No artigo “Baseado em evidências” (Estadão, A12, 30/12/2018), o professor doutor Daniel Martins de Barros cita meu nome e me atribui a defesa do ensino do criacionismo nas escolas públicas. É oportuno recomendar-lhe duas coisas: consultar um psiquiatra e pedir apoio de um professor de português.
Ao psiquiatra ele deve solicitar ajuda para recuperar a ética e deixar de mencionar o nome de terceiro com base em asserção destituída da verdade — e não me venha dizer que ao psiquiatra não interessa a ética. Ao professor de português ele deve pleitear conhecimento para a interpretação de texto. Vejamos as razões.
Tento traduzir para o ilustre professor doutor as evidências ignoradas. Defendo que os professores de quaisquer escolas transmitam todos os “ismos”, correlacionados com os temas constantes do programa de ensino ou da bibliografia adotada; que os professores jamais tentem impor aos alunos os “ismos” de suas preferências; que o papel do professor é estimular, fomentar a faculdade de pensar dos alunos; e que, como corolário, cada aluno faça as opções atinentes aos “ismos” transmitidos pelo professor, de acordo com aquilo que mais lhe convier, por convicções de qualquer ordem, orientação familiar ou outra razão que seja.
No atinente à questão criacionismo versus evolucionismo, bem como de outras questões, constantes da entrevista que concedi para a jornalista Renata Agostini e publicada pelo Estadão, devo asseverar que houve mais de 400 mensagens de leitores divulgadas pelo jornal, no dia da publicação da entrevista, sendo a maioria favorável a meus posicionamentos relativos a Educação, em geral, e ao tema, em particular. Houve uma minoria que se posicionou de forma contrária, sendo que uma meia dúzia de leitores dirigiu-me insultos, por ter interpretado minha resposta de forma errônea, isto é, da mesma maneira que o sábio articulista professor doutor Daniel.
Além das mensagens de leitores, os seguintes jornalistas publicaram artigos relativos a minha entrevista: Reinaldo de Azevedo, em a Folha de São Paulo e no Correio Braziliense; Reinaldo José Lopes, em a Folha de São Paulo; e Antonio Gois, em O Globo. É certo que dentre os citados, alguns me atribuíram afirmações que não declarei nem foram publicadas. Não é trivial inferir se queriam me atingir ou me usar para atingir outrem.
Para professor de português, eu sugiro o jornalista Antonio Gois que, de forma precisa e objetiva — da mesma forma que quatro centenas de leitores — interpretou de forma correta minhas afirmações.
Enfim, criacionismo e evolucionismo, educação sexual e armamento — temas tratados no artigo em epígrafe — são coisas muito sérias para serem tratadas sem levar em conta o objetivo essencial do ser humano: a busca da paz e da harmonia, que por sua vez, são atingíveis por intermédio da democracia, o instrumento, a senda primacial. E por último e de fundamental importância, a democracia se alicerça inquestionavelmente na liberdade, na verdade, na coragem e na ética.
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