domingo, 31 de março de 2019

Holocausto e Holodomor — direita ou esquerda? [1]


A propósito da declaração do ministro das Relações Exteriores, de que o nazismo é de esquerda, muitos jornalistas e intelectuais reagiram indignados, criando controvérsia que foi objeto de manifestação até mesmo do presidente da República. Minha percepção é que a polêmica é desnecessária porque desprovida de sentido.

O nazismo é de direita? O comunismo é de o esquerda? O liberalismo teve sua gênese no "Segundo Tratado sobre o Governo Civil", de John Locke. O nazismo e o comunismo evoluíram da obra "Leviatã", de Thomas Homes. Ambos saíram do mesmo embrião. Se tomaram o caminho da direita, da esquerda, de cima ou de baixo, é absolutamente irrelevante. O nazismo e o comunismo são responsáveis pelo Holocausto [Seis milhões de mortos na Alemanha, pelo nazismo, a maioria em fornos crematórios] e pelo Holodomor [Mais de 5 milhões de mortos pelos comunistas na Ucrânia, de fome], respectivamente. Nenhum dos dois é doença. São piores. Mataram mais do que a peste negra, do que a AIDS ou qualquer outra doença. Para ficarem horríveis precisariam melhorar muito.

Claro, Hobbes teve seguidores, cuja evolução chegou aos pais do comunismo e do nazismo. É só consultar Marx, Engels, Lênin e Gramsci. E também Heidegger e assemelhados (apenas uma lembrança: esse reconhecido filósofo alemão inscreveu-se no partido nazista em 1933). Agora, é preciso ler e pensar; refletir e interpretar. E não esquecer que "a meta primacial do ser humano é a busca da paz e da harmonia, cujo instrumento é a democracia, que por sua vez se fundamenta na liberdade, na verdade, na coragem e na ética" [As aspas ..., tantas vezes tenho repetido de forma recorrente essa minha frase favorita]. Ademais, "a única ideologia aceitável é o amor ao trabalho, à verdade e à decência." [Conforme ensinamento de um lavrador analfabeto, em minha infância].

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[Divulgado em 'Comentários' do Estadão online, em 31/Mar/2019]

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Holocausto 
<substantivo masculino> 
ETIM. gr. Holókautos (ou holókaustos), os, on 'sacrifício em que a vítima é inteiramente queimada', pelo lat. holocaustum, i'id.'
1.    sacrifício, praticado pelos antigos hebreus, em que a vítima era inteiramente queimada. 
<POR METONÍMIA> a vítima assim sacrificada. 
2.    <POR EXTENSÃO> sacrifício, expiação. "oferecer o próprio filho em h."
3.    <FIGURADO (SENTIDO) • FIGURADAMENTE> ato de abnegar-se; renúncia, abnegação.
4.    <HISTÓRIA> massacre de judeus e de outras minorias, efetuado nos campos de concentração alemães durante a Segunda Guerra Mundial [inicial maiúsc.]
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Holodomor
(Em ucranianoГолодомор) ou "Holocausto Ucraniano"
É o nome atribuído à fome de carácter genocidário causado por Josef Stalin, no comando da União Soviética, que devastou principalmente o território da República Socialista Soviética da Ucrânia (integrada na URSS), durante os anos de 1932-1933. Este acontecimento — também conhecido por Grande Fome da Ucrânia — representou um dos mais trágicos capítulos da História da Ucrânia, devido ao enorme número de pessoas vítimas do bloqueio de alimentos feito por Stalin à Ucrânia.
Apesar de esta fome ter igualmente afetado outras regiões da URSS avessas ao regime stalinista, o termo Holodomor é aplicado especificamente aos fatos ocorridos nos territórios com população de etnia ucraniana: a Ucrânia e a região de Kuban, no Cáucaso do Norte. Como tal, é por vezes designado de "Genocídio Ucraniano" significando que essa tragédia seria resultante de uma ação deliberada de extermínio, desencadeada pelo regime soviético, visando especificamente o povo ucraniano, enquanto entidade sócio-étnica.
Fontes
(i) Dmitri Volkognov. Os sete chefes do império soviético: Lênin, Stalin, Khruschev, Brejnev, Andropov, Chernenko, Gorbachev. Tradução: Joubert de Oliveira Brízida. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008. 
(ii) Christopher Andrew. Defend the Realm. The Authorized History of MI5. New York: Alfred A. Knopf, 2009.
(iii) William Wack. Camaradas. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.
(iv) https://pt.wikipedia.org/wiki/Holodomor, consulta em 31/Mar/2019.
(v) https://google.com, consulta em 31/Mar/2019.
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NOTA. Há políticos e intelectuais que negam o Holocausto e outros que negam o Holodomor. As dimensões e circunstâncias podem até ser debatidas. O caráter hediondo e a covardia dos assassinatos cometidos pelos nazistas e comunistas, no âmbito do Holocausto e do Holodomor, respectivamente, jamais podem ser negados e esquecidos.

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Ver também:




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