TESTEMUNHO DE BRASILEIRO QUE MOROU NOS ESTADOS UNIDOS
Fui morar nos Estados Unidos para fazer curso de doutorado.
Mudei-me com a família para a casa alugada.
Passada uma semana, seguindo a tradição, um americano, vizinho de frente, convidou-nos para um jantar de recepção para sábado, das 19:00 às 22:00 h. Quando chegou uns poucos minutos antes de 22:00 h, o anfitrião anunciou que a recepção estava concluída e, gentilmente, despediu-se de familiares, de outro vizinho e dos homenageados.
Depois de uns 40 dias, programamos um jantar e convidamos esse vizinho para um jantar em nossa casa, em reciprocidade pela gentileza com que fomos recebidos.
De forma similar, marcamos a confraternização para o período de 19:00 às 22:00 h.
Como convidamos também uma outra família de brasileiros, nosso evento durou até um pouco mais tarde, em relação ao que fora anunciado.
Durante a maior parte desse período, mantivemos o equipamento de som ligado para ouvirmos música a uma altura média.
O vizinho da frente, nosso convidado que saiu rigorosamente às 22:00 h, sentiu-se incomodado com o som que atingia sua residência e, por volta de 22:20 h, telefonou para a polícia e registrou reclamação. Logo depois, a polícia compareceu em nossa casa para determinar o desligamento do equipamento de som.
Há aprendizado nesse relato?
Há polêmica.
A cultura dos americanos é diferente.
Somos brasileiros e devemos viver de acordo com nossa cultura!
Devemos continuar com cem milhões de pessoas sem esgoto sanitário e igual número de pessoas na linha da pobreza (ou abaixo dela)?
TESTEMUNHO DE MORADOR DE CONDOMÍNIO NO BRASIL
Um certo dia, no Brasil, um morador de condomínio programou uma festa de celebração e manteve o som de música com volume elevado — durante a tarde e durante a primeira metade da noite — de tal sorte que vários condôminos das proximidades da casa foram obrigados a conviver com a música do festeiro.
Um dos vizinhos estava em recuperação cirúrgica, com dificuldade de toda ordem (falar, ouvir, caminhar, alimentar-se ...); um de seus filhos estava trabalhando online, em casa; e outro estava estudando para o vestibular. Os três integrantes dessa família se sentiram incomodados e foram inequivocamente prejudicados pelo som alto da celebração do vizinho.
Esse condômino reclamou e (ou) chamou a polícia? Não!
Sua visão é que reclamar não adiantaria. Ele entende que indivíduos há que não tem a faculdade de pensar minimamente desenvolvida para refletir e imaginar que sua liberdade termina onde começa a de outrem.
E — em qualquer tempo, em qualquer lugar — não deve ser objeto de atitude que pode ser interpretada como tendência de ensinar boas maneiras e qualidade de vida para quem quer que seja.
Adicionalmente, sua percepção é de que há indivíduos — especialmente, alguns líderes de sistema de som — que associam a qualidade da música com a altura do volume produzido pelo equipamento; e jamais lhes passa pela cabeça que é possível vários vizinhos ouvirem músicas distintas, num volume que não prejudique o outro; vale dizer, música de qualidade inquestionável, em equipamento tal que, mesmo em altura reduzida, a qualidade não se perde.
Outra percepção desse condômino, que o leva a não reclamar, é que eventualmente sua própria família pode produzir ruído em altura tal que, de um jeito ou de outro, atinge algum vizinho.
Enfim, a preferência desse condômino é:
“Se não gosta de alguma coisa, mude-a. Se não puder mudá-la, mude a sua atitude. Não reclame.”
A PENSAR, REFLETIR E CONSIDERAR
Todos devem ter a liberdade de pensar o que quiser!
De fazer o que quiser!
De respeitar os outros da maneira que lhe for mais conveniente!
Claro, de acordo com sua própria qualificação pessoal de cidadão, de ser humano e, sobretudo, de condômino!
Contudo, ninguém deve ignorar que essa liberdade termina onde começa a liberdade de outrem!
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