Um personagem espanhol — José María García, veterano jornalista que marcou época no rádio — apresentou um documentário sobre a carreira do Vinícius Júnior (no site Movistar) e se pronunciou sobre a situação do jogador do Real Madrid, asseverando que “Vini não merece isso, contudo tem que mudar radicalmente”, de certa forma, atribuindo ao próprio jogador brasileiro pelo menos uma parcela da culpa pelos desprezíveis insultos racistas que ele vem sofrendo.
Ok! Vinicius deve mudar! Com certeza, ele é suficientemente talentoso para mudar. Esse Sr. José Maria Garcia, que apoia o racismo e pensa que quem sofre ataque racista nunca mudará. Ele seguirá em frente, para sempre, com sua estupidez!
Um leitor do jornal Mundo Deportivo, onde meu comentário foi divulgado, postou texto, afirmando que eu não entendi, e que o Sr. Garcia estava combatendo os racistas e de quebra tentando fazer ver ao Vini Jr. que ele deveria mudar. A abordagem do Sr. Garcia é simplista e contraria as reações de indignação relativas ao lamentável episódio, ocorridas em várias partes do mundo.
Quando uma mulher realiza provocação e o homem a estupra, é a mulher que deve mudar?
Quando Vini Jr. utiliza seu talentoso futebol e sua característica irreverência para provocar e, como contrapartida, é insultado com racismo, é ele quem deve mudar?
Se o cidadão não concorda com as provocações do Vini Jr., ele deve reagir especificamente contra as provocações; e não pode haver dúvida de que a cor da pele nada tem a ver com a atitude do jogador brasileiro.
Por favor, chega de hipocrisia. Não raro, nazistas e comunistas agem de forma hedionda, em especial, por não concordar com a forma de pensar e agir de outros.
O indigitado leitor do Mundo Deportivo postou mais quatro curtos comentários objetivando defender seu ponto de vista, com testemunhos de provocações feitas por Vinicius em outros jogos, inclusive no Brasil; e ressaltando que, nessas ocasiões, ele não se comporta adequadamente dentro do campo de futebol. Vali-me de texto já divulgado ontem no jornal Mundo Deportivo para responder ao persistente defensor do Sr. Garcia.
Em editorial, o jornal britânico ‘The Times’ manifesta a opinião de que o racismo no futebol espanhol é “a vergonha da Espanha”.
Por via de consequência, apresento uma proposta para erradicar esse terrível problema, à luz de uma simplicidade aristotélica.
Eis a solução! Na primeira vez em que um jogador ou torcedor de determinada equipe expressa publicamente racismo, a respectiva equipe perde 3 pontos; na segunda vez, a equipe perde 6 pontos; e na terceira vez, a equipe é rebaixada para a divisão inferior.
Dessa forma, os espanhóis se livrariam dos cidadãos criminosos, que — à semelhança daqueles que, no passado, prezavam e defendiam o alemão Adolfo e o espanhol Francisco Franco — hoje, praticam o desprezível crime do racismo.
Claro, é preciso coragem e vocação pela liberdade, pela verdade e pela ética; e é preciso opção pelos valores essenciais do ser humano, sintetizado no objetivo de busca da paz e da harmonia.
[Versões dos comentários nos idiomas em que foram publicados em inglês e em espanhol]
Ok! Vinicius should change! For sure, he is bright enough for changing. This Mr. José Maria Garcia, who supports racism and thinks who suffers attacks from racist will never change; he will go ahead with his stupidity forever and ever!
When the woman provokes and the man rapes her, is it the woman who must change?
When Vini Jr. uses his talented football and his characteristic irreverence to provoke and, in return, he is insulted with racism, is he the one who should change?
If the guy doesn't agree with the teasing, he must react against the teasing; however, skin color has nothing to do with the provocation.
Please, no more hypocrisy. Not infrequently, Nazis and Communists act heinously by not agreeing with others.
El diario británico ‘The Times’ expresa en su editorial la opinión de que el racismo en el fútbol español es "la vergüenza de España".
Entonces, presento una propuesta para erradicar este terrible problema. Entiendo que debe haber una sencillez aristotélica.
¡Aquí está la solución! La primera vez que un jugador o aficionado de un determinado equipo manifiesta públicamente racismo, hay una pérdida de 3 puntos para el equipo respectivo; la segunda vez, hay una pérdida de 6 puntos; la tercera vez, se produce el descenso del equipo a la división inferior.
De esta forma, los españoles se librarían de ciudadanos criminales, que —como los que en el pasado mimaron y defendieron al alemán Adolfo y al español Francisco Franco— hoy practican el vil crimen del racismo.
Por supuesto, se necesita coraje y vocación por la libertad, la verdad y la ética; y es necesario optar por los valores esenciales del ser humano, sintetizados en el objetivo de buscar la paz y la armonía.
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[Divulgado no jornal espanhol Mundo Deportivo (de Barcelona), em 24/05/2023.]
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