sábado, 12 de outubro de 2024

Queda da escada – Versão completa —— [31/Jul/2023 a 12/Out/2024]

"O lavrador perspicaz conhece o caminho do arado!"
Homenagem a Oscar Barboza Souto, antigo lavrador e comerciante.
In Memoriam.

O objetivo deste texto é apresentar uma resenha das atividades de tratamento médico recebido no HFA (Hospital das Forças Armadas), relativas à fratura multifragmentar e exposta do calcâneo (osso do calcanhar), bem como a evolução do tratamento, durante um ano, dois meses e 12 dias. A fratura resultou da queda de escada no interior de nossa casa em Brasília.


Da internação à alta hospitalar, o relato é diário. Depois, o relato prossegue, abrangendo aqueles dias em que ocorram algum evento que mereça o registro para lembrança futura.


31/Jul/2023 (2ª. F)

Às 10:07 h, ao subir na escada, no corredor do 2º. andar de nossa Casa em Cima do Mundo (CCM), para observar o funcionário José avaliar problema hidráulico na cobertura da casa, a escada escorregou e eu caí de 2,70 m de altura. Em consequência, ocorreu fratura exposta do calcâneo — dor terrível!


Inicialmente, a querida filha Alessandra tentou chamar o SAMU; depois, por orientação da recepção do HFA, para onde telefonei, foi chamada a equipe de emergência do WMED UTI Móvel. Em cerca de 25 minutos, a ambulância chegou e, depois dos primeiros cuidados de dois enfermeiros liderados pela Dra. Ana Maria, fui transportado para o HFA.

Alessandra acompanhou-me. Dei entrada na emergência do HFA às 11:27 h. Fui atendido pelo Dr. Maxwel (médico UnB 102 — formado em 2020), integrante das equipes de emergência de Clínica Geral e de Ortopedia. O equipamento elétrico-eletrônico de medida de pressão, batimento cardíaco et al estava danificado; foi trocado por outro, supostamente, com bom funcionamento.

Fui encaminhado para a radiologia. As imagens de raio X apontaram fratura multifragmentar e exposta do calcâneo. Fui deslocado para o Centro Cirúrgico às 13:07 h. Na hora em que fui recebido pelo médico anestesista, fui informado que, em face de outra emergência gravíssima, eu teria que voltar para a Sala Pré-Operatória do Centro Cirúrgico e aguardar.

Alessandra — que afora o imprescindível apoio presencial desde o primeiro momento da queda, providenciou, com lucidez, as medidas burocráticas requeridas para a internação — foi pra casa às 13:00 h e voltou para o HFA por volta de 15:00 h.

Às 16:07 h, pedi para falar com um médico, e relatei que desde a hora do acidente, às 10:07 h, até aquele momento, transcorridas pois 6 horas, em pequena ou maior quantidade, o sangue não parou de sair da fratura. O médico reagiu de forma um tanto irritada; porém, argumentei com calma e segurança e parece que ele se deu conta de sua atitude inadequada.

Foi feita tomografia para verificar se houve avarias adicionais não identificadas na radiografia — no dia seguinte tomei conhecimento de que foi confirmada apenas a fratura do calcâneo, afora uma sequência de problemas nos ligamentos e demais componentes do calcanhar, tais como, enfisema subcutâneo e densificação de partes moles adjacentes.

Em torno de 17:00 h, fui levado para o Centro Cirúrgico e submetido a uma primeira cirurgia: sedação, anestesia, limpeza, curativo e sutura.

Alessandra foi substituída por Isabel, que passou a noite e a manhã de terça-feira comigo. Por volta de 19:00 h, na Sala Pré-Operatória, o efeito da sedação passou, e acordei com a parte de baixo do corpo, do umbigo para baixo, ainda anestesiada.

Ao conseguir mexer as duas pernas, as funcionárias tentaram pedir apoio para me transportar para um apartamento. Telefonaram mais de 10 vezes, mas não conseguiram atendimento. Depois, conseguiram a informação de que não havia maqueiros disponíveis. Finalmente, logo após as 21:00 h, os maqueiros apareceram e me transportaram para o apartamento 1019, no 10º. andar.

Como não tinha almoçado nem jantado, pedi para servirem o jantar. Não havia mais jantar, que pela norma, é servido às 18:00 h; havia somente lanche, habitualmente, servido às 21:00 h. Somente às 23:30 h, trouxeram-me o lanche. Alimentei-me, aguardei algum tempo, mergulhei no bom sono e ultrapassei o primeiro dia de uma trapalhada absurda.

 

1/Ago/2023 (3ª. F)

Acordei e recordei o infausto evento com tristeza.

Houve a visita do Maj Dr. Salgado e do Dr. Gabriel. O Dr. Salgado fez a troca de curativo e avaliação. O aspecto do pé direito não é o que se pode apreciar. Estava roxo e inchado; com sutura de 7 cm, em cada um dos dois lados do pé, abaixo do tornozelo; e sutura de 2 cm na parte posterior do calcanhar.

Tomei consciência da complicação em que tinha me metido: médicos, enfermeiras, procedimentos e relatório de aprazamento (documento com a prescrição detalhada de medicamentos e demais orientações médicas). Ademais, depois da cirurgia de ontem, ficarei internado até desinchar o tornozelo, afastar o risco de infecção e reconstituir a pele; depois será agendada a cirurgia ortopédica e repetido o processo de recuperação cirúrgica.

Analgésicos Tramadol e Dipirona, antibiótico Cefazolina, e soro estavam sendo ministrados direto na veia. Para isso, infiltraram um mecanismo de acesso (uma agulha interligada a tubo) em veia do antebraço. Dessa forma, é garantida maior eficácia ao medicamento, com o inconveniente de alguma dor e desconforto. O antibiótico, por exemplo, é aplicado de 8 em 8 horas.

O apartamento estava sem persianas. Depois, esclareceram que foram tiradas para não acumular coronavírus durante a pandemia.

As enfermeiras tentaram fazer o eletrocardiograma uma meia dúzia de vezes. O primeiro aparelho não funcionou. O segundo só funcionou (será que funcionou corretamente?) na terceira tentativa.

Assim, o tempo foi passando. No início da tarde, Isabel foi substituída por Cecília. Por força de seu perfil prevalente, ela fez um ingente esforço para me consolar e animar; e acabou chorando.

Com incomum desprendimento, Laura faltou ao futebol de que tanto gosta, substituiu Cecília e me acompanhou durante a noite.

Minhas queridas filhas têm se revezado no acompanhamento. Para Alessandra, que está ingressando no 4º. semestre de Medicina, acho que foi agregador. Pelo sim pelo não, para as filhas, a experiência tem sido positiva: vivenciar as dificuldades paternas e apoiá-lo, acho que tem sido enriquecedor.

 

2/Ago/2023 (4ª. F)

O Maj Dr. Salgado e o Dr. Gabriel repetiram a visita de rotina. O estado do tornozelo e calcanhar apresentou ligeira melhora (expectativa ou realidade?)

Nesse terceiro dia, ficou imperiosa a necessidade de banho — com a demanda de cadeira especial, toalhas e plásticos para cobrir o pé fraturado e o antebraço com o mecanismo de acesso. Para tanto, foi sugerida a troca de local.

Então, mudaram-me para o apartamento 1043, que tem um banheiro mais espaçoso e facilita o movimento da cadeira de banho; e adicionalmente, tem aparelho de ar condicionado. Ressalte-se que esse apartamento está sem o tampo metálico externo de uma janela; e o sol entra diretamente sobre as duas camas. De forma similar ao anterior, não tem persianas.

Laura continuou me acompanhando durante a manhã. Com muita garra, ela ajudou nos deslocamentos, na vedação dos locais que não poderiam se molhar no banho e em cada atividade que a falta de um pé sadio causa impacto.

No início da tarde, Alessandra substituiu Laura e passou a noite comigo. Ela trouxe o notebook e, com argúcia, escolheu o filme Extraordinário; vimo-lo a partir de 20:00 h. A propósito, no 8º. ano, do Leonardo da Vinci, as meninas leram o livro que deu origem ao filme; fizeram um trabalho de cordel, baseado no livro. A história de superação do menino Augie (August Pulman) foi uma boa escolha para quem está em minha situação.

Alessandra fez uma escolha excelente de filme para o pai paciente.
Apartamento 1049 - HFA – 2/Ago/2023.

3/Ago/2023 (5ª. F)

No início da tarde, Isabel substituiu a Alessandra. Foi razoável, pois o apoio para o banho é mais eficaz com ela do que com as filhas.

Como o pedido para a troca de posição das camas para evitar o sol no paciente não foi atendido pela equipe do hospital, Isabel fez o trabalho ingente de reposicioná-las — arrastar a cama pesada em espaço reduzido não foi tarefa fácil! E de quebra, ela prendeu um lençol em lugar da placa metálica ausente.

Isabel me acompanhou até a manhã seguinte.

 

4/Ago/2023 (6ª. F)

Visita do Dr. Marlon, do residente Dr. Gabriel e de uma interna (acadêmica do 5º. ou 6º. ano de Medicina) oriunda do CEUB. O Dr. Marlon é integrante da equipe que fez a primeira cirurgia. Na substituição do curativo, avaliou e declarou que a evolução está satisfatória. Esclareceu que caso a evolução prossiga na normalidade, a cirurgia ortopédica será realizada na próxima quarta-feira.

No início da tarde, Cecília substituiu Isabel. Conversamos bastante; lamentei estar estragando as férias delas; e ela fez uma produtiva declaração de ânimo e de apologia da família para fazer face às dificuldades. Cecília permaneceu até o dia seguinte.

No jantar, tentei consumir a comida do hospital; contentei-me com umas duas garfadas. Cecília optou por pedir comida do Subway, via iFood. Teve sucesso e degustou um apetitoso sanduíche de pão, três queijos, frango e salada. Fiquei olhando com inveja.

 

5/Ago/2023 (Sáb.)

Visita do Dr. Maxwel. Foi o médico que me recebeu na emergência, na segunda-feira, às 11:30 h. Trocou o curativo e asseverou que o estado do tornozelo estava satisfatório.

Com o apoio inestimável da Cecília, resolvi tomar banho. O processo envolve cobrir o pé e parte da perna com plástico; repetir a operação no braço; entrar no banheiro, tirar a bermuda e a cueca, sentar na cadeira de banho; abrir o chuveiro, ensaboar e lavar; secar, colocar a bermuda e cueca — nesse momento, a cadeira escorregou e eu caí no piso molhado; levantei-me, sentei-me na cadeira e substituí a cueca que se molhou. A Cecília ficou nervosíssima, mas conseguiu me ajudar a sair do banheiro, secar e voltar para a cama. A enfermeira foi chamada para substituir a gaze da imobilização do pé. Enfim, uma operação custosa e demorada, mas ao final, todos restaram sãos e salvos.

Cecília solidária com o pai.
Apartamento 1043 – HFA – Brasília – 5/Ago/2023.

Uma curiosidade! A funcionária da limpeza que veio fazer a faxina hoje se chama Deisielle. Ela faz Faculdade de Enfermagem na UNIP, faz Gestão de Segurança Privada no Instituto Nacional de Segurança Privada, na modalidade on-line; é socorrista e brigadista; tem um filho de 11 anos, Miguel Artur, considerado superdotado, que faz o 5º. ano na Escola Classe 48; e que lê livros da coleção do Steve Jobs — não declarou quais, mas, com certeza, é surpreendente.

Na terça-feira e na quarta-feira, eu até consegui me alimentar minimamente bem. A comida de paciente não causou impacto severo. A partir de quinta-feira, e até hoje, sábado, os alimentos se tornaram insuportáveis: o sabor e o grau de cozimento insatisfatórios e a falta de sal e de tempero ficaram por demais evidentes. Até quando? 
 

Depois do almoço, Laura veio substituir Cecília. Ela veio com Isabel, que levou Cecília para almoçar. Eu e Laura vimos no notebook o filme Moneyball, com Brad Pitt. Seria muito melhor se conhecêssemos as regras do beisebol; ainda assim, foi interessante.

Decidimos nos livrar da comida do hospital para jantar. Pedimos, via iFood, sanduíches Subway.

A Laura desceu para receber os alimentos. Na recepção, no térreo, informaram-lhe que é proibido trazer comida de fora para o apartamento. Ela voltou e, desapontada, mencionou a indesejada, porém correta norma. Disse-lhe para descer, receber os sanduíches, jantar na recepção, e depois voltar. Dancei! Fiquei sem jantar! Por volta de 21:00 h, consumi torradas com queijo Polenguinho, iogurte e água de coco. 

Transmiti para enfermeiras, auxiliares e médico que, desde quinta-feira, estava me alimentando mal e perdendo peso, pois a comida, além de carente de sal, gordura e tempero, era malcozida. 

6/Ago/2023 (Dom.)

Para evidenciar meu estado físico, médico e de ânimo, registro a mensagem que enviei para Isabel, Cecília e Alessandra, no rodapé de foto minha e da Laura.

Laura deixou o futebol de que tando gosta para ficar com o pai.
Apartamento 1043 – HFA – 6/Ago/2023.

A rotina prossegue.

🏨

Um bom começo de domingo.

Higiene feita.

Café tomado.

Sangue colhido.

Pressão e batimento cardíaco aferidos.

Glicemia avaliada.

Antibiótico pingando direto na veia.

 

O melhor é que os contendores do campeonato brasileiro estão numa disputa acirrada para ver quem será Vice-Campeão de 2023.

 

Mesmo sem entendermos de beisebol, eu e Laura vimos o filme Moneyball com o Brad Pitt; recomendamos! É uma história de trabalho intenso, perseverança, ousadia e desapego ao sucesso financeiro.

 

Isabel e filhas queridas, tenham um bom dia.

Beijos.

👨🏻‍🏫

 

Houve a visita do Dr. Pedro Lucas. Graças a sua boa memória, ele se lembrou que atendeu a Laura no HFA, quando ela torceu o tornozelo. Ele fez a troca do curativo e melhorou a imobilização. 

Evolução da cirurgia do lado interno do pé direito
(sedação, anestesia, limpeza e sutura).
Centro cirúrgico do HFA – Brasília – 6/Ago/2023.
Houve também a visita da nutricionista. O relato de ontem, no sentido de que me alimentei mal a partir de quinta-feira, fez efeito.


Ela insistiu em saber a causa da má alimentação. Asseverei, com ênfase que entendia a falta de sal, gordura e tempero na comida; porém considerava inaceitável que fosse malcozida.

Ela queria saber o que estava malcozido. Tudo! Arroz, feijão, cozido de legumes e bife (este estava preto, pelo excesso de cozimento). Ela manifestou a intenção de ajudar e propôs algumas alterações, por exemplo, omelete; e eu acrescentei: salada e iogurte. Fiz-lhe ver que cumpriria com rigor as normas e que tentaria comer o que viesse. Que a reação tenha eficácia!

Terminei de almoçar. Consumi mais de 70% da comida para paciente — arroz, feijão, frango, legumes, salada; fatias de laranja, morango; e suco de pêssego.

A Laura pediu massa com frango et al, via iFood. Deve chegar entre 13:10 e 13:30 h. Ela desceu para almoçar na recepção.

Isabel e Cecília vieram buscar a Laura. Cecília não subiu. Passar esse tempo com as duas tem a virtude de me lembrar que existem momentos únicos, dado que nos próximos 10 ou 20 dias estarei aqui lutando para a recuperação do calcanhar.

No jantar, consumi omelete, torrada Bauduco, salada e suco ONI (Origem Não Identificada).

Estando sozinho, consegui movimentar a mesa de refeição, alimentar-me, jogar os restos de comida no lixo, escovar os dentes e ir ao banheiro. Nada mal para a situação anômala.

Alessandra chegou para me acompanhar durante a noite. Ganhei figurinhas que ela adquiriu em uma exposição temática; uma retratando o pai e três filhas e a outra com uma ode a Brasília, indicadoras de sua sofisticada sensibilidade.

O médico anestesista Dr. M. A. visitou-me no final da tarde. Transmitiu a orientação para a cirurgia ortopédica, que deverá ser mesmo na quarta-feira — jejum total e ausência de água a partir de 22:00 h do dia anterior. 

7/Ago/2023 (2ª. F)

Visita do Dr. Estanislau, ortopedista que, no primeiro semestre atendeu a Laura, na entorse do calcanhar, e a mim mesmo, no problema do ombro; e do Dr. Gabriel. A evolução foi considerada razoável.

A auxiliar de enfermagem trocou o mecanismo de acesso à veia duas vezes — na primeira vez não funcionou. É um processo um pouco doloroso. 

Alessandra permaneceu até a tarde. 

A comida melhorou e almocei bem. A querida filha foi almoçar no Shopping Terraço. Às 16:00 h, recebi a elegante visita do Fábio. Conversamos quase uma hora. Às 18:00 h, Isabel chegou com Cecília. A chegada delas é como a brisa que alivia e o sorriso da criança que enternece. Cecília ficou em lugar da Alessandra.

No jantar, alimentei-me de forma razoável: omelete, salada, sanduíche (que era para o lanche das 15:00 h); e creme de chocolate, que dividi com Cecília. Antes, ela saboreou dois sanduíches que trouxe do Big Box.

Conversei bastante com Cecília. Foi agradável e tranquilizador.

 

8/Ago/2023 (3ª. F)

Ocorreu a visita do Maj Dr. Salgado e do Dr. Gabriel. Como tem ocorrido todos os dias, a imobilização foi retirada, a evolução da cirurgia inicial foi avaliada e a imobilização refeita. 

O Dr. Salgado informou que a cirurgia ortopédica foi confirmada para quarta-feira de manhã. Então, a preparação impõe jejum absoluto, inclusive de água, a partir de 22:00 h de hoje. Os remédios de amanhã (previstos a partir de 8:00 h), devem ser suspensos. A alta está prevista para quinta-feira de manhã.

O processo de recuperação, sem colocar o pé no chão, está previsto para cerca de 30 a 40 dias — um processo realmente longo.

A enfermeira constatou que houve a desconexão do mecanismo de acesso à veia e o líquido estava vazando no antebraço. A correção é um pouco dolorosa. A pressão que, desde o início, tinha se mantido razoavelmente estável, na faixa de 11 x 5 a 13 x 6, hoje chegou a 14 x 6. Acompanhamento é preciso! Resolvi uma dúvida: decidi participar aos amigos irmãos da Turma Marechal Mascarenhas de Moraes, de 1972, da AMAN, o que está se passando comigo. Enviei a mensagem transcrita a seguir.

 

Meus amigos,

Por causa de uma queda da escada, caí de 2,70 m de altura e fraturei o calcâneo (fratura múltipla e exposta). 

Idoso NÃO deve subir em escada (agora estou em dificuldade de mencionar isso para familiares e amigos!).

 

Estou internado no HFA, com previsão de uma segunda cirurgia amanhã (cirurgia ortopédica) e previsão de alta na quinta-feira.

 

Independentemente do que vier acontecer, uma semana no HFA, com um problema não grave, me permite afirmar que temos um tratamento de saúde muito bom — refiro-me a mim próprio e a outros pacientes graves. Pequenos problemas estruturais não tiram o mérito de equipes exemplares.

 

Abraços fraternos,

RS

 

O efeito da mensagem foi impactante. Algumas dezenas de companheiros replicaram com palavras de estímulo, ânimo, conforto, crença, força e fé. Comecei a responder individualmente e parei. Após a cirurgia, responderei coletivamente, citando nominalmente cada um. Anexei as mensagens enviadas e recebidas ao final deste relato.

Telefonei para o Amorim no Rio de Janeiro. Ele está de cama e alegou que nas últimas 3 semanas não tem passado bem. Vai ao médico hoje à tarde. Achei a situação dele preocupante. 

Com diligência e descortino, Cecília pesquisou cadeira de rodas motorizada (CRM) para compra e para aluguel. A CRM mais barata custa R$ 5.000,00 (preço de internet, o que significa maior valor no comércio de Brasília). 

Na empresa brasiliense Ponto da Saúde, o aluguel mensal de uma CRM custa R$ 400,00. 

Conclui-se que a relação custo/benefício da compra não é satisfatória. A decisão é alugar uma CRM.

Falei em videoconferência com Isabel, Alessandra e Laura. Relatei a confirmação da cirurgia e da alta; e pedi para avaliarem a CRM e cadeira de banho na firma da Asa Norte, que dá assistência técnica para umidificadores. Isabel já tinha contatado a firma. Ela tem apenas cadeira de rodas manual.

No almoço, consumi arroz, feijão, frango purê ONI, salada; pudim de chocolate; e suco ONI. Cecília pediu salada Caesar, via iFood; e foi almoçar na recepção, no térreo.

No jantar, pelo terceiro dia consecutivo, serviram omelete, salada e torrada. Como passei a me alimentar um pouco melhor, degustei também um pouco da comida que o hospital serve para acompanhante. Enfim, foi bom, dado que entro em jejum a partir de 22:00 h. 

Recebi um telefonema do amigo Honório, oriundo de Material Bélico e paraquedista; e além disso, é pai de família exemplar, pois durante mais de 30 anos, cuida com desvelo incomum de sua filha Valéria, que chegou a este mundo com problemas que requerem disposição, amor e coragem. Recebi sua manifestação de apoio e votos de rápida recuperação; e disse-lhe que ele é nossa eterna referência por suas virtudes incomparáveis no trato com a filha e com a esposa.

Quase ao final da tarde, quando a enfermeira estava aplicando o antibiótico e tentando corrigir o mecanismo de acesso de medicamento na veia, o Amorim me telefonou, relatando que fora ao médico e nada grave foi constatado; foram pedidos alguns exames — tomografias do pulmão e da pélvis. Mantenho a preocupação com a saúde do grande Amorim.

Foi preciso trocar o mecanismo de acesso cinco vezes porque a auxiliar de enfermagem não conseguia acessar a veia. Ela chamou uma enfermeira, que com sua experiência instalou o mecanismo de acesso no braço esquerdo e não no antebraço, como ocorrera em todas as vezes anteriores.

Por volta de 18:15 h, em meio à refeição, Isabel chegou para substituir a Cecília. Alessandra levou Laura de casa para o ginásio da 603 Norte, para a prática de futebol, e depois veio buscar Cecília. As duas saíram para Cecília jantar e depois apanharem Laura, ao final do futebol.

São 22:00 h. O jejum começou! Então, o processo da cirurgia ortopédica está em curso!

Para passar o tempo, elaborei a mensagem de agradecimento, coletiva, a ser enviada para os amigos da turma Marechal Mascarenhas de Moraes/AMAN — dado que recebi várias dezenas de mensagem desejando sucesso na cirurgia.

 

🤝🤝🤝🤝🤝

Meus amigos,

 

As mensagens de solidariedade, apoio e motivação resultantes de minha internação e cirurgia me trouxeram energia para encarar com força e fé essa passagem. 

Por essa razão, tive surpreendente tranquilidade para aguardar o momento da sedação, anestesia, correção óssea com a instalação de placas e parafusos e o restante do processo.

E mais, a força das mensagens potencializaram minha crença no sucesso do procedimento cirúrgico.

Dessa forma, fortaleço a convicção na grandeza de nossa valorosa turma e na certeza de que a noção de irmandade nos faz melhores, mais fortes e mais virtuosos, bem como capazes de superar falhas e limitações individuais que permeiam a condição humana.

Passado o primeiro momento da cirurgia, constato que houve êxito inicial, tive alta ontem — o processo de recuperação ainda é longo — e por isso expresso o efusivo agradecimento pelas inexcedíveis mensagens motivadoras com que os amigos me contemplaram.

 

Abraços fraternos,

RS

🤝🤝🤝🤝🤝

 

Elaborei também a mensagem de agradecimento individual a ser enviada a cada um dos amigos, irmãos, da turma MMM/72.

 

👏👏👏👏👏

Meu amigo …,

 

Após o primeiro momento da cirurgia ortopédica, constato que houve pleno êxito inicial. Passadas 24 horas do procedimento, tive alta e já estou em casa.

Por isso, caro amigo irmão, expresso o melhor agradecimento por sua mensagem de apoio, solidariedade e motivação.

 

Abraço fraterno, 

RS

👏👏👏👏👏

 

9/Ago/2023 (4ª. F)

Acordei às 06:00 h. Com o apoio de Isabel, iniciei a higiene. Entrei em estado de espera visando ao chamado para a cirurgia.

Apoio inexcedível de Isabel no dia da cirurgia ortopédica.
Apartamento 1049 – HFA – Brasília, 9/Ago/2023.

Surgiu dúvida sobre o consumo dos remédios previstos para 8:00 h. Como já era 8:30 h e a minha pressão, pela primeira vez, ultrapassou 15 x 7, a enfermeira sugeriu que eu tomasse os quatro remédios previstos para 8:00 h — não hesitei e os tomei, até porque o Novanlo 2.5 e o Concárdio 2.5 se destinam aos casos de pressão alta.

A enfermeira mencionou que a ansiedade causa hipertensão. Repliquei que não sentia qualquer sintoma de ansiedade e de aumento da pressão.

A espera para o chamado teve fim às 10:30 h, quando o médico Dr. Leandro — conhecido por causa de consulta uns 4 meses atrás por problema no ombro — chegou com uma cadeira de rodas e disse era chegada a hora. Troquei de roupa, coloquei a bata hospitalar e segui para o Centro Cirúrgico, no segundo andar.

Por volta de 11:00 h, ingeri o medicamento para sedação e em poucos minutos a sonolência chegou; claro, apaguei. Disseram-me que a cirurgia foi concluída 12:40 h. Participaram da cirurgia os médicos: Dr. Crapis, Dr. Salgado, Dr. Marlon, Dr. Leonardo e o anestesista Dr. M. A.

Aí pelas 14:00 h, estava acordado, deitado na cama, mas com a parte do corpo abaixo do umbigo anestesiada. 

Passadas umas 2 horas, consegui movimentar as duas pernas — elevava até a do calcanhar lesionado — então fui levado para o setor de radiologia para radiografar o pé. Pedi uma cópia da radiografia e vi que foram inseridos 4 parafusos no calcâneo.

Radiografia do Pé Direito – Aléssio Ribeiro Souto
HFA - Brasília – 9/Ago/2023

O passo seguinte foi seguir para o apartamento onde Isabel, com algum grau de ansiedade me aguardava. Objetivo imediato: alimentar-me, o que fiz com satisfação.

O amigo Pimentel veio me visitar na hora que eu estava no Centro Cirúrgico. Ele conversou com Isabel. Telefonei para ele e conversamos sobre suas recentes cirurgias e sobre a minha. A última dele resultou de perda de consciência seguida de queda. Ele saiu do desmaio quando chegou ao hospital. Agora, está indo a médico para descobrir a causa. 

Como ele leva vida muito intensa (triathlon, aviação etc) disse para ele que Átila, se não me engano, rei dos hunos, afirmara: “Se não há caminho, nós construímos um”. Parodiando-o, elaborei o seguinte lema para o CTEx: “Se a solução não existe, nós a inventamos.” Ora, ele precisava identificar ou, se for o caso, inventar atividades de que gosta, mas de risco reduzido.

Diante da possibilidade de alta, Isabel permaneceu comigo, exceto durante o jantar; ela optou pelo restaurante Marietas, no Terraço Shopping. A nutricionista é realmente eficaz: no jantar, repetiram omelete, salada, torradas e algumas garfadas da comida destinada à acompanhante.

 

10/Ago/2023 (5ª. F)

Visita do Maj Dr. Salgado e Dr. Gabriel. Perguntou como estava. Respondi que doeu muito durante a noite e dormi muito pouco, contudo, nesse início de manhã, a dor sumiu. Questionei como foi a cirurgia e o Dr. Salgado informou que a instalação de 4 parafusos não é tarefa fácil, mas transcorreu dentro da normalidade. Solicitei os documentos da internação e cirurgia e ele prometeu que os providenciaria algumas horas depois.

A indagação essencial: quando seria a alta. Ele respondeu que eu estava livre, a partir do término dos medicamentos que estavam sendo inoculados na veia.

A partir daí, acho que, pela primeira vez, desde o primeiro dia de internação, fiquei ansioso — a volta para casa era a causa.

Eles saíram, a auxiliar de enfermagem entrou e colocou o antibiótico Cefazolina e o analgésico Tramadol no mecanismo de acesso, com o remédio diluído em soro, o que significava pingar lentamente, durante cerca de meia hora. Que pena que a inoculação não foi com seringa de injeção, vale dizer, direta e rápida.

Isabel tratou de arrumar as coisas e foi levando para o carro, em etapas.

Por volta de 10:00 h, comunicamos para as meninas a saída e pedimos o maqueiro. Apareceu o soldado Freitas com uma cadeira de rodas. Passamos pelo ambulatório de Ortopedia, marcamos a consulta de retorno, conforme orientação médica, para o dia 16 de agosto, às 15:00 h.

Eu entrei no carro com alguma dificuldade e seguimos. Isabel procurou dirigir cuidadosa e lentamente. Qualquer quebra-molas ou pequenos obstáculos no asfalto, causava dor no pé.

Chegamos em casa, Cecília nos recebeu com a cadeira de rodas motorizada e eu me transferi para ela. Causando surpresa, dei umas voltas na garagem e entrei em casa pilotando-a de forma eficaz. Segui para o quarto e cheguei à porta do banheiro. Aí, me transferi para a cadeira de banho e fui para debaixo do chuveiro. A CB é mais complicada de dirigir do que a CRM. Enfim, consegui rapidamente a adaptação para o novo cenário: viver os próximos 30 dias na suíte do térreo da casa, usando muletas, CRM e CB.

Alessandra e Laura (que estava no UniCEUB) chegaram por volta de 11:40 h. Alegria em estado puro, seguida de um quase trauma.

O pé começou a doer e tive a maior crise desde a queda em 31 de julho. Tomei Lisador e Alessandra saiu para comprar Novotram (Tramadol usado no HFA é seu genérico).

A dor era tamanha que chamei Cecília para segurar minha mão. Depois de 40 minutos de quase estado de choque, Alessandra chegou com o Novotram. Tomei-o imediatamente. Passados uns 30 minutos, os remédios começaram a fazer efeito e pude me dirigir para a mesa, onde Isabel e as meninas já estavam almoçando. Em uma primeira abordagem, com a dor intensa, eu não almoçaria. Aliviada a dor, eu me reuni a elas para degustar uma comida deliciosa, o que não fazia há dias.

 

Trato agora das perspectivas subsequentes: 

– dia 16 de agosto (4ª. F) – retorno ao HFA, para consulta, possivelmente, com o ortopedista, Dr. Crapis;

– próximos 30 dias – não apoiar o pé direito no chão; vale dizer, os deslocamentos devem ser com muletas, em cadeira de rodas ou, no caso de banho, em cadeira de banho;

– próximos 6 meses – adaptação ao pé ‘biônico’ e preparação para, se possível, voltar a caminhar de manhã, após 6 meses, durante 60 minutos, 5 vezes por semana; e

– doravante, em qualquer tempo, refletir, pensar e agir à luz de calma e paciência; e avaliação cuidadosa do que fazer e falar.

Assim, está encerrada uma primeira parte do relato de minha lamentável queda da escada e respectiva recuperação.

 

 

Daqui por diante, o relato não será mais diário. Apenas no dia em que houver algum fato relevante, farei o devido registro.

 

 

11/Ago/2023 (6ª. F)

Ontem, passados os momentos de intensa dor, iniciei o processo de adaptação a essa circunstância inédita, que incluía, entre outras as seguintes atividades: morar na suíte térrea (que pelo fato de abrigar os três computadores das meninas, elas apelidaram-na de ‘lan-house’); deslocar-me para o banheiro com muletas, fazer a higiene sentado no banco de plástico e utilizar o chuveiro em cadeira de banho; dirigir-me para a sala em cadeira de rodas motorizada; assistir TV uma boa parte do tempo, atendo-me a programas esportivos e a filmes (estes, quase sempre, vistos parcialmente); e, de quando em vez, telefonar para os irmãos Agton, Aloizio e Angeliqui e cunhado Delaor, para o cunhado Pedro e para amigos diletos. 

Continuo não conseguindo assistir aos noticiários de TV, abordagem que incorporei depois que, a partir das eleições presidenciais de 2022, o governo federal voltou para as mãos das quadrilhas mergulhadas na corrupção, lavagem de dinheiro e conspurcação da gestão pública, que vicejaram na política brasileira de 2003 a 2016.

O apoio de Isabel e das queridas filhas Alessandra, Laura e Cecília tem sido imprescindível. Por vezes, fico constrangido de estar dando a elas tanto trabalho; por outro, confirmo a imprescindibilidade da família, que, não raro, personagens da política e da intelectualidade, envenenados por doença ideológica, querem denegrir e até eliminar.

 

16/Ago/2023 (4ª. F)

Com ansiedade, fiquei aguardando o momento de retornar ao HFA, para a primeira avaliação médica subsequente à alta hospitalar de 10 de agosto.

Isabel e Alessandra me acompanharam. Na recepção do hospital, informaram que não havia cadeira de rodas disponíveis, porém, alguns minutos depois apareceu o soldado maqueiro. Ele me transportou para o ambulatório de ortopedia numa cadeira de rodas que não tinha os suportes para pés; para substituí-los, havia uma improvisada corda. 

Não foi necessário esperar muito tempo. Para minha surpresa, fui recebido pelo Maj Dr. Crapis e pela médica residente. A consulta foi agradável, dado que o Dr. Crapis se mostrou gentil e alegre. Relatei o desconforto dessa primeira semana, as dificuldades para dormir, a retirada paulatina, a partir de domingo, dos remédios analgésicos e outros aspectos. Ele determinou a troca do curativo e, após a retirada cuidadosa pela enfermeira, das bandagens, examinou os dois ferimentos localizados abaixo do tornozelo — o primeiro do lado esquerdo, resultante da primeira cirurgia; e o segundo do lado direito, resultante da segunda cirurgia. Embora, para olhos leigos, parecessem horríveis, o Dr. Crapis considerou-os em estado de normalidade e indicadores do êxito das cirurgias. Ainda bem! 

Evolução da cirurgia ortopédica no lado externo do pé direito
(sedação, anestesia, correção de ligamentos e tecidos do calcanhar, correção do calcâneo multifragmentado com a inserção de 4 parafusos e sutura).
Retorno ao HFA – Brasília – 16/Ago/2023.

Por fim, o Dr. Crapis informou que o retorno seria em duas semanas, isto é, no dia 30 de agosto; e orientou que agendássemos a consulta, com a apresentação de uma radiografia, a ser providenciada na mesma data dessa consulta. Ademais, ele sugeriu a troca da imobilização, que seria feita sobre os curativos, antes da saída do hospital, por bota ortopédica, também chamada bota ‘robofoot’. Disse que dispúnhamos dessa bota, já que Laura ganhou a da avó Maria Helena quando ela sofreu entorse no futebol e imobilizou o pé.

Com uma certa dose de alívio, com o apoio de Isabel, agendamos a radiografia e a consulta e retornamos para casa.

Tão logo cheguei em casa, verifiquei que o inchaço se ampliou e a imobilização estava apertando muito a perna e o pé, sobretudo nos locais dos ferimentos. Então, decidi fazer a substituição pela bota ‘robofoot’.


19/Ago/2023 (Sáb.)

Em casa, constatei que a bota ‘robofoot’ herdada da Laura estava pressionando em demasia os dois ferimentos. Fomos a uma loja e compramos uma bota Mercur, cujos suportes flexíveis eram movíveis, e ao serem retirados aliviavam a pressão sobre os dois ferimentos. Essas botas pesem mais de 1 kg. É incompreensível que não utilizem material resistente e leve, de tal sorte que se construa uma bota na faixa de 400 g.

A rotina da primeira semana após a alta hospitalar se repete de forma entediante e desconfortável. Dormir tem sido a arte da superação. A alimentação está sendo irregular e o metabolismo alimentar apresentou problema; durante três ingeri comprimidos de Floratil. Há a perspectiva de precisar consultar um médico (gastroenterologista ou nutrólogo? A ver!).

Um objetivo para esse período seria a leitura. Não estou conseguindo tranquilidade para ler; parei no terceiro capítulo de Oppenheimer. Preciso força e energia para continuar. Andei escrevendo uns poucos garranchos. Transcrevo-os a seguir.

 

Não desistir jamais

 

Quando você estiver triste, lembre-se que a alegria é um sentimento que também está dentro de você!

Quando você for derrotado, não esqueça de que você já teve vitórias e muitas outras serão possíveis!

Quando você estiver cansado, trate de descansar pois sua energia torna-lo-á pronto para o próximo embate!

Quando você se sentir só, lembre-se que a solidão é passageira e sempre há alguém que pode ampará-lo!

Quando você estiver desanimado, não esqueça que a coragem o estimula a prosseguir.

Quando você tiver a sensação de que está retrocedendo, lembre-se de firmar o pé e motivar a mente para seguir adiante.

Quando você estiver diante de um obstáculo, desborde-o e siga para a vanguarda.

Quando a solução não existe, invente-a.

Quando não encontrar a trajetória, construa-a.

Quando você estiver desesperado, lembre-se que a calma, a paciência e a fé equivalem à brisa suave que alivia e ao sorriso de uma criança que enternece.

Quando a raiva ficar evidente, use a razão e a lógica, acalme-se e faça o bom senso prevalecer.

E por último e primordialmente relevante, lembre-se de tentar sempre, desistir jamais e vencer sempre que possível — assim, as vitórias serão majoritárias nas sendas de sua trajetória.

 

 

E assim o tempo vai passando.

 

 

Nesses dias complexos da recuperação das duas cirurgias resultantes da fratura múltipla e exposta do calcâneo, passo o tempo entre a suíte térrea, o banheiro e a sala, deslocando-me com muletas, com cadeira de rodas motorizado ou cadeira de banho; e em uma boa parte do tempo, aferro-me ao celular, ao computador e à TV.

Bisbilhotando músicas para inserir no aplicativo Apple Music, encontrei um vídeo da obra-prima de Joaquin Rodrigo, o Concierto de Aranjuez, interpretado pela Orquestra Sinfônica Nacional Dinamarquesa, sob a condução de Rafael Frühbeck de Burgos, e tendo no violão o magistral Pepe Romero.

Diria que vale a pena assistir ao vídeo centenas de vezes, até porque a música está entre as dez melhores músicas já compostas pelo ente humano; e também porque o magistral 2º. Movimento, Rodrigo o criou em uma madrugada em que vivenciava a tragédia da perda de um filho por sua amada esposa.

Ao ouvir o Concierto, lembrei-me de que, com mais de 50 anos, já doente e próximo do final da vida, Steve Jobs recebeu a visita de Yo Yo Ma. O músico compensava a promessa não cumprida, por fato imprevisto, de comparecer ao casamento do amigo e interpretar sua música favorita. Nessa ocasião, Yo Yo Ma levou seu violoncelo Stradivarius e interpretou a Serenata de Schubert. Aí Jobs mencionou sua descrença em Deus, ressalvada pela impossibilidade de o violoncelista tocar daquela forma sem a ajuda Dele.

No campo de comentários do vídeo excepcionalmente bem-feito da obra de Rodrigo, acrescentei a seguinte paródia da expressão de Jobs:

 

 

If he didn’t say it, surely Steve Jobs would say: “I even thought I didn’t believe in God, but after I heard this song, there was no doubt, the composer could not have created it without His help!”

 

 


20/Ago/2023 (Dom.)

Isabel decidiu que, hoje, o almoço fosse churrasco, feito pela Laura que, não raro, me ajudava em ocasiões anteriores. Ela me pediu para que eu a apoiasse. Foram necessárias poucas intervenções: uso do dispositivo elétrico para acender o carvão, espessura do corte da picanha e colocação da carne no espeto (é preciso cuidado para não espetar o dedo); enfim coisas simples que deram segurança à querida filha, iniciante na arte de preparo do churrasco. 

Valeu a pena! O churrasco ficou muito bom e os deslocamentos na varanda dos fundos da casa me tiraram de rotina entediante. Ademais, fiquei motivado para não me limitar ao trânsito entre o quarto, o banheiro e a sala. Assim, no dia seguinte, resolvi me deslocar para a varanda e dar uma volta na orla da piscina.

Esse passeio no quintal se mostrou desejável e promissor. 

 

22/Ago/2023 (3ª. F)

Hoje é a celebração de 110 anos de nascimento de papai Oscar. O entardecer está magnífico. Registrei-o com uma boa sequência de fotos. Elas são apresentadas a seguir.

 








Imagens do crepúsculo vespertino, obtidas em passeio na cadeira de rodas motorizada,
na orla da piscina da Casa em Cima do Mundo – Brasília – 22/08/2023.

 

26/Ago/2023 (Sáb.)

A sogra Maria Helena, preocupada com minhas atuais limitações, enviou-me mensagem sugerindo que visse o vídeo Dirt 17, atinente a 17 paraquedistas, insubordinados, mas heroicos, que atuaram na Segunda Guerra Mundial. Enviei-lhe a resposta transcrita a seguir.

 

 

Maria Helena, bom dia,

Procurei Dirt 17 no canal Discovery Science e também no Discovery History, mas não encontrei.

Acabei descobrindo o filme Dirty Dozen com um elenco estelar, sobre um tema similar — participação de gente complicada na Segunda Guerra Mundial. Se não existir em algum canal ‘streaming’, vou comprar o DVD, ao lado de Deserto dos Tártaros. Este baseado em livro do Lino Buzatti (considerado o maior escritor italiano do século XX. Será que é mesmo?).

Antes da fratura, adquiri os seguintes DVDs de filme sobre Beethoven:

O Segredo de Beethoven; e 

A Amada Imortal.

O primeiro vi ontem. É bom mas pesado e complexo. Parece que o outro, é melhor.

Já que, por enquanto, não posso ver um filme que está na crista da onda nos cinemas, peguei dois livros correlatos que tinha há alguns anos e comecei a ler. São eles: 'Oppenheimer – Uma Biografia'  e  'Making the Atomic Bomb', ambos enormes calhamaços. Não consegui passar dos primeiros capítulos.

Enfim, esperava ler muito, mas o desconforto ainda é grande.

Escrevi para as meninas um diário sobre a passagem pelo hospital e os dias subsequentes. Ficou um pouco longo e por isso posso ter prejudicado o interesse de parte delas.

Bom, essa mensagem ficou longa. É um ‘passa-hora’ de quem não pode fazer nada, além de pilotar as muletas, a cadeira de rodas, a cadeira de banho e o controle da TV.

Um bom fina de semana.

Bjs

 

 

30/Ago/2023 (4ª. F)

Conforme previsto, compareci ao HFA, para radiografia, avaliação, troca de curativo, com a retirada dos pontos, e orientação das próximas etapas.

Tomei a decisão de levar a cadeira de rodas motorizada. Valendo-se da experiência vivenciada com seu pai, a funcionária doméstica Aline ajudou Isabel na preparação da cadeira de rodas (retirada da bateria, que pesa cerca de 8 kg; e dobragem). Em realidade, a dobragem mostrou-se inconveniente e então, bastou a retirada da bateria. O funcionário jardineiro Hélio colocou a cadeira de rodas e a bateria no chevrolet Spin. Isabel dirigiu o carro e me levou ao HFA.

Chegamos no hospital 11:15 h. Pilotando a cadeira de rodas, fomos para o laboratório tirar o raio X. Depois, voltamos para a recepção e Isabel foi à lanchonete e comprou sanduíches e coca-cola para o almoço. Evitamos alimentarmo-nos na recepção, porque havia muita gente aguardando atendimento. Fomos almoçar no carro, que ficou estacionado nas proximidades.

Radiografia do Pé Direito – Aléssio Ribeiro Souto.
HFA – Brasília – 30/Ago/2023.

Por volta de 12:40 h, fomos para o ambulatório, onde aguardamos cerca de meia hora.

Fomos recebidos pelo Maj Dr. Crapis e pela médica residente, Dra. Carolina. Relatei o desconforto em qualquer movimento, a dor leve no terceiro ferimento (parte posterior do calcanhar), a dificuldade em dormir, os problemas com o metabolismo alimentar e a sensação de melhoria lenta. Na avaliação do Dr. Crapis, ficou evidenciada a normalidade da evolução. Porém, para mim, ocorreu uma surpresa: ele mencionou que o quarto parafuso (o maior deles) seria retirado. Como a consulta foi demorada, acabei por não obter os esclarecimentos requeridos. Qual a razão? Seria pela instalação com a cabeça fora do osso?

Ele transmitiu a seguinte orientação:

– até 9 de setembro – manter a imobilização;

– a partir de 10 de setembro – iniciar a mobilização do tornozelo — significa movimentar o tornozelo, sem apoiar o pé no chão;

– a partir de 10 de setembro – permanecer sem imobilização enquanto estiver em casa, e para sair recolocar a bota ‘robofoot’;

– 18 de outubro – realização de raio X;

– 18 de outubro – retorno em ambulatório;

– 09 de novembro – previsão para iniciar a andar.

Por óbvio, ficou evidenciado que serão pelo menos 3 meses de utilização de muletas, cadeira de rodas e cadeira de banho.

Ele determinou que fosse substituído o curativo, com a retirada dos pontos. Alguns pontos do ferimento da cirurgia ortopédica deixaram de ser retirados porque o local estava muito dolorido e ligeiramente inflamado. Então, o Dr. Crapis preferiu que a retirada dos pontos fosse concluída dentro de uma semana — retorno adicional em 6 de setembro.

Após a conclusão do novo curativo, voltamos para casa.


31/Ago/2023 (5ª. F)

Ao tomar conhecimento de meu problema no calcanhar, o amigo Paulo Roberto sugeriu um contato com o Dr. Gildásio Daltro, em Salvador.

O Dr. Gildásio é médico, professor, doutor e livre docente da Universidade Federal da Bahia (UFBa).

Fez aperfeiçoamento em cirurgia no pé e no tornozelo (480 h), no hospital San Rafael, na Espanha.

Fez aperfeiçoamento em cirurgia no quadril (240 h), no hospital Raymond Poincaré, na França.

É membro da International Society for Stem Cell Research (ISSCR).

É membro Conselheiro da Revista Current Stem Cell Research and Therapy (2016)

É membro de Honra da Société Française de Chirurgie Orthopédique et Traumatologique (SOFCOT).

O Dr. Gildásio é especialista em Medicina Regenerativa Óssea com célula-tronco, que normalmente pode ser utilizada em lugar de Cirurgia Ortopédica com prótese. Contabiliza mais de 600 intervenções com célula-tronco.

Atualmente, o Dr. Gildásio é rico e idoso (76 anos), e trabalha no Hospital Universitário da UFBa, com o vigor similar ao de médicos mais jovens.

Em 2022, o Paulo Roberto deixou Brasília, onde lhe tinham proposto cirurgia ortopédica com prótese metálica na bacia, foi para Salvador, e se submeteu ao tratamento do Dr. Gildásio —regeneração do osso traumatizado com célula-tronco.

É imperioso asseverar que o Dr. Gildásio está tentando emplacar um projeto governamental no Ministério da Saúde, atinente ao tratamento ósseo com célula-tronco, que vai beneficiar, sobretudo, as camadas mais carentes da população.

No início da tarde deste 31 de agosto, o Paulo Roberto acertou um contato meu com a Dra. Valéria, assessora do Dr. Gildásio. Às 16:10 h, telefonei; ela estava no trânsito, dirigindo e me disse que retornaria a ligação mais tarde. Às 18:40 h, o próprio Dr. Gildásio me telefonou e solicitou um relato do problema. Transmiti uma síntese do que ocorreu e disse que poderia enviar cópias de raio X e de tomografia (que eu tinha preparado adredemente); ele concordou e desligamos. 

Em meia hora, o Dr. Gildásio me telefonou de volta e deu uma aula sobre o tratamento e recuperação de fratura multifragmentar e exposta do calcâneo. Ele me impressionou pela simplicidade pessoal, e por objetividade e precisão profissionais.

Afora, a tranquilidade e segurança transmitidas em relação ao tratamento correto, recebido no HFA, pela equipe dirigida pelo Dr. Alessandro Crapis, o Dr. Gildásio aduziu que o parafuso grande deverá ser retirado depois que as partes traumatizadas estiverem reconstituídas, o que deve ocorrer a partir de 3 meses da cirurgia ortopédica. De qualquer sorte, ele confirmou que a recuperação é trabalhosa, demorada, requer cuidados especiais e cumprimento rigoroso da orientação recebida.

É imperioso enfatizar que, do conhecimento da existência do médico, ao diagnóstico, em comunicação online, transcorreram menos de cinco horas.

 

Registro essa sequência de informações, motivado pela consciência de que seres humanos há que vivem no limite do que é possível, para cuidar do bem-estar de seus semelhantes e para construir-lhes um mundo melhor.

Enfim, minha admiração, respeito e homenagem ao amigo Paulo Roberto, ao Dr. Alessandro Crapis e ao Dr. Gildásio Daltro, integrantes do universo daqueles que vivem virtuosamente, lançando luzes pelas sendas percorridas.

 

 


6/Set/2023 (4ª. F)

Finalmente, chegou o dia agendado para a conclusão da retirada dos pontos.

Com a ajuda da Laura, Isabel colocou a cadeira de rodas motorizada no veículo Chevrolet Spin — uma operação trabalhosa porque a cadeira pesa mais de 20 kg e a bateria contribui com uns 7 kg. Seguimos pois! Como sempre, Isabel dirigiu com muito cuidado.

Na chegada do HFA, o soldado Tiago ia passando e eu pedi-lhe auxílio para tirar a cadeira do carro e montá-la, lembrando-lhe que, anteriormente, ele já tinha me transportado na cadeira de rodas do hospital.

No ambulatório de ortopedia, fomos recebidos pelo Dr. Crapis e pela interna Dra. Carolina. Relatei-lhes que a cada dia, o transtorno e o desconforto reduziam gradual e lentamente. Os ferimentos laterais não causavam dor, mas o ferimento na parte posterior do calcanhar continuava dolorido em alguns movimentos ou quando encostava em qualquer superfície.

Ante meus questionamentos, o Dr. Crapis prestou os seguintes esclarecimentos:

– a fisioterapia terá início a partir de 10 de novembro; 

– a dor no calcanhar é causada pelo parafuso grande; 

– o parafuso grande deverá ser retirado 6 meses após a cirurgia ortopédica, vale dizer, por volta de abril de 2024; 

– os três parafusos pequenos não serão retirados;

– de 9 de setembro a 9 de novembro (quando voltarei a caminhar), a bota ortopédica pode ser retirada em casa, o pé pode ser apoiado no chão, mas o peso parcial ou total do corpo não pode ser colocado sobre o pé.

 

Adicionalmente, o Dr. Crapis transmitiu a seguinte orientação:

– o curativo deve ser feito em casa diariamente;

– antes de tomar banho, retirar a bota ortopédica e o curativo e, após o banho, refazer o curativo;

– os ferimentos devem ser limpos com gaze embebida em soro fisiológico e, após secar, cobri-los com gaze seca e envolver o conjunto com atadura.

Após essa orientação, passei para a sala de curativos, para a conclusão da retirada dos pontos e novo curativo. Após a retirada do curativo antigo, o Dr. Crapis apareceu na sala, deu uma olhada, declarou que a evolução estava normal e repetiu a orientação para o curativo diário em casa. 

Embora a enfermeira demonstrasse conhecimento do processo, constatei que se tratava de uma pessoa estranha — seu cabelo é pintado de rosa, usa piercing nos lábios e na sobrancelha e treme as mãos quando usa os instrumentos para retirada dos pontos. Ela fez a limpeza dos ferimentos, colocou a gaze e envolveu o pé em atadura. Eu solicitei que ela acrescentasse gaze também no pequeno ferimento do calcanhar. Ela fez de maneira que considero incorreta: não retirou a atadura já colocada e ao invés de colocar uma camada de gaze em seu tamanho natural, acrescentou um bolinho de gaze, e prosseguiu com o envolvimento da atadura. Pensei com meus botões: se aumentar a dor, quando chegar em casa, eu corrijo.

Assim, devidamente orientado e com o otimismo daqueles que estão submetidos às condições de pessimismo, retornei para casa imaginando as atividades a praticar durante dois meses de convivência amigável com as muletas, cadeira de rodas motorizada e cadeira de banho.


 

8/Set/2023 (6ª. F)

Permanecer em casa durante todo o tempo da recuperação, impõe-me alguma atenção à malsinada conjuntura política — a despeito de continuar sem ler esse tema em jornal e sem assistir à TV (fico apenas com futebol e cinema). Por essa razão, saio dos objetivos deste registro de meu infortúnio, para tratar de questão nacional relevante.

De forma geral, a imprensa ignorou a ausência de público nas celebrações da independência neste 7 de setembro de 2023 e, como vem fazendo com reprovável insistência, prefere dar destaque à mal explicada questão das joias envolvendo o ex-presidente Bolsonaro e seu ajudante de ordens, o Tenente Coronel Mauro Cid.

Como já asseverei com insistência, nas interações pessoais, nos âmbitos familiar e dos amigos, não vale a pena discutir, ofender e brigar — como não raro sói acontecer, na atual conjuntura —, contudo é imperioso não abrir mão um átimo sequer dos valores, da crença e da fé que move a evolução resultante da orientação de nossos pais e das boas escolas que frequentamos. 

Nesse sentido, registrar nos meios disponíveis, nosso pensamento e visão, é preciso. A seguir, transcrevo o texto que postei no Facebook dos seguintes jornais: Estadão, da Folha de São Paulo e Correio Braziliense.

 

Na mídia tradicional, nenhuma notícia sobre o fiasco das celebrações da independência do reinado de CorruPTozumba. 

Nenhuma referência aos 11 caminhões com containers carregados de objetos surrupiados dos palácios do reinado de CorruPTozumba. 

Claro, seria imperiosa a referência ao fato de que em 2022, de forma abominável, lideranças políticas, judiciais, empresariais e militares, com o apoio de parcela da população, desencadearam o retorno ao reinado de CorruPTozumba — um estado de distopia, caracterizado pela aceitação de desmandos políticos, gestão econômica catastrófica, corrupção, atuação judicial fora da Carta Magna e risco de socialização. 

E, como consequência, na atual conjuntura, o retorno ao reinado de CorruPTozumba correspondeu ao ingresso no maior retrocesso político, econômico e social da história.

Dúvida não resta! É tão simples quanto a brisa suave que alivia ou o sorriso da criança que enternece; tão complexo quanto a estupidez que ofende e conspurca a realidade; tão hediondo quanto a opção e vocação humanas pelo socialismo que elimina a liberdade, agride a ética e elimina humanos — não importando se nacional-socialismo, socialismo real ou socialismo do reinado de CorruPTozumba.


10/Set/2023 (Dom.)

Hoje, deixei de usar a bota ortopédica em casa. Para tomar banho, retiro o curativo e deixo água e sabão passar sobre os três ferimentos — do lado esquerdo e do lado direito do pé e na parte posterior do calcanhar.

Após o banho, faço novo curativo, envolvendo limpeza adicional e cuidadosa, com soro fisiológico e gaze; depois de secar o pé, coloco gaze sobre cada um dos ferimentos e envolvo o pé com atadura.


A primeira troca de curativo, no dia 10 de setembro, foi feita com primor e eficácia pela querida filha Alessandra. 

 

Em 11 de setembro, ocorreu uma conversa inesperada e desagradável porque a Alessandra disse que ontem “havia esquecido de colocar o soro fisiológico na geladeira”

Eu repliquei de forma irritada que ela “não pode esquecer algo assim, uma vez que na Medicina, algum esquecimento pode ter consequência fatal.” 

Ela asseverou que “eu a acusei do risco de matar gente”, uma afirmação que não corresponde ao que eu falei. 

Ela acrescentou “que eu surtei”

Por óbvio, ela não teve a paciência que um paciente requer; e eu não tive a paciência requerida com a filha muito jovem — e convencida de sua infalibilidade. 

Então, pedi para ela parar o que estava fazendo e sair da suíte; e aí eu fiz o curativo sozinho. 

Foi péssimo eu, como paciente ter reagido de forma impaciente, mas foi bom eu ter encarado, com independência, essa delicada troca de curativo.

 

 

Dormir sem a bota ortopédica tem sido mais confortável. Estou acordando apenas uma ou duas vezes por noite; e não quase de hora em hora como antes.

Essa rotina de troca de curativo vai se repetir diariamente até o dia 9 de novembro.

Até hoje, tenho evitado olhar para os ferimentos e até mesmo fotografá-los. Ora, trata-se de história e imagem vale mais que monte de palavras; então, mudo a abordagem. Quem não quiser ver, feche os olhos — afinal, nem bonito, nem agradável; e até mesmo desagradável.


14/Set/2023 (5ª. F)

Decidi enviar para o Dr. Crapis, fotos e um relato da evolução de minha recuperação, questionando e solicitando orientação.

Releva mencionar que, em meu entendimento, a movimentação do pé deveria ocorrer a partir do início de novembro. Na realidade, essa movimentação deveria começar a partir do dia em que retirei a bota ‘robofoot’. Então, propus ao Dr. Crapis uma sequência de exercícios (movimentos no plano vertical, movimentos no plano horizontal e rotação da ponta do pé) e ele aprovou.

A seguir, são apresentadas a sequência de mensagens e as fotos enviadas via WhatsApp.


 

  

  
 

Evolução da cirurgia na parte interna do pé direito.
Casa em Cima do Mundo – Brasília – 14/09/2023.

Evolução da cirurgia ortopédica no lado externo do pé direito.
Casa em Cima do Mundo – Brasília – 14/09/2023.

Evolução da cirurgia ortopédica na parte posterior do calcanhar.
Casa em Cima do Mundo – Brasília – 14/09/2023.

Parte superior do pé direito.
Casa em Cima do Mundo – Brasília – 14/09/2023.

 

  

15/Set/2023 (6ª. F)

Iniciei os exercícios de mobilização aprovados pelo Dr. Crapis. A primeira sequência foi lenta, cuidadosa e de pequena amplitude. Tendo como referência a ponta dos dedos, fiz os três tipos de movimento do pé direito, com três repetições: movimento no plano vertical, para cima e para baixo; movimento no plano horizontal para a esquerda e para a direita; e movimento circular. Em realidade, para cada movimento, repeti a mobilização algumas vezes para sentir a reação. Não houve dor e, aparentemente, não houve qualquer outra reação.


19/Set/2023 (3ª. F)

De 15 de setembro até esta data, fiz a sequência de exercícios ao acordar e, à tarde, antes do banho. Surpreendentemente, cheguei a 10 repetições para cada exercício; e repeti cada sequência de movimento duas vezes, sem que houvesse reação negativa.

Hoje, ao tirar as ataduras e fazer os exercícios de mobilização, antes do banho, notei que apareceu pus ralo na ponta posterior da cicatriz da cirurgia ortopédica, na parte externa do pé direito. O pus continuou saindo após cada uma das três limpezas com lenço de papel. Isso significa que, daqui para frente, tenho que observar com atenção. Se o processo continuar amanhã, vou fotografar e submeter ao Dr. Crapis.


23/Set/2023 (Sáb.)

De ontem para hoje, dormi um pouco melhor do que nos dias anteriores. A pequena inflamação constatada há quatro dias, deu uma melhorada, não há mais pus. 

Eu comecei a manhã fazendo a sequência de exercícios que, por precaução, deixara de fazer ontem. Fiz dez repetições de cada um dos três movimentos planejados; e em seguida, fiz uma segunda rodada de exercícios. Não houve dor ou qualquer outra reação negativa. 

Vale lembrar que, no século XXI, a Medicina se ampara fortemente na Biologia da crença, o que significa ter pensamento positivo, otimista, bem como ânimo, crença e fé na melhora e na cura. É imprescindível expurgar, ignorar e esquecer o desânimo, a mágoa e a raiva!

As fotos de ontem, 22 de setembro, mostradas a seguir indicam a citada melhora.




 

26/Set/2023 (3ª. F)

O Dr. Crapis me enviou mensagem indagando-me como estava passando. Ao final, ficou acertado que, em 4 de outubro, eu devo comparecer ao HFA para que ele faça uma avaliação presencial, que antes não fora planejada.

A seguir, seguem as mensagens e as fotos de 25 de setembro.

  



Conforme alerta da querida filha Alessandra, é habitual na Medicina, denominar a parte interna de cada um dos pés de medial, e a parte externa de lateral. Então, o que eu chamava antes de parte interna (ou lado interno) do pé direito, chamo agora de medial do pé direito; e o que chamava de parte externa (ou lado externo) do pé direito, chamo agora de lateral do pé direito. Trata-se de um detalhe que contribui para a simplicidade.

29/Set/2023 (6ª F)

A recuperação segue lenta e gradual. Estou fazendo os habituais os três tipos de movimento — vertical, horizontal e circular. A rigor, são quatro tipos, já que o movimento circular é feito no sentido horário e no anti-horário. A sequência completa é repetida três vezes; a primeira compreende dez repetições; a segunda, doze repetições; e a terceira, quinze repetições.

As fotos mostram a situação de ontem, 28 de setembro. Dá para perceber que, na medial, há pequena inflamação na parte superior da cicatriz. Na lateral (onde a cirurgia foi mais recente, i. é, nove dias após a cirurgia da medial), a evolução parece mais adiantada.


 

30/Set/2023 (Sáb.)

Desde 31 de julho, quando caí da escada e fraturei o calcâneo, não saí de casa, a não ser para ir ao hospital. Passei três meses sem cortar o cabelo. Então, no final da manhã, fui à Barbearia Cícero, na SCLRN 714, onde fui atendido pelo Rony nas últimas três vezes. Ele foi embora; então, hoje, tive o cabelo cortado pelo Luciano, barbeiro que já trabalhou no Ministério da Defesa — é bom profissional, bem como comunicativo e cuidadoso no trato.

À tarde, fiz o primeiro passeio no período subsequente à queda da escada. Fui ao Shopping Iguatemi com as queridas Isabel, Alessandra, Laura e Cecília. As filhas providenciaram uma Scooter Elétrica Motorizada, que me permitiu ir ao Cinemark com elas. Vimos o filme Som da Liberdade e depois jantamos na Praça de Alimentação. 

No atinente ao filme, transcrevo o texto que inseri anteriormente neste blog e no Facebook.

 

 

Tráfico de crianças

 

O recém-lançado filme Som da Liberdade tem causado polêmica inexplicável, isto é, explicável para a mídia de esquerda que tudo fez para ignorar e não divulgar a película. Porém, o tema é candente e dramático uma vez que aborda o inominável tráfico de crianças.

Opinei no campo de ‘Comentários do Público’ no portal Google.

 

O filme deve ser visto por todos aqueles que defendem a Liberdade, a Verdade, a Coragem e a Ética.

É preciso lembrar que os socialistas — não importando se nacional-socialistas, socialistas reais ou socialistas de CorruPTozumba — têm se insurgido contra o filme no mundo inteiro.

Ora, é compreensível, já que esses socialistas pensam e agem em favor da supressão da Liberdade, da conspurcação da Democracia, da eliminação da iniciativa privada, da observância do autoritarismo judicial, da prevalência da centralização das ações governamentais e, por último e primordialmente relevante, do assassinato dos opositores (é o caso da Alemanha nacional-socialista, da União Soviética, Cambodja, Cuba e Venezuela, socialistas reais — todos tão admirados e pranteados pelos socialistas de CorruPTozumba).

Enfim, o filme deve ser visto por todos aqueles que defendem as crianças de quaisquer violências, sejam oriundas de simples agressão, de tráfico de pessoas, de tráfico de drogas e de outras formas de ações nefastas e hediondas.

Simples como a brisa suave que alivia e como o sorriso de uma criança que enternece.

Simples assim!

 


O filme é excelente — opinião unânime entre a esposa e filhas. Trata-se de denúncia de um crime hediondo; e de alerta e apelo para que todos se voltem para a defesa e proteção das crianças indefesas.


1º./Out/2023 (Dom.)

A evolução continua gradual e lenta, mas em cada dia, as cicatrizações parecem melhor do que no dia anterior. Ressalva para as pequenas inflamações que surgem fora de cada cicatriz. Elas não parecem consequência das cirurgias; há a tendência de que sejam resultantes de problema dermatológico anterior. Na consulta do dia 4 de outubro, vou questionar o Dr. Crapis sobre essa questão.

As fotos mostram as cicatrizes em bom estado e as inflamações nas proximidades.



4/Out/2023 (4ª F)

Conforme acertado com o Dr. Crapis, compareci ao HFA para avaliação do estado da recuperação das cirurgias na medial e na lateral do pé direito.

O Dr. Crapis afirmou que o estado dos dois lados do pé direito estava satisfatório. A evolução estava melhor do que o esperado. Diante do questionamento das bolhas que surgiram acima das cicatrizes, ele declarou que eram consequência da cirurgia. Em relação aos exercícios de movimentação do pé, relatei as sequências de movimentos e as repetições; e ele aprovou o prosseguimento de acordo com o que estava sendo feito.

Foi determinada a alteração da próxima consulta. Ao invés de 18 de outubro, bastava retornar após completados 90 dias da cirurgia ortopédica na lateral do pé direito, isto é, em 8 de novembro.

9/Out/2023 (2ª F)

Hoje, completam 60 dias da cirurgia na lateral do pé direito.

De quinta para sexta-feira e de domingo para segunda-feira, pela primeira vez, houve retrocesso na evolução da recuperação. Quer dizer, deixou de valer a máxima: “cada dia um pouquinho melhor do que o anterior”.

Os detalhes da situação constatada estão descritos na troca de mensagens com o Dr. Crapis, em que ele orientou para comparecer a uma consulta extra-planejamento no HMab, na próxima quarta-feira.

A seguir, é mostrada a troca de mensagens e as fotos. 

    




11/Out/2023 (2ª F)

Compareci ao HMab, para a consulta com o Dr. Crapis. 

Relatei-lhe que, pela primeira vez, em um pouco mais de 60 dias, houve um retrocesso na evolução da recuperação das cirurgias. De quinta para sexta-feira e de sábado para domingo últimos, a medial e a lateral do pé direito ficaram ligeiramente pior do que no dia anterior. As bolhas com água em volta da cicatriz da cirurgia, com até 1,5 cm de comprimento — afora o aspecto visual preocupante — estão causando aumento do inchaço e dor em qualquer movimento; e, em consequência, parei de fazer os exercícios que vinha fazendo com êxito.

Minha percepção é que o Dr. Crapis ficou um pouco surpreso. Eu questionei se essas bolhas não eram resultado de um problema anterior, que já foi tratado há 3 anos — pequenas bolhas que causavam ferimento mínimo e cicatriz (mostrei os indícios que tenho na perna: pequenas manchas brancas). Ele disse que não parece que a causa desse problema seja o tratamento da fratura; e que não há indícios de inflamação resultante da cirurgia. Enfim, diante da incerteza por ele demonstrada, sugeri que consultasse um dermatologista; ele concordou e fez o encaminhamento.

Fui à Direção e pedi que, se possível, eu fosse atendido ainda hoje na parte da manhã. O Soldado Pedroso conseguiu um encaixe com a Major Doutora Ana Paula — curiosamente, ela foi a dermatologista que atendeu a Cecília, no prosseguimento do tratamento iniciado com o Dr. Joel, com o complexo medicamento para acne, chamado Roacutã.

Relatei o problema dermatológico surgido há 3 anos, a fratura do calcâneo, as subsequentes cirurgias e o agravamento da recuperação com o surgimento das bolhas. A Dra. Ana Paula demonstrou alguma surpresa e dúvida. Disse que prescreveria o remédio (aplicação, de 14 a 21 dias, de Kollagenase com Clorafenicol, pomada destinada ao tratamento de lesões da pele em que é indicado o desbridamento, isto é, a retirada de tecido desvitalizado; e antibioticoterapia tópica em feridas, úlceras e lesões necróticas em geral). A aplicação da pomada deveria ser 2 vezes ao dia, os ferimentos deveriam ficar descobertos e só deveria refazer o curativo com gaze e atadura para dormir. Após a recuperação das cirurgias, eu deveria retornar para nova avaliação e tratamento do problema dermatológico. Enfim, fui medicado sem que houvesse o diagnóstico atinente à causa do surgimento das bolhas.

 

12/Out/2023 (Dom.)

 

Agora mais uma grande crise mundial.

Israel (com 9,4 milhões de habitantes, sendo 6,7 milhões judeus e 1,9 milhões árabes muçulmanos) está localizado no Oriente Médio, na extremidade direita do Mar Mediterrâneo. 

Israel tem a Leste a Cisjordânia (com 3 milhões de habitantes palestinos muçulmanos e 400 mil israelenses (estes dispostos em 230 assentamentos), sob a gestão da Autoridade Palestina; ao Sul, a faixa de Gaza (com 2 milhões de habitantes, muçulmanos sunitas), desde 2007, sob a gestão do grupo terrorista Hamas; e ao Norte, encravados na faixa Leste do território do Líbano, os terroristas do Hezbollah, cerca de 100 mil palestinos xiitas, financiados pelo Irã e pela Síria.

Em 8 de outubro, ocorreu em Israel a dramática e hedionda operação dos terroristas do Hamas. Os agressores atacaram 22 cidades de Israel por ar, por terra e por mar, causando em um primeiro momento mais de 700 mortes e mais de 1200 feridos. Houve assassinatos de crianças, adultos e idosos (em alguns casos, a família inteira), com destaque para o sacrifício de 40 bebês; e de mais de 100 militares, com destaque para um subcomandante e 2 comandantes de brigada.

Israel declarou guerra ao Hamas e está bombardeando continuamente os locais da faixa de Gaza que abrigam pessoal e equipamento desse grupo terrorista.

Passei toda a manhã deste domingo, traduzindo artigos do jornal The New York Times, que caracterizam a terrível falha das Forças Armadas israelenses:

– Ataque do Hamas Levanta Questões Sobre Falha da Inteligência Israelense (Hamas Attack Raises Questions Over na Israeli Intelligence Failure); e 

– Como as temidas Forças Armadas de Israel Não Conseguiram Impedir o Ataque do Hamas (How Israel’s Feared Security Services Failed to Stop Hamas’s Attack)

e artigo do jornal The Israel Times:

– Chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa de Israel Admite Falhas e Promete Investigação; Jura ‘Desmantelar’ o Hamas (IDF Chief Admits Failures and Promises Investigation; Vows to ‘Dismantle’ Hamas).

Enfim, cuidei de absorver ensinamentos militares da área de Inteligência e do campo Operacional. Fiz questão de enviar para os amigos mais voltados para essas questões, no âmbito da turma Marechal Mascarenhas de Morais/AMAN 1972.

 


14/Out/2023 (6ª F)

Como resultado do tratamento prescrito pela Dra. Ana Paula, houve uma ligeira melhora dos dois lados do pé direito, com a ressalva de que pelo menos uma bolha da medial do pé direito continua eliminando líquido continuamente.

 

Evolução da cirurgia na medial do pé direito

Casa em Cima do Mundo – Brasília – 14/Out/2023


 

Evolução da cirurgia na lateral do pé direito

Casa em Cima do Mundo – Brasília – 14/Out/2023

 

16/Out/2003 (2ª F)

O medicamento Kollagenase, prescrito pela Dra. Ana Paula, causou a aceleração da recuperação das cirurgias na medial e na lateral do pé direito, entretanto parece que agravou as bolhas surgidas nas proximidades das cicatrizes. Essas bolhas, quando furadas (naturalmente ou por minha ação), expelem líquido meio amarelado e depois evolui para ferimento. Por essa razão e pelo fato de que as bolhas chegaram até 1,5 cm de comprimento, marquei consulta para o dia 18 de outubro (4ª F) com o Coronel Dr. Joel, dermatologista do HFA, que está prestes a completar 82 anos e continua trabalhando com afinco e generosidade. A propósito, ele atendeu recentemente a Alessandra e a Cecília e o tratamento prescrito foi caracterizado por eficácia e excelência.

 

Evolução da cirurgia na medial do pé direito

Casa em Cima do Mundo – Brasília – 15/Out/2023


 

Evolução da cirurgia na lateral do pé direito

Casa em Cima do Mundo – Brasília – 15/Out/2023

 

18/Out/2003 (4ª F)

Isabel me deixou no HFA e — em sua faina insuperável, nesses dias de minha imobilização e impossibilidade de ajuda em casa — levou Cecília ao HMab para atendimento com a Dra. Ana Paula.

Expliquei ao Dr. Joel meu problema, desde a queda no dia 31 de Julho, até o presente, com ênfase para a questão das bolhas e ferimentos, que tem sido agravados com o passar do tempo. Mencionei a ele a suposição de que a evolução das cirurgias segue na normalidade, porém, o surgimento de bolhas e subsequentes ferimentos no nível da pele parecem ser resultantes de impacto das cirurgias em um problema anterior, surgido há uns três anos que, a despeito de tratamento, ainda não foi totalmente equacionado. Essa hipótese é corroborada pelo fato de que coceira e pequenos ferimentos ocorreram também na cabeça, nas mãos, nas pernas e na genitália.

O Dr. Joel examinou cuidadosamente e afirmou que essa questão deverá ser acompanhada, inclusive após a recuperação das cirurgias. Ele receitou a pomada Verutex B, que ele próprio está utilizando em pequenos ferimentos no tórax, decorrentes da aplicação de nitrogênio em manchas na pele — e que ele receitara para a Alessandra, também para a pós-aplicação de nitrogênio nas costas, em manchas da pele. Ele receitou também o medicamento Hixizine, com o objetivo de coibir a coceira e suas consequências.

Como Isabel teria que acompanhar Cecília na consulta do HMab, depois a levaria à UnB e, em seguida, apanharia Laura na UniCEUB, decidi voltar para casa de Uber.

 

25/Out/2003 (4ª F)

O tratamento com Verutex e com Hixizine teve efeito positivo. Tanto as bolhas nas vizinhanças da cicatrização das cirurgias, quanto as coceiras nas outras partes do corpo se reduziram expressivamente. O Hixizine impacta o sono; sendo que na atual circunstância, positivamente, já que passei a dormir mais e melhor.

Prossegui com os exercícios do pé, aumentando gradualmente a intensidade. A sensação de recuperação cria uma expectativa muito positiva.

 

28/Out/2003 (Sáb.)

Hoje choveu muito e a ventania espalhou água nas áreas externas cobertas. Ao me dirigir para o carro, para sair com a Laura, com o objetivo de acompanhá-la no treinamento de direção, a muleta escorregou no piso úmido da garagem. O pé direito apoiou no piso, causando desconforto e dor.

Mesmo sentido o pé, acompanhei a Laura, no carro, em sua faina de dirigir, durante quase duas horas. Ao chegar em casa, constatei que o pé ficou meio dolorido e travado. Em consequência, não pude fazer os exercícios habituais.


Evolução da cirurgia na lateral do pé direito

Casa em Cima do Mundo – Brasília – 27/Out/2023


 

Evolução da cirurgia na medial do pé direito

Casa em Cima do Mundo – Brasília – 27/Out/2023


1º./Nov/2003 (4ª F)

Depois de 3 dias sem exercitar o pé, retomei os exercícios, com muito cuidado, pois o incidente na garagem forçou indevidamente as estruturas reconstituídas do calcâneo. Vontade, persistência e resiliência devem caracterizar minhas atitudes e procedimentos.

Tenho prosseguido no grande esforço para reduzir a dependência de Isabel e das queridas filhas. Afinal, criei problemas para todas elas, principalmente, para Isabel que assumiu todas as atividades que me cabiam com a utilização de veículo. Enfim, quando menciono isso para amigos, todos são unânimes em afirmar que essa é a essência e a imprescindibilidade da família.

 

7/Nov/2003 (3ª F)

Pela primeira vez, fiz tentativas de apoiar o pé no chão; dei uns poucos passos. Com longos intervalos de tempo, repeti a tentativa de andar umas três vezes. Deu para ver que ainda é cedo para começar a andar. Preciso fazer tentativas graduais de apoiar o pé.

Por sugestão da Isabel, antecipei em um dia a realização da radiografia que deveria fazer amanhã, dia do retorno para a consulta com o Dr. Crapis. Então, aproveitando que nesta terça-feira, Isabel teria que levar a Cecília para exame oftalmológico no HMab, às 11:00 h, fui com elas e fiz a radiografia. Houve excelente apoio do pessoal da direção (com destaque para o soldado Pedroso) e também do laboratório de Raio X — o sargento e a sargenta foram muito gentis, a espera foi pequena e eles me entregaram as cópias e ainda conseguiram o laudo, que normalmente só é entregue 48 a 72 horas depois.

No retorno, constatei que estou contribuindo para agravar as naturais tensões do dia a dia, no ambiente familiar. Ao sair do estacionamento do HMab, Isabel não percebeu a existência do quebra-mola; o carro deu um grande solavanco; eu estava levando a garrafa de água à boca e, no tranco, a água foi lançada no meu rosto, na roupa e nos documentos que estavam na outra mão. A garganta atingida, ficou desconfortável; e o pé bateu com alguma força no piso do carro. Discuti com Isabel; de forma não razoável, ela insistiu em justificar o injustificável; e eu demonstrei excesso de tensão e gritei com ela. Lamentável! Lamentável sob qualquer prisma!

 

8/Nov/2003 (4ª F)

Fui ao HFA para a consulta com o Dr. Crapis. Não consegui apoiar o pé no chão — desloquei-me do carro de Isabel, que me levou, até o consultório, com muletas e com o pé nos ares. Minha consulta não foi devidamente marcada; o encaminhamento não é suficiente, é preciso marcar. A atendente foi muito gentil e prestativa; ela pediu minha identidade, deixou o ambulatório e foi à recepção fazer uma marcação por intermédio da emergência. Por essa razão, a consulta demorou.

Fui recebido pelo Dr. Crapis e pela Dra. Carolina. Expliquei a evolução e especialmente os atendimentos na dermatologia pela Dra. Ana Paula, com a prescrição do Kollagenase e o bom efeito nas cicatrizações das cirurgias e ineficácia nas bolhas surgidas nas proximidades; e depois pelo Dr. Joel, com a prescrição do Verutex, que fez excelente efeito nessa questão das bolhas. Mencionei a batida do pé, em consequência do escorregão no piso da garagem molhado e a interrupção durante 3 dias dos exercícios que vinham sendo feitos com sucesso. Afirmei que no dia anterior, tentei alguns passos cuidadosos, mas deu para perceber que ainda era cedo.

Daí decorreu a seguinte orientação:

–  nos próximos 15 dias (ou 15 a 20 dias) — portanto de 9 a 26 de novembro — caminhar com muletas, apoiando o pé no chão, com uma carga aproximada de um terço de meu peso, isto é, cerca de 20 kg;

– iniciar a caminhada na primeira semana desses primeiros 15 dias — portanto de 9 a 14 de novembro — com bota ortopédica;

– nos próximos 15 dias (ou 15 a 20 dias) — portanto de 9 de novembro a 12 de dezembro — caminhar apenas com a muleta direita, apoiando o pé direito com mais força que nos 15 dias anteriores; o que significa quase marchar, levando para a frente o pé direito e o braço direito e depois o pé esquerdo e o braço direito (com a muleta).

– iniciar a fisioterapia, em princípio duas sequências de 10 sessões;

– radiografia e retorno à consulta em 3 meses, isto é, por volta de 7 de fevereiro de 2024 — nesse sentido, a consulta deve ser marcada no HFA por volta de 23 de janeiro;

– foi alertado que a dor e o desconforto deverão me acompanhar durante um longo tempo.

# ante a indagação de quando será feita a cirurgia para a retirada de um parafuso (os outros três deverão permanecer), o Dr. Crapis respondeu que a cirurgia será depois de 6 meses da cirurgia de 9 de agosto, o que significa que será depois de 7 de fevereiro;

# ante a indagação se poderei voltar a caminhar uma hora, 5 vezes por semana, ele respondeu que provavelmente sim, porém, deve ser considerado que terei perda de capacidade do pé direito e então é provável que não recuperarei a capacidade plena de voltar a caminhar;

Devo lutar com vontade, persistência e resiliência para fazer face aos aspectos negativos resultantes dessa consulta: uso de muletas durante 30 a 40 dias, fisioterapia durante pelo menos 2 meses, demora na recuperação, e possível impossibilidade de recuperação da capacidade plena de caminhar.


Evolução da cirurgia na lateral do pé direito.
Casa em Cima do Mundo – Brasília – 08/11/2023.

Evolução da cirurgia na medial do pé direito.
Casa em Cima do Mundo – Brasília – 08/11/2023.

10/Nov/2003 (6ª F)

Preciso obter apoio do Fusex para fazer as sessões de fisioterapia fora do HMab, em uma clínica localizada próxima de casa, para que, com a redução de deslocamento, eu possa poupar trabalho para Isabel, que está muito sobrecarregada. Então, ontem, agendei para hoje, às 17:00 h, avaliação fisioterápica na clínica Fisioclin, no Setor Hospitalar Norte, em frente à SQN 316. 

Ao final da manhã, compareci à Seção de Fisioterapia do HMab e expus ao chefe da Seção, fisioterapeuta Adriano (que recentemente, tratou de meu ombro, evidenciando elevada qualificação), a expectativa de fazer o trabalho de recuperação requerido fora do HMab. O Adriano não hesitou e lançou no pedido a respectiva autorização. 

Fui à recepção da Direção para obter a guia do Fusex. Pedi ao atendente, Cb Phillip, que verificasse se havia alguma clínica de fisioterapia no CA (Centro de Atividades) do Lago Norte, mais próximo de casa do que a Fisioclin. 

 

O Phillip é um caboclo negro, elegante no trato e qualificado nas questões profissionais. Ele já me atendera algumas vezes antes, por telefone. Então, satisfiz uma curiosidade e lhe perguntei a origem de seu nome — ele disse que foi homenagem de sua mãe ao médico Dr. Phillip, obstetra que a acompanhara durante a gestação.

 

 

O Phillip pesquisou o cadastro de convênio e encontrou a clínica FisioChronos, no Shopping Deck Norte, no CA, a 5 minutos de casa. Não hesitei, telefonei e consegui avaliação para a próxima 13 de novembro (2ª F), às 11:00 h. Enviei mensagem WhatsApp para a Fisioclin, cancelando o agendamento. A guia do Fusex para a FisioChronos ficou pronta, então voltei para casa satisfeito.

 

13/Nov/2003 (2ª F)

Isabel me levou ao Shopping Deck Norte. Saímos de casa às 11:00 h, atrasados portanto!

Ela me deixou no lado direito de quem chega na edificação do Deck. A clínica FisioChronos fica no 4º andar. Desloquei-me uns 30 metros de muletas, apoiando o pé direito, com cuidado, até o elevador; tomei-o e desci no 2º andar de lojas; tive que andar outros quase 30 metros; tomei outro elevador e segui para o 4º andar. Para chegar na clínica, andei cerca de 70 metros; parei algumas vezes e ainda assim cheguei exausto. 

Fui recebido pelo atendente Rodrigo e pela fisioterapeuta Monique. Ela é experiente, foi professora de fisioterapia na UniCEUB e, diante de minha indagação relativa ao jaleco da UnB, ela declarou que está cursando doutorado naquela universidade.

A avaliação durou cerca de uma hora. Inicialmente, relatei a queda da escada em 31 de julho; as duas cirurgias em 31 de julho e 9 de agosto, respectivamente; e a evolução da recuperação até o presente. Em seguida, a Monique examinou o tornozelo, com atenção, fez uma espécie de anamnese e ao final examinou os documentos (radiografia, tomografia e laudos). 

Acessei no celular este modesto diário para mostrar para a Monique a foto da fratura, que Alessandra obteve com o celular, logo após a queda, bem como as fotos da evolução da recuperação. Ela se mostrou surpresa — pareceu até desconfortável! — com a imagem da fratura multifragmentar exposta.

Indaguei-lhe sobre a eficácia dos exercícios que já fiz em casa, da alta hospitalar até o presente, bem como a conveniência da continuidade, da forma como tenho feito, isto é, sequência de 10 exercícios, cada exercício com cerca de 10 repetições. Sendo que essa sequência é repetida 3 vezes, durando por volta de 35 minutos. Esse processo tem sido feito de manhã, ao acordar, e à tarde, antes do banho. Ela enfatizou, com certeza e segurança, que os exercícios foram fundamentais para que eu não tivesse o pé direito completamente travado; e que eu deveria continuar fazendo, de forma concomitante com a fisioterapia.

Ela afirmou que a literatura indica o início da fisioterapia, logo após a cirurgia, o que não foi recomendado pelo Dr. Crapis. Segundo ela, há correntes médicas que adotam procedimentos distintos.

A Monique indicou 3 seções de fisioterapia semanais, ao longo de dois meses; e provável prosseguimento condicionado à evolução da recuperação. Nesta semana, só havia horários na 3ª F, às 7:30 h e 6ª F, às 08:30 h. Nas semanas subsequentes, as sessões seriam na 2ª F, às 11:00 h; na 4ª F, às 10:00 h; e na 6ª F, às 11:00 h.

Então, a programação inicial é:

MÊS

Dia (Sem.) – Hor.

Dia (Sem.) – Hor.

Dia (Sem.) – Hor.

Novembro

13 (2ª F) – 11:00 h

14 (3ª F) – 7:30 h

17 (6ª F) – 8:30 h

[8 sessões]

20 (2ª F) – 11:00h

22 (4ª F) – 10:00h

24 (6ª F) – 11:00)

 

27 (2ª F) – 11:00h

29 (4ª F) – 10:00h

Dezembro

01 (6ª F) – 11:00

[10 sessões]

04 (2ª F) – 11:00h

06 (4ª F) – 10:00h

08 (6ª F) – 11:00

 

11 (2ª F) – 11:00h

13 (4ª F) – 10:00h

14 (6ª F) – 11:00

 

18 (2ª F) – 11:00h

20 (4ª F) – 10:00h

21 (5ª F) – 11:00

Janeiro

05 (6ª F) – 11:00

[12 sessões]

08 (2ª F) – 11:00h

10 (4ª F) – 10:00h

12 (6ª F) – 11:00

 

15 (2ª F) – 11:00h

17 (4ª F) – 10:00h

19 (6ª F) – 11:00

 

22 (2ª F) – 11:00h

24 (4ª F) – 10:00h

26 (6ª F) – 11:00

 

29 (2ª F) – 11:00h

31 (4ª F) – 10:00h

Fevereiro

02 (6ª F) – 11:00

[12 sessões]

05 (2ª F) – 11:00h

07 (4ª F) – 10:00h

09 (6ª F) – 11:00

 

12 (2ª F) – 11:00h

14 (4ª F) – 10:00h

16 (6ª F) – 11:00

 

19 (2ª F) – 11:00h

21 (4ª F) – 10:00h

23 (6ª F) – 11:00

 

26 (2ª F) – 11:00h

28 (4ª F) – 10:00h

[*] Obs. Em 22 de dezembro (6ª. F), seguiremos para o Rio de Janeiro, de manhã.

 

14/Nov/2003 (3ª F)

Acordei cedo, tomei café e aproveitei a carona da Alessandra, que hoje saiu de casa às 7:00 h, levando também Laura e Cecília para a a UniCEUB e UnB. A querida filha, tão assoberbada no curso de Medicina, está se sacrificando para apoiar as irmãs e hoje, de quebra, seu pai.

Alessandra me deixou no acesso lateral direito do Deck, que dá acesso direto ao 2º andar de lojas, onde fica o segundo elevador do prédio. Assim, reduzi o percurso de sorte a chegar antes da hora agendada. Depois de uma caminhada não tão longa, fui surpreendido pela Monique e o Rodrigo, no início do corredor onde fica a clínica — chegamos pois juntos.

Imediatamente, a Monique orientou para que eu me deitasse na cama hospitalar. Ela declarou que hoje faria um procedimento chamado “liberação miofascial”, uma espécie de massagem (deslizamentos, apoios e pressões) com um instrumento metálico, sobre as cicatrizes, sobre as regiões adjacentes e sobre o peito do pé. Não houve dor, apenas uma sensibilidade, às vezes de alívio, às vezes de pequeno desconforto.

 


liberação miofascial consiste em uma técnica preventiva de lesões e alívio de dores musculares, que aplica pressão em alguns pontos do corpo a fim de liberar a fáscia (tecido fibroso que recobre os músculos do corpo) do músculo. Hoje, essa técnica já é comumente incorporada à fisioterapia para relaxar a musculatura.

O que pode causar a alteração da fáscia?

Treinos intensos (overtraining), má postura e até mesmo stress emocional podem provocar a alteração da fáscia, resultando em uma pressão excessiva sobre os nervos e músculos. Essas situações reduzem a elasticidade e flexibilidade muscular, a coordenação e até mesmo o bem-estar. Quando isso acontece, a reação do corpo é a formação de nódulos (chamados “pontos gatilhos”) que acumulam toxinas. Para quem tem uma rotina intensa de musculação, a alteração da fáscia dificulta o bom desempenho nos treinos e torna a hipertrofia mais difícil.

Benefícios da liberação miofascial:

– Alívio de dores crônicas, tensionais, pós-treino;

– Relaxamento muscular; e 

– Maior mobilidade das articulações. 

Além disso, a liberação miofascial também melhora a disposição e agilidade e o rendimentos em séries de exercícios intensas.


 

17/Nov/2003 (6ª F)

Fui para a segunda sessão de fisioterapia, na clínica FisioChronos, com a Monique. Ela prosseguiu com a ‘liberação miofascial’, iniciada no primeiro dia.

Como cheguei atrasado, o processo se reduziu para uns 38 minutos. Durante os deslizamentos, apoios e pressões sobre a medial e lateral do pé direito, conversamos muito. Indaguei-lhe sobre a frequência dos exercícios de mobilização que faço em casa. Ela recomendou que continuasse da forma que eu vinha fazendo, isto é, 3 sequências de 10 exercícios, repetindo cada um 10 vezes. A rigor, eu próprio estou considerando algo exagerado — vou refletir sobre essa questão.

Em face de minha provocação, a Monique recomendou dois procedimentos adicionais:

– realização dos exercícios de mobilização debaixo da água, na piscina; e

– exercícios com caneleira de 1 kg para fortalecimento das pernas, em particular, a perna direira.

 

19/Nov/2003 (Dom.)

Entendo que devo experimentar os exercícios de mobilização habituais durante terça-feira, quinta-feira e sábado. Na segunda-feira, quarta-feira e sexta-feira, faço-os, porém com um pouco menos da metade das repetições de cada exercício. Se eu sentir maior conforto e alguma melhora na evolução da recuperação, manterei esse procedimento.

Como Isabel não conseguiu comprar as caneleiras, improvisei duas com os dois pesos para musculação, de 1 kg cada, inseridos em um pedaço de perna de uma calça jeans antiga — o aspecto de minha invenção não é exatamente agradável, porém é eficaz.

Então, ontem e hoje, fiz sequências de exercícios com as caneleiras, bem como os exercícios de mobilização na piscina. Há um problema adicional: vou atarefar Isabel e as meninas, para tirar o plástico da piscina, retirar as folhas e recolocar o plástico — sobrecarga para quem já está sendo solicitada em demasia.

Pelo sim pelo não, a piscina vai me permitir a substituição das caminhadas diárias, que interrompi desde a queda da escada, em 31 de julho, por natação — essa substituição chegou no momento certo, pois vou exercitar braços, tronco e pernas. Assim, a vida segue ...


21/Nov/2003 (3ª F)

A improvisação das caneleiras com peso de musculação de 1 kg resolveu o problema inicial, porém sua utilização é bastante desconfortável. Telefonei para a empresa Decatlon, no Venâncio Shopping, e encontrei um par de caneleira de 1 kg por R$ 29,90. Isabel comprou-as — são de boa qualidade — e o processo de exercício se tornou senão confortável pelo menos razoável.

Estou seguindo a nova programação, com a sequência de exercícios de mobilização ao ar livre, na terça, quinta e sábado; sequência de exercícios de mobilização na piscina e exercícios com as caneleiras, na segunda, quarta e sexta. Enfim, espero que a recuperação seja a mais eficaz possível.


24/Nov/2003 (6ª F)

Cheguei à 5ª sessão de fisioterapia. A Monique acrescentou exercícios de mobilização. Ela está conseguindo fazer movimentos que não estão incluídos na amostra de 10 exercícios que habitualmente faço em casa; eu não consigo fazer os exercícios que ela faz usando suas duas mãos. Os movimentos estão atuando nos pontos do pé onde há travamento e chegam ao ponto em que ocorre dor. Ela finalizou a sessão, orientando para que eu ficasse de pé, apoiando o peso do corpo sobre os dois pés. A sessão de hoje confirmou a percepção de sua elevada qualificação.


25/Nov/2003 (Sáb.)

Em face da evolução no patamar da normalidade, acrescento as fotos tiradas hoje.


 

29/Nov/2003 (4ª F)

Fui para a sessão de fisioterapia com uma boa sensação no pé direito. Preciso não esquecer que estou ingressando numa fase em que já estou esquecendo que o pé está maltratado e aí é preciso seguir a recomendação de não exagerar nos exercícios de mobilização e nas caminhadas do cotidiano.

Hoje, pela primeira vez, desde 31 de julho, coloquei todo o peso do corpo no pé direito. Ademais, a Monique orientou para fazer uns poucos movimentos apoiando apenas o pé direito no chão. Foi uma conquista, uma vitória.

Este ano de 2023, tem sido considerado o mais quente da história. No Rio de Janeiro a temperatura ultrapassou 40º algumas vezes. Em Brasília, a máxima chegou a 37º; sendo que desdes 1987, quando aqui cheguei, não houve um único dia em que a temperatura tenha ultrapassado 34º. Nesses dias de novembro o período de calor tem sido amenizado, com as chuvas que se tornaram frequentes. A consequência é que tenho conseguido dormir melhor; tenho acordado apenas uma ou duas vezes durante a noite.


01/Dez/2003 (6ª. F)

Estou conseguindo seguir os procedimentos planejados para a recuperação da fratura multisegmentar e exposta no calcanhar e das respectivas cirurgias (a primeira em 31 de julho e a outra em 9 de agosto do corrente ano). Às vezes, parece que há um retrocesso, pois no final da tarde de ontem, por exemplo, houve inchaço e agravamento da sensação de desconforto.

Hoje, amanheci com a percepção melhor, uma vez que o pé direito está menos travado e com volume muito semelhante ao pé esquerdo.

Às 7:15 h, fui para o HMab com Isabel. Ela levou a Cecília; ambas foram coletar sangue para exame laboratorial. Eu fui direto para a recepção da Direção, com o objetivo de obter encaminhamento para os seguintes exames:

– 8 sessões de fisioterapia para o mês de dezembro (dado que as 8 sessões de novembro já foram realizadas);

– colonoscopia (solicitada em julho pelo urologista, Maj Dr Sérgio, e que eu não fiz por causa do acidente na escada) — por sugestão da Isabel, devo considerar a possibilidade de evitar a clínica e fazer esse exame no HFA, pois é de bom alvitre, realizá-lo em hospital;

– ultrassonografias da próstata e do abdome total (também solicitadas em julho pelo Maj Dr Sérgio, e não realizadas);

– psicoterapia para a Cecília (continuação do tratamento);

– 4 ultrassonografias para a Isabel (solicitação da ginecologista, para o acompanhamento anual).

Graças ao habitual atendimento gentil e qualificado do Sd Pedroso, todas as guias do Fusex foram expedidas com eficácia e em pouco tempo.

Isabel me trouxe de volta para casa e, às 10:15 h, me levou para a clínica FisioChronos. Transmiti para a Monique que a recuperação segue lenta, sem dor, mas com a permanência do travamento do calcanhar e com inchaço no final dia. Ela afirmou que a evolução está nos padrões de normalidade.

Na primeira fase da sessão, ela fez a habitual liberação miofascial; e na segunda metade, exercícios de mobilização. Já ao final, a surpresa e alegria: ela determinou que eu fizesse duas sequências de 20 passos no mesmo lugar; pela primeira vez, de forma repetida, coloquei todo o peso do corpo no pé sob tratamento. Ela orientou para repetir esse procedimento em casa, pela manhã duas sequências de passos, e à tarde uma sequência. Ela encerrou a sessão com o movimento de mobilização que eu tenho maior dificuldade (pequena amplitude) e que ainda causa dor, com intensidade, na escala de zero a 10, maior do que 4: o exercício consiste em entortar o pé para a esquerda e para a direita, no plano vertical, perpendicular ao sentido da caminhada.

Essa sessão de fisioterapia foi a que causou maior impacto aparente na recuperação.


4/Dez/2023 (2ª. F)

Por problema da Dra. Monique, a fisioterapia foi cancelada e agendada para amanhã, terça-feira, às 09:00h.

Hoje, fiz a programação de exercícios que deveria fazer na terça-feira. Além das duas sequências de 20 passos, fiz pequenas caminhadas sem muletas, ao deixar as muletas na parede e sentar-me à mesa para almoçar, ao dirigir-me da mesa da ‘lan-house’ para o banheiro e outros percursos curtos. Ao final do dia, o pé inchou e apresentou sinais de travamento. Não posso esquecer: não devo exagerar nem abusar!

 

6/Dez/2023 (4ª. F)

Às 7:30h, Isabel me levou ao HMab. Preciso fazer o exame de sangue, que o Dr. Tavares, cardiologista, pediu na última consulta em abril deste ano. Eu teria que retornar em novembro, mas não foi possível. Agora, a consulta se tornou imperiosa porque, adicionalmente, para fazer a colonoscopia em janeiro de 2024, será pedido o laudo de risco cirúrgico expedido pelo cardiologista.

As sessões de fisioterapia de ontem e de hoje seguiram o planejamento da Dra. Monique. Foram feitos procedimentos de liberação miofascial e de mobilização. Ela intensificou as caminhadas naturais e com esforço diferenciado (apoio na parte de trás do calcanhar, rolamento do pé e apoio na parte da frente — uma espécie de rolamento, como se o pé fosse um mata-borrão).

Em tempo! As gerações atuais desconhecem mata-borrão, então transcrevo aqui o significado encontrado no dicionário do iMac: “mata-borrão. m. 1 papel não encolado, us. para absorver a tinta de escrever fresca ou para outros usos, como chupar a água na filtragem de uma mistura líquida; papel de chupar, papel-chupão, papel mata-borrão.”

Tomei uma decisão crucial: não utilizarei mais as muletas; ou pelo menos tentarei. Ainda ando com alguma dificuldade, mas é preciso enfrentar alguma dor, superar travamentos e vencer o medo. É mais uma conquista, uma vitória! 

Hoje, a querida filha Laura, fez a última prova do ano na UniCEUB e conseguiu êxito na matéria, até agora, mais difícil do curso. Foi uma conquista importante: ela concluiu o 4º semestre (2º ano) do curso de graduação em Educação Física; e entrou de férias. O 5º semestre (3º ano) começa em março de 2024 — portanto, serão quase 3 meses de férias.

 

7/Dez/2023 (5ª. F)

Acordei às 5:10h, porque o horário do café é 5:20h. Dessa maneira, consigo o jejum de 3h para fazer as ultrassonografias do abdome total (abdômen também está certo) e da próstata às 8:50h, na clínica ISO Cardiologia e Exames.

A partir de 7:50h, tive que tomar mais de um litro de água, pois o exame deve ser realizado com a bexiga cheia. O médico atrasou meia hora e, por essa razão, tentei caminhar para aliviar a vontade de ir ao banheiro. Enfim, deu tudo certo. Fiz os exames e recebi os laudos logo depois. 

Uma dúvida surgiu: comparando-se os dados do laudo atual do Dr. Thiago Zacariotto, da ISO com os dados do laudo do HMab de 23/10/2021, constata-se que o volume da próstata diminuiu de 45,5 cm3 para 24 cm3; e o peso diminuiu de 47,7 g para 24 g. O que devo fazer: 

  – Um novo exame? 

  – Questionar o laudo do Dr Thiago na ISO?

  – Levar os dois laudos para o Dr Sérgio, urologista do HMab, que pediu os exames e indagar para ele a razão das possíveis incoerências?

Vou refletir e depois decidir!

Ainda hoje, levantei os dados referentes a exames laboratoriais prostáticos desde 14/11/2012, já que fiz a cirurgia da próstata em 04/09/2012. Os resultados são apresentados na tabela que transcrevo neste texto. Constata-se que provavelmente os dados do laudo do HMab de 23/10/2021 estão em completa dissonância com os dados da evolução de 2012 para cá e, evidentemente, com os dados do laudo do Dr. Thiago Zacariotto. Então minha decisão é levar a questão para o Dr. Sérgio, urologista do HMab.

Dados levantados nos laudos de ultrassonografia e ecografia prostática desde 2012, logo após a cirurgia da próstata. Constata-se que há discrepância muito significativa nos dados da ecografia de 23/Out/2021.

Às 20:00h, fui à Catedral Militar Rainha da Paz, no Eixão Monumental, nas proximidades do Quartel-General do Exército, para encontrar o amigo Marcelo Hermes e, como padrinho de crisma, realizar o treinamento desse Sacramento, que ocorrerá no próximo sábado. A programação consistiu nas seguintes atividades: palavras do Sr. Rodrigo, cidadão compromissado com a programação da Catedral (e que, inicialmente, dada a irretorquível oratória religiosa, pensei que fosse padre), durante 40 minutos; treinamento da solenidade (missa com a respectiva crisma), durante uma hora e 20 minutos; e treinamento da procissão, à qual não assisti (aleguei para o Marcelo Hermes que a situação de meu pé não permitia continuar). 

Voltei para casa de Uber.

 

8/Dez/2023 (6ª. F)

Acordei cedo e Alessandra me levou ao laboratório Sabin, no Shopping Iguatemi, para fazer o coagulograma sanguíneo e assim complementar o exame de sangue feito no HMab. Ela me deixou na garagem, em frente ao elevador de acesso ao Sabin e à academia Body Tech. Esse laboratório surgiu no primeiro semestre deste ano. Suas instalações são primorosas; e o atendimento das funcionárias é de elevado nível.

Estava em jejum. A temperatura no interior das instalações aparentava estar no patamar de 16º ou 17º C. Ao chegar, fui para uma sala com poltronas superconfortáveis, foi tirada a primeira amostra de sangue; tomei 300 ml de líquido incolor com elevado teor de glicose; e aguardei durante 2 horas, ao fim das quais, foi tirada uma nova amostra de sangue. Logo depois da chegada na sala, pedi um cobertor ou algo parecido; uma atendente me trouxe uma toalha enorme, grossa e felpuda, que amenizou o desconforto; depois, por minha solicitação, Isabel me levou um casaco e um par de meias de algodão reforçado. Após a retirada da segunda amostra de sangue (fim do exame), fui para a lanchonete da clínica, onde fui atendido pela Rairla, moça nem linda nem feia, mas gentil, prestativa e muito elegante. Ela me serviu banana, capuccino, biscoito e pão de queijo; além de, a meu pedido, uma caixa com biscoito destinada a crianças.

Isabel me apanhou, voltou para casa, apanhou Cecília e Laura, e me levou para a clínica FisioChronos. A Dra. Monique ficou surpresa por eu chegar sem muletas; disse-lhe que as abandonei de vez; e ela mostrou entusiasmo. Declarei-lhe que só sentia dor em uns poucos movimentos, mas que o pé continuava com travamento e ainda inchando um pouco. Ela alegou que eu era disciplinado, fazia os exercícios com regularidade e precisão em casa e, por isso, hoje trabalharia apenas a liberação miofascial.

Assim, mais uma semana se evanesce e a expectativa de recuperação plena se amplia.

Enviei, a mensagem de Natal para os familiares de Campo Grande e do Rio de Janeiro e para os amigos do Facebook. Depois, enviarei a mensagem para os amigos.

Mensagem de Natal para as famílias de Campo Grande e Rio de Janeiro


Mensagem de Natal para os amigos do Facebook


9/Dez/2023 (Sáb.)

Isabel e Laura acordaram às 5:00h para irem ao Detran, onde estava programada a prova prática de direção veicular da querida filha, para a obtenção da CNH.

De minha parte, acordei por volta de 7:00h e, após o café da manhã, me dirigi para a Catedral Militar Rainha da Paz, onde, como padrinho de Crisma do amigo cientista Professor Doutor Marcelo Hermes, vivenciaria a missa para esse Sacramento da Confirmação, que se iniciaria às 10:00h — houve excesso de zelo pelo responsável pela cerimônia; orientaram para que chegássemos às 8:00h, ou seja, 2 horas antes. Eu cheguei de Uber às 8:30h e o Marcelo Hermes chegou com a esposa Aline e o filho Pedro, que também seria crismado, às 9:10h.

Logo ao chegar, recebi a mensagem da Isabel, informando que havia um erro de sistema na matéria online do Detran, relativa à prova prática de direção da Laura — o horário da era 9:00h. Acusei o recebimento da infausta informação e pensei: sistema não erra, aliás nem existe; entes humanos desatentos ou, às vezes, desqualificados, são os autores do erro.

A cerimônia religiosa começou no horário planejado, com a procissão de acesso ao interior da Catedral. Afora os 130 crismandos e respectivos padrinhos, a aparente pequena Catedral deve ter recebido cerca de 380 pessoas. A missa foi conduzida por Dom Marcony Vinicius Ferreira, Arcebispo do Ordinariado Militar do Brasil (nomeado pelo Papa Francisco em 02/04/2022); e contava com outro Arcebispo, bem como com 4 padres auxiliares.

A missa estava em andamento, mas — valendo-me do problema no pé direito, na maior parte das vezes, eu me mantinha sentado enquanto todos ficavam de pé — eu continuei me comunicando com Isabel por WhatsApp e tomei conhecimento de que havia um excessivo número de pessoas fazendo a prova prática para a obtenção da CNH e a Laura amargou uma espera de cerca de 2 horas o que significou iniciar o evento por volta de 11:00h.

Em relação ao ritual da missa, cumpre destacar dois aspectos primordiais, que a diferenciaram de uma cerimônia usual: o conteúdo da Homilia do Arcebispo Dom Marcony; e a Unção do Crisma.

Na Homilia, durante todo o período oratório, o Arcebispo Dom Marcony enfatizou as elevadas responsabilidades religiosas e vivenciais do crismando e de seu padrinho. Nesse contexto, uma interpretação da síntese de seu pronunciamento comporta as seguintes ideias, inseridas nessas responsabilidades:

- compromisso com valores e crenças humanos (universais e religiosos);

- ⁠reconhecimento do trabalho de todas as pessoas, sobretudo, das mais modestas;

- ⁠agradecimento às pessoas que nos apoiam, mantêm, beneficiam e empurram para a frente;

- ⁠intenção, vontade e decisão para lutar por um mundo melhor para todos;

- ⁠valorização da família instituição responsável pela vida e pela evolução humana;

- ⁠busca do bem-estar e da alegria em todas as ocasiões;

- ⁠respeito às normas, padrões e estatutos relacionados com a liberdade e com a democracia; e

- ⁠inexcedível apego e compromisso com a verdade.

Diante do que foi exposto e de sua atitude pessoal (tom de voz, pausas e gestos), infere-se que o Arcebispo Dom Marcony é um convincente orador. De fato, para um evento de tal magnitude, ele satisfez amplamente todas as expectativas.

 

Pensando bem, posso valer-me de uma singela falta de modéstia, para asseverar que a interpretação que dei à oratória do Arcebispo Dom Marcony está impregnada de meu próprio pensamento, expresso nos diálogos com a família e com os amigos; nos garranchos que costumo escrever — constantes de meus blogs e de mensagens para a imprensa; e até no logotipo de um desses blogs, que compreende um quadrado com 3 faixas horizontais, contendo a primeira, o binômio ‘paz e harmonia’, um objetivo primacial do ser humano, a segunda a palavra ‘democracia’, que é o único sistema social e político, que permite a concretização desse objetivo, e a terceira, o dístico ‘liberdade, verdade, coragem e ética’, que constitui o alicerce básico da democracia. 

Enfim, a interpretação dada às palavras do notável Arcebispo está impregnada dos valores e crenças em que me sustento; e que tento praticar e difundir, como forma de vencer as limitações resultantes da condição humana.

 


Na Unção do Crisma, cada crismando e seu padrinho entraram em uma fila para se dirigir ao Arcebispo. Ao se aproximarem dessa autoridade, o crismando diz o próprio nome e o padrinho coloca a mão direita sobre o ombro do afilhado. O Arcebispo, de mitra e bácula, ungiu o Marcelo Hermes (como similarmente fez com os demais129 crismandos):

– Arcebispo: “Recebe, por sinal o Espírito Santo, o Dom de Deus.”

– Crismando: “Amém!”

– Arcebispo: “A paz esteja contigo!”

– Crismando: “E contigo também!”

O Arcebispo cumprimentou, com um aperto de mão, o crismando e este padrinho, e em seguida, retornamos para o local de origem.

Às 11:20 h, um pouco antes do término da missa, recebi a notícia mais esperada do dia: o resultado da prova prática da Laura para a obtenção da CNH. Bem à sua maneira, ela postou as seguintes mensagens:

— “Deu bom Galera!”

— “Eu fiz a garagem!”

Voltando à cerimônia, a missa de Confirmação terminou. Eu e a família do Marcelo Hermes tomamos um Uber para ir ao restaurante. Eles desistiram de ir ao Complexo Gastronômico Mané, conforme combinado, e acertaram com a cantina Ernesto na SQS 115 (Sul). 

Como ficou complicado para Isabel e as meninas irem a nosso encontro nessa cantina, decidimos, por WhatsApp, que a celebração das vitórias da Laura seria à noite. Ademais, quando estávamos perto do HFA, decidi desistir do almoço com o Marcelo Hermes; a razão: meu pé inchou bastante e estava incomodando muito. Pedi para descer do Uber, sentei-me em um banco, em frente ao hospital e pedi outro Uber. 

Fui parar em casa onde abracei a Laura tão efusivamente quanto pude, e almocei sozinho, pois Isabel e as filhas já tinham terminado a refeição.

À noite, eu, Isabel, Alessandra, Cecília e a sempre contida Laura — hoje tão vitoriosa (término do 4º semestre na UniCEUB, aprovação na prova para CNH e 3 gols no jogo de futsal da Ludus, ontem) fomos celebrar na Pizzaria Fratello Uno. Foi um início de noite agradabilíssimo. Brindamos esse dia especial da querida Laura. Ela é pertinaz, resiliente, lutadora e não desiste jamais; ela merece. Na ida e na volta, Alessandra dirigiu o Honda Civic. Ela dirigiu de forma muito cuidadosa e eficaz.


12/Dez/2023 (3ª. F)

Fui ao HMab para a consulta com o cardiologista Cel Dr Tavares. Relatei-lhe as razões: levar-lhe o resultado dos exames de sangue que ele pedira em abril deste ano e obter o relatório de risco cirúrgico para a colonoscopia pedida pelo urulogista Maj Dr Sérgio. 

O Dr Tavares afirmou que os resultados do exame de sangue estavam na normalidade; que devo retornar em junho de 2024 para a consulta de acompanhamento; e que os exames de cintoligrafia e angiotomografia só deveriam ser repetidos em 2025, passados 2 anos, por causa do risco de radiação. 

Para o relatório de risco cirúrgico, ele solicitou os seguintes exames: sangue, radiografia do tórax e eletrocardiograma. A coleta de sangue e a radiografia eu fiz imediatamente após a consulta. Só não fiz o eletrocardiograma porque o pai da técnica acabara de falecer e ela foi dispensada; deverei fazer esse exame no dia da consulta de retorno, que foi agendada para o dia 20 de dezembro.


16/Dez/2023 (Sáb.)

A peça de teatro que Cecília e integrantes de sua turma apresentariam gerou grande expectativa e, por essa razão, eu, Laura e Isabel estávamos indo para assisti-la na UnB. Ao passar por um sinal, na DF-009 (Estr. Parque Península Norte), contíguo à CAESB do Lago Norte, nas proximidades do Shopping Iguatemi, Isabel, que estava dirigindo o chevrolet Spin a uns 15 km/h, freou e um micro-ônibus de transporte escolar colidiu na traseira de nosso veículo.

O motorista desceu do micro-ônibus e me acusou de ter causado o acidente; ao ser informado que Isabel era a condutora, acusou-a de ser a causadora do evento; e depois retornou ao carro e evadiu-se. Eu e também a Laura fotografamos o micro-ônibus na hora da fuga.

Fizemos o Boletim de Ocorrência digital. Como o Boletim ficou incompleto, fomos à Delegacia de Polícia do CA/Lago Norte e solicitamos à policial de plantão que completasse o BO. Ela nos recebeu de forma cordial e registrou os dados relativos ao acidente.

Como, completadas 24 horas do contato pessoal com a policial de plantão, a nova versão do BO ainda não estava disponível, telefonei para a Delegacia e fui atendido por um policial experiente e muito qualificado. Ele acrescentou alguns dados relevantes, registrou que o motorista cometeu crime e, com base na placa do micro-ônibus (retirada das fotos), obteve os seguintes dados do motorista evasor: nome completo, identidade, endereço completo e os dados constantes do CReLV do micro-ônibus (marca, modelo, ano de fabricação e código Renavam). Ademais, ele orientou para acionar o seguro do nosso veículo, enviar o BO e as fotos.

Telefonei para a seguradora Tokio Marine e o atendente informou que, sendo hoje sábado, eu deveria acionar a empresa seguradora na segunda-feira, para registrar o sinistro e solicitar a liberação da franquia (parcela do orçamento do conserto que pagaríamos, caso o seguro fosse utilizado). Se as informações (BO e fotos) forem convincentes a seguradora pode liberar o segurado de pagar a franquia.

 

17/Dez/2023 (Dom.)

Como no dia da crisma do Marcelo Hermes, na última hora, eu desisti de almoçar com ele e a esposa Aline, Isabel sugeriu que a gente convidasse o casal para almoçar conosco. Assim foi feito, e hoje eles almoçaram conosco.

O almoço preparado por Isabel — bacalhau, como prato principal — estava delicioso. Os diálogos foram permeados de alegria. Foi uma tarde muito agradável para os dois casais e para nossas meninas — duas graduandas na UnB e outra no CEUB. Elas participaram das conversas, especialmente, porque o Marcelo Hermes e a Aline também estão ligados à UnB, ele na condição de professor doutor, e ela como doutoranda.

 

18/Dez/2023 (2ª. F)

Em face da consulta agendada com o cirurgião vascular, a fisioterapia foi transferida de 1l:00 para 19:00 h.

A consulta com o cirurgião vascular foi aconselhada pelo aparecimento de bolhas no pé direito. O medicamento Kollagenase, prescrito pela dermatologista Dra. Ana Paula não resolveu o problema. Já o medicamento Verutex, passado em seguida pelo Dr. Joel causou bom impacto, aliviando e acelerando os ferimentos causados pelas bolhas, mas o bom velhinho recomendou a consulta ao médico especialista em problemas vasculares. A minha dúvida é se essas bolhas decorrem de um processo anterior, com agravamento pela fratura exposta e pelas cirurgias ortopédicas; ou resultam dos traumas da fratura e das cirurgias.

Depois de detalhada anamnese, o médico solicitou o exame Ecodoppler Venoso dos Membros Inferiores (MMII), com o objetivo de verificar se há trombose ou se há varizes nas veias ou artérias internas.

Fiz contato com a concessionária Carrera e agendei para amanhã, a vistoria do veículo chevrolet Spin sinistrado. Em seguida, fiz contato com a empresa Prosseg (por intermédio dessa empresa, ajusto os termos do seguro de nossos carros e a respectiva seguradora) e, com a devidamente orientado pelo agente da Prosseg, telefonei para a seguradora Tokio Marine, fiz o registro do sinistro e solicitei a liberação da franquia. Em princípio, passadas 48 horas da vistoria, eles devem autorizar o conserto dos danos causados pelo motorista evasor. Em relação à liberação da franquia, o processo é mais demorado e a resposta deve ocorrer até 27 de dezembro.

 

19/Dez/2023 (3ª. F)

Levei o veículo Spin na concessionária Carrera do Lago Norte. O gerente Vitor atendeu com uma certa rapidez, fez a vistoria, preparou o orçamento e liberou o veículo. Ele disse que, até meio dia, enviaria o orçamento para a seguradora Tokio Marine e para mim, por WhatsApp.

Fui ao laboratório Iso Cardiologia e Exames para fazer o Ecodoppler venoso MMII. O laudo foi entregue logo após o exame — não há sinais de trombose; em relação a varizes, dúvidas há, o linguajar do laudo não permite a compreensão de leigo; só o médico poderá avaliar e explicar.

 

20/Dez/2023 (4ª. F)

Realizei o eletrocardiograma solicitado pelo cardiologista Dr. Tavares. Na consulta, apresentei-lhe os três exames previamente solicitados: o coagulograma, a radiografia do tórax e o eletrocardiograma. Ele elaborou o relatório de risco cirúrgico para o exame Colonoscopia e substituiu os medicamentos Lipitor 10 e Zetia 10 por Plenavel Eze 10+10. Orientou para suspender o Somalgin 100, 6 dias antes da Colonoscopia e ao ser informado da ocorrência palpitações cardíacas, afirmou que podem resultar de stress; e que devo continuar a observação e se continuar, ele vai alterar o Concardio 2,5 g para 5,0 g.


21/Dez/2023 (5ª. F)

Telefonei para a Prosseg e fui informado de que o conserto estava autorizado pela Tokio Marine, porém a liberação do pagamento da franquia estava em análise e a resposta sairia em 27 ou 28 de dezembro.

Telefonei para a concessionária Carrera e o gerente Vitor disse que as peças requeridas não existiam em estoque. Eles fariam o pedido e avisariam da chegada. Então mencionei que só levaria o veículo para o conserto depois de 4 de janeiro do próximo ano. 


22/Dez/2023 (6ª. F)

Deslocamo-nos para o aeroporto com o taxista Alexandre.

A passagem comprada da Latam previa chegada ao Rio de Janeiro no aeroporto do Galeão (GIG). Na hora do embarque, o documento impresso na box eletrônico da Latam mostrou que o destino no Rio de Janeiro foi alterado Rio para o aeroporto Santos Dumont.

Aí começou uma via crucis, via celular, que durou mais de uma hora e só se encerrou na hora da chamada para embarcar. Sintetizando, obtive o cancelamento do aluguel de carro da Unitas, realizado em outubro de 2023, no Galeão; e consegui contratar o aluguel de carro da empresa Foco, no Santos Dumont.

Na chegada ao aeroporto Santos Dumont, no Rio, Isabel e Cecília tomaram Uber para o deslocamento para o hotel do Clube Militar, no Jardim Botânico. Eu, Alessandra e Laura fomos receber o carro alugado no escritório/garagem da Foco no Catete. Ao invés de alugar um carro manual modesto, durante 11 dias, por R$ 1.800,00, conforme acertado por celular, ainda em Brasília, o atendente nos ofereceu um VolksWagen T-Cross automático intermediário (padrão SUV), por R$ 2.400,00, ao longo de 11 dias. Não houve hesitação, pois em outubro um veículo similar fora oferecido pela Unidas por R$ 7.700,00, em 11 dias.

Dirigi o VW T-Cross em direção ao Hotel do Clube Militar, no qual chegamos umas 2 horas depois de Isabel e Cecília.

Após o check-in e descanso, fomos para a residência de Maria Helena e Cláudio Luiz, na Rua Aníbal de Mendonça, nº 78, em Ipanema. Por óbvio, enfatize-se as alegrias e emoções do reencontro com a sogra, mãe e avó. Embora não reconheça ninguém, Cláudio Luiz aparentou bom estado e expressou até mesmo discreta alegria.

No retorno para o hotel, por volta de 22:30 h, pedi para Alessandra dirigir o VW T-Cross. Foi uma decisão temerária, pois ela não tem experiência em dirigir na cidade do Rio de Janeiro, o VW T-Cross é um veículo alto e largo e, possivelmente, pelo desconhecimento dos limites do respectivo controle do assento, seus pés não alcançavam direito o piso do carro. Contudo, diante da atitude inconsequente do pai, a querida filha Alessandra não desistiu, encarou o desafio com segurança e saiu-se muito bem.

 

23/Dez/2023 (Sáb.)

Diariamente, eu, Isabel e as meninas passamos a seguir a seguinte rotina: café da manhã no hotel; deslocamento para a residência de Maria Helena; antes ou após o almoço, passeio (na praia, no Maracanã, Marambaia, na residência de amigo ou em Shopping); jantar e, após as 22:00h, retorno para o hotel.

Hoje, acompanhei as filhas na ida à praia. Cumpri a orientação da fisioterapeuta no sentido de caminhar na areia — 5 minutos de caminhada, descanso de uns 3 minutos e nova caminhada; perfazendo um total de 20 minutos.

Dirigindo o VW T-Cross, fomos ao Shopping Leblon, cujo estacionamento fica na cobertura da edificação. A despeito da inconveniência — visitar a inexcedível cidade do Rio de Janeiro e passear em Shopping, que se parece até com os equivalentes de Rochedo —, os tempos atuais demandam essa insensatez.

Antes de retornar para o hotel, fomos jantar na Livraria Travessa. Os valores do cardápio não são excessivos e a qualidade da comida é satisfatória.

 

24/Dez/2023 (Dom.)

Fiz a caminhada na praia: quatro módulos de 10 minutos, com intervalo de uns 3 minutos para descanso. Alessandra, cumprindo o papel de filha meiga e amiga sempre presente, me acompanhou, mesmo tendo que andar lentamente, o que não lhe convém. Depois, verifiquei que houve algum exagero na caminhada: o tornozelo ficou mais dolorido e mais travado do que o habitual.

Acompanhados de Mª Helena, fomos jantar no Buffet Flora, na rua Aníbal de Mendonça, quase na esquina da rua Barão da Torre. O restaurante fica a menos de 80 metros do apartamento da sogra; seu espaço interno é minúsculo, mas a comida é razoável. Uma conhecida da Mª Helena entrou no restaurante com o objetivo de devolver uma torta de frango que, segundo ela, estava insuportável, dado que não tinha frango; houve um momento do diálogo em que quase apostei que ela iria jogar o pacote de torta na fuça da gerente; ela não chegou a tanto, mas sua contundência foi suficiente para merecer esse registro.

 

26/Dez/2023 (3a. F)

Relato mais uma vez a caminhada na praia. É um substituto da fisioterapia, que indevidamente, parei de realizar nesses 11 dias, na Cidade Maravilhosa. Desta feita, reduzi para módulos de 5 minutos, com intervalos de 2 minutos. Foi uma boa decisão, uma vez que a caminhada na areia, mercê de esforço e instabilidade, mexe com dois fundamentos básicos de práticas associadas com fisioterapia: a recuperação de força e de equilíbrio — e, nesse sentido, deve-se cuidar de não ultrapassar limites e nem exagerar.

 

27/Dez/2023 (4a. F)

Hoje, ocorreu a visita e almoço na residência dos amigos Amorim e Gabriela, na rua Franz Post, nº 925, em Freguesia, nas proximidades de Jacarepaguá. Fomos de Uber, para poupar meu pé e evitar o trânsito a que não estou acostumado. Foi uma esplêndida tarde. Fiz questão de enviar as fotos tiradas com o distinto casal, seguidas da seguinte mensagem:

Estimados amigos Sra. Gabriela e Amorim,

Permitam-nos expressar nosso privilégio, honra e incontida alegria em sermos recebidos de forma afetuosa, elegante e aristocrática em sua residência.

Tivemos a rara oportunidade de apreciarmos cultura, história e insuperável lição familiar.

Muitíssimo obrigado por tudo que vocês nos proporcionaram. 

Transmitimos para as filhas, em detalhes, a extraordinária tarde que passamos com vocês.

Fraternos abraços,

Isabel & Aléssio

Jantamos na Pizzaria BrazRio, no Jardim Botânico, com Rodrigo, Andrea, Dudu e Lipe. A casa estava cheia e a fila enorme; fomos chamados para sentar à mesa por volta de 22:00 h, cerca de 2 horas depois que chegamos. A interação entre os integrantes das duas famílias — entre os idosos, entre idosos e jovens, e entre os jovens — impediu que espera fosse inconveniente e fatigante. Já conhecíamos a casa, pois há uns 3 ou 4 anos, esse mesmo grupo jantou lá. As pizzas servidas são de qualidade muito boa; exagerando poderia asseverar que são quase do mesmo padrão que as da Fratello Uno, de Brasília.

 

28/Dez/2023 (5a. F)

No final da manhã, telefonei para a Prosseg, em Brasília e obtive a boa nova: a seguradora Tokio Marine liberou Isabel de pagamento da franquia para a recuperação do Chevrolet Spin.

Isabel, Laura, Alessandra e Cecília decidiram visitar o Estádio Mário Filho, o histórico Maracanã — construído para a Copa do Mundo de 1950 e reformado para a Copa do Mundo de 2014 —, e participar do tour, que envolve o museu, o vestiário e a sala de aquecimento dos jogadores, a sala de imprensa e o gramado. Não fui, pois teria que caminhar cerca de 40 minutos, o que por enquanto é definitivamente proibido no processo de recuperação do calcanhar.

As meninas queriam, até mesmo com um pouquinho de ansiedade, jantar no restaurante Alessandro & Frederico. Fomos com Rodrigo, Andrea, Lipe e Mª Helena. Considerando viagens anteriores, é a terceira vez que jantamos nessa casa elegante e de excelente comida. Um indicador da elegância é a vinda às nossas mesas e o cumprimento do Sr. Fabrizio, criador do restaurante, com o qual homenageia os dois filhos, ao dar-lhe os respectivos nomes. Ocupamos duas mesas, localizadas na calçada. Tanto os idosos quanto os jovens puderam dialogar mais à vontade, dado que as mesas eram convenientemente separadas.

 

29/Dez/2023 (6a. F)

Pela segunda vez, fui com a querida família ao Shopping Leblon. Como todo aparato similar, esse universo é objeto de desafio à procura, pela potencialização da oferta. E sobretudo é um risco ao orçamento de qualquer mortal que não esteja incluído no estrato do zênite da pirâmide sócio-econômica.

De forma generosa, aspirava dar um presente para cada filha, o que ultrapassava a promessa — o presente para as quatro pessoas que mais me fascinam era a própria viagem, ampliada, também para atender ao atributo de presente. Alessandra fora convencida a considerar um vestido, Laura decidira por uma blusa e Cecília optara pelos objetos de maquiagem já adquiridos. Fiquei sentado a maior parte do tempo, pois era imperioso poupar o traumatizado pé direito.

Se indagação houvesse sobre a validade dessa visita, hesitação não haveria: o privilégio de observar, na saída do Shopping, da posição superior da garagem do prédio, as estonteantes vistas da Lagoa Rodrigo de Freitas, do Corcovado, abrigando no apogeu, o Cristo Redentor, das demais elevações e das edificações no entorno da Lagoa. Perdemos, quer dizer, ganhamos um bom tempo, observando, fotografando e filmando as imediações e guardando na memória e em meio digital essa parcela pertencente ao que a humanidade convencionou denominar Cidade Maravilhosa.

 

30/Dez/2023 (Sáb.)

Hoje foi um dia de recordação, enlevo e vivência nostálgica. Fomos às proximidades da restinga da Marambaia, onde passamos com as queridas filhas os primeiros 6 anos de suas existências. Fomos direto para o restaurante Bira de Guaratiba, situada nas encostas dessa elevação costeira e que permite, mesmo com o tempo fechado como estava hoje, excelentes vistas da restinga. Vale lembrar que, conforme foi publicado pela revista americana Newsweek, na escolha dos 101 Melhores Lugares para Comer ao Redor do Mundo, 53 famosos Chefes de Cozinha incluíram o restaurante Bira entre os indicados.

Logo ao chegar, pedi para cumprimentar o Bira. Com a habitual forma simplória, ele estava preparando o material para ser cozinhado. Ao me ver, passada mais de uma década, ele não esqueceu e disse: “General, como vai o senhor?” Enfim, revê-lo deve fazer parte do ritual de comparecimento a seu restaurante. 

Pedimos a Moqueca de Robalo e Camarão, com arroz branco e farofa de dendê. Resta agora aguardar a próxima visita ao Rio de Janeiro para voltar a saborear essa inigualável iguaria.

Depois de momentos agradáveis, quase inebriantes, passamos à visita ao CAEx (Centro de Avaliações do Exército), organização militar localizada na restinga da Marambaia, que tive o privilégio de chefiar, de abril de 2003 a março de 2006. Inicialmente, essa organização se chamava Campo de Provas da Marambaia (CPrM); em meados de minha gestão, houve a fusão do CPrM com o CAEx e a denominação resultante passou a ser CAEx. 

A querida e pertinaz filha Laura queria dirigir no Rio de Janeiro, pois fora aprovada nas provas de direção do DETRAN-DF e estava ansiosa para receber a CNH — depois, tomamos conhecimento que ela fora expedida dois dias antes, isto é, em 28 de dezembro. Ela pediu para dirigir e então ao ingressarmos no CAEx, na região residencial, na praia da restinga da Marambaia, ela assumiu a direção do VW T-Cross, deu uma volta na praça das Corujas, contígua à Casa nº 1 (PNR nº 1), onde moramos durante 6 anos, e depois dirigiu-se para a parte superior do conjunto residencial. Percebemos que as edificações do aquartelamento foram fechadas com cerca de tela metálica. Era hora de desapegar do passado, eternizado em nossas memórias e hoje recordado com enorme alegria. Reassumi a direção e dirigimo-nos para Ipanema.

 

31/Dez/2023 (Dom.)

Preparamo-nos para o réveillon. As meninas queriam passar com a avó. Assim foi feito. Foi tudo muito simples, como sói acontecer quando alguém está nas proximidades dos 90 anos e dispondo da maior parte do tempo para cuidar do esposo, também quase nonagenário e com o destino impactado pelas marcas inexoráveis da evolução humana que, nessa quadra, pode impor a vida até mesmo sem a consciência da realidade.

 

02/Jan/2024 (3ª. F)

Por coerência e continuidade, registro a viagem de retorno a Brasília (realizada em janeiro), também no mês de dezembro.

Felizmente, o atendente da empresa Foco informou que o carro alugado poderia ser devolvido na filial da empresa na Ilha do Governador. Da respectiva garagem para o aeroporto, o deslocamento era em microônibus, como parte do contrato celebrado. Nossa previsão rigorosa de horários e a eficácia da empresa Foco permitiu que chegássemos para o embarque com 2 horas de folga, o que resultou em almoço calmo e alívio de tensão e facilidade nas demais atividades.

A viagem Rio de Janeiro-Brasília foi tranquila e pousamos no aeroporto da capital federal uns 10 minutos antes do horário previsto. O taxista Alexandre estava nos esperando. 

Os onze dias passados na Cidade Maravilhosa foram coroados de êxito. Imagino que as meninas curtiram essa parcela das férias de forma muito intensa, de sorte a contribuir para a tranquilidade requerida para quem tinha enfrentado os primeiros dois anos na universidade — desafiantes, porque impactados pela antecedente crise da pandemia do coronavírus.

 

03/Jan/2024 (4ª. F)

Levei o veículo Chevrolet Spin na concessionária Carrera. O Vítor confirmou que, além da autorização do conserto, a Tokio Marine tinha liberado Isabel do pagamento da franquia. Ele disse que as peças necessárias chegariam dentro de 10 ou 15 dias.

 

05/Jan/2024 (6ª. F)

Compareci à FiosioChronos e a fisioterapeuta Monique declarou que o prosseguimento do trabalho requeria equipamentos de propriocepção, que ela não dispunha em sua clínica, e por isso era conveniente que eu procurasse outra empresa para fazer o trabalho de recuperação de forma adequada.


08/Jan/2024 (2ª. F)

Fui à fisioterapia do HMab e fui atendido pela chefe substituta da sessão, Ten Samira. Ela concordou com o tratamento e o agendamento foi ajustado para segunda, quarta e sexta, às 08:50h, com a Ten Daher. Como tenho o exame de Colonoscopia na quarta-feira, dia 10 de janeiro, a primeira sessão de fisioterapia será no dia 12 de janeiro.

 

10/Jan/2024 (4ª. F)

A Colonoscopia solicitada pelo urologista Maj Dr Sérgio, foi agendada para hoje, às 08:30 h, na clínica IBED, que fica no Setor Hospitalar Local Norte (SHLN). 

O preparo do exame é atribulador. Na véspera, deveria me alimentar de forma frugal: pão e água no café da manhã, arroz com frango ou bife no almoço, pão e água no jantar; às 15:00 h, tomar 3 comprimidos de Purgo Leite.

Hoje, dia do exame — afora o jejum de 12 horas, antes do exame — às 03:00, tomei um comprimido de Dramin; às 04:00 h, consumi de 10 em 10 minutos, um copo do complexo Lactulose (200 ml) + Simeticona (15 ml) + água (300 ml); entre 04:30 h e 05:30 h, tomei água, o quanto pude.

A partir de 05:30 h — portanto, 3 horas antes do exame —, permaneci em jejum absoluto, inclusive de água.

Por desatenção, pedi para Isabel me levar para o IMEB, que fica no edifício Dr. Crispim, no início da Asa Norte. Ora, a Colonoscopia é no IBED, no final da Asa Norte, próximo da ponte do Braguetto, que fica muito mais perto de nossa casa. Depois de chamar minha atenção pela falha lamentável, Isabel me levou para o IBED.

A hora chegou. Fui recebido por uma enfermeira muito qualificada e elegante no trato; ela transmitiu a orientação requerida e demais procedimentos para fazer o exame. 

Inicialmente, entrou da sala, o médico anestesista; e depois o médico endoscopista, Dr. André. Ambos demonstraram consideração com este paciente e fina educação no trato. Houve sedação, dormi e quando acordei, ainda um pouco grogue, o Dr André transmitiu informação tranquilizadora sobre as constatações. A enfermeira disse para aguardar sentado na recepção. Em seguida, recebi o laudo, bem como duas amostras de material para biópsia. A despeito da opinião do médico, o laudo do procedimento menciona “pequenos botões hemorroidários sem sinais inflamatórios”, bem como a presença de “diverticulose colônica”. 

Isabel me transportou para o HMab, para obter a guia do Fusex; e depois, me levou para o laboratório Sabin, no Setor de Indústrias (nas proximidades do Shopping Leroy Merlin). Deixei as amostras no laboratório Sabin.

 

12/Jan/2024 (6ª. F)

Hoje, participei da primeira sessão de fisioterapia no HMab, com a Tenente Daher. Ela determinou uma sequência de movimentos voltados para estímulo de força e mobilidade — com a utilização de prancha, faixa de tecido, e halteres de plástico.

Após o término da fisioterapia, segui para a Receita Federal com o objetivo de  complementar a Declaração de Imposto de Renda de Pessoa Física (DIRPF) de 2023, uma vez que por falta dos comprovantes de pagamento de previdência privada para a BrasilPrev, das meninas (esse documento não fora exigido por ocasião da elaboração da declaração, no ano passado), minha DIRPF ficou retida em pendência de malha fiscal. A atendente orientou que deveria fazer Juntada Digital dos comprovantes, no site e-CAC, da Receita Federal, o que fiz quando cheguei em casa.

 

15/Jan/2024 (2ª. F)

Ao me dirigir ao HMab, aproveitei e levei a Cecília para coletar sangue e fiz a fisioterapia agendada. 

Além dos exercícios com a prancha para apoiar e forçar o pé de forma inclinada, com a faixa de tecido e com o halteres de plástico, ambos para arrasto do pé e (ou) dos dedos, a Ten Daher acrescentou dois exercícios com bola. Ressalto que, para exercitar em casa, a prancha, eu improvisei com madeira; e a faixa de tecido, Isabel sugeriu, com argúcia, a utilização de uma toalha de rosto velha. É curioso e incrível que desde a primeira sessão, a Ten Daher não tocou ou sequer olhou para meu calcanhar; quer dizer, até agora, ela não observou o inchaço do pé e as bolhas e, por certo, não constatou as demandas de drenagem e a necessidade de prosseguimento de liberação miofascial.

Depois, dirigi-me à recepção da direção do hospital, obtive a guia do Fusex para a Cecília fazer fisioterapia da mandíbula e ombro, para tratamento da Disfunção Temporo Mandibular (DTM); e segui com a querida filha para a clínica Tractus, no Deck Norte, para agendar a avaliação requerida.


Passamos no Banco do Brasil, que fica pertinho do Deck Norte, e durante uma hora e meia, acertamos as alterações na conta corrente da Cecília. A conta dela não permitia pagamento com cartão de crédito. Seu cartão antigo só possibilitava a retirada de dinheiro e a verificação de saldo no caixa eletrônico. É preciso ter salário ou ser universitário para ter conta com cartão de crédito para compras no ‘crédito’ e no ‘débito’. Então, ela enviou por e-mail o comprovante de matrícula no 5º. semestre da UnB e a conta dela foi convenientemente alterada pela gerente Denita, que agiu com profissionalismo e eficácia.


18/Jan/2024 (5ª. F)

A partir de hoje, passei a fazer fisioterapia terça-feira e quinta-feira na clínica Tatctus com o fisioterapeuta Eduardo — o que significa 5 sessões semanais. A primeira impressão é que o Eduardo age com maior eficácia do que a Monique, da FiosioChronos e do que a Ten Daher, do HMab.

Obtive os laudos da biópsia feita no laboratório Sabin. Apenas para relembrar: por ocasião da colonoscopia de 10 de janeiro, os médicos informaram que o resultado é tranquilizador, porém o laudo do procedimento menciona “pequenos botões hemorroidários sem sinais inflamatórios”, bem como a presença de “diverticulose colônica”. No laudo da biópsa, é citado um “leve infiltrado inflamatório linfoplasmocitário”. Só o médico solicitante poderá esclarecer o significado e as consequências dessas constatações.

Tentei agendar a consulta de retorno com o urologista Dr. Sérgio, mas ele se encontra de férias e deve retornar no início de fevereiro. Então, tentarei a remarcação em 26 de janeiro.

 

22/Jan/2024 (2ª. F)

Depois da fisioterapia no HMab, eu, Isabel, Alessandra, Laura e Cecília fomos à agência ao Banco do Brasil no CA/Lago Norte, para resolver pendências das contas correntes. Eu precisava cancelar as contas conjuntas com as meninas, já que depois que elas completaram 18 anos, cada uma abriu sua própria conta. Acertei com Isabel a manutenção de nossa conta conjunta, mas ela deveria reativar sua conta individual para ter o próprio meio de investir suas economias. Em princípio, tudo foi resolvido.

Hoje, fiz caminhada na grama e o pé ficou mais dolorido e mais travado. Então, segui a recomendação da fisioterapeuta Ten Daher, no sentido de colocar gelo no pé três vezes por dia. Aparentemente, reduz o desconforto.


24/Jan/2024 (4ª. F)

A primeira atividade foi levar o chevrolet Spin da Isabel na concessionária Carreira para o conserto da batida causada pelo micro-ônibus de transporte escolar na traseira do veículo.

Voltei e recebi o encarregado de construção civil Teobaldo e seu irmão Tim para começar os serviços de manutenção previamente ajustados em nossa Casa em Cima do Mundo. Os seguintes aspectos serão objeto de correção:

– infiltração na calha contígua à suíte do casal;

– infiltração na calha contígua à churrasqueira;

– infiltração no pilar da garagem;

– infiltração na parede da suíte da Cecília;

– aplicação de rejunte no vaso sanitário do banheiro da suíte da Cecília;

– substituição de cerâmicas no banheiro da suíte da Laura;

– limpeza em todas as calhas da cobertura, com as respectivas correções de vazamento;

– eliminação de ruído na boia da caixa d’água;

– substituição de reparo de válvula de descarga no banheiro da suíte do casal e no banheiro da suíte do pavimento térreo.

O orçamento ajustado foi R$ 2.500,00 e o prazo de execução foi 5 dias úteis.

Em face da orientação para a execução dos serviços, cancelei a fisioterapia desta quarta-feira.

 

31/Jan/2024 (4ª. F)

Na primeira hora da manhã, fui para o HMab para a habitual fisioterapia. Antes do início da sessão, fiz a radiografia do pé direito.

À tarde, comparecei ao HFA para consulta com ortopedista Dr. Crapis. Mencionei a evolução gradual, contudo seguem as dores ao apoiar o pé no chão e caminhar na forma natural (é preciso fazer essas duas ações de forma lenta e cuidadosa), o travamento e o inchaço.

O Dr. Crapis declarou que minha recuperação está acima da média para casos semelhantes. Ele considera a evolução muito satisfatória. Marcou retorno para final de abril ou maio, com o objetivo de reavaliação e agendamento de cirurgia para retirar o parafuso maior. Afirmou que serei liberado no dia seguinte à cirurgia (ou no mesmo dia?); e poderei caminhar em menos de 48 horas.


01/Fev/2024 (5ª. F)

Fui à consulta com o urologista Maj Dr Sérgio. Segundo o médico, os problemas relatados nos laudos dos exames de sangue, Colonoscopia e Ultrassonografias do abdômen e próstata não são preocupantes; em minha idade, são problemas esperados. Portanto, não há o que fazer. Apenas voltar dentro de um ano.

 

02/Fev/2024 (6ª. F)

Depois da fisioterapia no HMAB (Hospital Militar de Área de Brasília), com a Ten Daher — que segue na normalidade, isto é, exercícios para força, mobilidade e equilíbrio —, levei Cecília à clínica Reabilitação Total para avaliação de DTM. Ela foi recebida pelo fisioterapeuta Giovani, especialista em DTM. Ele fez uma espécie de anamnese e depois determinou que ela se sentasse na maca para o exame de toques nos locais afetados — ombros, mandíbula, região contígua aos ouvidos e interior da boca; o objetivo era avaliar com precisão os locais onde ela sentia dor. Pareceu um exame cuidadoso e completo; o Giovani causou impressão muito boa; e como pedimos três sessões semanais, ele agendou o tratamento para 2ª feira, 4ª feira e 6ª feira, às 11:00 horas da manhã.

 

05/Fev/2024 (2ª. F)

Após a fisioterapia com a Ten Daher, tive êxito em agendar:

– o periodontista Maj Dr. Stehling para mim; 

– a periodentista 1º Ten Dra. Julien para Isabel (apesar do nome francês masculino Julien, ela é dentista mulher); e 

– a periodentista 1º Ten Dra. Mariana Cruvinel para a Cecília.

Ademais, fui orientado pela Chefe da Seção de Odontologia para agendar periodontista para a Alessandra e Laura, pelo sistema de marcação online.

Agendei também a ginecologista Maj Dra. Mariana para a Alessandra.

Às 19:00 h, fui para a consulta oftalmológica agendada com Dra. Bruna, porém, como ela está grávida, precisou ser dispensada. Ante minha educada ponderação, a sargento atendente tomou a iniciativa de pedir ao 1º Ten Dr. Rafael que me atendesse. Ele diagnosticou catarata e fez encaminhamento para o cirurgião especialista em Catarata, Dr. Rafael Nery e solicitou o exame de mapeamento da retina.

 

07/Fev/2024 (4ª. F)

Consegui antecipar em uma hora a fisioterapia com a Ten Daher, para comparecer à sessão com o periodontista Maj Dr. Stehling. Ele se mostrou muito experiente e altamente qualificado na arte de comunicação de cada passo do que está fazendo; retirou tártaros, fez limpeza e avaliação do estado dos dentes. Pedi encaminhamento para protético por causa de supostas quebras de massas dentárias, mas ele afirmou que não havia necessidade. 

Diante da constatação de que o Dr. Stehling era desenrolado, prático e eficaz, eu lhe perguntei se poderia agendar as sessões de periodontia para a Alessandra e Laura. Ele não hesitou e para a Alessandra, agendou sessão com ele próprio; e para a Laura, com a 1º Ten Dra. Mariana Cruvinel.

 

09/Fev/2024 (6ª. F)

Ao terminar a fisioterapia, telefonei para Alessandra lembrando-lhe a sessão de periodontia. Acertei com ela que voltaria para casa, com a finalidade de apanhá-la. Chegamos atrasados no HMAB e quando estávamos passando no corredor em frente à recepção da Sessão de Odontologia, a querida filha foi chamada pelo Dr. Stehling — que sorte!

 

16/Fev/2024 (6ª. F)

Como habitualmente, fui para a fisioterapia, voltei para casa, levei Cecília para a clínica de Reabilitação Total e finalmente passei na Carreira para ver o estado do veículo chevrolet Spin. Surpresa! Estavam finalizando a limpeza; o carro estava pronto. Combinei que à tarde iria com Isabel receber o carro.

Assim foi; após o almoço, voltei com Isabel para a concessionária e ela voltou dirigindo. O padrão do serviço foi ótimo.

 

19/Fev/2024 (2ª. F)

Na semana passada, período de carnaval, na segunda-feira, terça-feira e quinta-feira, fiz fisioterapia em casa, com os instrumentos que improvisei; na sexta-feira, voltei à sessão de fisioterapia do HMAB; e no sábado e domingo, decidi descansar.

Ocorreu o inesperado: no domingo e ao amanhecer de segunda-feira, o pé passou a doer, mesmo em caminhadas lentas e cuidadosas. Teria sido o esforço para ajudar a Laura a lavar o carro da Alessandra domingo de manhã? Eu que pretendia ficar sentado no banco de plástico, observando a querida filha, envolvi-me em idas e voltas, da garagem ao local de controle hidráulico e elétrico de água na mangueira; caminhada e agachamento para correção da tubulação de água que estava com vazamento; demonstração para a filha Laura como fazer isso e aquilo. Enfim, de nada adiantou, ficar dois dias sem exercício de fisioterapia!

 

20/Fev/2024 (3ª. F)

Isabel foi com a Laura ao CEUB e depois levou Cecília ao HMAB, para coleta de sangue. Relataram-me que até a universidade, a querida Laura foi dirigindo o chevrolet Spin e aí ocorreu o inusitado: ela atropelou um cachorro e estragou o para-choque frontal. Esse veículo está fadado a surpresas inesperadas.

Foi feita a limpeza da fossa de nossa casa pelo profissional Cleber, da empresa Atala Desentope Tudo. Sentado no banco de plástico laranja, assisti ao trabalho e conversei com o Cleber. Ele relatou que cinco anos atrás, o proprietário da Atala caiu de uma altura de 3 metros, bateu a cabeça e faleceu imediatamente. Lembrei da recente queda dessa mesma altura, de uma moça aqui em Brasília; ela também bateu a cabeça e faleceu. Pensei na minha própria queda: caí na vertical e todo o esforço recaiu sobre o osso calcâneo, do calcanhar — tive sorte, não devo me entristecer ou indignar com o longo e gradual processo de recuperação; antes, devo ter calma, paciência e pertinácia.

 

21/Fev/2024 (4ª. F)

Seguindo a programação de segunda, quarta e sexta, fiz a fisioterapia no HMAB com a supervisão da Ten Daher. Ela tem aumentado gradualmente a carga de trabalho, enfocando os três aspectos fundamentais: mobilidade, equilíbrio e força.

Isabel recebeu o resultado da Ultrassonografia, cujo laudo indicou neoplasia benigna do ovário (CID D27) e cisto folicular do ovário (CID N83). Será necessário procedimento para eliminação dessas alterações. O HMAB não faz essa cirurgia e o centro cirúrgico do HFA está em reforma. Então, foi dado início ao processo para realização da cirurgia no Hospital Home, sob os auspícios do Fusex.

 

27/Fev/2024 (3ª. F)

Fiz o mapeamento de retina com o oftalmologista Dr. Rafael. Não há alterações na retina. Ele disse que há suspeita de glaucoma e fez o encaminhamento para consulta 


01/Mar/2024 (6ª. F)

Compareci ao HMAB para a fisioterapia e aproveitei para fazer o agendamento da consulta de retorno da Alessandra à ginecologista Dra. Mariana.

 

04/Mar/2024 (2ª. F)

Depois da fisioterapia no HMAB, apanhei a guia para a fisioterapia da Cecília na clínica Recuperação Total. Tentei apanhar o processo de cirurgia da Isabel, mas só ficará pronto na próxima semana.

À tarde, voltei ao HMAB para a consulta com o cirurgião de catarata, oftalmologista Dr. Rafael Nery. A consulta foi rápida e eficaz. Ele fez o exame com o instrumento requerido, constatou a catarata e a necessidade premente de cirurgia; solicitou consulta ao anestesista bem como 8 exames pré-operatórios. Ele sugeriu o adiamento da consulta ao especialista em glaucoma e respectivos exames, prescritos pelo oftalmologista homônimo que me atendeu no dia 5 de fevereiro.

 

06/Mar/2024 (4ª. F)

Depois da fisioterapia no HMAB, apanhei o laudo do exame de mapeamento de retina e a guia do Fusex para os exames oftalmológicos pré-operatórios da cirurgia de catarata. 

Subsequentemente, fiz uma sequência de visitas a lojas comerciais. Comprei parafusos e brocas de aço para corrigir a válvula de descarga do banheiro do casal — só consegui na terceira loja de ferragem visitada. Comprei duas pastas para árvore genealógica que darei às meninas — para isso, tive que passar em duas papelarias.

Por último, imprimi fotos na loja Brito’s. Como habitual, fui bem atendido pelo Wellington. Conversamos bastante. Ele relatou que recentemente caiu da moto, quebrou uma vértebra da coluna e teve um ferimento de uns 15 centímetros no braço. Fiz questão de declarar-lhe que quando estava na Brigada Paraquedista, tive moto durante dois anos. Após a terceira vez em que quase fui atropelado por caminhão ou ônibus, vendi a moto; três avisos foram suficientes. Ele disse que venderá a dele. O aviso recebido foi suficiente, especialmente, porque é casado e tem uma filha pequena.

As caminhadas não fizeram bem para meu calcanhar. Agravou o travamento, a dor e o desconforto para andar. Desistir jamais! Preciso planejar melhor a sequência e a intensidade da fisioterapia e das caminhadas. Evolução gradual e equilíbrio são fundamentais.

 

08/Mar/2024 (6ª. F)

Ontem, o motor Rossi que, mediante acionamento por controle remoto, abre e fecha o portão de veículo da garagem da casa, parou de funcionar. Na volta da fisioterapia no HMAB, telefonei para a empresa do Menezes (que em outubro de 2023 substituiu o capacitor do sistema eletrônico de comando do motor Rossi) e ele enviou o técnico Fernando para fazer o conserto. Ele constatou falha na placa eletrônica denominada Central de Comando; substitui-a e fez a fixação e solda do tubo metálico onde rolam as carretilhas situadas na parte inferior do portão. Valor do serviço: R$ 390,00, com garantia de um ano.

 

09/Mar/2024 (Sáb.)

Fui ao HMAB para consulta com o anestesista Cap Dr. França. Não é o que se pode chamar de um médico gentil. Ele expediu o laudo de risco para a cirurgia de catarata.

Depois, fui à papelaria Artshop, no SIG (Setor de Indústrias Gráficas) para comprar pasta com 20 envelopes transparentes, cartolinas e folhas A4 transparentes.

 

03/Abr/2024 (4ª. F)

As cirurgias de catarata foram agendadas para o dia 6/Mai (2ª. F) e 13/Mai (2ª. F), respectivamente, no HMAB, com o cirurgião oftalmologista Dr. Rafael Nery.

A 3ª. cirurgia do calcanhar para a retirada de um parafuso do calcâneo foi agendada para o dia 22/Mai (4a. F), no HFA, com o cirurgião ortopedista Dr. Alessandro Crapis.

Estou fazendo caminhadas de curta duração. Comecei com 5 minutos, durante 4 dias; passei para 8, depois para 10, até chegar aos 15 minutos, sempre durante 3 a 5 dias por semana, em cada tempo citado. Obviamente, vou interromper na véspera da 1ª. cirurgia de catarata; e só retomarei após a 3ª. cirurgia do calcanhar.

 

06/Mai/2024 (2ª. F)

Conforme o agendamento, foi realizada a cirurgia de catarata no olho direito. O procedimento é simples e durou cerca de 20 minutos. Retornei para casa em menos de uma hora após o procedimento cirúrgico. Começou o processo de aplicação de 3 colírios, diariamente, em horários distintos, o que se prolongará por 30 dias.

Os colírios são: Maxiflox, Facoba, Prednisolona e Cetrolac MD.

 

13/Mai/2024 (2ª. F)

Hoje, foi realizada a cirurgia de catarata do olho esquerdo. Repetiu-se a simplicidade da cirurgia anterior. Entretanto, a aplicação de colírios tornou-se mais complexa, pois as intervenções separadas por uma semana tem procedimentos distintos para a aplicação de colírio em cada um dos dois olhos. 

Minha sogra Maria Helena e meu irmão Agton fizeram essas cirurgias recentemente e declararam que “A aplicação de colírios é muito chata!”. Declarei que, a rigor, eles estavam elogiando o procedimento. Eu fiz uma tabela muito adequada, porém, mesmo com essa medida supostamente eficaz, errei várias vezes o horário ou o tipo de colírio a ser aplicado.

Fiz a opção pela Lentre IntraOcular (LIO) fornecida pelo Fusex, que é importada dos Estados Unidos e de boa qualidade; porém, sendo uma LIO standard, essa opção impõe que continuarei utilizando óculos — o que será prescrito 30 dias após a segunda cirurgia.

Poderia ter optado por uma LIO que corrige todos os meus problemas oculares (miopia, vista cansada e astigmatismo). Contudo, optei pela LIO fornecida pelo Fusex pelos seguintes argumentos: (i) razão vital — dado que já tenho 75 anos de vida, uso óculos desde 17 anos e o óculos está incorporado à minha imagem; (ii) razão fisiológica — haja vista que o processo de decadência continuará, com agravamento, à medida que o tempo se esvai, e existe a possibilidade de voltar a usar óculos, em um processo natural; (iii) razão financeira, uma vez que convênios não cobrem o valor da LIO de alto padrão, que varia entre R$ 20.000,00 e R$ 30.000,00.

 

22/Mai/2024 (4ª. F)

Fui para o HFA para realizar a 3ª. cirurgia do calcanhar para retirada de um parafuso — o maior dos quatro que estava com a cabeça fora do calcâneo (entre este e o tecido do calcanhar) e passou a incomodar. 

A cirurgia foi rápida e simples, porém deu para perceber que os cuidados pós-operatórios demorariam uns 20 a 30 dias, ou seja, mais tempo do que o esperado.

Cirurgia para retirada de um dos 4 parafusos que foram implantados no calcâneo.
Clínica Ortopédica do HFA – 22/Mai/2024.


23/Mai/2024 (5ª. F)

Em face dos problemas resultantes da cirurgia de catarata, enviei a seguinte mensagem, via WhatsApp, transcrita a seguir para o Dr. Rafael Nery. 

Permita-me as seguintes informações: 

1) Em 6/Mai, fiz a cirurgia de catarata do OD;

2) Em 13/Mai, fiz a cirurgia do OE;

3) Na consulta de avaliação de 13/Mai, afirmei que não estava enxergando bem com nenhum dos dois olhos — eu estava usando meus óculos MULTIFOCAIS especiais, com tela de cobertura escura;

4) Quando cheguei em casa, por sugestão de pessoa da família, passei a usar os óculos de segurança escuro antigo, SEM GRAU;

5) À noite, ao assistir a TV, percebi que estava enxergando bem, ou seja, a miopia se reduziu, chegando a quase zero — retirei os óculos escuro SEM GRAU e enxerguei melhor as imagens de TV;

6) Perto, não enxergava bem com os citados óculos MULTIFOCAIS, nem com os óculos SEM GRAU;

7) Testei os óculos da esposa, para perto, com grau ≈ 3 vezes maior do que o grau do MULTIFOCAL e passei a enxergar com clareza as informações de celular e de livro;

8) Inferência de 13/Mai: as LIOs reduziram a miopia a quase zero e ampliaram o grau para perto em cerca de 3 vezes;

9) Em 20/Mai, a percepção se manteve: miopia talvez um pouquinho maior, mas ainda próxima de zero; a visão para perto apesar de uma pequena melhorada, continuou com grau elevado;

10) Hoje, 23/Mai, mantenho essa percepção do dia 20.

Ontem, 22/Mai, fiz a 3ª. cirurgia do pé direito e, ao chegar em casa, precisei voltar a usar muletas — o impacto da retirada de parafuso foi maior do que o esperado.

Em face do que foi exposto, gostaria de cancelar a consulta prescrita pelo senhor e agendada para amanhã, 24/Mai.

Entendo que, SALVO EXPRESSA DETERMINAÇÃO SUA, CONTRÁRIA, devo continuar seguindo todas as orientações já recebidas e só voltar à consulta prevista para o dia 13/Jun (guias do Fusex, já recebidas).

 

13/Jun/2024 (5ª. F)

Na consulta agendada com o Dr. Rafael Nery, relembrei os fatos narrados na mensagem de 23/Mai.

Evitei fazer as reclamações que pretendia, relativas à falta de informação antes da realização das cirurgias e que ficou caracterizada na citada mensagem. Apenas mencionei que não conseguia ler nem utilizar computador e celular.

O médico declarou que a evolução estava satisfatória, transmitiu orientação relativa aos cuidados com os olhos, prescreveu o novo óculos e mencionou que eu deveria retornar no prazo de um ano. 

 

23/Jun/2024 (Dom.)

Aguardei 40 dias para receber os novos óculos (30 dias obrigatórios de recuperação e 10 dias para a prescrição, encomenda e recebimento dos óculos). Durante esse período, enfrentei dificuldades para ler, utilizar o computador e utilizar o celular. Para as questões imperiosas, usei uma lente de 10 cm de diâmetro que possuía há muito tempo. Enfim, afora a complexidade de aplicação de colírios, passei momentos extremamente desconfortáveis pela ausência dos óculos.

O que aconteceu? A LIO utilizada corrigiu a minha miopia. Anteriomente, esta compensava cerca da metade do grau da vista cansada. A ausência da miopia fez com que a compensação da vista cansada deixasse de existir; e como a LIO não corrige vista cansada, o grau correlato dobrou, impedindo as atividades já citadas, ou seja, leitura e utilização de computador e celular.

A decisão de economizar e não adquirir lentes de alto padrão — encomendei dois novos óculos com lentes marca Haytek (em lugar das recomendadas Hoya, Varilux ou Zeiss) — causou um problema imprevisto. Passei a ter dificuldade de trabalhar no computador: tinha que elevar a cabeça, como se estivesse olhando para o alto (em um ângulo de cerca de 20 graus acima da horizontal). 

Enfrentei um intensa e, inicialmente, ineficaz luta com a empresa American Optica, na 316 Norte, onde adquiri os óculos. Então, tive sorte, identifiquei o representante comercial da empresa fabricante das lentes Haytek — Sr. Richardson Barbosa. E dessa forma, o conluio do comerciante vendedor com o fabricante resultou na substituição das lentes dos dois óculos que tinha adquirido. Fui informado de que os novos óculos vieram com lentes de melhor padrão; e devido à garantia, sem custo adicional.

A decisão de fazer a cirurgia do calcanhar na mesma época das cirurgias nos olhos foi acertada. O desconforto foi enfrentado no mesmo período. E que desconforto!

Retomei as caminhadas. Recomeço do processo, ou seja, menos de 10 minutos por dia, durante quatro dias por semana.


05/Jul/2024 (6a. F)

A evolução do pós-operatório relativo à 3ª cirurgia do calcanhar prossegue de forma satisfatória. A fisioterapia doméstica e as caminhadas têm contribuído para essa evolução. A tríade Vontade, Energia e Fé são fundamentais para o processo.

Evolução satisfatória da 3ª. cirurgia do calcâneo.
Uma vitória se consolida – 5/Jul/2024.

31/Jul/2024 (4a. F)

A partir do final de junho e durante o mês de julho, planejei e realizei as seguintes atividades físicas, voltadas para a recuperação do calcanhar:

Caminhada — inicialmente 10 minutos no início da manhã; e a cada semana subsequente, ampliava 5 ou 10 minutos, de tal sorte que no final de julho, cheguei a 50 minutos

               segunda, quarta e sexta-feira.

Fisioterapia doméstica — com a repetição de cerca de 75% dos exercícios aprendidos na fisioterapia do HMab, com alguns equipamentos que improvisei em casa + + musculação dos braços e tronco (com halteres e outros meios)

               terça, quinta-feira e sábado.

Hoje, completei um ano da queda da escada. Fiz caminhada e gravei um vídeo que enviei para o Dr. Crapis. Reproduzo o texto da gravação.

“31 de julho de 2024 — precisamente um ano depois que caí da escada, em nossa casa, e fraturei o calcanhar! 

Em realidade,  fraturei o calcâneo em quatro pedaços. 

Fui levado para o Hospital das Forças Armadas, o HFA. Fiquei 9 ou 10 dias internado; fiz duas cirurgias [a rigor, o médico cirurgião ortopedista as realizou], incluída a colocação de 4 parafusos no calcâneo. 

O médico é o Dr. Alessandro Crapis, cirurgião ortopédico qualificadíssimo e que, naturalmente, é o responsável pela minha volta a essa possibilidade de caminhar — ressaltando o fato de que não recuperarei todas as faculdades do pé direito, porém, chegarei onde é possível nessa circunstância. Seguramente, voltar a caminhar 50, 60 minutos por dia é uma grande vitória e uma excelente perspectiva para o meu futuro. 

Então, que fique aqui gravada neste vídeo essa perspectiva animadora, otimista e que me faz continuar a luta por um mundo melhor para todos os seres humanos!”

A resposta do Dr. Crapis foi elegante. Reproduzo-a.

“Bom dia, general!

Recebo esse vídeo com muita alegria. Fico feliz em ter colaborado com a sua recuperação.

Não posso deixar de agradecer a menção honrosa ao meu nome. Muito obrigado!

Continuo desejando ainda mais melhoras ao senhor e muitas caminhadas como essa.

Deus abençoe!"

 

12/Out/2024 (Sáb.)

A partir do dia 9/Set (2a. F) e até hoje, alterei o planejamento das atividades físicas. O novo planejamento é apresentado a seguir.

Caminhada — 50 minutos (às vezes, intermeada com 3 minutos de trote, repetido de 2 a 4 vezes.

               segunda, terça, quinta e sexta-feira.

Fisioterapia doméstica + musculação dos braços e tronco (com halteres e outros meios) 

               quarta-feira e sábado.

Hoje, nesse Dia das Crianças, encerro esse “Diário”, que foi iniciado para relatar a evolução de minha recuperação da fratura do calcâneo e das três cirurgias consequentes. Espero ainda viver muito para poder recordar as peripécias, a vontade, a energia e a fé empregadas na recuperação. Que algum leitor ou leitora tenha a oportunidade de testemunhar esses momentos complexos, advindos de um acidente inimaginável e, quem sabe, até mesmo evitável.

Situação do local da fratura exposta do calcâneo e 1ª. cirurgia no HFA (em 31/Jul/2023),
passados um ano, dois meses e doze dias – 12/Out/2024.


Situação do local da 2ª. cirurgia no HFA (em 9/Ago/2023), passados 
um ano dois meses e três dias – 12/Out/2024.


Situação do local da 3ª. cirurgia no HFA (em 22/Mai/2024), passados
quatro meses e vinte e um dias – 12/Out/2024.


v  



O apoio dos amigos - I

A seguir, transcrevo a troca de mensagem, a partir de 8/Ago/2023, via WhatsApp, com os amigos da Turma Marechal Mascarenhas de Moraes. Dessa interação resultou apoio, solidariedade, energia e crença para a ultrapassagem da complexa travessia, no processo de recuperação da fratura múltipla e exposta do calcâneo, o osso do calcanhar fundamental para o corpo humano — para me deitar, dormir, permanecer de pé e realizar qualquer deslocamento.



 

 

 



 

 

 

 

 

 


 

 


 

 

 

 



 


 

 

 

 

 

 



  

O apoio dos amigos - II

Dessa feita, transcrevo a troca de mensagem, a partir de 25/Ago/2023, via Facebook, com familiares distantes e com alguns amigos da Turma Marechal Mascarenhas de Moraes. De forma similar à interação por WhatsApp, recebi intenso apoio e solidariedade da turma aficionada do Facebook.






 

 









 

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