disciplina?

Na França sem a ganância francesa?

Na Polônia, sem a arrogância polonesa, e na Rússia, sem insultos e sem o costume russo dos tribunais, onde se deveria mentir e falar sobre grandeza espiritual? [Risos na sala]

É por isso que lhes digo sinceramente: sim, não somos anjos. Entre nós estavam golpistas e gangsters internacionais, Lansky, Madoff e Epstein, ladrões, saqueadores, aventureiros e até pedófilos. Mas em toda a nossa história partilhada, nunca houve um judeu Bohdan Khmelnytsky, um Adolf Hitler ou um Joseph Stalin.

Nunca houve um Josef Mengele ou um Eric Koch; um judeu Adolf Eichmann ou Idi Amin, Andrei Chikatilo ou Li Zicheng; um judeu Jeffrey Dahmer ou Jean Boksa, Fritz Herman e Ted Bundy, Nikolai Dzhomgaliev ou Albert Fish.

Nunca preparamos correntes para ouvidos humanos; nunca esfolamos, nunca comemos carne humana, nunca fizemos sabão com gordura humana, nunca fizemos candelabros com pele humana, nunca fizemos colchões com cabelo de mulher, nunca queimamos pessoas em templos religiosos e nunca matamos crianças em câmaras de gás.

Em vez disso, criamos coisas que mudaram o mundo para melhor: irrigação por gotejamento, dessalinização da água do mar, processadores Intel e plataformas Centrino e Core Duo, o menor computador do mundo e o primeiro pen drive, o endoscópio e a câmera para comprimidos, droga para esclerose múltipla e o exoesqueleto; óculos Google para cegos e monitor respiratório para bebês; radar que pode ver através de paredes; realidade holográfica, sintetizadores de inteligência artificial e centenas de outras coisas maravilhosas.

Representamos apenas 0,2% da população mundial, mas demos ao mundo 32% dos Prêmios Nobel.

Sim, esqueci de lhes dizer: nunca consumimos o sangue de bebês cristãos para fazer matzá. Já em 1913, três especialistas ortodoxos em judaísmo demonstraram isto no famoso julgamento de Beilis, em Kiev.

Em 1962, o Concílio Vaticano II eliminou a nossa culpa pela crucificação de Jesus e, em 2011, o Papa Bento XVI declarou que “um cristão não pode ser anti-semita, temos as mesmas raízes”.

Em 2019, o seu sucessor, o Papa Francisco, disse que “todo cristão tem um judeu dentro de si” e “não se pode ser um verdadeiro cristão sem reconhecer as suas raízes judaicas”.

Além disso, o líder da Igreja Católica global afirmou que “a aliança entre Deus e os judeus continua a existir” e que “o antissemitismo inclui não apenas ataques contra os judeus, mas também críticas a Israel”.

Finalmente, em junho de 2020, o Pastor John Hagee, líder dos cristãos evangélicos na América, publicou “O Apelo ao Mundo Inteiro”, onde afirmou de forma simples e clara: “Porque é que nós, oito milhões de patriotas cristãos americanos, apoiamos Israel? Porque Deus está do lado de Israel”.

Se um cristão diz que não ama os judeus, então o seu falso cristianismo está em grande dúvida.

Deus diz: “Abençoarei aqueles que abençoarem Israel e amaldiçoarei aqueles que o amaldiçoarem”.

E agora quero perguntar aos representantes da Europa presentes nesta sala: quem vocês pensam que são?

Vocês são cristãos ou não?

Quando vocês oram a Jesus Cristo, a Maria, a Virgem e aos santos apóstolos, vocês não estão orando aos judeus?

E quando dizem que carregam a imagem de Jesus no coração, não reconhecem que carregam um judeu na alma?

Mesmo que alguns de vocês sejam ateus convictos, seus ancestrais foram cristãos por dois mil anos, então o Judaísmo está em seu sangue, goste ou não! Portanto, senhoras e senhores, se insistem num boicote internacional a Israel porque ainda odeiam os judeus e querem a destruição total dos judeus na Terra, sejam consistentes: comecem por vocês mesmos, façam seppuku [uma forma de haraquiri].

Isso seria uma verdadeira limpeza étnica.

E agora, como dizem aqui na América, tenho novidades para vocês: depois dos cristãos, é a vez dos muçulmanos se livrarem do antissemitismo.

Sim, não será fácil, mas assim como o Santo Abençoado ajudou a humanidade a livrar-se da peste, do antraz, da cólera e do coronavírus, Ele os ajudará a livrar-se do antissemitismo.

Vocês se perguntam: por quê? Por que Deus os trouxe de volta à terra e os forçou a abandonar o desejo de nos exterminar?

Porque deve ter um propósito, certo?

Darei a minha opinião pessoal: segundo o ensinamento do nosso Deus, cada povo deve contribuir para a humanidade com o que sabe fazer de melhor.

Os franceses – cozinheiros e perfumistas; os ingleses e russos – escritores e poetas; os italianos – artistas e músicos; os alemães – soldados e filósofos; e nós, judeus – gênios em todos os campos que promovem a humanidade ao invés da barbárie; e a idolatria da cultura, do humanismo e do progresso técnico.

Esta é a nossa missão, que cumprimos há dois mil anos, apesar de tudo. Portanto, quer tenhamos armas genéticas, de torção, nucleares, tectônicas, cósmicas ou outros tipos de armas de defesa, não é da sua conta se podemos ter armas de defesa ou não, para nós é tudo a mesma coisa.

Um dos fundadores do nosso estado, Ze'ev Jabotinsky, disse certa vez: “Quer você goste ou não, nós realmente não nos importamos, chegamos antes de você e partiremos depois de você.”