terça-feira, 16 de abril de 2019

Deu a louca nas instituições


Em relação ao inquérito aberto pelo STF para apurar ofensas contra os integrantes daquela Corte e também no atinente à censura à revista Crusoé e ao site Antagonista, a jornalista Vera Magalhães comentou no Estadão que "deu a louca nas instituições". Claro, a Suprema Corte foi contestada por intelectuais, juristas, políticos e demais seres pensantes deste País.

"Deu a louca nas instituições" é uma avaliação precisa e lógica. Um bom indicador é o fato de que os responsáveis pelas nomeações dos sábios estão ou estavam encarcerados, por corrupção e outros crimes prejudiciais à sociedade. 

Outros indicadores:
     (i) os sábios estudaram "Apologia de Sócrates", de Platão?
     (ii) eles são ou foram juízes?
     (iii) eles foram aprovados em concurso público para se tornarem juízes?
     (iv) eles tem trabalhos acadêmicos ou livros que demonstram notório saber jurídico?
     (v) eles vivem um padrão de vida compatível com os salários?

Indagar é preciso. E responder à indagação é possível?

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[Divulgado no Estadão online de  16 /Abr/2019]
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sexta-feira, 12 de abril de 2019

Qualificação dos militares no holofote


No artigo “Forças Armadas consideram Triplo A como uma ‘ameaça’ ” (Estadão de 12 de fevereiro), o jornalista Roberto Godoy assevera que “o Corredor Triplo A, ligação gigante entre os Andes, a Amazônia e uma linha larga no litoral do oceano Atlântico, é amplamente considerado, sempre como ameaça, entre os estudos estratégicos das Forças Armadas. Para alguns oficiais de Estado-Maior, pode ser uma ‘das mais preocupantes’ hipóteses de conflito do Brasil.”

Um leitor postou um comentário afirmando: "Muito holofote para milico no noticiário. Acho que é hora de saber o que ensinam nos quartéis e como é possível fortalecer o poder civil."

Tentei esclarecer o cidadão desavisado.

Faça a gentileza de dirigir sua pergunta para os pais de alunos que estudam em escolas 'militarizadas' (sob a gestão de militares que seguem com rigor a orientação do MEC e suas habitualmente descumpridas normas) no Rio Grande do Norte, em Goiás, no Amazonas, no Distrito Federal. 
Por favor, não esqueça que Churchill, De Gaulle e Eisenhower foram militares. Lembre-se que há dezenas de militares que foram Secretários (Ministros) da Defesa e das Relações Exteriores dos Estados Unidos. Se o senhor responder de forma educada, lerei sua resposta com satisfação. Democracia = Paz + Harmonia.

Um outro leitor complementou, asseverando que Colin Powell foi muito lembrado pelos americanos para lançar-se candidato a Presidência dos Estados Unidos. Repliquei-lhe.

Sua observação é esclarecedora. Creio que é razoável considerarmos a capacitação do cidadão, contribuinte e eleitor. Não importa a profissão de origem. Estamos vivenciando uma transformação da práxis política: fim do "toma-lá-dá-cá", preenchimento de cargos com base no mérito, combate intransigente à criminalidade (com ênfase para a malfadada corrupção). 
Em relação aos militares, convém sublinhar que todos os escolhidos estão entre os grandes talentos de seus pares [e entre os brasileiros em geral]. Todos tiveram missões difíceis no exterior (no Haiti e na África); e todos são experimentados em gestão pública.

Um terceiro leitor chamou Colin Powell e os demais presidentes americanos das últimas três décadas de marionetes nas mãos do stablishment (Rockefeller et al). Similarmente, repliquei-lhe.


Por causa dos marionetes, cidadãos de todos os locais do mundo querem ir para lá. Ademais, olha o que cada cidadão brasileiro tem em casa — uma parcela expressiva das coisas tem origem ou capital americano [chevrolet, ford, coca-cola, apple, back up UPS, boeing, HP, ...]

Olhando a caminhada humana, é fácil perceber que determinaram os rumos do mundo, sucessivamente, egípcios, babilônios, persas, gregos, romanos, ..., e britânicos. Agora é a vez dos americanos. A insatisfação com a realidade resulta de doença ou é causa de doença. É melhor procurar a cura da doença ou evitá-la. Reclamar piora. Infelizmente, não há alternativa. 

Uma inferência para reflexão:  se as reformas econômicas forem permitidas; se o combate à criminalidade prosperar — em especial a criminalidade institucional; se as ações desencadeadas na infraestrutura tiverem êxito; se a Agricultura continuar amparando e potencializando a economia brasileira; se houver eficácia na ação gerencial no nordeste; se houver a recuperação dos erros no campo da Educação; e se a boa fé e a decência prevalecerem, há a possibilidade da transformação do Brasil nos próximos 50 a 200 anos. Aí haverá a mudança do debate e dos paradigmas de reclamação. Os militares e os americanos sairão da agenda.

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[Divulgado no campo 'Comentários' do Estadão online de 12/Abr/2019]

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quarta-feira, 10 de abril de 2019

Otimismo e esperança na Educação [3]


Com menos de 100 dias de governo, o ministro da Educação Ricardo Velez Rodriguez, colombiano naturalizado brasileiro, foi demitido e substituído pelo secretário-executivo da Casa Civil, Abraham Weintraub.
Ao ministro demitido faltavam experiência e capacidade mínima de gestão e a Educação entrou em processo de anomia.
Em relação ao novo ministro, há a suposição de que sobra-lhe experiência em gestão financeira, porém falta-lhe experiência, capacidade e resultados no campo educacional. 
Tomara que o superávit da primeira compense o déficit da segunda e a Educação ganhe rumo no novo governo. Embora provável, essa hipótese é excessivamente otimista.
A bem da verdade, a esperança prossegue, porém tímida e contida!


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Texto postado em 27/Mar/2019

Em face do estado lamentável para o qual evoluiu a situação do Ministério da Educação, é imperioso que se tenha a causa predominante desse desastre, com crônica antecipada que o prenunciava. E as evidências são inexcedíveis. Basta verificar o que a imprensa tem publicado. Uma síntese objetiva é apresentada a seguir.

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Perfil do titular do Ministério da Educação

1.       Ricardo Vélez Rodriguez não é brasileiro nato. 

2.       Teve noticiada a acusação de que seu Currículo Lattes apresenta, de forma generalizada, dados falsos e/ou errados. 

3.       Foi indicado para ser Ministro por brasileiro que abandonou o Brasil e, de forma irresponsável, faz críticas grosseiras e ofensivas a integrantes da mais elevada qualificação e estatura moral e ética do Governo Bolsonaro — os generais que integram o atual ministério. 

4.       Impediu que quadros com elevada preparação intelectual — e com participação expressiva no período eleitoral e de transição, no estudo, diagnóstico e formulação de soluções em questões educacionais — fossem aproveitados no MEC. 

5.       Referiu-se aos brasileiros de forma depreciativa e ofensiva. Foi noticiado que está respondendo a processo por essa razão. 

6.       Fez recomendação sobre o canto do Hino Nacional, sem levar em conta a legislação em vigor, que já determina essa medida. Voltou atrás, evidenciando despreparo jurídico, técnico e gerencial. 

7.       Publicou portaria determinando — de forma inadequada e de legalidade e eficácia técnica duvidosas —, a verificação e avaliação das questões de prova do ENEM. Trata-se de medida necessária, mas cuja execução deve ser feita com qualificação, efetividade, eficácia e sem caráter inquisitório. 

8.       Em menos de 80 dias, demitiu a maioria dos integrantes do 1o escalão do MEC que ele próprio nomeou. 

9.       Em menos de 80 dias, já teve 3 Secretários Executivos nomeados e demitidos. 

10.   Em consequência das demissões, ficou sem assessoria e chefias das principais frações do MEC. 

11.   Apresenta desprezo pela interação satisfatória, equilibrada entre os integrantes de sua equipe. 

12.   Contribuiu para a paralização de projetos rotineiros do MEC que se encontram em andamento. 

13.   Até o presente, não planejou ou apresentou as metas para o MEC, relativas aos 100 primeiros dias de Governo. A esse respeito, buscou na última hora — quando não há mais tempo para o processo —, junto a integrante da equipe que trabalhou em Educação no período eleitoral e de transição, propostas e sugestões para as requeridas metas. Deve cumprir essa tarefa, inclusive em audiência no Parlamento em 27 de março, de forma improvisada e precária. 

14.   O MEC transmitiu determinação ao INEP, via ofício, para suspender a avaliação da alfabetização. O presidente do INEP cumpriu a determinação e publicou a portaria correlata. Foi demitido por ter cumprido a determinação. E o que é mais grave: o Ministro atribuiu ao presidente do INEP a responsabilidade pelo ato — nesse caso, faltam adjetivos na língua portuguesa para caracterizar a atitude do Ministro. 
15.   Colocou o mais estratégico dos ministérios da República em estado de anomia. 

16.   Falta-lhe vocação e experiência em gestão pública educacional. 

17.   Revela desconhecimento dos objetivos de gestão pública educacional para transformar a educação. 

18.   Revela desconhecimento, desprezo e ignorância a respeito do objetivo educacional estratégico para a transformação e desenvolvimento da sociedade e do País. 

19.   Revela desconhecimento, desprezo e ignorância a respeito do objetivo político estratégico de manutenção do poder na eleição presidencial que ocorrerá dentro de pouco mais de três anos. 

20.   Está contribuindo para que eleitores “não bolsonaristas”, mas que votaram no Bolsonaro, lamentem o que está ocorrendo no País. 

21.   Está contribuindo para o enfraquecimento dos acertos e êxitos do Governo Bolsonaro. 

22.   Está contribuindo para a redução do potencial transformador de uma vitória política que pode vir a se caracterizar como a mais importante mudança política no Brasil, nos últimos 50 anos. 

Observação sábia. Há desconhecimento de informações pelas quais o Ministro Vélez é mantido no cargo. Não se deve fazer juízo de valor quando se desconhecem todos os dados de um problema. No caso presente, é irrelevante conhecer todos os dados. Os que estão disponíveis são suficientes para que o desastre educacional possa ser inevitável. 
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Texto postado em 10/Jan/2019


No atual contexto de profundas transformações da gestão federal brasileira, os cidadãos, contribuintes e eleitores devem direcionar suas curiosidades para alguns aspectos relevantes, dentro tantos outros que permeiam essa temática.
As funções cujos ministérios constituem o núcleo e a essência da Administração Pública são: Educação, Ciência & Tecnologia, Relações Exteriores, Casa Civil, Defesa, Segurança Institucional, Justiça, Saúde e Infraestrutura.
Restringindo-se a três áreas — Educação, Ciência & Tecnologia e Relações Exteriores — o delineamento do perfil dos ocupantes das pastas correlatas adquire relevância. A opção por essas áreas decorre do fato de que são aquelas que o escriba dessas mal traçadas linhas tem alguma familiaridade; e também porque as duas primeiras, se geridas adequadamente e com a mais elevada prioridade, podem determinar a transformação da sociedade e do País em um horizonte de longo prazo, digamos, 60 anos.
Para ser Ministro da Educação ou da Ciência & Tecnologia, há a conveniência de que o titular preencha os seguintes requisitos:
·     sólida base acadêmica (se não tiver doutorado, é imprescindível uma biografia com resultados comprovados dependentes de interação com universidades);
·     livros publicados (caso não os tenha, é imprescindível um histórico de conquistas científico-tecnológicas de valor nacional e internacional);
·     reconhecimento nacional e internacional, como educador ou cientista, no que mais couber;
·     inquestionável experiência em gestão pública associada com questões educacionais e científicas — entendendo-se experiência com os respectivos resultados alcançados;
·     vocação para interação com a comunidade acadêmica interna e externa (em particular com os reitores das universidades), com o Parlamento, com os governadores e secretários de Educação estaduais (requisito com ênfase para o Ministro da Educação) e com as grandes corporações nacionais.
Similarmente, para ser Ministro das Relações Exteriores, é desejável que o titular tenha:
·     sólida básica acadêmica, comprovada em teses e livros insuspeitos e livres de polêmica;
·     inequívoco equilíbrio em todas as manifestações orais ou escritas, cujo indicador prevalente é a reduzida, ou mesmo ausente, polêmica suscitada; e
·     trabalhos que caracterizem o candidato como solucionador de problemas internacionais complexos, delicados e impactantes.
Enfim, para corroborar a validade dessas opiniões, é imperioso observar com atenção o que os titulares dessas pastas farão pelo Brasil no mandato de 2019 a 2022. Com otimismo e esperança, espera-se muito daqueles que foram investidos nos elevados cargos.

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terça-feira, 9 de abril de 2019

Marxismo cultural e disrupção cognitiva


A folha de São Paulo publicou o artigo "O que é o marxismo cultural, que o novo ministro da Educação quer combater?", do jornalista Fábio Zanini. Numa tentativa de viés imparcial, citando uma plêiade de intelectuais, o articulista não resiste à ideia de se posicionar contra a tendência transformadora implantada com a eleição de Bolsonaro para a presidência da República. Houve centenas de manifestações de leitores. Algumas indignas de leitura. Outras válidas para o bom debate e sobretudo para a prevalência da verdade. 

Dentre os leitores que escreveram com linguajar adequado porém com visão equivocada e plena de sandices está aquele que assevera que "em resumo, moinhos de vento ... Ou uma nova justificativa para promover os expurgos e perseguições. Aliás com base em conceitos parecidos, a Academia brasileira foi destruída em 1964 e nos anos seguintes". Ademais, esse hiperplásico leitor (não sei o que isso significa, mas pela sonoridade conspurcada é aplicável ao caboclo) atribui mérito aos "cientistas esquerdistas, para não dizer comunistas" no sucesso dos americanos na construção da bomba atômica em 1945.

Ora, não é preciso expurgo e/ou perseguições por razões ideológicas. Basta expurgar os responsáveis pela classificação 740, na melhor universidade brasileira no ranking de produtividade científico-tecnológica, TOP 10, da Universidade de Leiden. Ou expurgar os responsáveis pela classificação 200 a 400, das cinco melhores universidades brasileiras em rankings, também sérios, mas [com critérios] menos rigorosos. Enfim, expurgar não é exatamente o termo adequado. Entretanto, os responsáveis pela péssima gestão das 69 universidades públicas federais precisam ser chamados às falas. Lembro que o Brasil tem êxitos em nível mundial, devidos às universidades, na Agricultura, em Medicina, em Defesa e vários outros campos. Portanto, é possível transformar essas ilhas de excelência em arquipélagos e até mesmo continentes de excelência. É preciso ação séria, qualificada e rigorosa na gestão das universidades, bem como de suas faculdades, departamentos e professores.

O grande papel dos "cientistas esquerdistas" no Projeto Manhattan foi levar a cópia dos projetos para a União Soviética e depois para a China. Para comprovar a verdade do que afirmei, recomendo a leitura dos seguintes documentos: "The Making of the Atomic Bomb", de Richard Rhodes; "Robert Oppeinheimer", de Ray Monk; e "Nuclear Express", de Thomas C. Reed e Danny B. Stillmann. Evidentemente, que os americanos falharam ao permitir que os cientistas espiões participassem do projeto. Os gênios honestos bastavam para completar a obra.

Livros com documentos oficiais da pesquisa & desenvolvimento e produção da bomba atômica.

Outra leitora com disrupção cognitiva trata do "medo que a direita (se é que existe uma direita que mereça este qualificativo ...) tem do 'marxismo cultural' só pode ser explicado pelo medo de perder, ela própria, a hegemonia 'cultural' que exerce há 500 anos".  Ela aduz que "é capaz de o povo descobrir que o que se vende por aqui como 'direita' e 'conservadorismo' é só ignorância preconceito e violência mesmo."

Não se trata de medo! O problema é que, no Brasil, o marxismo, o socialismo, o esquerdismo ou qualquer coisa parecida, podem ser caracterizados pela prisão de Curitiba, pelos bilhões que foram retirados do povo brasileiro para financiar outros países de mesmo viés, pelos 11 milhões de brasileiros que passam fome, pelos 13 milhões de desempregados, pelos desfalques na Petrobras e no BNDES, pelo clima de ódio implantado no inconsciente coletivo dos cidadãos e pelo clima de confronto que parlamentares da causa utilizam no Parlamento. Isso não é "ignorância, preconceito e violência"; é a verdade, a liberdade, a coragem e a ética que as esquerdas temem, assustam-se e sofrem. Alguns aprendem. Outros jamais!

Enfim, essa turma precisa ser combatida pelo bom combate, em terra, no mar e no ar; de dia e de noite; em qualquer circunstância e com todos os meios; e especialmente em seu próprio ambiente de luta.

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[Mensagens divulgadas em 'Comentários', na Folha de São Paulo online, de 9/Abr/2019  (Espaço disponível para cada mensagem: 600 caracteres)]
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sexta-feira, 5 de abril de 2019

Danos nas universidades brasileiras


Há vários rankings de universidades no mundo. Um dos mais importantes e desconhecidos é de uma universidade europeia que mede a produtividade científico-tecnológica. Nesse ranking, a universidade brasileira melhor colocada é a USP — ela é a 740. Ou seja, está entre as 1000 melhores.

Quando se deixa de dar educação, saúde, moradia e alimentação para 11 milhões de brasileiros que vivem com menos de 400 reais por mês, os recursos correlatos são aplicados em nossas 69 universidades públicas federais.

O que quero dizer com isso? O Brasil precisa de uma transformação completa, que deve começar na creche e atingir as universidades. Elas precisam de mudança para evitar o absurdo apontado por diletos amigos (ameaça de violência, consumo de droga, danos nas instalações físicas etc), mas principalmente para que haja prestação de contas dos recursos públicos que são investidos.

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quinta-feira, 4 de abril de 2019

Holocausto e Holodomor — direita ou esquerda? [2]


No artigo "Nas Bibliotecas do Exército, Nazismo é Movimento de Extrema Direita" (Estadão, de 4/Abr/2019), o jornalista Marcelo Godoy se valeu de seu conhecimento do meio militar, da infraestrutura educacional militar e, especialmente, das bibliotecas militares — e as respectivas fontes de consultas que os militares acessam em seus cursos de pós-graduação — para tentar ministrar a lição de que o nazismo é de direita, em oposição ao que  que autoridades do atual governo tem asseverado, isto é, de que essa ideologia seria de esquerda. Menciona a obra "As Origens do Totalitarismo", de Hannah Arendt — segundo o articulista, disponível para alunos das principais escolas militares de nível superior (EsPCEx, AMAN e ECEME) — para amparar suas assertivas.

Respeitado articulista, antes de Hannah Arendt, existiram John Locke e Thomas Hobbes. Inverta-se os nomes, já que Hobbes nasceu antes e viveu 91 anos. Nessa longa vivência, ele atrapalhou a Metemática e concebeu o embrião do autoritarismo que Marx e Hedegger deram continuidade para gerar ou justificar o comunismo e o nazismo — bem como o Holodomor e o Holocausto. Já pensou se isso fosse transmitido por nossos intelectuais? Esquerda e direita seriam irrelevantes. O que importa é o buraco de onde ambos saíram. Ah! Releva repetir recorrentemente as dezenas de milhões que assassinaram.

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[Divulgado em 'Comentários' do Estadão online, em 4/Abr/2019]
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Ver também:



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domingo, 31 de março de 2019

O Contragolpe de 1964 e o AI-5


É papel inalienável do historiador relatar os fatos históricos e interpretá-los na forma devida para que na posteridade todos — e em especial os jovens — recebam herança adequada. Muito se tem escrito sobre a adoção do Ato Institucional nº 5 (AI-5), de 13 de dezembro de 1968. É oportuno pois rever causas determinantes, remotas ou próximas, sobretudo com foco naquelas patrocinadas pelos comunistas brasileiros, objetivando a implantação do País da ditadura do proletariado; e, frequentemente, justificadas com a alegação de combate à ditadura militar. Ei-las: 
üa preparação para a guerrilha de Xambioá, entre 1964 e 1968, quando vários dentre os dezoito militantes comunistas que haviam passado por treinamento militar na China, se estabeleceram no Araguaia, para iniciar um movimento guerrilheiro; 
üo surgimento em 1964, no meio universitário da cidade de Niterói, do “Movimento Revolucionário Oito de Outubro” (MR-8), em memória da captura e assassinato na Bolívia, em 8 de outubro de 1967, de Che Guevara;
üa formação em 1966, da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), a partir da união de dissidentes da “Política Operária” (POLOP) com remanescentes do “Movimento Nacionalista Revolucionário”(MNR), com a finalidade de empreender ações de guerrilha; 
üo atentado de 25 de julho de 1966, no aeroporto de Guararapes em Recife, perpetrado pelos comunistas, com o objetivo de assassinar o General Costa e Silva, que se encontrava em campanha pela eleição à Presidência da República, e que ceifou a vida do jornalista Edson Registou de Carvalho e do Vice Almirante Nelson Gomes Fernandes; 
üa divulgação do texto “Algumas Questões Sobre as Guerrilhas no Brasil”, elaborado em outubro de 1967, em Havana, Cuba, por Carlos Marighella, no qual afirma que “Esta contribuição teórica e prática da revolução cubana ao marxismo-leninismo elevou a um plano inteiramente novo a guerrilha, colocando-a na ordem-do-dia por toda a parte, em especial na América Latina”;
üo surgimento, em 1967, da Ação Libertadora Nacional (ALN), organização estruturada para a prática da guerrilha urbana; e
üo ataque terrorista desencadeado em 26 de junho de 1968, contra o Quartel General do IIº Exército, no Ibirapuera, em São Paulo, e que matou o soldado Mário Kozel Filho.
Por evidente, os fatos históricos ora citados são ignorados, omitidos e apagados da memória por aqueles que tratam do dramático período de 1968. Os livros adotados nas escolas — para mais de 6 milhões de alunos no ensino médio, dentre as 46 milhões de matrículas no ensino básico — deixam de transmitir aspectos essenciais, como as causas que geraram o AI-5, mencionadas neste texto. Por que?
Para desempenhar seu papel, os historiadores devem estar fora do universo dos analfabetos funcionais, dos doentes ideológicos ou dos que prezam a má fé como paradigma existencial. Do contrário, jamais transmitirão a ideia ontológica de que o “objetivo fundamental do ser humano é a paz e a harmonia, tendo como instrumento a democracia, que por seu turno é alicerçada na liberdade, na verdade, na coragem e na ética”.
E por último e fundamental: a sociedade brasileira clama por mudança. A fraude, a falsidade e a corrupção receberam um duro golpe em 2018. A esperança, a fé e o otimismo entraram na agenda social e política. Todos precisam se conscientizar desses novos tempos em que cidadãos, contribuintes e eleitores estão imergindo.

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