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"O lavrador perspicaz conhece o caminho do arado." Homenagem a Oscar Barbosa Souto, meu pai, antigo lavrador, garimpeiro e comerciante. In Memoriam. |
1) Generalidades
2) Alocução proferida no evento
3) Elogio formulado pelo Chefe do DCT
1) Generalidades
Deixei o serviço ativo do Exército no ano de 2011. Portanto, 13 anos se passaram. Minhas queridas filhas Laura, Cecília e Alessandra tinham 8 anos de idade e assistiram à cerimônia que marcou minha despedida da Força Terrestre, porém elas ainda não tinham a vivência e a experiência suficientes para avaliar e entender a situação do pai que estava passando para a inatividade profissional — a chamada reserva remunerada.
Ressalte-se que é mais normal que, em ocasiões similares, os filhos já tenham ingressado na vida adulta e, por via de consequência, já tenham adquirido a requerida maturidade para a compreensão do que está ocorrendo.
Agora, que as queridas filhas completaram 21 anos, elas atingiram o patamar que lhes permite a avaliação a que me referi. Por essa razão, estou inserindo neste blog, tanto o discurso pronunciado naquele evento quanto o discurso com que habitualmente o comandante da organização homenageia o militar que está se despedindo. Tenho a expectativa de que elas se proponham a ler, refletir e até mesmo emitir juízo de valor sobre minha trajetória.
2) Alocução proferida no evento
General de Divisão Aléssio Ribeiro Souto
Ao ultrapassar 45 anos de serviços prestados às Forças Armadas de meu País, completo uma trajetória com que jamais sonhara no alvorecer de minha vida. Nasci na roça, nas fímbrias do Pantanal sul-mato-grossense, sou oriundo de família modesta — sendo meu pai lavrador e minha mãe dona de casa, ambos semianalfabetos. (Por dever de justiça, devo enfatizar que, posteriormente, meu pai se tornou comerciante, e exerceu, sucessivamente, as funções de titular do Cartório do Registro Civil, Juiz de Paz e presidente de partido político, em Rochedo, então estado de Mato Grosso.)
Tive a ventura de, por eles, ser alfabetizado, mas também iniciado nas artes da capina do solo. E meus pais, aí pelos meus quase sete anos, perguntaram-me que tipo de vida eu queria — prosseguir estudando e tentar alguma ascensão ou prosseguir no cabo do guatambu, cultivando o solo, atividade não menos nobre do que qualquer outra. Diante de minha resposta pela primeira opção, eles acrescentaram que eu teria que sair de casa e ir em busca de meu destino. E assim foi. Morei em pensões, em casa de amigos, e finalmente fui acolhido nas Forças Armadas. Inicialmente, na Aeronáutica e depois no Exército.
Nas reflexões inevitáveis em um momento como este, o sentimento que me invade agora é de alegria e emoção. Alegria e emoção, pelas quatro décadas e meia de vida intensa e enriquecedora. Permeia-me também um pouco de tristeza e melancolia, dado que estou deixando uma forma de vida com a qual me encontrei, cresci, pelejei e, à exceção das falhas e fraquezas humanas, não fiz concessões senão por aquilo que achava correto, justo, bem como moral e eticamente aceitável.
Claro está que um conjunto de sentimentos prevalece agora sobre todos os demais — a gratidão e o reconhecimento. Agradeço, em primeiro lugar, a meus pais, por terem sinalizado as sendas da vida possíveis de serem trilhadas, por me terem transmitido exemplos de coragem, apego ao trabalho e amor à verdade.
Meu reconhecimento à Força Aérea Brasileira pela primeira oportunidade, baseada apenas no critério do mérito, para me incorporar a um universo privilegiado de jovens esperançosos.
Esse primeiro passo permitiu-me ser acolhido subsequentemente no Exército, que me possibilitou galgar todos os postos possíveis da carreira que escolhera, sempre com a prevalência do mérito, como fator ascensional. Em um País de tantas assimetrias — mercê da indigência de dirigentes maiores — é imperioso destacar que nosso glorioso e invencível Exército é uma das poucas Instituições, na qual um jovem com minha origem poderia ousar tal façanha.
Agradeço ao Exército por ter me possibilitado a compreensão da forma universal pela qual os povos, as sociedades e as Nações evoluem. Evidentemente, que a existência da figura do estadista é o ponto de partida fundamental, como instrumento amalgamador das energias e sinergias individuais e coletivas e, especialmente, como instrumento fomentador do talento humano, do espírito inventivo e inovador, de forma independente, autóctone e soberana. Desde a descoberta do porrete, como forma de solução dos conflitos, passando pela pedra, pelo metal, pela pólvora e pelo artefato nuclear, nada se contrapõe à faculdade de gerar instrumentos de poder. Então, um povo que não se propõe a adquirir a capacidade de gerar seus instrumentos de guerra, de forma autônoma, para obter, forçar e garantir a paz, não é digno de exercer o requerido poder.
Agradeço ao Exército pelo acesso aos registros da História e pela compreensão de que a operacionalidade das Forças Armadas só é integralmente assegurada pela prevalência de prioridade para os mecanismos inventivos de obtenção dos materiais de emprego militar a serem usados no campo de batalha; pela compreensão de que não há países vencedores de guerra com armamentos inventados e fabricados no estrangeiro, ou inventados no estrangeiro e, sob concessão, fabricados em território pátrio; e pela compreensão de que, desde os primórdios do homem, a prioridade para a inovação empírica e, após Newton e Galileu, a prioridade para a Ciência e a Tecnologia distinguem as sociedades vencedoras das demais.
Agradeço ao Exército por me permitir a distinção entre a trajetória fundamentada somente no empréstimo, na cópia e na imitação e a evolução criativa, ainda que iniciada de onde outros já chegaram; e a distinção entre a dependência e a soberania na busca da autonomia tecnológica, fomentadora da operacionalidade e potencializadora da soberania, em sua expressão mais ampla.
O Exército permitiu-me estudar em três de seus templos de ensino — catedrais do ser e do saber, da competência e do profissionalismo — a Academia Militar das Agulhas Negras, o Instituto Militar de Engenharia e a Escola de Comando e Estado-Maior do Exército. Esta citação — redundante e pleonástica, entre nós — se faz necessária diante da triste constatação de que, em face de falhas de prioridade e de gestão, o Brasil se insere no universo de países cujo desempenho em Educação é reconhecidamente insatisfatório.
O Exército assegurou-me as condições para tornar-me engenheiro e soldado e assim poder vivenciar a impulsão fundamental daqueles que a essa condição se propõem, isto é, o gosto pelo empreendimento, pelas atividades transformadoras da realidade, pela sensação de estar deslocando as fronteiras limitadoras de nossas possibilidades, a par do exercício das faculdades humanas essenciais de pensar, conceber, planejar e agir e, como corolário, empreender, transformar e deslocar as fronteiras; faculdades, no Exército, materializadas pela pesquisa e desenvolvimento dos materiais de emprego militar de interesse da Força Terrestre.
O Exército me permitiu servir quase quatro anos na Amazônia. E por isso, andei com equipes de militares e civis, nas fronteiras venezuelana, colombiana e peruana, cuidando de melhorar um pouquinho as condições de vida dos militares e de seus familiares, que lá serviam. Guardo comigo lembranças épicas da jornada amazônica. Jamais se apagarão de meu pensamento. Lá consolidei o conceito de que jamais devemos prescindir de um palmo de nosso território e, similarmente, jamais devemos prescindir de buscar a autonomia científico-tecnológica indutora da geração autônoma da pesquisa, desenvolvimento e produção de artefatos militares.
O Exército me permitiu servir dois anos no Oriente Médio. Essa experiência inigualável conformou melhor minha compreensão dos conflitos históricos, suas origens, motivações e prosseguimento e, sobretudo, os extraordinários interesses externos que movem as potências dominantes e o exercício que lhes assegura a manutenção do estado em que se encontram e, ao mesmo tempo, impedem as demais de atingirem objetivos legítimos.
O Exército me permitiu comandar quatro Organizações Militares. O exercício do Comando, Chefia ou Direção de Organização Militar é o mais relevante, prestigioso e acalentado objetivo de qualquer soldado. É o máximo que um soldado pode se permitir em tempo de paz. A convivência com os contemporâneos, a solução de problemas ― não raro, constituindo-se em gestão de conflitos ―, a tomada de decisão relativa a assuntos controversos, às vezes, sem parcela das informações requeridas ou diante da impossibilidade da solução ideal e plenamente satisfatória, constitui-se em tarefa estimulante e que demanda a mobilização de esforços, a procura do equilíbrio, a superação de nossas próprias limitações resultantes das imperfeições humanas e a tentativa da harmonização de interesses variados.
Permito-me destacar os tempos vividos na condição de Oficial General, nos quais, a despeito das questões conjunturais adversas, a despeito da desatenção das elevadas instâncias dirigentes do País com certas questões nacionais relevantes, pude experimentar um período favorável e produtivo, no que concerne à pesquisa, desenvolvimento e produção de materiais bélicos. E assim confirmei o valor dos engenheiros militares do Exército, ao participar na condição de comandante, de equipes que foram capazes de enfrentar as adversidades conjunturais e produzir um bom número de equipamentos bélicos somente encontrados nos países avançados. Dividi esforços com equipes que deram ao Exército, entre outros, radar, sistema de comando e controle, sistema de guerra eletrônica, sistemas simuladores de tiro, sistema simulador de treinamento de piloto, sistema automatizado de arma e sistema optrônico. Pude comprovar pois que é possível sonhar com uma Força Armada forte condicionada pela capacidade de aparelhamento, por intermédio de armas, munições e equipamentos concebidos, desenvolvidos e produzidos por nacionais, em empresas com capital majoritariamente nacional e sem interferência externa de qualquer ordem.
Estou mencionando recursivamente o Exército. Em realidade, trata-se de uma abstração. A referência recorrente à Instituição deve ser interpretada como referência a seu componente primacial — o ser humano, o cidadão, o soldado. Cabe-me agradecer e homenagear o soldado brasileiro, que de forma silenciosa, decidida e permanente, ao longo de meus 45 anos de vida profissional e por todo o tempo de nossa história, guarda, vela, protege nossa segurança, nossa soberania, nossa altivez e nossa honra. Cabe-me agradecer e homenagear os subordinados e os pares — com ênfase para os integrantes da Turma Marechal Mascarenhas de Moraes da AMAN/1972, vários, dentre eles, aqui —, que inequivocamente me apoiaram e me ajudaram a tentar cumprir os diversos encargos, missões e atribuições. Cabe-me agradecer e homenagear os superiores, com ênfase para os instrutores e professores dos mencionados templos de ensino, e os Comandantes, Chefes e Diretores de todas as esferas funcionais, pelas lições diuturnas, pelas orientações recebidas em todas as oportunidades descortinadas — dentre os quais gostaria de ressaltar, por se encontrarem presentes, os antigos Chefes do DCT, General de Exército Cardoso e General de Exército Darke; o atual Chefe do DCT, General de Exército Heleno; o antigo Vice-Chefe do DCT, General de Exército Ferrarezi; o Chefe do DCT nomeado, General de Exército Mayer e, ainda, o General de Exército Lúcio.
Tenho a honra e o privilégio de encerrar minha vida profissional no Departamento de Ciência e Tecnologia. Não poderia nem precisaria aspirar mais. Ao Chefe do Departamento, General de Exército Heleno, bem como a todos os demais integrantes desse Órgão de Direção Setorial, cabe o agradecimento síntese, pelo derradeiro apoio, solidariedade, fidalguia e camaradagem.
Ao vislumbrar a cortina do tempo se movendo e abrindo uma nova senda, posso asseverar que angariei fé, projetei sonhos, testei a possibilidade de realizá-los e cheguei ao final, inarredavelmente devedor ao Exército e ao País e com o coração imerso em gratidão e reconhecimento; inequivocamente feliz por ter vivido uma vida profissional venturosa e engrandecedora. E certo de que a renovação e a transmissão do bastão trazem a perspectiva animadora do prosseguimento da marcha em melhores condições, com energia renovada, com maior capacitação de parte dos sucessores e com maior possibilidade de sucesso.
A minha oração inicial foi para minha família antecessora. A minha oração final é para o reconhecimento da família que constituí. O apoio de Isabel ao longo dos três últimos Comandos foi essencial. Às minhas filhas Alessandra, Cecília e Laura — inspiração e luz, origem e destino da razão de minha existência, por me proporcionarem afeição e carinho incondicionais, em resposta ao tempo que lhes tenho subtraído, com ausências e omissões de várias naturezas — assevero com ênfase: meu amor por vocês é pequeno perto do muito que vocês tanto merecem.
Enfim, a todos e todas, aos soldados de meu País, minha gratidão eterna!
Ao caro amigo General Minnicelli, a certeza de que seu talento e qualificação o levarão a porto seguro, consentâneo com as enormes responsabilidades que agora lhe cabem, por ocasião dessa investidura pioneira na Vice-Chefia de um vetor de transformação fundamental do Exército, condição essa similar a qualquer transformação constatada na História da Humanidade.
Brasília, 26 de abril de 2011
3) Referência elogiosa proferida pelo Chefe do DCT
General de Exército Augusto Heleno Ribeiro Pereira
Em virtude de sua transferência para a reserva remunerada, o General de Divisão ALÉSSIO RIBEIRO SOUTO afasta-se, nesta data, de nosso convívio diário e do serviço ativo do Exército, após quarenta e cinco anos de profícuo trabalho realizado com elevado entusiasmo, notável competência e singular dedicação à Força Terrestre e ao País.
O Gen RIBEIRO SOUTO, por suas inegáveis qualidades profissionais e pessoais, personifica a essência do soldado, com quem a Chefia deste Órgão de Direção Setorial pôde sempre contar, seja como Chefe de Organização Militar deste Departamento, seja como Assessor Especial para os diversos e complexos assuntos da área de Ciência e Tecnologia.
Natural de Rochedo, Mato Grosso, o jovem ALÉSSIO ingressou, por concurso, em 1966, na Escola Preparatória de Cadetes do Ar (EPCAr), em Barbacena/MG. Em 1969, decidiu prosseguir sua vida castrense na Academia Militar das Agulhas Negras, onde deu mostras da sua invulgar capacidade intelectual, desde a entrega do espadim no primeiro ano do Curso Básico até a conclusão da AMAN, em 1972, quando obteve o primeiro lugar na turma de vinte e cinco aspirantes do Curso de Material Bélico.
Durante os quatro anos de formação na AMAN, o cadete RIBEIRO SOUTO demonstrou sua têmpera militar, firme personalidade, persistência, vigor físico e outras virtudes, as quais, aliadas aos ótimos resultados escolares, possibilitaram antever seu brilhante futuro profissional.
Sua primeira Unidade foi a 4ª. Companhia Média de Manutenção (4ª. Cia Me Mnt), em Campo Grande/MS, onde confirmou elevada capacidade de trabalho, inteligência, profissionalismo e dedicação, destacando-se, nos elogios que recebeu, como oficial subalterno padrão.
A partir desse início promissor, o Gen RIBEIRO SOUTO, marcaria sua trajetória profissional pela marcante contribuição às Organizações Militares onde serviu:
– 20°. Batalhão Logístico Paraquedista (20º. B Log Pqdt), no Rio de Janeiro;
– Instituto Militar de Engenharia (IME), no Rio de Janeiro;
– Comissão Regional de Obras da 12ª. RM (CRO/12), em Manaus;
– Departamento de Engenharia e Constrição (DEC), em Brasília;
– Diretoria de Obras Militares (DOM), em Brasília;
– Comissão Regional de Obras da 11ª. RM (CRO/11), em Brasília, na condição de Chefe da organização;
– Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME), no Rio de Janeiro;
– Aditância Militar do Brasil, junto à Embaixada do Brasil em Teerã-Irã;
– Campo de Provas da Marambaia (CPrM), no Rio de Janeiro, na condição de Diretor da organização;
– Centro de Avaliações do Exército (CAEx), no Rio de Janeiro, na condição de Chefe da organização;
– Centro Tecnológico do Exército (CTEx), no Rio de Janeiro, na condição de Chefe da organização; e
– Departamento de Ciência e Tecnologia (DCT), em Brasília, na condição de Assessor e depois Vice-Chefe da organização.
Concluiu os seguintes cursos:
– Básico Paraquedista, no Centro de Instrução Paraquedista General Penha Brasil (CIPqdGPB), em 1975;
– Mestre de Salto Paraquedista, no CIPqdtGPB, em 1976;
– Engenharia Elétrica, no IME, em 1980;
– Mestrado em Engenharia de Sistemas - Informática, no IME, em 1987;
– Direção para Engenheiros Militares (≈ 900 horas), na ECEME, em 1989; e
– Política, Estratégia e Alta Administração do Exército (≈ 900 horas), na ECEME, em 1998.
Essa fria e sintética relação não é capaz de refletir a essência de tudo que o Gen RIBEIRO SOUTO aprendeu, ensinou, acumulou como conhecimentos e colocou em prática, à medida que, no decorrer dos anos, valeu-se da maturidade e do crescimento profissionais para firmar-se como um valioso e atuante chefe militar.
Os diversos elogios a ele consignados testemunham sua contribuição para a Força, evidenciam o seu entusiasmo na busca do aprimoramento do Quadro de Engenheiros Militares e enaltecem seus mais importantes atributos pessoais, tais como: fina educação civil e militar, inesgotável capacidade de trabalho, lealdade, espírito empreendedor, disciplina, dinamismo, criatividade, iniciativa, disposição, inteligência incomum, vasta cultura geral e firmeza de caráter.
Decidi, para marcar esse momento, pinçar alguns trechos das referências elogiosas que registram parte do seu legado profissional, expressos pelos seus respectivos Chefes:
– na Comissão Regional de Obras da 12ª. Região Militar, em Manaus
“[...] atuou com acerto e presteza em dezoito localidades do interior amazônico, levando o apoio indispensável às frações do Exército na faixa de fronteiras. Manteve o ritmo de trabalho aos sábados, domingos e feriados, em prol da dinamização dos serviços, lutando contra o tempo, perseguindo o objetivo de construir ... quartéis, residências, ... obras de restauração e de emergência [...];
– no Departamento de Engenharia e Construção, em Brasília
“[...] analisou e aperfeiçoou, fazendo uso de sólidos conhecimentos técnico-profissionais e de um rigoroso senso crítico... Dedicou-se, com entusiasmo e elevado senso de responsabilidade profissional, com ideias novas e ações efetivas em prol desses programas, tendo sido o trabalho que desenvolveu no âmbito do DEC e os resultados alcançados, objetos de reconhecimento informal, mas significativo por parte do Estado-Maior do Exército [...]”;
“[...] pôde, em curto espaço de tempo, imprimir aos trabalhos daquela Seção a marca de sua personalidade, caracterizada pelo dinamismo das ações, pela meticulosidade dos estudos e pela precisão e confiabilidade das informações prestadas, resultando, consequentemente, na simplificação dos procedimentos e processos operacionais, tendo como corolário a oportunidade, a pertinência e a qualidade do trabalho produzido pela repartição sob sua chefia [...]”;
– na 11ª. Região Militar, em Brasília
“[...] Destaco a sua atuação na coordenação e execução das obras previstas no Plano de Obras de 1996; ... no planejamento e construção... de 156 residências no Setor Militar Urbano; e, ainda, em decorrência do sucesso do primeiro, o planejamento e construção do segundo prédio residencial para oficiais solteiros. Assessorou de forma exemplar o Gabinete do Ministro, Secretaria de Economia e Finanças, Departamento de Engenharia e Comunicações, Comando Militar do Planalto e Fundação Habitacional do Exército, nos trabalhos de manobra patrimonial com as projeções pertencentes ao Ministério do Exército [...]”;
– na Diretoria de Obras Militares, em Brasília
“[...] foi digno das melhores tradições de eficiência e qualidade de que se orgulha o nosso Sistema de Obras. Oficial de aguda inteligência, dedicado, leal e dotado de elevado senso de responsabilidade, desincumbiu suas missões com a objetividade e o espírito profissional que têm caracterizado sua brilhante carreira militar. Destacou-se pelo ... esforço, dedicação e competência, na construção de dois edifícios residenciais para oficiais solteiros em Brasília; ... de 292 casas para Cabos, Soldados e Servidores Civis em Samambaia/DF; do Pavilhão Elétrico-Eletrônico do Centro de Instrução de Guerra Eletrônica (CIGE); ... e inúmeras outras obras, num total de 50.000 m2 de área construída, número que, por si só, expressa a realidade de uma gestão operosa e dinâmica, bem ao feitio da capacidade de trabalho e do entusiasmo deste destacado oficial do nosso Quadro de Engenheiros Militares [...];
– na 11ª. Região Militar, em Brasília
“[...] soube conduzir com muita eficiência a complexa e trabalhosa atividade de coordenação técnica das obras realizadas na área da 11ª. RM, cumprindo o planejamento e as diretrizes deste Comando e observando as normas e orientações do DEC. Militar de muito boa formação e possuidor de elevado grau de responsabilidade, esteve sempre à testa de todos os trabalhos em sua Comissão, estimulando os subordinados para superar as dificuldades conjunturais e para cumprir as inúmeras missões que lhes foram atribuídas [...]”;
– na Embaixada do Brasil no Irã
“[...] manteve a tradição de seus antecessores de interagir pessoal e profissionalmente com os Embaixadores ou Encarregados de Negócio latino-americanos. Relacionou-se construtivamente com todos os militares estrangeiros. Venceu resistências e estabeleceu sólida relação social e profissional com os Adidos europeus, que, normalmente, interagem como um grupo fechado na obtenção de informações de interesse da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Habilmente, soube aproveitar oportunidades para intensificar a interação com instituições militares iranianas [...]”;
- no Departamento de Ciência e Tecnologia, em Brasília
“[...] Graças ao seu preparo profissional, dedicação e capacidade de coordenação, visualizou medidas para agilizar as atividades da Organização Militar (OM). Conduziu as avaliações técnicas e apreciações de sistemas e materiais de emprego militar e de produtos controlados pelo Exército e a execução de exames de valor balístico de acordo com as mais modernas normas metodológicas. A eficiência desse trabalho contribuiu para a sensibilização, no âmbito da Força, da importância estratégica da ciência e tecnologia ... Incrementou o espírito de corpo, fundamental pela complexidade das novas atribuições, obtendo o comprometimento dos seus subordinados com a missão da OM, com a busca da excelência na avaliação e com a estratégia do Plano Básico de Ciência e Tecnologia. Com ênfase nos resultados a atingir, modernizou e ampliou a capacitação laboratorial, providenciou a construção de novos obstáculos para a avaliação de viaturas, bem como determinou melhorias nas edificações do aquartelamento. Por tudo isso, verifica-se a sintonia das atividades desenvolvidas sob o seu comando com as metas dos principais projetos de desenvolvimento tecnológico e do programa de aquisições de sistemas e materiais de emprego militar de alto interesse da Força Terrestre [...]”;
“[...] O sucesso alcançado pelos projetos dos Grupos Finalísticos do Plano Básico pode ser observado no dia a dia das atividades do CTEx. É motivo de realçado destaque o empenho pessoal do Gen RIBEIRO SOUTO na implantação de uma dinâmica moderna para condução dos projetos de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D). Utilizando metodologias consagradas de gestão de projetos, deu o seu toque de mestre ao adaptar ferramentas de aplicação genérica para a realidade e peculiaridades próprias do ciclo de vida dos Materiais de Emprego Militar. O brilhante resultado, ímpar no Exército, materializou-se com a implementação do Modelo de Projeto Básico de P&D de MEM, aplicado com sucesso em projetos como o Radar SABER M60, REMAX, Tecnologia Termal, Simulador SHEFE M3, VANT VT15 e Míssil Superfície-Ar.[...]";
“[...] Sua determinação foi fator essencial de êxito para a concretização de importantes marcos na história do Sistema de Ciência e Tecnologia do Exército [...]”.
No desempenho da função de Vice-Chefe interino do DCT, sempre demonstrou elevada capacidade de gerir os complexos assuntos afetos a este Órgão de Direção Setorial, com dinamismo, persistência, extrema dedicação, invulgar visão institucional e científico-tecnológica, buscando em todo o tempo a conscientização de todos sobre a fundamental e crescente importância do Sistema de Ciência e Tecnologia do Exército para a obtenção de tecnologias autóctones, com vistas ao fortalecimento da indústria nacional de defesa e da Força.
Como Assessor Especial do DCT, participou ativamente de reuniões que trataram, entre outros assuntos, de soluções para os problemas atinentes à IMBEL, do projeto de desenvolvimento da Nova Família de Blindados de Rodas, da implantação do Parque Tecnológico de interesse do Exército, da implantação do Núcleo de Defesa Cibernética e de temas científico-tecnológicos na fronteira do conhecimento, voltados para as demandas do Exército do futuro.
O Gen RIBEIRO SOUTO assessorou o Chefe do DCT sempre com objetividade, firmeza de propósitos, sólida argumentação e lealdade profissional, no intuito de aprimorar os trabalhos executados no âmbito do Departamento e de suas Organizações Militares Diretamente Subordinadas, com ênfase para as áreas de gerenciamento de projetos, gestão tecnológica e gestão de recursos humanos.
Portanto, estimado amigo RIBEIRO SOUTO, afirmo, sem receio de errar, que você honrou, em todos os momentos, cada missão que lhe foi confiada e cumpriu-as em nível de excelência e proficiência.
Seu nacionalismo, fundamentado e inegociável, ficará marcado nas paredes e nos cérebros de todo nosso complexo Sistema de Ciência e Tecnologia.
Em nome do Exército Brasileiro, agradeço-lhe por sua dedicação pessoal e competência profissional, direcionadas, de forma inequívoca, para o bem da Força Terrestre, ao longo desses quarenta e cinco anos de serviço.
Foi um grande privilégio trabalhar com você e tê-lo sob minha Chefia!
Desejo-lhe, muitas alegrias, saúde e continuado sucesso naquilo que vier a realizar nesta nova etapa da vida, junto de sua querida esposa Isabel e de suas joias preciosas Alessandra, Cecília e Laura.
(INDIVIDUAL)
Brasília, DF, 26 de abril de 2011.