![]() |
| "O lavrador perspicaz conhece o caminho do arado." Homenagem a Oscar Barboza Souto, antigo lavrador, garimpeiro, comerciante, tabelião e juiz de paz. In Memoriam. |
O cientista Peter Diamandis participou do Rio Innovation Week e concedeu entrevista para o jornal Estadão, que foi publicada com o título “ ‘Teremos um mundo quase irreconhecível até 2038’, diz fundador da Singularity University”.
A rigor, o Sr. Diamandis analisou os impactos da Inteligência Artificial nas atividades humanas. Destaco alguns aspectos da memorável entrevista.
“... Agilidade significa garantir que, como empresa, ou como pai, ou como líder nacional, você esteja disposto a experimentar, disposto a tentar novas estratégias e abordagens. Isso é absolutamente crítico.”
“... A taxa de crescimento [especialmente, na área tecnológica] passou da Lei de Moore de dobrar a cada dois anos para dez vezes por ano, e muito em breve cem vezes por ano.”
“... Se eu estiver com uma plateia de 100 pessoas e perguntar ‘Quantos de vocês acham que não há nada acontecendo dentro do seu corpo com o qual precisam se preocupar?’, todos de certa forma respondem: ‘Não tenho ideia do que está acontecendo dentro do meu corpo’. E realmente não temos. Você não sente um câncer até o estágio três ou quatro. 70% dos ataques cardíacos não têm sintomas, como falta de ar e dor. O primeiro sintoma é um ataque cardíaco e 50% dessas pessoas não sobrevivem.”
“... Numa sala de 100 pessoas, 3% terão um câncer que não sabem, 2,5% terão um aneurisma que não sabem, 14,4% terão doença metabólica, doença cardiovascular, doença neurodegenerativa ou algo sobre o qual precisam agir.”
“... Ele [o futurista Ray Kurzweil] disse: ‘Vamos ter mais progresso na próxima década, de 2025 a 2035, do que tivemos no século passado, de 1925 a 2025. Se você pensar como era o mundo em 1925, pelo menos nos EUA, o nível mais alto de tecnologia era o carro Ford Modelo T. 30% das casas tinham eletricidade, 30% das casas tinham telefone. Quão longe chegamos, certo? O que fizemos entre o café da manhã e o almoço em qualquer dia típico hoje seria visto por nossos ancestrais como algo divino. Então, sim, vamos ver um mundo incrivelmente quase irreconhecível até 2038.”
“Então, a IA é a mãe de todas as futuras tecnologias emergentes. Ela impulsionará a velocidade de escape da longevidade, estendendo nossa expectativa de vida saudável. Ela impulsionará novas ciências dos materiais, novas fontes de energia. Ela nos permitirá ter interface cérebro-computador. Ela permitirá educação e saúde ubíquas [que estão ou existem ao mesmo tempo em toda parte; onipresente] gratuitamente para 8 bilhões de pessoas."
O engenheiro Edson Del Rio postou um comentário no jornal que, pela excelência e oportunidade, transcrevo a seguir.
“Desde ‘O Choque do Futuro’, de Alvin Toffler, a previsão do futuro tecnológico de nossa sociedade desperta a atenção daqueles profissionais de marketing que planejam o futuro das empresas. Temos por guia que novos produtos tecnológicos são, na maioria esmagadora das vezes, muito lucrativos. Então, países que querem manter a sua supremacia econômica investem pesado na formação de cérebros para gerarem novas lucrativas tecnologias. Não é o caso brasileiro, via de regra, com poucas exceções, nosso investimento em formação é muito pequeno comparativo aos países do primeiro mundo. Assim, não temos sequer um único prêmio Nobel brasileiro e o cargo máximo da nação é ocupado por pessoas que sequer falam inglês fluentemente. Sou professor aposentado de engenharia e nossa engenharia é capaz de produzir aviões, mas não temos sequer um único fabricante brasileiro de automóveis. Somos imediatistas e pragmáticos, queremos tomar atalhos que encurtam nossa jornada e amamos soluções fáceis. Entretanto, soluções simplistas quase nunca funcionam e atalhos podem ser armadilhas.
Tecnologia é aquilo que vai para casa as seis horas da tarde e está entre nossas orelhas. Sem investimentos em escolas de alto nível estaremos condenados a um futuro pouco promissor.”
De minha parte, postei uma resposta que reforçou o argumento de Del Rio, no que diz a investimento em escolar de alto nível.
O comentário tem o conteúdo e a energia de um artigo.
Parabéns ao autor. Permito-me acrescentar que somente quando o governante der prioridade para a Educação teremos um País compatível com a extensão geográfica grande população e grandeza em recursos naturais.
E óbvio, sem disparidade na renda individual e com igualdade de oportunidades.
Ampliei minha argumentação, postando um comentário adicional reforçando a necessidade de priorizar a Educação para vencer as indigências de toda ordem em nosso grandioso País.
Caro Edson Del Rio, com perspicácia, você mencionou que não temos um único fabricante de automóveis. Vou além! Estamos entre os 10 maiores fabricantes da automóveis do mundo. Somos o único dentre esses maiores (Estados Unidos, Reino Unido, França, Japão, Coreia do Sul, Índia, China et al) que não tem fabricante de automóvel pertencente a nacional e com recursos majoritariamente nacionais.
Ademais, com grande extensão territorial, grande população e enorme riqueza de recursos naturais, o País tem disparidade de renda inaceitável, a metade dos brasileiros não tem esgoto sanitário e o acesso a saúde, educação e segurança é insatisfatório.
Insisto, ressalto, enfatizo, repito à exaustão: só alteraremos esse estado de coisas quando a Educação foi a prioridade máxima do País em detrimento de todos os demais campos da gestão pública.
E isso é apenas o primeiro passo. Outros: melhoria da gestão pública, transformação do Poder Judiciário, eliminação da corrupção e punição dos corruptos.




Nenhum comentário:
Postar um comentário