O jornal Estadão trouxe o artigo “Financial Times discute papel de militares no Brasil sob Bolsonaro”, em que o jornal britânico questiona “Se o líder brasileiro decidisse ignorar uma decisão do Supremo Tribunal Federal, o que fariam as Forças Armadas?”
O jornal Financial Times acentua que em “três décadas desde o fim de uma violenta ditadura militar, as Forças Armadas mantiveram suas cabeças baixas e ofereceram forte apoio às instituições democráticas do País”; e que essa situação teria mudado depois da ascensão de Bolsonaro, eleito presidente em 2018, com a nomeação de um grande número de ex-militares para cargos importantes em seu governo.
Já a Folha de São Paulo, ecoando aquela possibilidade de intervenção no STF, apresentou as versões dos participantes da mencionada reunião, crivando-as com os estigma de contraditórias. O ministro da Defesa, general Fernando Azevedo, teria declarado que foram discutidos "aspectos relacionados ao enfrentamento da Covid-19"; o ministro do GSI, general Augusto Heleno, teria afirmado que foi tratada "a participação das Forças Armadas no combate ao desmatamento da Amazônia"; e o ministro da Casa Civil, general Braga Neto teria asseverado que a reunião versou sobre "assuntos institucionais afetos às atribuições dos órgãos ali representados".
É inquestionável a intenção do jornal de desvalorizar e satanizar os ministros de origem militar.
Em face das reações de vários leitores, que tentaram contradizer minha mensagem divulgada no jornal, trepliquei com dois comentários adicionais.
Transformar país subdesenvolvido em país da linha de frente em menos de 50 anos (Coreia do Sul, Formosa, Cingapura, Israel ...), transformar a 43a. economia do mundo em uma das 10 primeiras (Brasil), só com os militares à frente. A História não contempla alternativa. Ademais, Forças Armadas de Primeiro Mundo em País de Enésimo Mundo é um paradoxo insolúvel. Dói, incomoda, gera agressões, ofensas, mas não aparece um argumento, uma ideia. O macaco rumina: esse humanos são de amargar. Fazer o que?
Surpresa! Não houve ofensas. Argumentos, também não. No livro "Da imitação à inovação", sobre a Coreia, constata-se que, agindo em educação, em empreendimento e no combate à corrupção, na década de 1960, o chefe de Governo sul-coreano, militar, transformou aquele País. Na biografia de Ben Gurion, também militar, constata-se que a primeira medida adotada após a criação de Israel, em 1949, foi escolher meia dúzia de talentos para estudar na Europa e EUA e levar a cultura do empreendimento (especialmente em educação) para o país recém-criado. Aqui, corruptos de volta ao presídio é um bom começo.
Claro, a solução é a democracia. Porém, leva alguns séculos — é o que ensina a história do Reino Unido, França, Alemanha et al. E, como agravante, não pode ser empreendida por corruPTos e seus apoiadores. É por isso, que a eleição presidencial de 2022 está decidida pelo povo, que continuará não aguentando o que fizeram com o País. Para consertar os efeitos da maior crise da História, serão necessários uns 30 anos. Pensar é maior faculdade do bípede. O macaco vai ruminar: esses humanos ainda aprenderão!
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[Comentários divulgados no Estadão e na Folha de São Paulo online de 10/Ago/2020]
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