sábado, 8 de novembro de 2025

O desafio da defesa da Amazônia


Na alvorada de minha trajetória profissional, passei 4 anos trabalhando na Amazônia. Como integrante de equipe de engenheiros militares [*], trabalhei em obras nas fronteiras da Venezuela, da Colômbia e do Peru. Foram mais de 150 dias não consecutivos passados nas regiões fronteiriças, gerindo obras de construção ou reparação de aquartelamentos e de residências para militares.

Então, como integrantes daquela valorosa equipe, aprendemos a admirar, gostar e defender a Amazônia; aprendemos que uma enorme riqueza em recursos naturais está à nossa disposição; aprendemos que as potências estrangeiras têm grande interesse em determinar os destinos das riquezas amazônicas; aprendemos que devemos envidar esforços gigantescos para evitar que os interesses brasileiros sejam prejudicados; e, consequentemente, aprendemos que os recursos amazônicos devem ser explorados e utilizados por brasileiros, com recursos e empresas nacionais e, sobretudo, em favor dos interesses de brasileiros.


Localização dos Pelotões de Fronteira, onde trabalhamos em obras de construção ou reparação de aquartelamentos e residências, no período de 1981 a 1984, como integrantes da Comissão Regional de Obras da 12ª. Região Militar (CRO/12), em Manaus-AM.

Recebi por WhatsApp um vídeo incompleto em que é transmitido a maior parcela do aparte de um cientista zoólogo e especialista em questões amazônicas, no âmbito de uma palestra sobre o tema Amazônia. Ainda não consegui equacionar a identificação do qualificado cientista — tão logo tenha êxito nesse intento, terei a satisfação de dar o crédito devido ao autor do aparte. Ademais, há indicações que permitem cogitar que o palestrante deva ser o ex-ministro da Defesa e ex-comunista Aldo Rebelo, um intransigente defensor da Amazônia, bem como pertinaz defensor da atuação das Forças Armadas naquela região do norte do Brasil.

Pela relevância do conteúdo do aparte do cientista — uma denúncia das inverdades propaladas sobre possíveis prejuízos climáticos para o globo terrestre, com o objetivo de facilitar os interesses estrangeiros em nossa hileia amazônica — decidi transformar o texto do vídeo, de formato áudio para o formato de texto escrito, bem como divulgá-lo por intermédio do Facebook e, também, neste blog. 

O texto é apresentado a seguir e, com certeza, possibilita o exercício da faculdade de pensar associado com a intransigente defesa dos interesses brasileiros na Amazônia.


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Como preito de reconhecimento e gratidão pelos conhecimentos e experiências proporcionados a este engenheiro militar mais jovem, cito os reduzidos e pertinazes integrantes da equipe da Comissão Regional de Obras da 12ª. Região Militar (CRO/12), sediada em Manaus-AM: major José Jesus de ALMEIDA, capitão Luís MENEGATTO, capitão Edson MODESTO Pena e capitão Aléssio RIBEIRO SOUTO — os dois primeiros engenheiros civis e os dois últimos engenheiros eletricistas, graduados no Instituto Militar de Engenharia (IME).

 

 

Aparte de um cientista zoólogo (com 54 anos de prática), ao ex-ministro palestrante sobre o tema Amazônia

“.........

"Eu não tenho nem palavras para me referir ao que o Sr. ministro falou aqui agora. Eu queria dar algumas informações para consubstanciar o que foi transmitido e eu acho muito importante, sobre a questão da Amazônia. O Sr. ministro transmitiu números e se referiu ao reflorestamento de 9 milhões de quilômetros quadrados.

"Eu gostaria de dizer o seguinte: eu não sei se todos sabem certos números que, em valores absolutos, são muito importantes; e, em percentual, mais ainda. 

"O globo esfera, o planeta todo, tem 570 milhões de quilômetros quadrados.

[A rigor, são 510 milhões de quilômetros quadrados — o cientista está se referindo a algo mais; o que?].

"Os oceanos têm 360 milhões de quilômetros quadrados. Já a superfície terrestre tem 150 milhões de quilômetros quadrados.

[Vê-se que o cientista se enganou ao citar a área do globo esfera como 570 milhões de Km2; e, implicitamente, corrigiu-se ao citar as dimensões dos oceanos e da área continental de nosso planeta, que somadas dão 510 milhões de quilômetros quadrados].

"A Amazônia brasileira tem 5 milhões de quilômetros quadrados e a Amazônia internacional 6 milhões de quilômetros quadrados. Então, isso representa 1% da superfície global do planeta. A Amazônia não muda, não desequilibra, não altera e não faz nada em relação ao clima do mundo. Isso é uma grande mentira.

"Conversando e debatendo com um político — e o Sr. tem um grande mérito por isso — eu indaguei o que ele faria se, como candidato, tivesse 1% de chance de se eleger; aí ele respondeu que nem se candidataria. 

"Quando a gente fala em termos de doença — e aí o ser humano é muito sensível —, grande parte das desgraças da história da humanidade resultou de eventos naturais, globais. Então, é importante uma comparação com a questão da Medicina. Se a gente for ao médico e ele disser que estamos com uma doença grave, com 1% de chance de sobreviver e 99% de chance de morrer, nós vamos nos apegar a essa possibilidade de 1%, não é isso? 

"Então, esse 1% do mundo que não muda o clima do planeta, não desequilibra o clima nem é pulmão do mundo, ... é nosso; é nele que temos que nos apegar para sobreviver, usar o nosso recurso natural e gerir o nosso território. Nós temos que viver e sobreviver aqui. Não é o mundo que tem que nos ensinar como viver aqui.

"Eu tenho 54 anos de geologia, andando nesse planeta. Só não fui à China, ao Japão e parte do sudeste asiático. Conheço o deserto do Saara. O Saara tem 9 milhões de quilômetros quadrados. É maior que o Brasil. Nem o Brasil desequilibra o clima do mundo. Isso é cruel para quem é cientista. Eu sou um cientista. Levei muitos anos para poder chegar até aqui; e com o maior prazer, ouvi a sua palestra e contribuí para isso.

"E vou dizer mais uma... O CO2 gente... O mundo passou por eras de gelo e de calor. O calor é fator favorável à vida. O gelo mata. Todas as grandes doenças ocorreram em períodos geológicos, quando o planeta foi impactado pelo frio. Nós tivemos situações como erupções de grandes vulcões. Os vulcões podem mudar o clima do mundo, em poucos dias ou em poucos meses. Contudo, constata-se que a temperatura baixou e foi a era do gelo, na Idade Média, que causou doenças, desgraça, fome e miséria. Então, é preciso rever posições. O CO2... quando a gente fala na composição da atmosfera,... são números!... Isso é conta de padaria. O CO2 na atmosfera — nos primeiros 80 Km — é o quarto elemento. Primeiro, nitrogênio, 70%; oxigênio, 28%; depois, o argônio, menos de 2%; o CO2 é 0,003%, na composição da atmosfera. E nós queremos reduzir e nos impor essas amarras por causa de apenas 2% do total de gás carbônico. Ora, 2% de 0,003% é 0,00006%. Isso é subnitrato de pó de... Isso é nada. Isso é uma conversa muito fiada.

"Eu queria dizer isso a vocês. Eu queria aproveitar a oportunidade. Quando eu era criança, costumava-se dizer que 'se correr o bicho pega, se parar o bicho come'. Bom, mas eu era pequeno e o bicho era tão pequeno que era absolutamente irrelevante, nem pegava nem comia.

.....

"Eles querem nos impor a vontade resultante de seus interesses. Mercado de Carbono... só vou dizer uma palavra: é o aval para poder poluir; paga-se para poluir. Quem pagar vai poluir o mundo. O primeiro... o Hemisfério Norte quer poluir o Mar do Norte. Os oceanos regulam o clima do mundo, junto com os continentes... e com o nosso astro-rei, o Sol.

"Ministro, parabéns. Essa é a contribuição modesta de um cientista que nasceu e cresceu nesta terra e conhece parte do mundo; e, também, essas pessoas. As ONGs eu conheço todas!...”



Enfim, inferindo que o cientista se enquadra na amostra de universo de cidadãos virtuosos, entendo que ele não se aborrecerá comigo por reproduzir o texto de seu aparte, na íntegra, sem a devida autorização formal.

Até porque estou tentando divulgar e ampliar a consciência minha própria e de familiares e amigos que, eventualmente, tenham acesso a este texto, no sentido de que os recursos amazônicos devem ser explorados e utilizados por brasileiros, com recursos e empresas nacionais e, sobretudo, em favor dos interesses de brasileiros.

 

  

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